Vento
Chuva caindo do céu para o mar.
Vento soprando a brisa ao mar
chuva molha e deixa desaguar todas as magoas que o dia a maltratar, limpa-me chuva e deixa molhar as impurezas da carne e tudo passara.
PREPARAÇÃO PARA A MORTE (BARTOLOMEU ASSIS SOUZA)
Faço enquanto vivo
Meu testamento
Que tudo fique ao vento...
Meu cadáver enrijecido
Ventre inchado de hematomas
Busca guarida
Em casa de paredes suaves
Faz então sepultura
E eu fui ao seu encontro, mas você se escondeu atrás de suas amigas negras e o cruzeiro nem deu um oi, só eu e meu amigo vento estávamos lá.
Tem dias em que sinto
Já acordo balançada
Lembranças apertam meu peito
A saudade me leva na estrada
Cheiro de terra molhada
Prosa na cozinha
Comida de fogão de lenha
Truco, quitanda e café na xicrinha.
É vento na gameleira
O gado que canta na madrugada
Barulho de rio
O gado na estrada
Cavalo trotando
Sobe poeira
Todo vento que sopra serve ao meu favor
Toda pedra que cruzo serve pra construir meu templo interior.
Sou navegante de meus sentimentos
Olhos atentos em busca do amor
Como tê-lo sem vê-lo, eis aí a minha dor
Me sinto só com teu perfume aos ventos
Hei de encontrar a minha prometida
Queira ela ter o mesmo sentimento
Palavras jogadas ao vento nesta solidão
Pois, ela é fruto da minha imaginação.
Deixei o vento sopra meu rosto,
e ele trouxe de longe algo de bom.
lembrança de coisa e gente,
que pra sempre fica na memória.
Vento, vento que vagueia por todos os lugares,
que leva e traz cheiro do bem.
me leva pra longe eu quero sonhar também.
Ar feminino do fogo
O ar feminino do fogo
Abranda-se em sua formosura
E com seu prazer sensitivo
Lambe a carne das coisas
Com veemência expõe-se
Lançando seu desapego
Interpretando sua composição
Faminto oscila, baila, flama.
Devorando-se como a um grito
Chega ao seu ápice, expurga e fim.
Apenas cinzas fitaram o vento
Apagadas e frias ressaltam...
O ar feminino do fogo jaz sem luz.
Enide Santos 16/06/15
Algemas de ouro nos prendem
nos fazem deixar de acreditar
que há coisas como o vento
que se sente mas que não se pode explicar.
Sol,lua,estrela,terra,vento e mar
Na beleza do sentimento
Firmando meu pensamento
É somente a Deus devo amar
É Ele quem devo amar
Dentro do meu coração
Na Sagrada concentração
Sentindo seu manifestar
Santo trabalho de iluminação
Desafiando a Ciência
Expandindo a consciência
Aumentando minha compaixão
É preciso dizer esta verdade
Ter mais empatia e solidariedade
Trabalhar com mais sinceridade
No Campo Sagrado da humildade
HAIKAI
Lancei a sorte
Na direção do vento
Colherei esperança?
Na direção do vento
Lancei a sorte
Colherei esperança?
“Vaidade das vaidades – diz o Eclesiastes –,
vaidade das vaidades, tudo é vaidade!”/
Que proveito tira o ser humano de todo o trabalho
com o qual se afadiga debaixo do sol?/
Uma geração passa, outra vem,
e a terra continua sempre a mesma./
O sol se levanta, o sol se põe
e se apressa para voltar a seu lugar, onde renasce./
O vento gira para o sul e dobra para o norte;
passando ao redor de todas as coisas,
ele prossegue e volta aos seus rodeios./
Todos os rios correm para o mar,
e o mar contudo não transborda;
para o lugar de onde saíram
voltam os rios, no seu percurso./
Todas as coisas são difíceis
e não se pode explicá-las com palavras.
A vista não se cansa de ver,
nem o ouvido se farta de ouvir./
O que foi, é isto mesmo que será.
E o que foi feito, é isto mesmo que vai ser feito:/
não há nada de novo debaixo do sol.
Uma coisa da qual se diz: “Eis aqui algo de novo”,
ela já nos precedeu, nos séculos que houve antes de nós./
Não há memória dos tempos antigos.
E, quanto àqueles que vierem depois,
tampouco deles haverá memória junto
aos que vierem por último.
Meu conselheiro é o vento
Com ele ando à conversar
Ainda que nada fale
Está sempre à me alcançar
Sempre me faz refletir
Em minhas lembranças imergir
Este mesmo vento sempre sopra
Trazendo consigo amargura
De tal forma, vai e volta
Sendo para mim, ares de tortura.
Antes de Nós
Antes de nós nos mesmos arvoredos
Passou o vento, quando havia vento,
E as folhas não falavam
De outro modo do que hoje.
Passamos e agitamo-nos debalde.
Não fazemos mais ruído no que existe
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.
SE O PESO DAS PALAVRAS QUE VIERAM EM SUA DIREÇÃO QUE TRAVANCO UM DESANIMO CAPAZ DE FAZER SEUS SENTIDOS MORRER, OLHE EM SUA VOLTA E ESCUTE A VOZ DO VENTO. E OUÇA TUDO QUE DE MAIS BELO QUE VOCÊ JÁ OUVIU ...
"Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações". (O guardador de rebanhos)
"(...)O vento vem vindo de longe,/a noite se curva de frio;/debaixo da água vai morrendo/meu sonho, dentro de um navio... (...)".
(do poema "canção", do livro 'Obra poética' - Pág 18, - J. Aguilar, 1958.)
