Vestido
Dama trajada de vestido
branco de seda
como quem veste um poema
com direção rumo
ao Morro de São João,
Dama branca caminhando
solitária nas praias
da Cananeia deslumbrado
a atenção de quem passa,
Dama que não dá respostas
e fica na sua imaginação.
Estar na puba
é estar bem vestido,
Bolo de Puba
é bolo de aipim,
Eu prefiro os dois
para você e para mim.
O Céu da tarde vestido
de Topázio Imperial
para receber a noite
parece comigo buscando
escrever um poema
que se pareça conosco,
E por ambição profunda
de abrir os teus
sentidos e colocar todos
nos meus sentidos
dançando os mesmos
passos do destino,
Não é mais segredo
que você se parece
comigo e eu pareço contigo,
a a cada dia a gente se merece.
Com peônias nas duas
mãos deixo os ventos
me tirar parar dançar
e a organza do vestido
ondular sem receio,
Como quem faz um rito
cultivo você no íntimo
e do desejo não me asilo,
Na imaginação preparo
o caminho para ser a tua
amável Lua secreta Lua.
Ainda sou aquela moça
do vestido vermelho
que pego carona o tempo
todo nos seus olhos,
instigando intrépida
a curiosidade no coração,
sigo no seu pensamento
e com expectativas povoando
a imaginação a todo momento.
Zabé da Loca
Coloquei o meu vestido
de renda branco,
e fiz uma prece para Zabé da Loca
tocar o pífano
do Universo para que eu desvende
o mistério para tocar
o seu coração do jeitinho certo.
A noite surgiu com o seu
vestido de veludo negro
no Médio Vale do Itajaí
e exibiu aqui em Rodeio
o seu pingente de ouro
em forma de Lua Crescente
anunciando que se aproxima
brevemente o Dia dos Namorados.
A noite veio vestida
de luar e estrelas,
O Ipê-mandioca
surgiu vestido de flores
e eu vestida de poemas
e morrendo de amores.
A mulher
Com um vestido rosa e branco
Segurando uma vara de pescar
Mostra-se a simplicidade e a beleza
Que modifica a forma de enxergar
Voa o anzol e pega o peixe
Tira-se o peixe e devolve ao rio
Que ato tão sublime que contagia
O ser numa tarde de domingo
ADOLESCENDO
A menina de vestido estampado
Saltava na calçada como se pulasse estrelas,
Apontava o firmamento como se pudesse tê-las
E a saia se erguia, mostrando a intimidade
Dos seus quinze anos...
Danos em mim,
Amarelinhas nunca mexeu comigo assim...
Porque as alças também lhe caiam
Mostrando a adolescência adolescendo nos seus seios...
A menina de vestido estampado
Saltava na calçada como se pulasse estrelas
Apontava o firmamento como se pudesse tê-las...
E ela podia...
-----------------------------VESTIDO----------------------------
As palavras se acercam de mim e me vestem.
Com as palavras me dispo do medo, da intolerância,
do egoísmo e da prepotência. E vestido de palavras
vou me alinhavando pelos caminhos da vida.
sou o tudo do nada despido
vestido com vestes nuas
imaginando destinos possíveis
enquanto dorme na rua
Passei por uma loja de roupas e observei um vestido que era exatamente o estilo dela.
No mercado, todas as vezes em que vejo suco de uva natural, lembro que era o seu preferido.
Sempre que estou sozinho, recordo da sua companhia e de tudo o que tentei construir ao seu lado.
Você jamais me corresponderia — e o que mais dói é saber que estas palavras nunca serão lidas por você.
Não importa quanto tempo se passe; já observei tantas outras mulheres... Não me importo com o corpo, tampouco com a beleza exterior.
Nenhuma delas possui a pureza que havia em você — sua sensibilidade e doçura únicas.
Mesmo que você não me ame, ainda assim vale a pena guardar cada pedacinho de você que tive o privilégio de conhecer e amar.
Vestido branco
Não entendia o porquê, nem aceitava a distância
Apenas aguentava, com ar de quem não ligava
Mas a noite em meu leito, sozinha, me perguntava
Quando o verei? Por que se foi? Onde está?
Assim adormecia... ao amanhecer, os dias eram iguais
A saudade, sempre maior a noite, magoava a alma
Poucas boas lembranças, eu tinha, eu sei, mas doía
Por que comigo? Por que o meu? Por que doía tanto?
Poucos abraços, eu lembro, poucos afagos
Mas era meu pai, ausente mas era pai... ausente
Assim eu sofria, de saudades... sofria
Outras vezes a noite, não esquecia... jamais esquecia
Lembrava do vestido branco, lindo vestido branco!
Vestido que tanto queria, na verdade o que mais queria
Por que não podia? Por que eu não tinha?
Por que meu pai não podia?
Lembro então, que certo dia ganhei , o que mais queria
Um vestido branco, uma princesa ele dizia... princesa...
Meio sem jeito, reconhecia o carinho que nem conhecia
Agora feliz, de vestido rodado, eu era alegria
Menina franzina, de vestido branco ... sorria
E era assim, que aliviava-me daquela saudade.
Em um vestido de noiva é possível corrigir todos os defeitos; mas no revestimento da sua alma só Deus pode corrigr todas as imperfeições pela fé.
A G A Z E L A
Que linda vai a gazela,
De dia,
Com seu vestido da cor amarela.
Nisto, cai a noite.
Vem um papão
Com o bastão
Na mão
E come a gazela,
Essa mesmo, ela.
Mas já sem o vestido da cor amarela.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-11-2022)
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