Vc Nao sabe o quanto eu te Considero
Você não precisa de razões para as coisas que faz – você só tem que fazer o que quer. E, às vezes, o que parece errado para todo mundo é o que é certo para você. Você tem que fazer e não se envergonhar.
Não é saudade, sou assim mesmo, às vezes abro a geladeira só por abrir. Às vezes ligo pra você, só por ligar.
A espera
Fiquei sentado,
esperando
a campainha
(que não tocou).
Afinal o que sou?
Um pobre coitado,
um incompreendido,
um mal amado?
Olho figuras que passam,
cavalgando na mente
estórias não realizadas.
De repente,
estou só,
a ruminar
em meu estábulo
dourado,
sentado,
esperando a campainha
(que não tocou).
Por que não grita,
meu Deus,
esta máquina infernal
que me revela
a triste lembrança
de um nada?
Brinquedo de criança
em ruas desertas
de minha meninice,
em desabaladas carreiras,
liberto.
Risos apertados,
traquinices,
de um – quem é?
perdido no vazio.
Mas, eu agora
já não rio,
sentado,
esperando,
esperando,
no meu estábulo dourado,
ruminando,
a dor,
a descrença,
a solidão.
Seja o que for,
que me faz alheio,
apartado de tudo
e de todos,
sentado,
esperando a campainha
(que não tocou).
(1968)
Apenas mais uma carta
Não acredito em despedidas programadas, em último beijo ou em bilhete de adeus. Quanto menos remoemos a mágoa da separação melhor, cada um no seu canto, cada um com seus argumentos e verdades, sejam eles sinceros ou não. Portanto, essa é mais uma daquelas cartas que escrevo sem a intenção de enviar, uma carta que você nunca vai receber.
Antes de tudo preciso lhe agradecer por tornar nossa despedida muito mais fácil para mim. Se antes você mudava e alegrava o meu dia pelo simples fato de estar por perto, hoje você me perturba com seus rancores, me incomoda com suas loucuras e me entristece com suas tantas verdades omitidas durante todo o tempo em que estivemos lado a lado.
Obrigada por ter me feito acreditar que você era diferente de todos os outros homens, obrigada pelo amor que você me fez crer que sentia por mim. Obrigada pelo tempo em que vivi iludida e feliz, pelos anos em que eu confiei em você e no seu amor sem fim. Mas muito obrigada mesmo por agora me fazer enxergar que nada disso existiu, que eu estive sozinha quando pensei estar com você. Obrigada por me mostrar que eu não perdi nada pelo simples fato de que não posso manter comigo algo que nunca foi meu.
A verdade é que não posso lhe culpar por nenhuma das minhas penas. Se você fez o que quis de mim e mudou o rumo da minha vida foi porque eu permiti. Você nunca me pediu nada e eu sempre lhe dei tudo, já que era o único jeito de ficarmos juntos. E como eu queria viver perto de você.
Uma lástima que eu tenha percebido tarde demais que o amor precisa de dois para acontecer e que sozinha eu acabaria cedo ou tarde ficando pelo caminho, uma pena que eu tenha avistado o fim da estrada apenas quando o alcancei. Se eu tivesse aberto um pouco antes meus olhos talvez o choque fosse menor, talvez agora eu estivesse melhor preparada para lidar com tantas decepções. Talvez.
Dessa minha carta sem destino, só quero que você guarde uma coisa: muito obrigada. Obrigada por me mostrar a cada nova atitude que você não é nada daquilo que imaginei.
"Não seja ninguém além de você mesmo, em um mundo que está fazendo seu melhor, noite e dia, para te tornar outra pessoa... esta prestes a lutar a batalha mais difícil que qualquer ser humano pode lutar... e nunca deixa de lutar."
Não é o mundo que tem que melhorar para você ficar bem.
É você que tem que melhorar para o seu mundo ficar bem.
Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para transformar-se numa grande chaga.
Papos
- Me disseram...
- Disseram-me.
- Hein?
- O correto e "disseram-me". Não "me disseram".
- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"? - O quê?
- Digo-te que você...
- O "te" e o "você" não combinam.
- Lhe digo?
- Também não. O que você ia me dizer?
- Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a
cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
- Partir-te a cara.
- Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
- É para o seu bem.
- Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender.
Mais uma correção e eu...
- O quê?
- O mato.
- Que mato?
- Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
- Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo e elitismo!
- Se você prefere falar errado...
- Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou
entenderem-me?
- No caso... não sei.
- Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
- Esquece.
- Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou
"esqueça"? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
- Depende.
- Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não
sabes-o.
- Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
- Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso
mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
- Por que?
- Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
Somos uma geração sem peso na história.
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande Depressão.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa Depressão, são nossas vidas.
Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos.
(Filme: Clube da Luta)
O Gato apenas sorriu quando viu Alice.
Parecia de boa índole, ela pensou, mas não deixava de ter garras muito longas e um número respeitável de dentes, por isso ela sentiu que devia ser tratado com respeito.
– Gatinho de Cheshire – começou um pouco tímida, pois não sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu mais o sorriso. – Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?
– Isso depende bastante de onde você quer chegar – disse o Gato.
– O lugar não me importa muito – disse Alice.
– Então não importa que caminho você vai tomar... – disse o Gato.
– ... desde que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice em forma de explicação.
– Oh, você vai certamente chegar a algum lugar – disse o Gato – se caminhar bastante.
Não consigo dormir.
Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras.
Se pudesse, diria a ela que fosse embora;
mas tenho uma mulher atravessada na garganta.
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