Versos de agradecimento
É Oito ou oitenta. Cala ou grita. Vai ou fica.
Sim ou não. Soma ou some. É tudo ou nada. Ou ama por inteiro ou não ama; Mas não me atrapalhe, não fique no meu caminho. Ou pega na minha mão e caminha comigo, ou solta e deixa eu ir sozinho...
SONHO
Sob o encanto mortiço do olho sem
pálpebras da sentinela desolada, vagos
e nefastos errantes sombrios entram em
sua nimbosa treva proibida.
Perturbados por sonhos hipocondríacos,
se encantam com a moribunda noite,
assim como o velho poeta e seus versos de outrora.
“És como o perpétuo surreal
Das cores que minhas lentes
Captando num segundo vital
Dão vida às vidas de minha mente.”
Poderia te olhar
pelo resto da vida.
Você é bebida
que eu amo tomar.
Você é tão linda
e tão atraente.
Que só de te olhar
já me sinto contente.
O teu sorriso
quando me alcança.
É o amor que me espeta
como uma lança.
Teu rosto tão lindo,
tua pele macia,
é coisa tão bela,
que há tempos não via.
Quando estou com você
me sinto feliz,
Você é gata
parece uma miss.
Aliás,
você já é uma miss!
Teus olhos brilham,
refletindo amor.
Eu quero você
mais que tudo no mundo.
Preciso te ver,
à cada segundo.
Em ti acarinharei mil beijos
maiores que o mundo.
Ah!
Quem me dera ter a sorte de te ter
Quem me dera ter a sorte de te escrever
E você ler
Quem me dera ter a sorte de me entrelaçar em seus braços
E ali permanecer
Quem me dera ter a sorte de ter o calor do seu olhar
Sobre mim
Quem me dera ter a sorte de ser a dona dos seus eu te amo’s
E do seu coração
Quem me dera ter a sorte de ser lembrada
Quando no radio tocar aquela velha canção
Ah!
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E sentir
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E ser tocado
Quem me dera ter a sorte de você ler isso
E saber que é amado
Por mim
Pra sempre
Ah!
Quem me dera.
Não é um sentimento fácil, caro amor
É árduo
É sofrido
É fogo que consome
Não é fácil te amar, caro amor
O meu coração fica em pedaços
E se reconstrói
Queima a alma
E me destrói
Não é fácil tentar não desatar o nó, caro amor
E quando já não aguento
Deixo que em cada palavra
Fique a marca de minhas lagrimas
Deixo que em cada palavra
Fique a minha dor
As noites em claro
O meu amor
Eu escrevo sobre o amor, ou o amor me escreve?
Eu escrevo sobre o amor quando digo que amar é um sentimento puro
E o amor me escreve quando eu amo outro alguém
Eu escrevo sobre o amor quando digo que posso senti-lo
E o amor me escreve quando eu escrevo sobre você
Quando escrevo sobre você eu tento
De todas as formas
Tocá-lo com palavras
Tento
De todas as formas
Aproximar-te desse sentimento
E quando o amor me escreve ele tenta
De todas as formas
Fazer com que eu toque você com palavras
Ele tenta
De todas as formas
Fazer com que eu aproxime você desse sentimento
O amor não só me escreve como nos escreve
Porque seja na paixão, daquelas que vem do fundo da alma
Paixão amor
Ou em um ato de solidariedade
O amor nos escreve
E quando ele nos escreve
Ele nos envolve
E então
Somos um só.
ESTOU GRÁVIDA
De livros abortados
De leituras interrompidas
De contos inacabados
De remédios ingeridos
De poemas iniciados
De amores mal resolvidos
De palavras mal pronunciadas
De versos não construídos
De rascunhos rasgados
De noites mal dormidas
De crônicas não anunciadas
De acrósticos obstruídos –
Sinto-me enjoada, pesada,
Preciso parir.
Você é linda como uma flor,
a flor mais bela do jardim,
e o som dos teus lábios
soam como um cantar dos pássaros.
"Parece-me ser hoje outro dia de solidão...
Então que venha, farei de ti minha companheira e juntas nos faremos companhia. Irei lhe mostrar musicas que amo, versos que me emocionam, pensamentos que me levam a refletir! Então, dançarás comigo em meio a versos que recitarei e depois ouvirá em silencio, como convém a solidão, o eco de meus pensamentos nas reflexões. Pois, a ti, só a ti hei de me mostrar, mas jurará segredo, não espalhará o que há dentro de mim. Psiu solidão, vem, me acompanha pela madrugada..." (Irene Aguiar)
O espelho
Um labirinto misterioso e profundo
Encara os olhos atentos do homem
Indagando sobre si e o mundo
A poeira pisada do dia de ontem
E os passos incertos do ser
Abrem as portas para ele viver
Viver em si, em sua própria imagem
Olhando o espelho, e vendo seus olhos
A face da alma, uma grande miragem
A cortina se abriu, e veio a atuação
Sorriu e chorou, colheu os espólios
Mas quando se fechou, viu a enganação
O homem se via um grande rei
Mas o abismo do espelho o despiu
E revelou o ser oco e vil.
Paciência
Tenha paciência, meu amigo
Cultive esse bem da alma
Mantenha sempre a calma
E estará em paz consigo
Receba o ar da montanha
E ouça a sua música
Ouça a estranha melodia
Os tambores da África
Pinte a sua noite de branco
E se cubra com o manto
Que cobre as estrelas
E descobre donzelas
Não libere o monstro em você
Navegue com o tempo
Faça-se sempre viver
Voe com o vento
Sua alma é como uma grade
Que prende duas aves
A cinza da noite e a azul da tarde
É apenas sua a chave
Se a ave cinza voar
Sua música vai se calar
Mas se a azul o fizer
Você terá o que quiser
Então, alimente o seu bem
Viva para ir além
Espante a ira e a tristeza
E faça do seu mundo só beleza.
Desejo ver a lua junto com você.
Desejo ver o pôr do sol contigo.
Desejo viajar com você;
Que nem nos "filmes".
Mas levando pra realidade é:
Ver o brilho no seu olhos.
Ver o seu sorriso todo dia.
E viajar no seu corpo...
Em meio a tudo o que eu passo,
à Deus eu peço um sinal...
Não sei se o que eu passo já é o tal sinal
ou se é o tempo fazendo o seu papel.
Espelho na parede
Aqui estamos nós de novo
Pelos meus altos e baixos
Você foi meu único amigo
Um Adeus à Mara
Trago comigo um sorriso
Que agora ensaio preciso
Num espelho estilhaçado
Que reflete um adereço
Onde não me reconheço
Já não vens abrir a porta
Pois que mais nada importa.
Restas tu inanimada
Quando antes lesta abrias
A porta às tardes macias
Fazíamos de minutos dias
De tudo o que dizia, rias
Com alegria aveludada
E com palavras e versos
Criávamos novos universos.
Me pergunto se ainda hà ouvidos
que ouvem
o poema que a chuva declama
e os meus olhos
com uma marejada de versos
me anaguam a alma
me enxaguam o rosto
derramando-me poesia...
O que a alma copia
não é cópia
é representar o sentimento
que já foi sentido
por uma pessoa aleatória
