Vida e Morte
inclina-se o decadente tempo
para o ir das frias águas
onde misteriosa
e incógnita
é a sorte.
nessas fontes enigmáticas
a luz, antes intensa, deixa de o ser
e cai no esvaziamento.
é o tempo do inverno!
ali, nesse tempo, a matéria se nomeia
MORTE.
nessa permanência intemporal
permanecemos esquecidos
mas, em essência, somos.
*
desse tempo etéreo
pulsando
um halo se evola,
quando
a lucidez em indizível ciência
estremecida
traz da essência o ímpeto
que ressumbra desse húmus,
até aí ignorado.
ilumina-se a uma luz
intensa
essa penumbra crepuscular;
como na árvore,
que do cálamo em sono mergulhado
se acendem em flor os gomos
essenciais à VIDA.
in "O Retorno ao Princípio", Editora Calçada das Letras, 2014
Os grandes não morrem, apenas descansam nas entrelinhas de suas histórias, ressurgindo a cada amanhecer!
Dizem que a curiosidade mata, mas as vezes na verdade é ela que mantem aqueles que esperam nas surpresas da vida.
Passageiro do nada
Picotou-me o coração a vida.
E para sempre me quer assim.
Faz-me sentir não credora de mim.
Culpa-me por respirar,
E por não valorizar este ato de amar.
Rapinou-me a mente a morte,
Sem traumas me parou.
Debruçou-se sobre mim
E as chamas da vida,
Uma a uma de mim arrebatou.
Desfez-se de mim o tempo,
Que nem para a morte
Nem para a vida me entregou.
E sobre meu corpo, vivo morto.
O tempo se largou.
Enide Santos 30/10/14
Ouço ruídos estranhos durante a vaga e silenciosa noite. Quando o tic-tac do maldito relógio que soa em eco pelo corredor deserto faz minha mente oscilar. Realmente posso estar vulnerável à morte. De fato pessoa nenhuma poderá me salvar enquanto meu corpo estiver queimando, quando o sangue borbulhante escorre sobre meus braços e em pingos tocam o cálido solo das trevas.
Figurante apenas em interpretações, dite as regras na sua vida, busque mecanismos que possam lhe dar um controle maior da sua vida. Pois todos morrem mas poucos vivem de verdade
E depois de acontecimentos surpreendentes da vida parei um pouco pra pensar e tentar entender: o que é este mistério, de nascer pra morrer...? São duvidas cruéis que nos fará refém durante toda uma vida. A cada acontecimento você passará um tempo, pelo menos de 30 segundos refletindo, buscando solução e no final das contas não encontrará nada além do que um outro pensamento que te obriga a parar de pensar em tal coisa para que não fique louco. É realmente, esta alucinante viajem chamada VIDA é um GRANDE mistério.
Para muitos defeitos físicos existem formas de serem eliminados ou atenuados. Contudo, para os defeitos do espírito, principalmente o preconceito, se a pessoa que os portar não corrigi-los e não se redimir perante Deus e a quem porventura tenha ofendido, eles voltarão contra ela, em dobro, nessa vida ou em outra, inclusive depois da sua morte.
Não busco amigos por serem raros e preciosos, igual à vida; não busco inimigos são iminentes igual à morte!
E a gente Escolhe...
A vida toda entre ser ou ter
E a gente se arrepende...
Por não viver cada minuto como se fossem aqueles últimos de nossas vidas
E a gente Morre...
E nossos olhos talvez não se abram uma outra vez.
O último ato pode ser daqui a muito tempo, ou talvez no próximo instante. E como seremos lembrados quando partirmos? Eu penso nisso, sim. Tem gente que não gosta de pensar na morte. Eu apenas penso como uma separação momentânea. Quando eu partir daqui, no último ato da minha existência, gostaria que tocassem uma música suave, mas alegre, gostaria que meu descanso tivesse cor, minha família tivesse conforto, meus amigos boas lembranças e no céu Deus me recebesse com um abraço. Na minha lápide poderia ser escrito: não estou aqui, estou te esperando no céu, faça os outros felizes, descalce os pés da correria, ame enquanto é tempo, viva o hoje ao lado dos seus, corra na praia, suba uma montanha para admirar o horizonte, veja o nascer do sol e depois nos encontraremos novamente. Há, só mais uma coisa, me leve em seu coração durante todos estes momentos, pois nele eu continuarei sorrindo.
O corre-corre às vezes tenta nos roubar os sentimentos, nos faz esquecer as importâncias que levamos na vida. Faz-nos pensar em consumir, em dizer o quanto amamos ir a tal lugar, ou comer tal coisa, mas esquecemos de dizer um simples e sincero eu te amo para uma pessoa especial. Hoje em dia as pessoas desperdiçam o eu te amo com tantas coisas fúteis, com tantas pessoas que não são realmente amadas. O amor virou objeto, passou a ser mensurável somente se for recíproco.
A vida é fantástica! É verdade que tem lá essa coisa de: Seta que voa de dia, mortandade que assola ao meio dia, peste que anda na escuridão e espantos noturno... Mas, nada que possa vencer aqueles que se abrigam no “Esconderijo do Altíssimo”.
Se tivéssemos noção da brevidade da vida todas as despedidas seriam apertadas e calorosas, todos os sorrisos se converteriam em gargalhadas e o "ter de partir" seria tratado com a dignidade merecida.
É dito que todos temos de carregar nossas cruzes e que no FIM seremos felizes, mas os que ensinam isso não nos falam que a cruz é a razão da felicidade final, que não teria sentido caminhar sem destino. A vida é uma aventura em que todos somos protagonistas heróicos de nossa história e não existem escritos ruins, existem apenas grandes obras ou pequenos contos.
