Versos de Silêncio

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Dormir em silêncio e esparramada até meio dia é dez vezes melhor do que de conchinha com seres e suas idiossincrasias nasais.

Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.

E que o teu silêncio me fale cada vez mais alto

Sabe porque o silêncio machuca tanto? Pois ele esconde palavras que gostaríamos que fossem ditas.

Meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu.

Escuto o silêncio que há em mim e basta.

Benditas sejam todas as palavras ditas em silêncio. Porque não há força maior que a fé, nem voz mais alta que a oração.

Ame como a chuva fina. Esta cai em silêncio, quase sem fazer notar, mas é capaz de transbordar rios.

Meu silêncio grita, meu olhar entrega, mas ninguém percebe.

Nunca confunda meu silêncio com ignorância, minha calma com aceitação, minha bondade com fraqueza ou minha sinceridade com arrogância.

Pra parte surda do coração ouvir, faça silêncio.

Não há silêncio que não termine.

Pablo Neruda

Nota: Trecho do poema "Para todos"

A verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras. Prestar atenção ao que não foi dito, ler as entrelinhas. A atenção flutua, toca as palavras sem ser por elas enfeitiçada. Cuidado com a sedução da clareza! Cuidado com o engano do óbvio!

O silêncio é a única reposta que deves dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites.

O silêncio enlouquece.

Martha Medeiros
Tudo que eu queria te dizer

Ignore, não ligue, não responda. O silêncio destrói qualquer um.

O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater.

Porque o silêncio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo!

Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo que uma palavra errada!

Estou muito próxima, de um modo geral. É bom e não é bom. É que sinto falta de um silêncio. Eu era silenciosa. E agora me comunico, mesmo sem falar. Mas falta uma coisa. Eu vou tê-la. É uma espécie de liberdade, sem pedir licença a ninguém.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Bolinhas.

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