Versos curtos de Saudade
Chorar alguém -
Quem morre ou vai embora
eis que nunca levará
a saudade de quem chora
e se arrasta em vão por cá.
A saudade é triste e sã
porque a morte é longa e fria
mas que loucura tão vã
chorar alguém dia-a-dia.
E já que a morte é nossa
e o silencio que ela traz
que a vida dê mais força
a quem fica só por cá.
Àquela quina -
Àquela quina da cidade
onde a mágoa se alevanta
moro eu, mora a saudade
e também Florbela Espanca.
É o nome da Praceta
ali de fronte à minha casa
que um dia foi eleita
pelo nome que hoje abraça.
E porque escuto a condenada
que tanto fala na Praceta?!
Tantos versos pela estrada.
Uma voz que não se deita.
A dor persiste, como um abismo de saudade.
Parece até maldade o teu silêncio.
A falta dos teus braços
me sufoca, a falta do teu corpo
me revolta.
O mundo é triste, o tempo insiste em me dizer
que é tudo em vão.
Que o amor ideal
não existe, o que resiste,
e não desiste é a solidão.
Tu sente saudade de mim
Eu sei que você sente saudade de mim
Só não tem coragem de admitir
Seu ego não vai permitir
a minha saudade
é uma eterna criança
que não se desfaz
a minha saudade
me renova a esperança
de encontrar a paz
a minha saudade
é de uma cidade
com gente feliz
a minha saudade
me mostra o caminho
que eu sempre quis
Outro amor -
Tu foste mentira
Não menos verdade
Mas não era de mim
Que tinhas saudade.
Tiveste saudade
d'Alguém que não eu
Por isso é verdade
Nosso amor morreu.
E morreu o que fomos
Diante do povo
Ser o que somos
É sermos de novo.
E o povo só viu
Que secou uma flor
P'la dor que sentiu
Nasceu outro amor ...
Hoje quando acordei me bateu uma saudade. Saudades da sua risada, e de como isso me fazia tão bem.
E esse eco que fica aqui é horrível.
Ê saudade
Saudade é teimosia
Saudade intimida
Saudade que assusta
Saudade briguenta
Saudade ciumenta
Saudade é saudosa
Saudade gostosa
Não importa o momento
Saudade é saudade
Que faz doer no peito
E maltrata o pensamento
Poesia de Islene Souza
Saudade Ferida
Quando a saudade me cutuca
com vara curta
machuca-me
fere-me
aí fico como uma fera
andando de um lado para outro
lambendo as feridas
rangendo os dentes
rosnando poesias.
Saudade de poesia
Quando a saudade me aperta o peito
Te procuro sempre do mesmo jeito:
Revisitando os lugares em que você ia,
Relendo os livros que você lia,
Contando as piadas que você ria,
Revendo uma pálida fotografia,
Lançando-me na nossa cama vazia,
Trocando a noite pelo dia,
Enfim, fazendo as mesmas coisas que você fazia,
escrevendo uma nova poesia.
Metade da minha vida é de saudade
Posto que muitas coisas boas eu fiz
É certo que muitas foram só vaidade
Não lembro ter feito ninguém infeliz.
Em dezembro, a saudade bate forte,
Nas lembranças, no peito, a suavidade,
No calor do inverno, o frio traz a sorte,
De relembrar amores, com intensidade
Saudade...
No meu último poema
você estava lá
Na minha última composição
você estava lá
No último verso, último texto
último choro e último aperto
E me pergunto, até quando vai estar?
Até quando vai ser saudade...
Mortifero
Nunca fui assassino, Mas compreenda o meu temor, Quero matar a saudade, Antes que eu morra de amor.
Enquanto houver saudade,
meu peito ficará apertado.
Não se pode querer estar perto,
quando se está tão longe.
Vem saudade me abraça
e preenche um pouco
do meu vazio.
Doi te ver e não te ter
A distância é o chicote do coração
Quanto mais eu sinto saudade
Mais bate em meu coração
Porque será que tem que ser assim?
Eu aqui longe de você
E você aí longe de mim?
Eu nunca senti isso antes
Pensamentos confusos
Noites sem dormir
Como posso eu amar?
Quem nunca esteve aqui.
E pensar que você nunca me mereceu
E que hoje meu amor não é mais teu
E que a saudade ficou pra trás
As lembranças de nós dois não existem mais
