Versos de Amor para quem Mora longe
Réquiem 6
O que são os sentimentos
Se não um punhado de vontades
Sem qualquer sentido
Em si reprimido
Às vezes até coagido
Por dizeres alheios
Em rumos certeiros
Sem qualquer pedido
Disparados como flechas
Acertando corações em cheio
Por entre mechas
De puro devaneio
Entrelaçados a mente
Do momento sorridente
Macabeu
Meu mundo escureceu
Quando das cinzas se emergiu
Aquele velho frio
No silencio que se rompeu
Quanto o céu cedeu
E o primeiro cavaleiro saiu
Minha raiva surgiu
E nos homens o medo cresceu
O segundo cavaleiro aluiu
O terceiro o seguiu
Por fim o quarto apareceu
E a fê dos homens se perdeu
E a esperança que se extinguiu
Sem saberem que o verdadeiro terror sou eu
Maldita Sorte
Eu que sou midas ao avesso
De poderes a contra gosto
Sendo rei imposto
Melancólico e obsesso
Em tudo que expresso
Tocando ou quero
Se comigo não sou sincero
Por ser Louco, confesso
Estar desesperado
E preso em solidão eterna
Ser ter o que me espera
Nem algo almejado
Estando sempre acordado
Com nenhuma felicidade a vera
Verde Mistério
Teus olhos insistem em me impressionar
Adoro velos mudar de cor
Conforme está o teu humor
Deixando sempre um mistério a solucionar
Adoro velos vagando ao procurar
Sentidos no amor
Que eles fazem com finco rigor
Olhos como ondas verdes do mar
Sempre dispostos a me animar
Belos e únicos como só eles podem ser
Olhos que estão a dizer
Palavras para me ter
E em um piscar
Meu coração devorar
TAL PROBLEMA (soneto)
Está paralela entre nós é tal problema
O silêncio do teu olhar é dor em mim
A falta do teu cheiro me tira do coxim
Sonhar-te solitário, não é esquema
Qualquer distância entre nós, é assim
Meu peito uiva em um estranho dilema
De ter-te numa canção ou num poema
Quando a saudade só escreve folhetim
Fico te esperando em um telefonema
E o minuto é mais que a hora, enfim,
Se mudas de quimera, vira pocema
Então venha para perto, saia do motim
Se tudo está incerto, o certo não é lema
E o nosso amor desconhece querer o fim
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
E se no meu dia
Eu fizesse nuvem
Se eu fizesse vento
Se eu fizesse chuva
Se eu fizesse frio
Se eu fizesse escuro
O mais belo pôr do sol
pós temporal
Seria você.
Hoje respeito o outro de modo a deixar ele/ela decidir qual caminho deseja realmente seguir sem que eu me intrometa em sua decisão.
Nós somos "complicados"...
Nosso modo de ser e agir afasta uns e aproxima outros...
Muitas vezes afasta o que precisamos ter perto e aproxima o que teríamos que manter afastado...
É uma luta interna infernal driblar o ego, carência e a falsa sensação de poder ou de achar saber de tudo, quando nada sabemos de fato...
Agradeço a Deus sempre por colocar em meu caminho pessoas difíceis...
Aprendi e aprendo com elas muitas coisas...
A boca, o cheiro, a química...
Naufragar em teus beijos é um prazer.
As peles marcadas pelo desejo...
Como explicar?
Algo que não se mensura ou ao
Menos se vê...
Paixão, amor, desejo...
Ahh...o amor...sentimento que arrebata!
Nada é tão poderoso quanto o amor!
Haja forças para este furacão...
Amar-te é tudo isso e muito mais!
Eu quero te ter no pôr-do-sol,
Sentir contigo o sol beijar levemente nossas bochechas
Quero brigar
Quero chorar
Quero sentir
Nada é perfeito
Mas isso não importa quando eu estou contigo
Nossas imperfeições
Defeitos de fábrica
Se misturam em um só
Quero que as voltas do teu corpo se encaixem nas minhas
A engrenagem do amor.
Quero te ter na lua cheia
Sentir a brisa da noite nos manter coladinhos
Quero abraçar
Quero beijar
Irei sentir
O momento perfeito
Pois o que importa é estar contigo
Nossos perfeitos detalhes
Que a vida infligiu
Se completam individualmente
Quero que teu sorriso complete o meu
Um quadro de um artista renomado.
Nada me feriu mais
em calor frio da minha pele
do que amar.
Dos amores que escolhi
Aos amores que tive
Para os amores que nunca apareceram
Entre os amores que nunca amei.
Nada me doeu mais
do que os sentimentos que matei, sufoquei
Me doei e arrisquei.
Sequestrei em tempos de escassez.
Engraçado,
Pois nunca ninguém amei.
Eu revi todas as nossas promessas e uma estrela do nosso futuro
Sua dor em um sorriso de máscara
Enxerguei seu vazio e me perdi no seu olha
Cores escuras estavam em você
A nossa loucura ser completando luz e trevas em um abraço
Sua dor estavam em minha e minha alegria em você
Estou aqui e vejo tudo tudo em você
Sei que sua empatia estava lhe dizendo adeus e junto eu inconscientemente estavamos com nossa risada de mentira
Incertezas
Reafirmas o jogo do malmequer.
Lanças as pétalas da paixão em uma estrada deserta,
deixas as sementes do sentir
em um terreno pedregoso,
causas um excesso de lagrimas
apodrecendo as raízes desse amor,
provocas ventania lançando as folhas do carinho.
Mesmo quando estás presente.
O silêncio invade como cupins
destruindo o caule da União.
Com o inseticida das incertezas,
que pairam sob teus passos,
a árvore do nosso amor irá fenecer.
Escombros
Nossos beijos coexistem das lembranças.
Amplitudes de carinhos cessaram.
Mágoas por palavras mal colocadas
ceifam a aproximação.
Lampejos de orgasmos surgem apagados.
As bases do amor ruem na indiferença.
Sentimentos bons desaparecem
como o sol no céu nublado.
Lanço minha revolta diante de ti em um sorriso pálido.
Entre nós escombros se formam
em cada pedra que a rotina nos atira.
Sem Reservas
Invadiu-me, profano,
com mãos inquietas e toques famintos.
Cobriu-me de um desejo insano
à mercê do teu domínio
minhas forças ruíram. Entreguei-me.
Minha pele vibrou no comando dos teus beijos.
O silêncio ensurdeceu com meus gemidos.
Rasgamos os lençóis do pudor
e nos fundimos sem reservas
abrindo portas pro nosso prazer.
Saudade
Chega fora de hora,
quando se diz pronta para ir embora,
o coração penhora,
fere como espora,
sentimento que ao se perder explora,
saí porta afora com desejos de outrora,
não ver o romper da aurora,
o florescer do meu sorriso pletora,
fenda de ferro e fogo que devora,
é essa saudade quando aflora.
Melancolia
Sombria melancolia que me
assola ao meio dia,
a meia-noite me desafia,
deixa a manhã fria,
à tarde me causa paralisia.
Via que me tira alegria,
quero dias e noites de sabedoria,
uma vida sadia sem terapia,
outra vez a primavera que minha
vida floria com eufonia,
o inverno que você aquecia,
o verão que amor entre nós havia.
