Um Texto sobre a Mulher Maravilhosa

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NASCIMENTO VIRGINAL DO ETERNO FILHO DE DEUS

INTRODUÇÃO: Texto Bíblico principal: Mateus 1:1-25
1. O primeiro capítulo do livro de Mateus tem a finalidade de apresentar o Messias que deixou o Céu e veio nascer na Terra.

2. O primeiro capítulo de Mateus esclarece a natureza única, peculiar e exclusiva do menino que nasceu numa humilde estrebaria para ser o Salvador e Libertador de toda humanidade.

3. O primeiro capítulo de Mateus apresenta um Rei eterno, Divino e Majestoso Universalmente sendo motivado pelo amor a fim de salvar o mais terrível pecador.

I. JESUS COMO FILHO DO HOMEM DAVI POSSUI NATUREZA HUMANA – Mateus 1:1-17

A genealogia escrita por Mateus apresenta Jesus como filho do rei Davi, com direito ao reino (Mateus 1:1).
A genealogia apresenta Jesus como filho de Abraão, o descendente que abençoaria toda a terra (Mateus 1:1).
A genealogia mantém uma ordem importante, pois o Messias deveria se apresentar primeiramente como Rei, depois como Salvador (João 1:11-12).
II. JESUS COMO FILHO DE DEUS JEOVÁ POSSUI NATUREZA DIVINA – Mateus 1:18-25

O relato da concepção virginal pelo poder do Espírito Santo apresenta Jesus como Filho de Deus (Mateus 1:20).
O relato da concepção virginal pelo poder do Espírito Santo apresenta Jesus como o Emanuel, Deus conosco (Mateus 1:23).
O relato da concepção apresenta Jesus, o Verbo Eterno, o Divino Criador que dependeu de uma criatura para salvar Sua criação do pecado e suas consequencias (Mateus 1:21).
CONCLUSÃO:

1. JESUS é o homem-Deus, que teve um começo como humano; mas como divino jamais teve começo e nunca terá fim.

2. JESUS é o descendente da mulher (Gênesis 3:15), o Libertador divino-humano, que veio para resgatar a humanidade da tragédia do pecado.

3. JESUS é o único ser que legalmente tem condições de salvar o pecador, pois Ele é totalmente homem e totalmente Deus; e, sendo Deus, se fez homem para vencer no lugar da humanidade.

APELO:

1. JESUS veio para apresentar o amor e os planos divinos à humanidade: É importante que você os conheça.

2. JESUS veio para ser Rei e conquistar os pecadores do reino das trevas, para o reino da luz: É importante que você entenda isso.

3. JESUS veio resolver o problema do pecado na vida humana: É importante que você deixe de submeter-se ao pecado e submeta-se a Jesus. Pr. Heber Toth Armí

Inserida por 2013domdejesusfilho

Você poderia ser mais um...
Poderia me olhar com desdém, por ser pobre, por ser negra, por ser gorda.
Poderia me olhar com um olhar crítico, mesmo porque isso é o que a maioria das pessoas fazem, e então você se deparou com a enorme possibilidade de ser mais um.
E minha crise de identidade? Que não me deixava ver a beleza dos meus traços...
Minha pele, minha boca e meus cabelos nunca haviam sido tão valorizados.
Estar sozinha nunca foi um problema para mim, já que sou geneticamente feliz! Sozinha me basto, mas com você me satisfaço.
Me satisfaço porque você não é mais um. Você é minha liberdade!
Então te agradeço por me mostrar a mim mesma. Por me incentivar ser uma mulher original, que honra sua raça, que não esconde o que é.
Você poderia ser mais um, mas não é, porque disse que sou a mulher mais linda do mundo no momento em que eu abria os olhos e estava toda descabelada.
Você ama minha essência, meu cheiro, minha cor, meu estilo, meu coração. Me admira pelo que sou, pelo que digo e pelo que escrevo. Mas o que você talvez não saiba é que sou tudo o que você me ensinou a ser!

Você é assim, frio, desapegado, mulherengo; eu diria que você é um típico homem, por isso não te culpo. Afinal, também sou uma típica mulher, tão complicada e intensa e bipolar e mil coisas em uma só.
E ninguém entende a minha persistência na nossa história. Minhas amigas quase me matam todas as vezes que eu quase termino contigo e desisto, porque eu sem você também sou quase ! Quase completa, quase feliz, quase mulher.

Corpo pulsante

Dois dias, uma noite, um sonho, vários desejos.
Uma manhã, um pensamento, uma sensação, vários sorrisos.
Um corpo pulsante, quente, trêmulo e aflito.
Uma ausência, uma sede, uma ânsia, um vazio.
A pele, um par lábios, uma língua, dez unhas (que anseiam ser garras).
Um instinto, a luxúria, delicada, suave, macia e selvagem.
A menina, a princesa, a mulher e aquele sorriso.

A feminilidade não é refletida através de um corpo sexy, atraente e selvagem.
Nem mesmo simboliza, um belo rosto, cabelos e maquiagem.
Porque isso tudo, inclusive os "homens" podem fazer.
A feminilidade é uma dama, com dons supremos para oferecer.
Ela é virtuosa, sábia, amiga e conselheira.
Dona de lábios que expressam palavras verdadeiras.
Fala sobre Deus e conhece os mistérios desta vida.
Providencia o pão da casa com muita valentia.
Tem braços fortes e punhos firmes, sem perder sua meiguice.
Jamais desampara seus pais, quando chegam na velhice.
Ela é legítima, incopiável e valiosa.
Seu valor excede ao de pedras preciosas.

Mil flores pra você, meu amor!
Você que alegra meus dias,
Que me ganha com um simples sorriso,
Pra você que prende meu olhar Com tanta simplicidade,
Mil flores pra você, Meu amor,
Que tem a força de um exército e a delicadeza de uma rosa,
Mil flores pra você amor da minha vida, que é incrível do jeito que é.
Mil flores pra você, amor meu que ganho o respeito do mundo com uma voz tão doce
Mil flores pra você melissa, musa da minha poesia,
Mil flores pra você mulher inabalável,
Sei que és grande, és muito mais do que eu posso ver, mas gostaria de te guardar no meu pequeno abraço, nem que seja por um breve momento.
Mil flores pra você, meu amor!

⁠Ela possui uma beleza peculiar,
expressa um olhar confiante
que muitas vezes intimida,
sua presença é marcante,
só passa despercebida se ela quiser,
pois consegue ser discreta quando precisa,
não costuma agir de maneira precipitada,
é esperta, calculista,
não confia facilmente nos outros,
não fica à vontade em qualquer ambiente
e mesmo que possua uma aparência delicada, não é uma presa fácil,
sabe ser paciente pra agir na hora exata,
surpreendendo aquele que estiver desavisado,
portanto, uma mulher linda e inteligente com uma essência atípica
que une a graciosidade de uma felina
e a personalidade de uma serpente.

Não sabia lidar
com o meu próprio coração,
escrito em um idioma no qual eu,
mesmo nativa,
não era fluente.
Me sentia colonizada
pelos homens que o invadiam
e ali estabeleciam
novo idioma.
Credo é religião.
Me sentia perdida
em minha própria nação.
Assim, decidi me rebelar
contra a ordem vigente,
tomar minha independência, minha autonomia.
Meu coração é terra de ninguém.
Eu me incômodo a ter que me submeter,
eu detesto ter que pertencer.
Terra de liberdade.
Respeito e consideração.
Aqui é lado a lado ou não tem perdão.
Minha selvageria não vai recuar.

Nem machismo,nem feminismo e nem marianismo
Como seres humanos que somos, devemos trabalhar para uma sociedade unida contra os verdadeiros anseios da mesma, o homem jamais será superior a uma mulher pelo fato de ser homem e igualmente a mulher.
Se uma mulher se sobressai na sociedade é um mérito seu e de igual o homem.
Creio que devemos procurar alcançar os objetivos sem desculpas que é por ser homem, mulher, negro ou branco. Da mesma forma que tem mulheres que dizem que a vida é mais fácil pra homens tem homem que diz que é mais fácil pras mulheres.
É duro ver discussões de pessoas que nunca se esforçaram ou contribuíram para nada, dizer que quer direitos iguais. Se uma mulher quer direitos iguais e respeito,imponha os com legitimidade para tanto e o homem que não respeitar isso deve ser punido. O homem não é estuprador, não é esse seu papel na sociedade, o estuprador é alguém com uma grave perversão em seu caráter que o impede de estar na sociedade,assim como a mulher que tem seu papel nobre atribuído biologicamente juridicamente e socialmente,mas que também não impede que exista no meio destas assassinas estupradoras ladras e etc.
Esses movimentos são criados e patrocinados pelos próprios governantes para influenciar as massas, o problema que gera a inferioridade e desprivilegio de ambos os sexos e qualquer pessoa, não é a cultural a politica e sim a falta de educação, que limita a capacidade de ação e raciocínio do ser humano.
Se não fosse assim não teríamos lideres e mulheres influentes desde a antiguidade

⁠Lembranças.


Aquele rostinho lindo que só ela tem.
Um sorrisinho lindo e um olhar perfeito, que só ela tem!
Não teria como não amar, mas por conta de atitudes sempre tem um porém.

Não consigo tirá-la da cabeça, não à nada que faça com que eu me esqueça!

Bom, o que resta é seguir em frente, sair dessa horrível zona, ter um só foco em mente!

Sei que pode...que pode ser difícil, um caminho sem volta, que antes era um vício.

Ela já deve amar outro, eu com minha pequena sabedoria amo outra...outra boa lembrança que tenho dela comigo.

Ritual de Passagem

O parto é o mais belo ritual de passagem que conheço.Um dos momentos mais doloridos e feliz da vida de uma mulher. Literalmente ela se abre para dar à luz. Nesse epifânico instante dá-se a metamorfose. Como uma borboleta rompendo o casulo, eis que a mulher se transforma em mãe.
Essa é a hora em que se rompe o invólucro protetor do feto, corta-se o cordão umbilical e faz-se o laço mais perfeito e indissolúvel que a natureza já criou. Mãe e filho nascem juntos, a vida então, se inicia pra ambos. Somente ao nos tornarmos mãe alcançamos a plenitude de ser mulher, ganhamos do Universo a responsabilidade máxima de ter uma vida sob nossos cuidados. Com essa frágil vida em nossos braços aprendemos o exercício supremo da doação e do amor incondicional.

⁠Ela é um milhão de seres
advinda de um.
É de transbordar amor,
tem antídoto para a própria dor.
Pulsa intensas emoções
e agudas sensações.
De tudo extrai o sentido,
de nada desfaz o excesso.
Ela descortina os véus do medo,
se tranca em seus segredos,
no cárcere interior.
Seus pés passeiam no infinito,
pode intuir seu destino.
Carrega uma quimera no olhar
e nada quer recear.

Inserida por TatianaGraneti

“ – Marco Polo, o mundo em que você vive é um teatro. As pessoas freqüentemente representam. Elas se observam o tempo todo, esperando comportamentos previsíveis. Observam gestos, suas roupas, suas palavras. A liberdade é uma utopia. A espontaneidade morreu.
Marco Polo jamais pensou que poderia encontrar sabedoria num maltrapilho. Recordou a primeira aula de anatomia, as palavras preconceituosas do seu professor, da psicóloga e da assistente social. Percebeu como somos superficiais ao julgar pessoas diferentes. Compreendeu a própria superficialidade.”

(O futuro da Humanidade - Página: 28)

Jardins

Comecei a gostar dos livros mesmo antes de saber ler. Descobri que os livros eram um tapete mágico que me levavam instantaneamente a viajar pelo mundo... Lendo, eu deixava de ser o menino pobre que era e me tornava um outro. Eu me vejo assentado no chão, num dos quartos do sobradão do meu avô. Via figuras. Era um livro, folhas de tecido vermelho. Nas suas páginas alguém colara gravuras, recortadas de revistas. Não sei quem o fez. Só sei que quem o fez amava as crianças. Eu passava horas vendo as figuras e não me cansava de vê-las de novo. Um outro livro que me encantava era o “Jeca Tatu“, do Monteiro Lobato. Começava assim: “Jeca Tatu era um pobre caboclo...“ De tanto ouvir a estória lida para mim, acabei por sabê-lo de cor. “De cor“: no coração. Aquilo que o coração ama não é jamais esquecido. E eu o “lia“ para minha tia Mema, que estava doente, presa numa cadeira de balanço. Ela ria o seu sorriso suave, ouvindo minha leitura. Um outro livro que eu amava pertencera à minha mãe criança. Era um livro muito velho. Façam as contas: minha mãe nasceu em 1896... Na capa havia um menino e uma menina que brincavam com o globo terrestre. Era um livro que me fazia viajar por países e povos distantes e estranhos. Gravuras apenas. Esquimós, em suas roupas de couro, dando tiros para o ar, saudando o fim do seu longo inverno. Embaixo, a explicação: “Onde os esquimós vivem a noite é muito longa; dura seis meses.“ Um crocodilo, bocarra enorme aberta, com seus dente pontiagudos, e um negro se arrastando em sua direção, tendo na mão direita um pau com duas pontas afiadas. O que ele queria era introduzir o pau na boca do crocodilo, sem que ele se desse conta. Quando o crocodilo fechasse a boca estaria fisgado e haveria festa e comedoria! Na gravura dedicada aos Estados Unidos havia um edifício, com a explicação assombrosa: “Nos Estados Unidos há casas com 10 andares...“ Mas a gravura que mais mexia comigo representava um menino e uma menina brincando de fazer um jardim. Na verdade, era mais que um jardim. Era um mini-cenário. Haviam feito montanhas de terra e pedra. Entre as montanhas, um lago cuja água, transbordando, se transformava num riachinho. E, às suas margens, o menino e a menina haviam plantado uma floresta de pequenas plantas e musgos. A menina enchia o lago com um regador. Eu não me contentava em ver o jardim: largava o livro e ia para a horta, com a idéia de plantar um jardim parecido. E assim passava toda uma tarde, fazendo o meu jardim e usando galhos de hortelã como as árvores da floresta... Onde foi parar o livro da minha mãe? Não sei. Também não importa. Ele continua aberto dentro de mim.

Bachelard se refere aos “sonhos fundamentais“ da alma. “Sonhos fundamentais“: o que é isso? É simples. Há sonhos que nascem dos eventos fortuitos, peculiares a cada pessoa. Esses sonhos são só delas: sonhos acidentais, individuais. Mas há certos sonhos que moram na alma de todas as pessoas. Jung deu a esses sonhos universais o nome de “arquétipos“. Esses são os sonhos fundamentais. O fato de termos, todos, os mesmos sonhos fundamentais, cria a possibilidade de “comunhão“. Ao compartilhar os mesmos sonhos descobrimo-nos irmãos. Um desses sonhos fundamentais é um “jardim“.

Faz de contas que a sua alma é um útero. Ela está grávida. Dentro dela há um feto que quer nascer. Esse feto que quer nascer é o seu sonho. Quem engravidou a sua alma eu não sei. Acho que foi um ser de um outro mundo... Imagino que o tal de “Big-Bang“ a que se referem os astrônomos foi Deus ejaculando seu grande sonho e soltando pelo vazio milhões, bilhões, trilhões de sementes. Em cada uma delas estava o sonho fundamental de Deus: um jardim, um Paraíso... Assim, sua alma está grávida com o sonho fundamental de Deus...

Mas toda semente quer brotar, todo feto quer nascer, todo sonho quer se realizar. Sementes que não nascem, fetos que são abortados, sonhos que não são realizados, se transformam em demônios dentro da alma. E ficam a nos atormentar. Aquelas tristezas, aquelas depressões, aquelas irritações - vez por outra elas tomam conta de você – aposto que são o sonho de jardim que está dentro e não consegue nascer. Deus não tem muita paciência com pessoas que não gostam de jardins...

Menino, os jardins eram o lugar de minha maior felicidade. Dentro da casa os adultos estavam sempre vigiando: “Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...“ O Paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a se vigiar. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade. O jardim era o espaço da minha liberdade. As árvores eram minhas melhores amigas. A pitangueira, com seus frutinhos sem vergonha. Meu primeiro furto foi o furto de uma pitanga: “furto“ – “fruto“ – é só trocar uma letra.... Até mesmo inventei uma maquineta de roubar pitangas... Havia uma jabuticabeira que eu considerava minha, em especial. Fiz um rego à sua volta para que ela bebesse água todo dia. Jabuticabeiras regadas sempre florescem e frutificam várias vezes por ano. Na ocasião da florada era uma festa. O perfume das suas flores brancas é inesquecível. E vinham milhares de abelhas. No pé de nêspera eu fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado!

Crescido, os jardins começaram a ter para mim um sentido poético e espiritual. Percebi que a Bíblia Sagrada é um livro construído em torno de um jardim. Deus se cansou da imensidão dos céus e sonhou... Sonhou com um ... jardim. Se ele – ou ela – estivesse feliz lá no céu, ele ou ela não teria se dado ao trabalho de plantar um jardim. A gente só cria quando aquilo que se tem não corresponde ao sonho. Todo ato de criação tem por objetivo realizar um sonho. E quando o sonho se realiza, vem a experiência de alegria. Nos textos de Gênesis está dito que, ao término do seu trabalho, Deus viu que tudo “era muito bom.“ O mais alto sonho de Deus é um jardim. Essa é a razão porque no Paraíso não havia templos e altares. Para que? “Deus andava pelo meio do jardim...“ Gostaria de saber quem foi a pessoa que teve a idéia de que Deus mora dentro de quatro paredes! Um coisa eu garanto: não foi idéia dele. Seria bonito se as religiões, ao invés de gastar dinheiro construindo templos e catedrais, usassem esse mesmo dinheiro para fazer jardins onde, evidentemente, crianças, adultos e velhos poderiam balançar e tocar os pés nas folhas das árvores. Ninguém jamais viu a Deus. Um jardim é o seu rosto sorridente... E se vocês lerem as visões dos profetas, verão que o Messias é jardineiro: vai plantar de novo o Paraíso: nascerão regatos nos desertos, nos lugares ermos crescerão a murta (perfumada!), as oliveiras, as videiras, as figueiras, os pés de romã, as palmeiras... E lá, à sombra das árvores, acontecerá o amor... Leia o livro dos “Cânticos dos Cânticos“!

Pensei, então, que o ato de plantar uma árvore é um anúncio de esperança. Especialmente se for uma árvore de crescimento lento. E isso porque, sendo lento o seu crescimento, eu a plantarei sabendo que nem vou comer dos seus frutos e nem vou me assentar à sua sombra.... Eu a plantarei pensando naqueles que comerão dos seus frutos e se assentarão à sua sombra. E isso bastará para me trazer felicidade!

Um cara difícil exige uma paciência oceânica.
Ele vai ser romântico e muito bruto. Ele vai ser generoso e muito casca-grossa. Ele vai dizer a verdade e vai mentir às vezes. Ele vai fazê-la se sentir uma eleita entre todas e depois vai dar
mole para muitas. Ele vai implicar com as mínimas coisas, e com as grandes também. Ele vai exibir qualidades que você nem sabia que um homem poderia ter, e em troca vai abusar de todos os defeitos que você sabia que todo homem tinha. Ele vai ser ótimo na cama. Vai ser um perigo dirigindo um carro. Vai ser gentil com sua mãe. Vai ser um brucutu com a mãe dele. Ele mudará de humor a cada 20 minutos, ele vai brigar por nada, vai beijá-la demoradamente por horas e, com essa bipolaridade bem ou mal disfarçada, ele a deixará tão tonta e exausta que você pensará que foi atropelada por um trem descarrilhado. – Quem sou eu? – será sua primeira pergunta ao acordar sobre os trilhos.
No primeiro encontro, pergunte: – Você é um homem difícil? Se ele responder que é, procure imediatamente um psicanalista. Para você, santa.

O caminho do meio

O monge Lucas, acompanhado de um discípulo, atravessava uma aldeia. Um velho perguntou ao asceta:
“Santo homem, como me aproximo de Deus?”
“Divirta-se. Louve o Criador com sua alegria”, foi a resposta.
Os dois continuaram a caminhar. Neste momento, um jovem aproximou-se.
“O que faço para me aproximar de Deus?”
“Não se divirta tanto”, disse Lucas.
Quando o jovem partiu, o discípulo comentou:
“Parece que o senhor não sabe direito se devemos ou não devemos nos divertir”.
“A busca espiritual é uma ponte sem corrimão atravessando um abismo”, respondeu Lucas. “Se alguém está muito perto do lado direito, eu digo ‘para a esquerda! ’ Se aproximam-se do lado esquerdo, eu digo ‘para a direita!’. Os extremos nos afastam do caminho”.

TEU CORPO

O teu corpo muda
Independente de ti
não te pergunta
se deve engordar.

É um ser estranho
que tem o teu rosto
ri em teu riso
e goza com teu sexo.
Lhe dás de comer
e ele fica quieto.
Penteias-lhe os cabelos
como se fossem teus.

Num relance, achas
que apenas estás
nesse corpo.
Mas como, se nele
nasceste e sem ele
não és?

Ao que tudo indica
tu és esse corpo
-que a cada dia
mais difere de ti.

E até já tens medo
De olhar no espelho:
Lento como nuvem
o rosto que eras
vai virando outro.

E a erupção no queixo?
Vai sumir? Alastrar-se
feito impingem, câncer?
Poderás detê-la
com Dermobenzol?
Ou terás que chamar
o corpo de bombeiros?

Tocas o joelho:
Tu és esse osso.
Olhas a mão.
A forma sentada
de bruços na mesa
és tu.

Mas quem morre?
Quem diz ao teu corpo – morre –
quem diz a ele – envelhece –
se não o desejas,
se queres continuar vivo e jovem
por infinitas manhãs?

O gato e o pássaro

Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
E foi o único gato da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro deixa de cantar
E o gato deixa de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Funerais maravilhosos
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Só tristeza e saudades

É preciso nunca fazer as coisas pela metade.

Fomos contagiados por um vendedor de ideias que nos ensinou a não negar o que somos.
Antes desse contágo, éramos todos "normais", estávamos todos doentes. Queríamos de alguma forma
ser deuses, sem saber que ser deus é andar sobrecarregado, tenso, pesado, com o compromisso neurótico
de ser perfeito, de se preocupar com a imagem social, de dar importância vital para a opnião
alheia, de se cobrar, se punir, exigir. Perdemos a leveza do ser. Parecíamos zumbis engessados pelos nossos
pensamentos estreitos. Fomos educados para trabalhar, crescer, progredir e infelizmente
também para ser especialistas em trair a nossa essência no diminuto parêntese do tempo em que
existimos. Em que fábrica de loucura vivemos?

Definição de poesia

Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, a folha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto desafio.

Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas –
Geada no canteiro, tombado.

Tudo o que para a noite releva
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim uma estrela
Nas palmas úmidas, tiritando.

Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.

Boris Pasternak
My Sister - Life