Versos sobre Mim

Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.

Não se apaixone por mim, garota, porque eu vou magoar você.

Com você conheci a grandeza do amor, a vida para mim tem mais valor, porque tudo o que eu sempre quis ter, muito mais eu encontro em você!

Tem horas que eu me perco sem você aqui, aí eu lembro: tá tão longe de mim. E o meu coração grita: mas tá aqui dentro.

A humanidade progride. Hoje somente queimam meus livros; séculos atrás teriam queimado a mim.

(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?

‎Nove décimos de mim já morreram, mas eu guardo o décimo restante como uma arma.

Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei, porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

Se acreditas em mim, não temas. E mesmo que morras agora, ainda hoje estarás comigo no paraíso.

Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.

Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.

Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade.

Vem depressa pra mim que eu não sei esperar, já fizemos promessas demais...

Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não posso sair a procurar.

Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo...

Não gosto nada de saber o que dizem de mim nas minhas costas. Faz com que eu fique convencido demais.

Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.

Não vivo em mim; torno-me parte daquilo que me rodeia. As montanhas ferem-me a sensibilidade, ao passo que a bulha das cidades humanas só me tortura.

Numa experiência pela qual peço perdão a mim mesma, eu estava saindo do meu mundo e entrando no mundo.