Versos de Silêncio
Sem saber o porquê
de tanto silêncio,
Sem saber ao certo
na vida quem é você
tem me colocado
prisioneira sem fim,
e temo perder
o melhor de mim,
Falando com as paredes
invisíveis e com
o meu tumulto interior,
Apenas concluo
que falo e só eu escuto
sangrando neste jogo
possível de sedução
e estranho oculto.
No silêncio noturno
ilhéu da Ilha do Quiriri
Um olhar profundo
como um banho de estelar
Dos pés a cabeça
a amorosa emergência
A fortuna poética
que não dá para disfarçar
Navegando neste estuário
tenho consagrado
a rota do atemporal rimário
Daquilo que ninguém conta
sobre a Baía do Babitonga
reafirmo o pacto com o tempo.
Na sua pele doce
como Cupuaçu colher
Versos Intimistas
para juntos escrever
em silêncio poesias,
e só de muito amor viver.
Grito de Liberdade
Quantas vezes...
busquei no silencio da noite
uma saída...
murmurei para as estrelas
questionei com meu Deus
chorei com a lua
andei até meus pés doerem
pensei até minha cabeça latejar
quantas e quantas vezes...
gritei silenciosamente
só para mim mesma ouvir
esperando algo acontecer
com o rosto escondido
entre as mãos
rezei...a todos os santos
me joelhei e implorei...
muitas e muitas vezes
e não me achei
e nem saída encontrei...
Silêncio não por ignorância,
mas por sabedoria...
cada pausa minha é um pensamento de quem enxerga tudo
e escolheu não se revelar.
Metade que Respira em Silêncio"
Eu sinto um nome que nunca ouvi,
um toque que nunca me alcançou,
mas que arrepia a alma...
como vento que dança antes da chuva.
Não é ausência, é espera...
Não é saudade, é presságio...
Há um coração batendo ao avesso do meu,
na mesma frequência de um sonho que insiste.
Sei que existes, embora a pele ainda negue.
Teus passos erram rotas que o destino disfarça...
mas tua procura é uma prece que escuto
nas entrelinhas do silêncio do mundo.
És verso que me falta no poema...
sombra que se encaixa na luz do meu riso...
eco do que sou quando fecho os olhos
e confio que o amor tem memória.
Um dia, teu olhar vai tropeçar no meu,
não como acaso, mas como retorno.
E saberemos, sem perguntar,
que enfim, encontramos o caminho de casa.
Há solidões que nenhum bom dia virtual consola...
Carinho que chega só por tela é silêncio disfarçado de mensagem.
Reserve-se ao silêncio e encontre um lugar tranquilo para estar em comunhão com Deus. Lembre-se de que em seu coração habita Aquele que o mundo jamais poderá tirar de você.
Entrega-te inteiramente a Mim, afastando todas as preocupações, para que não vivas mais para ti mesmo, mas para Mim. Permita que Eu seja o centro da sua vida, guiando cada passo e renovando o seu propósito.
*"Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podeis dar fruto, se não permanecerdes em mim."* (João 15:4)
O Silêncio Que Te Espia
William Contraponto
Te escondes no ruído e na agonia,
temendo o vulto da própria verdade.
Chamas de vida a farsa que te guia,
mas vives sob o fio da tempestade.
Teus gestos são ensaio e encenação,
reflexos de um deserto mal coberto.
Teu riso é disfarce da contramão,
pois nunca estiveste assim tão perto.
O quarto te devolve o que calaste:
um murmúrio sem rosto, frio, inteiro.
No fundo do silêncio que evitaste,
te espreita um ser sem nome e verdadeiro.
Não foges só do mundo lá de fora,
mas da presença crua que te habita.
O barulho é o refúgio de quem chora
sem ter coragem de escutar a dita.
Quatro da manhã no UR Cinco Barro, apenas silêncio,
Carregado de sonhos e cansaços.
Como navios negreiros modernos,
Transportam histórias, vidas e infernos.
Nos assentos, rostos marcados,
Pelo peso da vida e seis dias contados.
Tudo isso pra quê? Moradia e comida?
Libertos, mas vítimas, ilusões de mudança,
Presos em migalhas, sem esperança
Ressonância Noturna
Em meu lar, ressoa a voz, Do vizinho que não guarda o tempo. No silêncio, ecoam palavras, Que invadem, perturbam o momento.
Alugado o espaço onde vive, Enquanto o meu é minha morada. São pequenos e próximos lares, Mas a paz, por ele, é roubada.
O síndico espera por vozes, De outros que se sintam oprimidos. Mas os corajosos se foram, E o silêncio dos justos, vencidos.
Há noites em que o descanso reina, E noites que em vigília me encontro. O relógio, sem leis ou limites, Transforma em tormento o meu sono.
Buscar consolo na casa materna, Um lar que já não me pertence, Bagunçaria minha rotina, Em uma fuga que não convence.
É aqui que vivo, é aqui que insisto, Na luta por um pouco de paz. Pois cada eco, cada grito, É um apelo que não se desfaz.
Ecos da Alma
No silêncio profundo da existência, A alma brilha em pura ressonância, Liberdade dança em suaves fragrâncias, Paz interior, uma eterna constância.
Nos jardins secretos do ser, Onde a luz do espírito floresce, Gentileza se espalha ao amanhecer, A alma, em seu esplendor, agradece.
A felicidade verdadeira é sutil, Não grita, mas sussurra ao coração, Nos gestos simples, no amor gentil, Na beleza da pura contemplação.
Caminha a alma, livre, leve, Entre o céu azul e a terra calma, Em cada passo, um sonho se atreve, A manifestar a graça que acalma.
Solitude Serenata
Entende o segredo dos solitários, Quem no silêncio encontra a paz, A alma dança ao som do vácuo, A luz que ninguém mais traz.
Não teme o peso do abandono, Nem se curva à solidão. O que busca o próprio sono, Encontra abrigo em seu coração.
A companhia é ofertada, Não mendigada, não em vão, Pois em si, a mente é fortificada, Fortaleza na imensidão.
Se entende a solitude serena, Encontra vida em seu universo, A existência se torna plena, Na calma de um verso.
O Ser Divino que Mora em Mim
No silêncio da alma, um eco desperta, um sussurro que dança entre sonho e vento. Não é palavra, nem verso, nem canto, mas pulsa vivo, ardente, sedento.
Ecoa suave no peito trêmulo, como rio que abraça sua própria nascente. Não há templo, altar, ou promessa, apenas o instante, puro, presente.
Choro e riso são sua canção, a voz que vibra no coração. No amor, na dor, na brisa esquecida, Deus se revela na própria vida.
Quem ouve, sente; quem sente, vê: Deus não se esconde, Ele também mora em você.
O inverno do mundo e a primavera da alma
Enquanto o inverno veste o mundo de silêncio e frio, a alma escolhe seu próprio caminho. Nem todas as estações seguem o calendário da natureza, pois dentro de nós, o florescer é eterno.
Lá fora, a neve cobre o chão, gelando passos, silenciando vozes, mas aqui dentro, um jardim desperta, tecendo cores em meio à escuridão.
Quando nos libertamos das amarras da matéria e tocamos a essência mais pura do nosso ser, uma primavera eclode, delicada e infinita, nutrida pela luz da consciência que nunca se apaga.
A primavera não espera calendários, nem pede permissão ao tempo cruel, nasce onde há esperança guardada, sob o véu do inverno, floresce fiel.
O inverno se instala, mas o que sussurra o coração sobre suas próprias estações?
Mantra para sintonizar com uma frequência espiritual elevada.
Eu sou luz que nasce do Silêncio.
Eu sou paz que respira com a Terra.
Eu sou amor que flui do Eterno.
Na Presença Divina, eu sou Um.
