Versos de Mim Mesmo

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Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.

Machado de Assis
O alienista (1882).

Contradigo a mim mesmo porque sou vasto.

Eu sofro de mimfobia, eu tenho medo de mim mesmo e me enfrento todo dia.

Se tiver que ser fiel a alguém ou a alguma coisa, em primeiro lugar tenho que ser fiel a mim mesmo. Se busco o amor verdadeiro antes preciso ficar cansada dos amores medíocres que encontrei. A pouca experiência de vida que tenho me ensinou que ninguém é dono de nada, tudo é uma ilusão. Quem já perdeu alguma coisa que tinha como garantida, termina por aprender que nada lhe pertence. E se nada me pertence tampouco preciso gastar o meu tempo cuidando das coisas que não são minhas... Melhor viver como se hoje fosse o primeiro ou o último dia da minha vida.

Cem vezes todos os dias lembro a mim mesmo que minha vida interior e exterior, depende dos trabalhos de outros homens, vivos ou mortos, e que devo esforçar-me a fim de devolver na mesma medida que recebi.

Que eu consiga ser quem eu sou e bata palmas no final! Mesmo que eu escorregue em mim e puxe a cortina antes do espetáculo acabar. Quem vai dizer que não era essa a melhor parte do show?

Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas.

Acreditaste em mim mais do que eu mesmo, e agora a minha vitória eu dedico a você.

Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara.

Eduardo Galeano
O Livro dos Abraços

Só me interessam os passos que tive de dar na vida para chegar a mim mesmo.

Quando não estás aqui, sinto falta de mim mesmo, e sinto falta do teu corpo junto ao meu...Meu coração é tão tosco e tão pobre, não sabe ainda os caminhos do mundo. Quando não estás aqui, tenho medo de mim mesmo.

(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?

Jack Kerouac
KEROUAC, J. On The Road: Pé na Estrada. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988

Se acreditas em mim, não temas. E mesmo que morras agora, ainda hoje estarás comigo no paraíso.

Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.

O hábito de me recolher a mim mesmo acabou por me tornar imune aos males que me acossam, e quase me fez perder a memória deles. Desse modo, aprendi com base na minha própria experiência que não está no poder de outrem fazer com que uma pessoa se sinta miserável quando apenas a própria pode se dar esse luxo.

Ando no traçado do tempo a procura de mim mesmo até hoje não sei quem sou, mas sou um caminhante e não um conformista.

Alguma coisa em mim não consegue desistir de você. Mesmo depois de todos os fracassos. E tento, tento.

Celebro a mim mesmo e canto a mim mesmo.

Eu quero viver tudo agora, mesmo sendo ruim. Por mim, o mundo que se f***.

(...) onde eu pudesse experimentar por mim mesmo as minhas asas para descobrir, enfim, se elas são realmente fortes como imagino. E se não forem, mesmo que quebrassem ao primeiro voo, mesmo que após um certo tempo eu voltasse derrotado, ferido, humilhado - mesmo assim restaria o consolo de ter descoberto que valho o que sou.