Vivências
Guardar-me
envolta em saberes
das vivências de todo um tempo.
Guardar-me das maledicências,
envolta em fibras de um caráter forjado na lida.
Esquecer agruras
envolta em esperanças de melhores dias.
Guarda-me e resguarda-me
Ao me abrir, em canto, contos e saudades,
ergo-me mais sólida.
A RAIVA
A maioria das vezes a raiva em nós, são regressões feitas inconscientemente das vivencias de algum momento do passado.
Durante uma forte irritação, a pessoa pode entrar em estado alterado de consciência (estado hipnótico), o que ajuda a levar essa energia para os arquivos do inconsciente, fazendo crescer lá dentro, como uma "bola de neve", essa energia negativa.
Até que com o tempo e repetições variadas de momentos semelhantes, que se tornam cada vez menos tolerante, a pessoa se transforme, em um "pavio curto", pronto a explodir com qualquer tipo de irritação como, por exemplo, uma frustração.
É o momento, em que o corpo libera o estradiol e adrenalina, que são dois hormônios que enfraquecem o sistema imunológico. Essa substância vai se espalhando vagarosamente pelo sistema nervoso, bloqueando os canais elétricos, sendo capaz de contaminar a aura. É quando surgem os bloqueios emocionais, que se estabelece como um trauma dentro do indivíduo.
Nesse período quando a raiva está elevada, pode haver o aparecimento de disfunções físicas ou o atraso em sua recuperação. É difícil, em nossa vida, não surgir momentos de descontentamento, mágoas, raiva...
O que irá diferenciar é a forma como lidamos com esses sentimentos que são um trovão gritando dentro de nós.
O importante é nos trabalharmos, afim de atingirmos um certo grau de autoconhecimento, que irá favorecer a transmutação das energias e superação a velhos padrões de pensamento e comportamento, deixando surgir gradativamente em nós um novo ser, que aprende a olhar os acontecimentos de uma outra forma, com compreenção, entendimento, aceitação, perdão...
Com essa transformação, muda também os acontecimentos da vida e os caminhos vão se abrindo, os medos vão embora, a pessoa recupera a segurança, a tranquilidade, a paz, melhora o humor e se sente muito mais realizada e feliz.
Alguns preferem agir de acordo com as suas vivências, suas experiências, suas razões. No entanto, a minha razão diz-me que devo agir com o coração!
Fantasiamos as vivências para satisfazer os desejos. Eis o mal que nos impede de enxergar uma situação como ela realmente é.
Viver é um estágio permanente de aquisição. Adquirimos amigos, sentimentos, pensamentos, vivências, experiências, amores, desamores, felicidades, decepções, concepções.
Ao longo do caminho encontramos pessoas que nos fazem bem e outras que não fazem tanto assim.
Crescemos, regredimos, chorarmos, gargalhamos, somos sensatos, nos embriagamos, persistimos, paramos no caminho, enfim viver não tão fácil quanto se supõe ser, afinal somos seres mutantes, que vivem de constantes metamorfoses justamente pela necessidade imprescindível que temos de mudar ao longo do caminho, porque sempre chega o dia em que temos que escolher, optar, decidir, afinal ninguém tem uma trajetória perfeita em que não tenha dado um passo errado. Ora não há o que fazer após um passo mal dado a não ser voltar e começar tudo de novo e vale ressaltar que quantas vezes forem necessárias. A questão não o sofrimento em si, mas a banalidade com que as pessoas lidam com os sentimentos das outras, chegando até a serem levianas. Uma coisa eu aprendi, o amor é realmente como dizem, lindo, nos faz viver momentos únicos, falo dos bons e ruins, insensato, não mede esforços e cego, sim cego, porque não quer enxergar coisas óbvias que estão bem à sua frente, não sei se por medo da decepção, enfim é o sentimento, ou estado de espírito que conduz o homem aos extremos, da sensatez à loucura, do céu ao inferno, das glórias à lama, do pudor à insensatez. É incrível como os pontos de vistam mudam conforme as situações, mas fazer o quê? Como dizem, é a vida. Mas outra coisa que eu pude entender: não adianta ser infeliz para fazer alguém feliz. É loucura alimentar uma visão de que devemos nos sacrificar intensamente pelos outros. Existe um sentimento chamado de amor-próprio, e somente ele é capaz de nos conduz ao amor pelo próximo.
Ando querendo escrever algo alegre, querendo registrar as marcas coloridas das últimas vivências, mas não consigo.
Alegria é combustível para pés, porque na alegria há música e dança. O que movem minhas mãos são mesmo melancolia e confusão. Na maioria das vezes é por eles que me ponho a escrever, dedilhando teclados, decifrando dores e dúvidas.
Enquanto a tristeza questiona, a alegria não vê necessidade de entendimento. A alegria não precisa ser traduzida, tem poucas letras, é isenta de mistérios, não tem segredos.
Alegria é porta aberta, coração escancarado, sorriso largo. É cor, é imagem, enquanto a tristeza é palavra, é linguagem.
Alegria é ventre, é entrega, é liberdade. É estar, é presente! Tristeza é passado e futuro, ausentes...
A alegria É, a tristeza processa.
Alegria é excesso, tristeza é falta...
E eu me pergunto: O que seria de uma sem a outra?
Mas não quero questionar... a alegria está em mim, pura e leve, e não sei até quando. Por enquanto vou ouvir esta música desprovida de letra.
E talvez amanhã quando acordar eu possa falar dessa mágica sensação de não saber, e quase nem ser.
Saberes são sabores que advêm das vivências capazes de amadurecer o espírito, a mente, o caráter, para que o corpo não passe pelo mundo como casca inútil cuja polpa nunca teve dulçor.
Depois de tantos caminhos e vivências pelos labirintos do fazer cultural, já posso arriscar a minha máxima: Quase nada é tão superficial quanto a crítica especializada, nos casos em que apenas pretende abonar e desabonar publicamente as artes, a literatura e seus fazedores. No meu conceito nenhum ator, músico, artista plástico, escritor, bailarino ou fotógrafo é menos ou mais talentoso porque alguém o rotulou e ao seu produto. O termômetro que determina o sucesso e a eficiência de uma apresentação, mostra ou lançamento é a do público ou clientela, seja por consumo, aplauso, visitação, acesso (...).
O que tenho a dizer de relevante a todo fazedor cultural que sofre com as perseguições renitentes da crítica, não obstante o alcance de seus feitos e o reconhecimento popular, é algo bem simples. Tão simples quanto notório, contundente ou redundante: Se o seu fazer é consciente, não fere a cidadania nem o direito alheio, continue se apresentando para expectadores; cantando para ouvintes; escrevendo para leitores; expondo para visitantes reais, que sabem sentir com os olhos e analisar com o coração.
Quanto a crítica tendenciosa, deixe-a de lado. Sequer critique os críticos, pois no fim das contas, eles têm alguma utilidade: São figuras essenciais para os indivídos que precisam de quem goste ou desgoste por eles.
Depois de tanta vida, comecei a viver. Veio à mente a lembrança do que perdi em vivências consistentes, por acreditar nas disputas mercadológicas; nas corridas para o sucesso notório. Tudo sempre mais público do que pessoal.
Faz tempo, deixei de viver em razão dos outros. Aprendi a saber que estou em mim. Sei me doar sem doer por excesso de autocobrança. Faz-me bem olhar o mundo com serenidade, sem temer a sombra; o anonimato; a classificação nesse concurso instituído por uma sociedade viciada em superar o próximo.
Demorada maturidade. Não tardia, exatamente. Apenas demorada. Em tempo de me recompor, adaptar as sucatas do meu ser e renovar conceitos. Vencer preconceitos. Preencher vazios e me realizar como repessoa.
O RELICÁRIO DE VIVÊNCIAS
Ao pé da colina das Esmeraldas desvanecidas,
Contemplo o fluxo oceânico
De Sáfaras, Opalas, Ametistas, Safiras, Jades, Pérolas e Turmalinas
Fluir infrenemente em direção
A uma enigmática neblina.
Como que insólita
E miraculosamente
Minha humilde perspectiva
Abissalmente se amplifica:
Enxergo, de forma nítida,
No âmago da densa e calma
Massa gasosa de naftalina,
A sorumbática chegada,
A horrenda masmorra,
O aterrador cadafalso,
A lancinante calmaria,
A iminente, ineludível e fatal partida.
Então sôfrego
Para que as aquarelas,
Auroras, auréolas
E noites da etérea primavera
Refluam-me novamente
Ao córtex de um niilista sem cura,
Vou ao encontro da cordilheira
Das minhas chagas abertas e devolutas
Pois suplantam toda ou qualquer agrimensura.
Ah, na verdade,
Como eu gostaria de que estas lembranças
Rapidamente se dissolvessem igual a gelo
Sob o efeito do inclemente sol do Saara.
No entanto é uma leda vã ilusão sádica:
elas agem conforme fossem Antártida intacta!
Vivências
Vivências são pérolas
enfeitando a vida,
são tesouros que se leva na partida...
O que se viveu:
camafeu a enfeitar.
O que está por vir:
dádiva a desvendar.
Quem pensa
tudo ter vivido,
surpreender-se-á,
pois os dias são em Poemas
joias a garimpar.
Nos acordes do vento, navegando entre meus pensamentos, fico manejando o barco repleto de vivências que define tudo o que sou.
Se fala, se abre, se escancara, mas nunca se “rasga” tudo de si.
Vivências extremas estão guardadas dentro de um “pote”, evitando ser lembradas, sofridas são recalcadas, somatizando o “corpo” a alma em sua solidão.
Sabedoria, é o que incorpora ao nosso ser, após as vivencias redundantemente, bem vividas...
É o resultado do somatório de sofrimentos e alegrias na escola da vida
Se fala, se abre, se escancara, mas nunca se “rasga” tudo de si…
Vivencias extremas estão guardadas dentro de um “pote”, evitando ser lembradas, sofridas são recalcadas, somatizando o “corpo” do coração …
As atitudes variam da mais ínfima inércia ao mais descontrolado das ações…
O amor recalcado deixa de estar aprisionado ao mover a emoção, move o cotidiano,move o que tá guardado, “enclausurado”, sem as pressões…Há uma cura da loucura e das neuroses da alma que não é mais desesperada, transferiu para o outro sua dor e solidão.
Se fala, se abre, se escancara, mas nunca se “rasga” tudo de si…
Vivências extremas estão guardadas dentro de um “pote”, evitando ser lembradas, sofridas são recalcadas, somatizando o “corpo” do coração …
Não há respostas prontas, no máximo um referencial de vivencias alheias das quais comparamos a nossa própria vida.
Equilíbrio é uma palavra bonita, mas na balança existencial, as decisões fogem da teoria, pois na prática é o calor do momento que sugere! Somos pulsão, imprevisíveis.
Isso porque não se prever um choro, uma dor, nem tão pouco a alegria,somos apenas humanos.
E a vida é sempre uma caixinha de surpresas...
O pensamento emerge das suas vivências, o que você faz não define o seu verdadeiro ser interno. A metodologia da busca por felicidade é tão intensa que você acaba em uma encruzilhada de informações degradantes a sua paz espiritual.
Somos a soma das nossas vivências. Ao longo do caminho vamos acumulando parte do que encontramos. Nos momentos de meditação, podemos expulsar as negatividades, os ressentimentos, o peso dos insucessos.
Livre-se logo de tudo aquilo que não te faz bem.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
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