Viva a Vida como se Fosse a Ultima

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Eu me sinto como uma criança, que tem medo de estender a mão machucada, para não se machucar de novo.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir… Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

Ailin Aleixo

Nota: Trecho da versão adaptada da crônica "Só os idiotas são felizes" de Ailin Aleixo (erradamente atribuída a Arnaldo Jabor).

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Se a Páscoa é renascimento, então, faça como o Cristo nos ensinou e deixe morrer o ego vaidoso de sua máscara de bom cristão, reflexo de um comportamento medroso, e renasça no seu Eu Divino, princípio de um ser verdadeiramente crístico, corajoso, íntegro! Não ceda mais quanto ao que é essencial para você, quanto àquilo que seu coração pede, somente para corresponder às expectativas alheias, pelo medo da rejeição ou pela culpa de se colocar em seu justo lugar. Cuidado com a tendência de você se acostumar tanto com o seu servilismo, que quando você acorda e procura ser você mesmo, e se liberta da escravidão emocional, se respeitando e se dando o justo e merecido valor, estas pessoas que antes te controlavam, se revoltam e te colocam como um louco, um egoísta pois, na cabeça delas, se questionam "como você pode ousar pensar em você mesmo com respeito e não acatar mais a voz de comando que te hipnotizou e submeteu por tantos anos?" Isto gera a raiva de quem tinha a sua energia nas mãos como um vício sustentado por você mesmo, se deixando vampirizar para tentar agradar, por ingenuidade ou medo de perder o que você julgava que tinha. Um suposto amor, um suposto respeito ou uma suposta valorização que eram, na realidade, estímulos ou elogios feitos apenas como um mecanismo de alimentação da sua servidão. Quantas vezes você foi tratado como aquela criança que só é elogiada quando faz exatamente o que é mandado pelos pais, muitas vezes de modo agressivo à sua natureza, mas que se condiciona a fazer o exigido para receber uma migalha de atenção, de um ilusório amor. Então, meus amigos, deem o seu grito de liberdade, daqueles que vem da alma e busquem a sua vida de volta como quem busca o oxigênio depois de alguns minutos debaixo d'água! E eu pergunto à vocês: há quanto tempo vocês "prendem a respiração", sentindo-se quase afogando em águas turvas que poluem seu coração e sua mente de sentimentos negativos, jogos emocionais, chantagens e manipulações, que tentam acentuar suas inseguranças para que vocês permaneçam inconscientes do seu próprio poder e valor? Que tal renascer nesta Páscoa de um modo verdadeiro, arrebentando com a casca do ovo que te limita, para que seja possível crescer e ser independente? Não se coloque inseguro mais, se questionando se as suas atitudes estão certas ou erradas pelo que certas pessoas julgam e sim pelo que o seu coração diz, pois a ética cósmica que só se conhece no íntimo dos nossos corações, é muito superior à moral humana e vivenciá-la exige coragem para superar o sistema de exploração emocional acomodado em suas omissões!!! Então, pare de se omitir, pois assim você cumpre a sua parte dentro das relações humanas, para que se restabeleça a verdade, e se sinta mais leve em sua consciência, mesmo quando todos tentam forçá-lo a carregar um peso que não te cabe, mas é o autoconhecimento do seus direitos e o exercício do seu poder que te libertam! Feliz Páscoa, ou seja, feliz redescoberta de si mesmo à todos vocês meus amigos!!!

Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você.

Simples como um fim de tarde

Foi esperando quase nada que um quase tudo apareceu. Simples como um fim de tarde. No começo era medo, incerteza, insegurança surgindo como relâmpago no céu. Depois, uma sensação de pertencimento, de paz, de alegria por encontrar um sentimento desconhecido, mas que fazia bem. Não teve espumante, holofote, tapete vermelho. Foi simples como um fim de tarde. Algum frio na barriga, interrogações deslizando pelas mãos suadas, uma urgência em saber se aquilo era ou não pra ser. É que um dia alguém nos ensina que quando é pra ser a gente sente. Eu sempre quis que fosse pra ser, mas nunca foi. Com isso, me distanciei de mim e das minhas crenças. Mas então, o que não tinha nada, nada pra ser, foi. E eu fiquei ali, perplexa, parada, estupefata, com medo de dar certo. Porque a gente tem um medo que nos mastiga lentamente. Um medo azedo, que deixa a boca adormecida, que cutuca insistentemente. Medo da felicidade. Medo de que um sonho aconteça. Medo de enfrentar nossos sentimentos que ainda não acordaram. Então, abri os olhos. Não era sonho. Eu vivi aquilo. Eu sobrevivi ao medo. Eu encontrei o que chamam de amor.

(Posso dividir uma coisa com você? Apesar de meio bobo, às vezes chato e outras tantas maluco, ele é simples como um fim de tarde.)

Um grão de ouro é capaz de dourar uma grande superfície, mas não tão grande como um grão de sabedoria.

...se ela tiver coragem de passar por mais alegrias e desilusões – e a gente sabe como as desilusões devastam - , terá que ser meio doida. Se preferir se abster de emoções fortes e apaziguar seu coração, então a santidade é a opção. Eu nem preciso dizer o que penso sobre isso, preciso? Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe??? Nem ela caríssimos, nem ela. Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais. Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos. Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

(texto abreviado)

O que chamo de morte me atrai tanto que só posso chamar de valoroso o modo como, por solidariedade com os outros, eu ainda me agarro ao que chamo de vida. Seria profundamente amoral não esperar, como os outros esperam, pela hora, seria esperteza demais a minha de avançar no tempo, e imperdoável ser mais sabida do que os outros. Por isso, apesar da intensa curiosidade, espero.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica Espera impaciente.

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A solidão é as vezes tão nítida como uma companhia. Vou me adequando, vou me amoldando. Nem sempre é horrível. Às vezes é até bem mansinha.

A homossexualidade, tanto quanto a bissexualidade, como assexualidade, são condições da alma humana. Não devem ser interpretadas como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito.

Métodos Racionais

O primeiro consistia em nunca aceitar como verdadeira qualquer coisa sem a conhecer evidentemente como tal; isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; não incluir nos meus juízos nada que se não apresentasse tão clara e tão distintamente ao meu espírito, que não tivesse nenhuma ocasião para o pôr em dúvida.

O segundo, dividir cada uma das dificuldades que tivesse de abordar no maior número possível de parcelas que fossem necessárias para melhor as resolver.

O terceiro, conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objectos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais compostos; e admitindo mesmo certa ordem entre aqueles que não se precedem naturalmente uns aos outros.

O quarto método era o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir.

Tens com certeza um mester, um ofício, uma profissão, como agora se diz. Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver. Não o sabes. Se não sais de ti, não chegas a saber quem és. O filósofo do rei, quando não tinha o que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, ao ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas, Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós.

Mesmo o conceito mais firme tem algo frouxo, múltiplo, equívoco. O essencial "no céu como na terra", ao que parece, é, repito, que se obedeça, por muito tempo e numa direção. Daí surge com o tempo e sempre surgiu, alguma coisa pela qual vale a pena viver na terra, como virtude, arte, música, dança, razão, espiritualidade - Alguma coisa transfiguradora, refinada, louca e divina.

Antes de esquecer o passado, você tem que considerar “ele” como passado. Se não, não dá certo.

Ele é como uma droga pra você, Bella. Eu vejo que você não consegue viver sem ele agora. É tarde demais. Mas eu teria sido mais saudável pra você. Não uma droga. Eu teria sido o ar, o sol.

Stephenie Meyer
Jacob, Eclipse

Já repararam como geralmente é fantástica
a paisagem que se vê do topo de uma montanha?
É realmente deslumbrante! Algo realmente mágico...
Agora... Já imaginaram o esforço e sacrifício a fazer
para chegar ao topo dela?
A vitória é para quem está disposto a pagar o preço por ela.

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.

Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espirito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."

E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

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Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É a minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
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Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

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Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Fernando Pessoa
Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.

O amor é como água: sem algo que o agite,estraga