Versos de Porquê
Se a morte deve levar-me, então que seja com toda força, numa curva, porque vejo me mal acabar a minha vida numa cadeira de rodas.
Não vou sujar as minhas mãos tentando tirar sua máscara porque minha única certeza é: máscaras sempre caem sem a ajuda de ninguém.
Seria sem sentido chorar, então chorei enquanto a chuva caía porque estava tão sozinho que o melhor a ser feito era qualquer coisa sem sentido.
Entretanto, as chamas abrandaram-se, seja porque a provisão se esgotasse, seja porque a acumulação fosse muita. Extinguiu-se o amor, pouco a pouco, pela ausência; à saudade sucedeu o hábito; e aquele clarão de incêndio que lhe ruborizava o céu desmaiado se descobriu de mais sombra e desapareceu gradativamente.
Descobri que a leitura é uma espécie de sonho escravizador, se devo sonhar porque não sonhar os meus próprios sonhos.
Você não precisa se achar feia porque te disseram isso. A beleza não vem do que os outros pensam e sim do que existe dentro de você.
Nós lutamos contra o apartheid porque estávamos sendo acusados de algo que não podíamos fazer nada sobre. É o mesmo com a homossexualidade. A orientação é dada, não é uma questão de escolha. Seria louco alguém escolher ser gay com a homofobia que temos hoje.
Patriotismo é sua convicção de que este país é superior a todos os outros países, porque você nasceu nele.
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates... Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra. (...)
Amor (...) é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor verdadeiro, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões.
Porque sendo Curió um incurável romântico, noivava frequentemente, vítima de paixões fulminantes. Cada noivado era devidamente comemorado, com alegria ao iniciar-se, com tristeza e filosofia ao encerrar-se.
