Voar como um Passaro Ate seu Coracao
Eu sonho acordada, mesmo como uma mocinha de quinze anos. É o que se chama de sonho estéril. Imagino conversas, imagino situações e cenas – pareço nunca ter tido nenhuma experiência.
E mostraria a mim, mais uma vez,
que uma oportunidade conduz diretamente a outra,
assim como o risco leva a mais risco,
a vida, a mais vida,
e a morte, a mais morte.
Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?
Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?
Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?
E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?
É sempre a mesma primavera que repete seu papel?
E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?
Segurança
Segurança para muitas pessoas se adquire gradualmente, como uma criança que aprende a caminhar.
Primeiro engatinhamos, depois nos apoiamos nos móveis e nas paredes, daí alguém pode nos pegar pela mão ou colocar-nos num andajá, mas nós só aprendemos a andar verdadeiramente quando enfim lançamo-nos no espaço sem medo de cair, sem depender de nada nem da ajuda de ninguém.
E aí você pode achar que você tem segurança para andar por que já sabe andar, mas é o contrário: você sabe andar por que teve coragem, por que teve segurança primeiro.
É apenas questão de vencer o medo. Vença o medo e verás um mundo de possibilidades desdobrar-se diante de teus olhos.
A mim que desde a infância venho vindo,
como se o meu destino,
fosse o exato destino de uma estrela,
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, descobrir a nuca,
piscar os olhos, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais vinte é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem,
amaria chamar-se Fliud Jonathan.
Neste exato momento do dia vinte de julho,
de mil novecentos e setenta e seis,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber um beijo pelo correio.
Quarenta anos: não quero faca nem queijo.
Quero a fome.
Alguma coisa deu errado em mim, eu não sei te explicar e eu não sei como arrumar e nem sei se tem ajuda pra isso. Mas meu corpo inteiro se revolta quando gosto de alguém. Me armo inteira pra correr pra bem longe e pra lutar com unhas gigantes quem tentar impedir. Me mata constatar como é ridículo ficar com saudade só de você ir tomar banho. Ter que sentir ciúme ou mágoa ou solidão e sorrir para não ser louca. Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre.
E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado.
Perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova da "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Não julgues as coisas ausentes como presentes; mas entre as coisas presentes pondera as de mais preço e imagina com quanto ardor as buscarias se não as tivesses à mão.
Como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos.
Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim.
A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes.
É bom que as coisas não lhe aconteçam como você quer, essa é a única possibilidade de você acordar. Se todos os seus desejos forem satisfeitos, você cairá completamente, porque não haverá nenhuma perturbação. Se tudo for satisfeito, você jamais tentará encontrar a verdade. Não haverá nenhum espaço para você porque somente a miséria, a infelicidade e o inferno que você criou à sua volta o ajudam a acordar.
O beija-flor passa de jardim em jardim beijando rosas,
mas como as rosas não lhe beijam de volta,
ele parte, vai embora.
No dia que o beija-flor encontra uma rosa
que lhe beija de volta,
ele também parte, vai embora,
mas sempre volta,
ah, sempre volta...
Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. Porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.
Quando nossos olhos ficam embaraçados,
nada como usar os olhos dos outros
para voltar a valorizar o que é nosso.
Crônica: Aos olhos dos outros - Livro: Montanha Russa
A solidão às vezes é tão nítida como uma companhia. Vou me adequando, vou me amoldando. Nem sempre é horrível. Às vezes é até bem mansinha. Mas sinto tão estranhamente que o amor acabou.(...) Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico.
Livro de Horas
Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão ao leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Me confesso
Possesso
De virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais,
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.
Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas,
E o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído
Do tal Céu que Deus governa;
De ser um monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!
“passa para uma dimensão superior, sem saber como lá chegou. Todas as grandes descobertas realizaram esse salto.
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