Versos de Saudade
Já pensou tanto em alguém, que os encontros se tornam apenas uma continuação da conversa?
As lembranças preenchem os contornos, tomam vida, marcam presença, prosas mentais diversas.
Usam as expectativas e receios como cordas vocais e simulam todo tipo de interação.
Parece um sonho lúcido, uma alucinação leve e continua ou um love platô, remédio diário conhecido para a boa imaginação, daqueles que se toma com café preto.
Quando se encontram de fato, como um adolescente na primeira vez, queimam várias etapas e o diálogo, afinal, você já estava o dia todo em mim, como não sabe sobre isso ou aquilo, ou 'aquiloutro'?
Sente preguiça por repetir, até porque, não importa o assunto que trás e sim contemplar o que vê, desfrutar o que vem.
Para se encher novamente, e dar novos contornos...
Por favor, sente-se. Café?
Espero que, na solidão do teu novo amanhecer,
O meu nome, como um espinho, te machuque,
E que a saudade, como um fantasma, te persiga,
Até que a dor te faça lembrar do que me fez sofrer.
Simplesmente...
Eu só queria adormecer em seus braços.
Silenciar minha mente num abraço.
Simplesmente meus olhos.
Brilhando delicadamente em teus olhos.
Acordando meu desejo com seus beijos.
Mudando os ânimos e desânimos.
Até que o equilíbrio fique perfeito...
Já Não existe mais cor debaixo da tempestade
E diante da chuva que cai, esconde a dor que escorre salgada pelo rosto, e a esperança que não nos faz desistir, eh a esperança de um arco íris pela manhã...
DIVAGAÇÕES
Dentro da noite,
aparentemente calma,
a inquietude ronda a alma.
Pensamentos, lembranças.
Ausências, vazios.
A porta da saudade escancarada.
O aroma da flor da "dama da noite"
acionando o gatilho da memória.
Retorno à fazenda da infância.
Devaneios de uma noite de primavera.
A imaginação rompendo as fronteiras.
O pensamento vagando pelo passado.
Tempo, dimensão,
pragmatismo, divagações.
A urgência da vida,
dos dias, dos meses,
entre chegadas e despedidas,
impondo o seu preço.
No silêncio,
resta a certeza de que nada foi em vão.
O atraso, o sonho desfeito.
O silêncio, o inesperado, a reflexão.
Valéria R. F. Leão
Paixão
É só sentimento, ardente, latente,
De quem sentiu ou sente,
Por vezes escurece a mente,
Cresce repentinamente,
Ocorre repetidamente,
Ou unicamente,
Mas tenha em mente,
Ela requerer cuidado e atenção,
Senão desaparece de repente.
Euseu
Que dia é hoje mesmo?
Domingo da despedida, coração entristecido,
Eucê está longe ainda...
Segunda da solitude, coração aflito,
Eucê está triste,
Terça de trabalho, trabalho,
Quarta de mais trabalho, da expetativa,
Eucê logo vem,
Quinta da preparação, arrumação,
Eucê está perto, já posso sentir
Enfim, é sexta, é o dia,
de ser só euseu e você minhasua,
Só céu e lua.
Hoje em questão de segundos as lágrimas começaram a descer.
Tentei mas não conseguir esconder.
A tamanha saudade que estou de você.
Com lágrimas no rosto comecei a escrever.
O poema mas lindo de se ver.
Da pequena flor.
Com seu beija-flor.
Com versos puros cheios de amor.
Deixando sem palavras o seu pensador...
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
Meu maior luto é por esta fase: pueril. Dói perder. Casa, lar e infância; para mim, sinônimos. Dói crescer. Saudade.
Hoje, adulta, mas, todos os dias, uma eterna criança (cada vez mais fragmentada).
Lucas, vinte e dois anos, Helena, vinte o são,
Como pai, meu amor é incondicional, sem não.
Lembro dos lugares que chamamos de lar,
De Cachoeira na Bahia a Belo Horizonte a brilhar.
Sei das lutas e dos sacrifícios que enfrentaram,
O quanto de sonhos e desejos renunciaram.
Lamento pelos momentos de peso que causei,
Pelas tempestades que em suas vidas deixei.
Conviver comigo, não foi tarefa fácil, eu sei,
Impulsivo e estourado, erros cometi, chorei.
Busquei dar o meu melhor, com força e devoção,
Hoje sinto falta, em meu coração, de sua conexão.
Orgulho sinto pelo que vocês se tornaram,
Lucas e Helena, a quem tanto amo e admiro, aclamam.
A mesma quantidade que uma pessoa consegue trazer felicidade é a mesma que causa dor na hora da perca.
Só percebemos o quão importante alguém é quando perdemos e as coisas cotidianas só permanecem no baú das memórias, o qual em muitos casos ficará fechado para sempre.
Às vezes tudo fica tão confuso
Revirado, fora de lugar
Como se agora vivesse noutro mundo
Difícil assimilar
Nesse universo louco há mais submarinos no céu
Do que aviões no mar.
Hoje é seu aniversário.
Como não lembrar de você?
Não há um dia, sequer, que eu não me lembre do seu rosto.
Como é possível haver essa ligação tão forte, se sequer nos falamos?
Sempre desejo o seu bem.
Lembro dos momentos em que sonhávamos um com o outro e me pego pensando em como seria se hoje estivéssemos juntos.
Ah, quanta coisa teríamos passado!
Mas ainda há esperança.
Nessa vida, acredito que nao teremos essa chance mas em outra, hei de te encontrar.
Meus votos para seu dia são simples: que você se ame e conheça seu valor. Que valorize os bons momentos em que você realmente viveu e que nunca magoe quem está ao seu lado, mesmo sendo infeliz.
Que essas felicitações se perdurem para toda a eternidade, pois um dia, estaremos juntos com nossas espadas de Selenitas, transmitindo o AMOR.
Após longos anos de ausência, perguntei ao meu velho avô:
- O que aconteceu por aqui? Por que nossos campos já não são mais belos?
Com a mesma simplicidade de sempre, ele respondeu-me, sem demonstrar qualquer espanto:
- Não houve nada, meu filho. Foi você que cresceu tanto, que já nem consegue mais ver as coisas que antes sentia.
Serenata
Horas altas da madrugada, a lua lá fora
Vertendo nostalgia, sussurrando agonia
Na imensidão do azul do céu, vem o dia
Que entre o silêncio, o rumor, faz a hora
Sinto a solidão que de cadência fantasia
Uma harmonia de recordação de outrora
Tal suspiros de violão que d’alma implora
E, que no amanhecer é prostrada poesia
Esta melodia, inquieta, enfada, peregrina
Cheia de sentimento e sensação em ruína
Aperta, invoca e, sufoca toda a suavidade
Então, passa a gemer o sossego, tão aflito
No espírito da noite, num cortante grito...
Numa serenata triste... chora a saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/10/2023, 04”48” – Araguari, MG
Ela é vilã.
Ela é má.
Ela levou-me até a culpa.
Levou-me também a chance de me desculpar.
Levou com ela o meu perdão e também levou a chance d’eu a perdoar.
Cada face que olho, a cada toque em minha tez, a cada beijo recebido, ela está lá.
Mesmo que ela me deixasse a culpa, eu não saberia a quem culpar.
Ela é vilã.
Ela é má.
Pois ela se foi, mesmo sabendo que é meu Sol, minha luz, meu ar.
Hoje, a loucura tomou conta do meu eu, pois sou grato a essa dor, por fazer-me dela lembrar.
Embebido em devaneios, aquele abraço deu espaço à solidão, e é nela que hoje faço o meu lar.
Pecador que sou, tomei a liberdade de mais um dos capitais criar.
O oitavo e pior dos pecados do homem é amar.
E por pecar demais, do purgatório da sua ausência, não poderei escapar.
Na história que fantasio entre nós dois, estou sempre perdendo, mas não canso de lutar.
E nessas mesmas histórias, ela é a vilã.
Ela é má…
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