Vingança
A VINGANÇA DOS DEUSES
Demétrio Sena, Magé - RJ.
De repente o artista cai no palco. Ou cai do do palco. Silêncio completo; público apreensivo; sem iniciativa. Então o artista se reergue, sereno e resignado, e sem nenhuma explicação reassume o palco. Dá continuidade ao show.
Fosse qualquer outro profissional, não de palco, esse não seria o desfecho. O trabalhador não se reergueria; seria reerguido. Não voltaria imediatamente aos afazeres. Alguém lhe daria um pouco d´água, examinaria suas condições de retorno ao ofício, e talvez o dispensasse naquele dia, para ir ao médico. E o médico, por sua vez, atestaria mais um, dois ou três dias, para ele se recompor do acidente que, no fim das contas, não foi mais do que um susto.
Há momentos em que os deuses trocam de lado com os mortais. Enquanto estes têm que amargar sozinhos as próprias quedas no inferno de suas solidões, os mortais se acercam de anjos e benfeitores no céu de uma solidariedade ora espontânea, ora por força de lei. É claro que as presentes linhas tratam de grandes artistas, e de outro lado, funcionários de boas empresas.
A vingança de um deus está em ele saber ser humano, mais do que um ser humano sabe ser deus, nessas horas. O grande artista, quando sofre o tombo e se reergue para continuar, transforma esse momento na parte mais aplaudida em seu show.
A vingança no coração faz mal
Diminui os seus dias,e encurta a sua vida.
Não se combate o ódio com o ódio.
Até quando às nossas mães vão chorar.
A minha última lágrima caiu agora
Elá brilha nos seus olhos...
Transforme-a em sorriso estou em paz!
Queria fazer você se apaixonar por mim e quebrar seu coração, admito que só por vingança. Mas, de tão tola que sou, tenho certeza que me apaixonaria de novo e você que quebraria meu coração, pela décima vez.
A melhor vingança acontece quando você libera o perdão, e não quando você alimenta o ódio de seu próprio rancor.
Estou certo de que palavras torpes e discursos de ódio, vingança, violência e morte não combinam com a santidade e o amor de Deus que devo viver e pregar.
Supliquei por vingança
Senti profundamente
A punhalada que me deste!
Ela penetrou fundo no meu coração.
Não tive chances de me defender...
Foste covarde ao me acertar pelas costas.
Eu confiava plenamente em você...
Agora vejo como dói o coração amargurado,
Por causa da traição de um bem amado.
Meu espírito!
Sentiu-se humilhado,
Por tamanha ingratidão.
O punhal que me atravessou o peito,
Foi a sua língua felina e sem compaixão.
Supliquei a espada,
Eu sei que ela corta dos dois lados.
Hoje você é o meu pérfido algoz
Que na covardia me atingiu,
Mas, tenho uma notícia triste pra você.
Amanhã será o meu dia
É a espada quem me diz.
Ele: Qual sua palavra preferia?
Ela: Vingança!
Ele: Porque?
Ela: É só o que se pode pensar quando tudo que é bom em você é arrancado à força por outro alguém.
Dizem que o homem apegado a vingança deve cavar duas covas. Uma para seu inimigo e a outra para si mesmo.
De qualquer forma. Sendo vingativo ou não, temos uma cova reservada.
Vejo a vingança como uma fila de dominós: um derrubando o outro até que a fila acaba sem dominó algum em pé. Cabe a você pôr a mão para preservar nem que seja apenas um antes que seja tarde.
A vingança torna a vítima tão culpada quanto seu algoz. A vida por si já se incumbe de dar a justa lição naqueles que nos prejudicam.
