Versos do Cotidiano
Porque alí, dentro do coração dela mora o amor dele, no dele, mora o dela. Todos os dias eles se encontram e botam seus corações pra namorar.
Não tenho afirmativas, descartei negativas, mas cismo com exclamações que, muitas vezes, me rendem interrogações, reticências de esperanças e pontos finais que doem décadas. Vivo assim: gramaticalmente eu, dentro de concordâncias absurdas e impostas pelos meus próprios limites.
Se a sua relação amorosa, cair numa rotina, não tenha isso como algo ruim e sim, algo maravilhoso. Essa é a maior prova que você faz parte verdadeiramente da vida de seu companheiro ou companheira. Um está fazendo parte do cotidiano do outro. Pois, a vida é uma rotina.
Às vezes não precisamos saber todas as coisas, ou entender todas as pessoas do mundo. Afinal o mundo não vem com manual de instruções, e nós temos que nos adaptar a todas as metamorfoses que estão acontecendo ao nosso redor.
Olho para as unhas grandes e pretas, dos pés, das mãos, jus ao corpo encardido, difícil acreditar em ser eu. Escurece, mas o tempo parece não existir. Perco-me nos cômodos, nas linhas do piso, no canto do sofá. Arrumo a casa para ela se desarrumar sozinha, pinto as paredes de laranja para vê-las desbotarem. No jornal ainda leio palavras cínicas, opiniões audíveis. Tenho sonho escorrido, tenho pouco desmotivo. Não me sinto louco, e se eu fosse um quem dera. Sala acolchoada, remédios e isolamento. Porém agora não é onde quero estar, pois estou na janela, o céu escurece, e encontro nesse ponto de vista a existência mais linda da vida, enquanto observo distante, você.
Coisas que a gente não vê todo dia: mulher de cabelo azul, tatuagem de girafa colorida e allstar limpo.
O Evangelho não pode ficar estático. Ele tem os pés empoeirados por andar entre a comunidade, no cotidiano, lá onde a vida acontece e o Amor de Deus realmente precisa estar.
Ao tentar igualar-se o homem perde-se em suas ideias, pois viver é uma ousadia cotidiana... uma vez que o eterno deixa suas marcas
Entrei numa floricultura e vi muitas folhas caídas, hastes mutiladas, pétalas descartadas, tesouras e alicates por todo o lado. Na verdade, aquele lugar era um açougue de rosas.
Tudo tem sido tão complicado, tão difícil que as pessoas não pensam mais em suicídio, pois não há quase nada o que matar.
A concepção da imagem do Cristo, não salva, não liberta e não transforma. O Cristo é para ser experimentado no cotidiano, entre o nascer e pôr do sol, entre uma respiração e outra, entre um oi e um tchau, entre o início e o fim da jornada de trabalho
