Versos de Rosa
Por favor, não me venha com suas censuras. Não nasci perfeitinha e nem é rosa o meu batom. Sou de cores fortes, de temperaturas quentes, de olhar indiscreto e de desejos ardentes ... Na minha boca trago beijos que ainda não roubei e segredos que jamais confessei. Não sou santa, nem sou bruxa! Apenas uma doce e estranha criatura. Se eu sou uma menina má? Creio que não... Por sorte ou por descuido, Deus me deu um coração!
Ele não me cobre de pétalas de rosa e me leva para Paris nos finais de semana, mas quando corto meu cabelo, ele percebe. Quando me visto para sair à noite, ele me elogia. Quando choro, ele enxuga minhas lágrimas. Quando me sinto sozinha, ele me faz sentir amada. E qem precisa de Paris, quando pode conseguir um abraço?
O Machado era de Assis, a Rosa do Guimarães, a Bandeira do Manuel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era Amado.
Tudo o que acontece é tão normal e já esperado como a rosa na primavera ou o fruto no verão; isto é verdade para a doença, para a morte, para a calúnia, para a intriga e para todas as outras coisas que deliciam ou incomodam os tolos.
E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que “o que tem de ser, tem muita força”. A gente não tem é que se assustar com as distâncias e os afastamentos que pintam.
Amar platonicamente é como amar uma rosa. Você pode cuidar, admirar, apreciar, mas ela nunca, jamais te amará de volta. Não há exagero na comparação, pois se há mais chance de reciprocidade do que no amor a um objeto inanimado, não deverá ser chamado de Platônico.
Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é úninca no mundo.
DESABAFO
Sentimentos mornos,
alma gelada.
Brisa lavando, no rosto,
o passado quase apagado.
Distâncias internas
sem rumo, sem pernas.
Pele sem perfume,
poros sem arrepios.
Choro sem vela.
Vazio profundo.
De sobra, apenas o olhar
em busca de conexão com o mundo
Para os almanaques
No meu relógio, de uma para outra hora,
quando o ponteiro menor sai a levar lembranças ,
passa-lhe a frente o grande, transportando intrigas
Apanha os botões de rosa enquanto podes
O tempo voa
E esta flor que hoje sorri
Amanhã poderá estar moribunda.
A menina de vestido rosa
Joga bolas verdes
Nos gatos pretos
Na rua cinza
E um dia de céu azul
E nuvens brancas
E sol amarelo
Tímida como menina
Delicada como rosa
Feminina como mulher. Ardente, mas objetiva
Direta, mas doce
Apaixonada, mas dona de si
Romântica, mas não encantada
Dá gargalhada quando não pode.
É carente e sensível
Mas não finge o que não sente.
É, enfim, uma linda menina mulher...
OFEREÇO UMA ROSA
A quem me deu perfume,
A quem me deu sentido,
A quem só me fez bem,
Ofereço uma rosa,
Aqueles que sorriram comigo,
Aqueles que comigo partilharam lágrimas
Aqueles que souberam da minha existência
Ofereço uma rosa
Aos nobres do sentir
Aos ricos do viver
Aos imperadores do amor.
Ofereço uma simples rosa
Aqueles que simplesmente foram amigos
Que ternamente fizeram do silêncio sair sons,
Que cantaram comigo,
Que me olharam, e, me sentiram
Ofereço a minha rosa,
Àqueles realmente interessantes!
( Autor desconhecido)
A Rosa da Imortalidade
Há muitos e muitos anos, em um lugar longínquo e triste, havia uma montanha enorme de pedras negras e ásperas. Ao cair da tarde, floria, todas as noites, uma rosa que conferia imortalidade. Mas ninguém ousava se aproximar dela, pois seus muitos espinhos eram venenosos. Entre os homens falava-se mais sobre o medo da morte e da dor e nunca sobre a promessa de imortalidade. E, todas as tardes, a rosa murchava incapaz de conceder sua dádiva a ninguém, esquecida e perdida no topo da montanha fria e escura, sozinha até o fim dos tempos.
No teu perfume reside a essência mais linda...
No teu sorriso reside a rosa mais bela...
Flor do campo...
Flor da minha vida...
