Vento
Ensinar ao surdo é como soprar no vento,
Palavras se perdem em um espaço vazio.
Na mente que não escuta, não há entendimento,
E o esforço se desintegra em um silêncio frio.
"Sim" ao insensato é um eco sem retorno,
Onde a ignorância se ergue, altiva e sem paz.
O saber se perde no cansaço eterno,
E o fardo se torna um peso que o tempo não desfaz.
O diálogo se torna um grito no abismo,
A paciência se esgota onde não há um sim.
A luz se apaga no obstinado desatino,
E o saber se dissolve na luta sem fim.
A Dor
O sussurro no vento invadiu meus pensamentos,
Destes processamentos desencadearam-me para a solidão.
Logo, na escuridão em meu corpo,
O murmurejo encontra abrigo
No vazio da alma que vai até o coração.
De repente o brilho da vida se extingue,
Nem o alívio do humor mais existe,
É consternação além do simples sofrimento
Que não se detém apenas com tratamento.
A dor precisa ser gritada,
A dor precisa ser compreendida,
A dor precisa ser aliviada,
A dor precisa ser dividida.
Mas ninguém entende, a dor é a mim mesmo
Busco ajuda, procuro companhia,
Mas não há quem entenda o que sinto,
Porque eu não consigo parar de sentir.
Na natureza do desespero, existe o abismo
Que não é medido pela traição de Chico
Ou por likes e compartilhamento,
Pois destrói o autocontrole e o comprometimento
E aniquila os sonhos que se reencarnam em tormento.
No mais mágicos dos dias errantes modernos
Quando o paraíso se constrói nas telas do celular,
Disperso-me deste teatro de alegrias que ignoram a realidade,
E sucumbo de vez desta fantasia me livrando da vida e da dor.
"A vida em cores que não se vê
Mistura-se em sentimentos
Vento em cores canta para você
Um verde vivo me envolvia
Esperança em movimento
Via cinza, céu e chuva
Era triste de se ver
Eis que surge uma harmonia
Uma voz a me aquecer
Vento em cores me envolvia
Era algo que não via
Verde fonte em alegria
Trouxe dentro do meu Peito
Uma cor que não existia."
Ainda que o vento leve o teto e faça tombar as paredes, que fará contra teu alicerce, quando ele é Cristo?
Como o vento, o tempo !
Passa, vem...
Rugas, são pérolas
Memórias
Momentos de ontem
Momentos de agora
O tempo, o vento...
Vai e vem
17/08/2024
No silêncio da noite, a lua se desprega,
os sussurros do vento dançam entre as sombras,
estrela a estrela, o céu se enche de segredos,
cada brilho, um lamento, uma história esquecida.
Caminhando por ruas adormecidas,
o cheiro da terra úmida embriaga o ar,
memórias flutuam como névoa suave,
despertando ecos de risos em cada esquina.
Os olhos se perdem nas profundezas da escuridão,
onde sonhos se entrelaçam com o mistério,
as luzes dos faróis, vagalumes errantes,
guiam os passos incertos em busca de abrigo.
E ao longe, a sinfonia do silêncio se intensifica,
batidas de corações pulsando sob a pele,
na serenidade do noturno, tudo se revela,
um convite ao descanso, à paz que se aninha.
Toques das mil faces
dos segredos de si
soberana, que enaltecem os olhos
Invadem a alma
É vento que sopra fogo
libera os desejos
É poder, lua de mistérios
Quem ousaria
decifrar!
Sopro de meu Beijo
Fique com o sopro do meu beijo,
Leve e suave como o vento,
Ele voa por aí, sem parar,
E chega até você, a qualquer lugar.
Guarde-o no seu coração,
Como um segredo bem guardado,
Ele é só seu, todo especial,
Um beijo soprado, tão carinhoso e leal.
SimoneCruvinel
Meus sonhos se confundem com a realidade,
Te encontro em cada canto, em cada sussurro do vento.
Mas o despertar cruel me joga de volta à solidão,
E a dor da saudade me dilacera o coração.
"Assim como o vento faz as folhas caírem ao chão, a vida nos oferece aprendizados a cada dia. Cada folha que cai representa uma lição que nos faz crescer e evoluir."
OCASO DA VIDA
Vai, folha seca, vai, desgarrada
Ao vento em fascinante magia
Vai, que o outono, já evidencia
No fatal balé, de poética toada
Cumpre o destino, meta sagrada
Mudada: sem cor, árida sinfonia
Sem viço, sem a gala da energia
E, a tua pálida força, já crestada
No tempo, a tua mocidade palia
Deixando-te no calor da saudade
Vai, folha delicada, doce poesia
Baila pelo ar desta final liberdade
Realizou a sua crucial biografia...
Ímpar e, cada um de nós há-de.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto 2024, 16’23” – Araguari, MG
O vento me beijou
Os seus olhos são
Para minha alma uma prisão
Eu não nego
Me entrego
Adocicada ilusão
O tecido delicado
Em sua pele repousou
Me senti por ti abraçado
Quando o vento me beijou
Nessa noite de verão
Caminhando em solidão
A buscar, procurar, onde se escondeu?
O amor seu que é o meu
Vem ser feliz comigo
Assim quero contigo
Me perder
Do anoitecer ao amanhecer
Ser seu abrigo
Ele foi vento que soprou
Ele foi a Ilusão do meu momento
Um momento que eu quis pra mim
Ilusão que insiste em persistir
Ego confuso
Mentalmente cansada
Você desestabiliza meu ser
Uma mentira que não engana
Está por aí
Não me iludo
Mas quero acreditar
Sensatez como é difícil lidar com você
Eu sei que me engana
Sua coragem me assusta
Pensa que sou burra
É para rir
Eu deixo ir
Já sei onde vai dar
Eu te conheço mais que imagina
Permito seus vacilos
Mas não me engana
Vai chorar
Talvez!
Quem sabe perceba o meu adeus.
Poesia de Islene Souza
