Voltando ao Normal
Sonhar acordado é utópico; sonhar dormindo é normal; transformar o sonho em realidade, aí sim é essencial
Os dias e os meses passavam depressa enquanto eu cursava a escola normal. Havia uma pressa no tempo, como se a rotina puxasse os ponteiros para frente sem pedir licença. Quando percebi, já era época de provas finais — e que provas! Pareciam ter sido sopradas diretamente da cabeça do capeta. Uma mais difícil que a outra, exigindo não só conhecimento, mas nervos firmes e fé.
No último dia de prova, acordei mal. O corpo pesado, o estômago embrulhado, a cabeça latejando. Tudo em mim pedia cama, silêncio e descanso. Mas era o último dia. Faltar significava recuperação, e eu não queria, não podia. Levantei-me como quem se arrasta contra a própria vontade, vesti-me no automático e fui.
Naquele dia fiz três provas. Cada questão parecia sugar o pouco de energia que ainda me restava. Quando eu já enfrentava a última, tentando manter a letra firme no papel, a inspetora apareceu à porta da sala. Chamou a professora e as duas começaram a conversar em voz baixa, num cochicho que gelava o ambiente. De repente, da porta, ela ergueu a voz:
— Ana, falta muito para você terminar a sua prova?
Olhei para ela como quem encara um inquisidor. A sala inteira parecia prender a respiração comigo. Com a voz trêmula, respondi:
— Não, senhora… faltam três questões.
Ela assentiu, ainda da porta:
— Pois bem. Quando acabar, vá até a minha sala e leve suas coisas.
Um silêncio pesado caiu sobre a turma. Todos me olhavam com olhos de compaixão. Nós sabíamos — quando alguém era chamado daquele jeito, algo sério havia acontecido.
Terminei as três questões com cautela, respirando fundo, lutando contra o enjoo e o aperto no peito. Entreguei a prova, recolhi meu material e segui até a sala dela, exatamente como havia sido orientada. Bati à porta. Ela nem esperou que eu falasse.
— Ana, pode ir embora. Aconteceu algo na sua família. Como hoje é o último dia de prova, fique tranquila. Eu mesma ligo para avisar sobre o resultado.
Minhas pernas viraram bombas. Um zunido tomou conta da cabeça. O que tinha acontecido? Saí da escola sem sentir o chão. O ônibus demorou mais do que o habitual, e o motorista dirigia tão devagar que tive a impressão de que, se fosse correndo, chegaria antes. Na minha mente, só vinham pensamentos ruins. Ninguém nunca tinha ligado para a escola pedindo para eu ir embora.
Quando cheguei em casa, o portão estava aberto. Minhas tias estavam lá, meus primos também. Choravam. Choravam muito. Meu tio falava ao telefone, mencionando algo sobre uma van. A casa, que sempre fora abrigo, estava tomada por uma dor densa.
Minha mãe veio da cozinha, caminhou até mim e disse, com a voz quebrada, a notícia que eu não queria ouvir:
— O vovô Jorge faleceu.
Na mesma hora, um filme começou a passar na minha cabeça. Lembrei-me do avô maravilhoso que ele era. Aquele avô garotão, pra frente, que ria alto, contava histórias e bebia uma cervejinha com os netos como se fosse um deles. A minha memória fez uma retrospectiva apressada dos nossos melhores momentos, e eu me recusei a aceitar que ele tinha ido, que nunca mais nos veríamos.
Meu Jorge.
Meu Jorge Amado.
Ele tinha partido — e, com ele, uma parte inteira da minha infância também se despedia.
A mania de copiar os outros hoje é tão normal, que passamos a chamar isso de "moda".
Copiar roupas, copiar estilos, copiar hábitos, copiar "identidades" e tem pessoas que até comercializam isso!
Eu já vi lojas onde chamavam todas as suas clientes pelo nome da dona. Como que o nome dessas potenciais clientes não eram importantes, e sim o da dona! (exemplo: oi Marias, oi Anas...) Isso é vender a identidade, e fazer com que as pessoas se sintam inúteis e passem a querer ser o outro, que as vezes, é um imbecil como ser humano!
Seja você, seja excêntrico!
Vista-se como você gosta, fale o que lhe agrada, compre as coisas para se parecer mais a você e ser fiel a você, não dê a ninguém o poder de apagar a sua identidade!
Você precisa parar as vezes e fazer um reset para que o seu sistema possa voltar ao normal, porque ninguém é super man ou super girl não somos maquinas.
Querendo viver
uma vida normal
ouvindo o som
de Miss Anthropocene
na minha sala
ao redor deste
isolamento social,
Parece piada
por aqui eu li
que 'o dilema
é bíblico',
há quem defenda
trabalhar,
há quem defenda
ficar em casa,
e até agora nada
está resolvido;
Apenas o quê
me resta é
ficar reclusa,
dançar a música
na mais plena
figuração
da linguagem,
escrever poemas
sobre a Lua
para não morrer
de doença
ou ir para a cadeia,
Esperando sigo
perguntando
qual será a próxima cena,
porque quem lambe
a borda da taça,
a alma não cala
e não busca
por 'indulgência' barata.
Conexões Silenciosas
Durmo e acordo com você em meus pensamentos. Será que isto é normal? Faço essa pergunta diariamente.
E a resposta vem silenciosa: é claro que é normal. Conexões são assim. Almas se comunicam e se entendem. Por isso, os pensamentos estão sempre alimentados de imagens com pessoas que se comunicam conosco.
Para o mundo atual ser normal
é fazer o mal e desagradar a Deus, então ser taxado de louco por crer na salvação deve ser motivo de alegria para os crentes em Cristo.
Não sou todo mundo e nem quero
fazerparte do grupo dos que praticam o mal e acham isso normal. Vou prosseguir acreditando no bem e na honestidade como o caminho
certo a percorrer.
Quando a mentira vira rotina, o errado passa a parecer normal. É aí que o caráter se revela: quem mantém valores não negocia a verdade, mesmo quando perde vantagens.
É normal sentir que sua vida gira e permanece no mesmo lugar? Nada se altera, o tempo prossegue e você já desconhece uma surpresa. Você deseja que aconteça um fato, um encontro, qualquer coisa, mas que produza uma guinada em sua vida. Mas a vida é tirana. Não corresponde as suas vontades. Ela escreve o seu destino sem sua anuência.
E dessa contradição de interesses que constroem estradas distintas, com futuros, sonhos e desejos diferentes surgi o embate que rege a vida: seus sonhos versus a odisseia profetizada para você. Você batalha, cumpre o seu penar, mas a distância que o afasta do seu sonho alarga-se, não reduz. Por quê? Porque a vida é tirana.
Ser diferente é normal, pena que a sociedade sempre temeu aquilo que não entende pois quando entenderem todos os diferentes poderão talvez ser aceito por essa sociedade arrogante e ignorante.
Lhe conheci de um jeito peculiar,
nada dentro do normal,
aliás, tudo diferente,
te conheci quando precisava de você,
e você chegou e me animou com seu jeito que me encanta.
E não é a toa que você está longe,
pois a chance de encontrar uma garota igual a você,
é apenas uma no mundo inteiro.
Por isso quero continuar te vendo todos os dias,
te tratando bem e te mostrando que eu posso te fazer feliz mesmo estando longe,
e quando eu lhe ver, te abraçar e te beijar,
e o mais importante,
te chamar de minha,
minha menina. <3
Era uma noite digna de um ritmo normal,
nada excitante, nada fora dos padrões,
até eu te ver, te conhecer e te querer.
Lembro-me dos teus cabelos pretos,
do teu olhar direto e inocente,
e o sorriso mais lindo que já vi,
algo radiante, algo que me fez rir também,
e hoje estou aqui,
escrevendo essa carta sem saber se você vai ler,
e sem saber se você vai rir ou chorar dela,
mas o que importa é que pôr essas letras em um texto alivia minha dor,
que talvez nunca passe por inteira,
mas se reduza.
Sei que vou te esperar todas as noites,
que vou saciar outras bocas pensando na sua,
mas ficarei assim com esse sintoma de paixão,
com essa vontade de ficar do teu lado,
e com esse jeito de bobo apaixonado.
Só queria ver de novo tudo que vi uma única vez,
queria sentir de novo tudo que senti uma única vez,
e queria moldar o teu mundo do meu jeito,
pra te fazer feliz de um jeito que nenhum outro faria,
pra sentir um amor sem se cansar,
e ser esse bobo apaixonado pra sempre.
