Versos Sobre as Árvores
Chuvas de Dezembro
Céu de chumbo,
árvore encolhida,
chuva caindo,
janelas abertas,
o tempo passando;
Vida sem cor,
sonhos recolhidos,
esperanças tombadas...
Olhando sem ver,
caminhando sem sentido...
E as chuvas caindo...
Sou como as árvores que esperam por um ano pela companhia das flores. Elas sempre esperam. Sabem que por mais longo seja o tempo, as flores voltarão a colorir tudo que por muito tempo fora cinza.
E essa doce primavera que insiste em partir e deixar secar toda seu esforço em tornar belo o que nos cerca.
"Plantei algumas árvores.
Fiz uma filha.
Escrevi o livro, e agora?
Agora, a vida me presenteia
com novos sonhos e projetos."
JOÃO DE BARRO
O pássaro pousou na árvore, observou atentamente o local e levantou voo. Depois, retornou várias vezes.
Voava longe.
Voltava rápido.
Trazia barro.
Punha no galho.
Utilizava o bico.
Moldava a argila.
Levantava paredes.
Após algum tempo, engenhosa casinha surgiu na árvore. O pássaro não amassou o barro, que já existia em local próprio, mas trabalhou intensamente para construir seu teto.
Não é diferente nossa situação.
Deus nos favorece na vida com a inteligência e os recursos da Natureza, mas à semelhança do joão-de-barro, espera que trabalhemos.
❝ Assim você me perde e eu perco você…
Como um barco perde o rumo,
Como uma arvore no outono, perde a cor.
Quando você se foi, o dia ficou tão triste
Arvores secaram, e o céu mudou de cor
Depois que você se foi, vida quase não existe
As nuvens choraram, pela falta do nosso amor
Quando você se foi, a vida parou no tempo
Tudo aquilo que um dia acreditei, deixou de fazer sentido
Meu sorriso se foi com o vento
E a solidão, meu mais novo amigo
Por trás das arvores
Depois dos montes
A lua se esconde
Atrás de casa
Na minha frente
Eu vejo de longe
Em alguma esquina
Na mesma praça
De sempre
Vai passar as estações
as folhas das arvores vão cair
mas meu amor por você
eu nunca vou deixar partir
Hoje
Desperto-me
como uma árvore seca,
cujo o limo do barro
- meu sangue –
torna-se sujeira
que as chuvas de janeiro
hão de lavar.
É o tempo dentro de mim
matando-me,
como fizeras tu
quando partistes
sem me avisar.
Ao tempo,
ao próprio, recorro
- socorro -
dê-me mais um tempo,
por quê?
...Não sei!
sofrer...Talvez.
Confraternização
Árvore pronta e cheia de bolinhas
Crianças maravilhadas
Aguardando com as cestinhas
Esperam os seus presentes
Enquanto quebram os seus coquinhos
Seus pais não estão ausentes
Todos lindos nos seus ninhos.
É natal, momento de confraternização
Famílias inteiras reunidas
Brincando de amigos ocultos no salão
Noite bela e de grande festa
Momento de amor e reconciliação
As tristezas ficaram no passado
Tornaram-se meras reflexões.
Ninguém no mundo deve esquecer
A razão de toda essa comunhão
Jesus Cristo nasceu neste dia pra valer
Depois transformou-se objeto da salvação.
O orgulho neste espaço não pode se estabelecer
Jesus sempre foi humilde de coração
E ensinou a todos nós como viver.
A árvore:-
Semente inocente e pequenina quando germinada se transforma em uma árvore linda e gigantesca, dividindo tua beleza entre galhos folhas e frutos...enfim, me peguei imaginando na linda trajetória da árvore após me sentar em um confortável banco de igreja, matéria prima decorrente do final de uma vida, de flores e frutos...é triste observar no outro lado da extremidade do mesmo acento uma pessoa que nem se quer te diga Bom dia
Os galhos de uma árvore representam os braços que te oferecem a beleza de uma flor, o sabor de um fruto, a sombra acolhedora nos dias ensolarados e a cobertura nos dias chuvosos.
Não separe esse braço de seu corpo com uma serra, porque assim, poderá vir dele a muleta que usará no dia seguinte.
Entregue-se a carne
vivencie os pecados de fora;
Pendure seus olhos em uma árvore
longe das mentiras do mundo,
deixe pra trás os sobrenomes...
Prove do vinho ao veneno,
esperimente, saborei todos;
Dos armargos aos doces
da nostálgia à utopia.
Da sanidade até as coisas mais loucas;
Das cáricias aos puxões de cabelo.
Mergulhe no inferno,
renegue o paraiso.
Dance sem medo a beira do abismo
Ave ufana de Pátrias
Araponga sem-vergonha,
fica nas restantes árvores escondida
gritando aos setes ventos
uma rima forte e partida.
Araponga brincalhona
na janela do ferreiro.
Cata verme e compete,
canta por doçura e brinquedo.
Se o martelo bate no ferro
sua mãe é esverdeada
o pai branco como geada
tu só poderia ter nascido,
no litoral das terras salgadas.
Se agora eu apanho
na Mata Atlântica,
ou no interior do continente
o fruto no chão,
todo sangrado e ferido,
entendo um bocado,
a falta de comida
e sua perseguição.
Araponga voe livre
para longe inclusive
de toda à prisão.
Sua liberdade imponha,
é seu direito em ser viva
e tocar às pessoas
com seu murmurejar marcante.
Araponga inesquecível,
sem-vergonha.
