Um Estranho Impar Poesia
A CANJA
Me arranja uma canja
que de banda nessa banda
voou tentando debandar
se a canja me arrumar.
Quem sabe uma colherada
... De riso carinho e amor
um abraço antes do nada
um jardim repleto de flor.
Me arranja uma canja?
Sim! Uma canja me arranja
... Para fazer do viver
uma canja com você.
D'essa canja, uma colherada
com toque de tamborim
sapateado samba rodada
uma canja, assim para mim.
Antonio Montes
"" Claro que a noite escura me fascina
suas tranças lembram meninas
borboletas na beira da estrada
e seus faróis
claro que a lua me diz amores
foram tantos, relevantes
mas não navego sem bussola
nem mesmo rumo ao sol
claro, tudo é incerto de manhã
até você encontrar uma xícara de café
e entender que açúcar adoça
mas também faz mal..
SONETO DO AMADOR
Amador é o desejo do ser amado
Vive desejando mil formas pra achar
Se no amor não tem o que imaginar
Pois é virtude no ato de ser desejado
Se nele se tem o ser transformado
Onde mais o amador quer desejar?
Pois só assim o bem irá conquistar
E o afeto na alma então será liado
Mas se pouco for o desejo no olhar
Pouco o amador terá encontrado
Aí por ele, o amor, então vai passar
Se ao amador o amor é cobiçado
Então deixe o amor lhe alcançar
Pois o verbo dum amador é amar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Nuvens de Algodão
Eu trouxe flores, de outra estação.
Viajo nas nuvens, de algodão.
Sou prisioneiro e refém,
De um mundo de ninguém.
Armas, eu não tenho não.
Abra, e veja o meu coração.
Bate mais que tambor,
Eu não sou robo.
Amo a minha liberdade
Amo minha exatidão
Mesmo que por causa dela
Eu não seja nada exato, de fato.
Amo minha liberdade
quase quão igual minha solidão.
É que eu não sinto
a necessidade de mendigar paixão
amor ou de escrever um refrão, não.
Completo-me com a linha
Observando a imensidão.
POETISA BÊBADA
A poetisa bêbada
em sonhos com as favas
bebeu todas suas magoas,
e no tempo medonho
... Magoada, sonhou.
Sonhou com suas trelas
entre cânticos e velas
sonhava vela nas estrelas
o mundo e seu inventor
e voar com seu amor.
A poetisa bêbada...
Bebeu, poucas e boas
e em sua garoa louca
bateu o mal da sua roupa
com sua boca rasgou.
Rasgou o verbo, rasgou frases
Embarcou em sua viagem boa
navegou sobre seus mares
e com poemas e suas penas
encheu a sua velha canoa.
A poetisa bêbada...
Em noite enluarada
debruçou sobre a calçada
chorou seu mundo, seu tempo
e todo seu sentimento
sob o vento, ela jogou.
Das agonias dos seus dias
poetou as suas falas
amarrou-se em fantasias
e das palavras, fez sua casa.
Antonio Montes
Meus dias vagueiam lentamente.
As horas são de agonia.
A dor que o coração sente
é da saudade que o atrofia.
MEUS SENTIDOS
Meu olhar enxerga teu cheiro!
Minha audição te toca!
Meu paladar te escuta!
Meu tato sente teu gosto!
Meu olfato te vê!
Sem você por perto meus sentidos
invertem o sentido:
Difícil viver!
AMOR PLATÔNICO
Dentro dos teus olhos me vejo
me sinto; explico-me e me entendo.
Dentro do meu coração tu vives...
e talvez nem saibas que me pertence!
És tão meu, sem que eu nunca tenha te possuído
e eu tão tua, Sem nunca ter me entregado;
minhas atitudes me guiam para o meu próprio abismo,
Abismo que denomino viver sem ti!!
Determinas o meu destino sem querer,
manténs meu sentimento, sem um porquê;
e mesmo sem saber, protagonizas a minha triste história de amor!
amor platônico, amor que vive, amor que sofre,
amor que nunca, nunca morre .
Queria poder gritar eu te amo
de forma que só você me escutasse,
Queria poder me jogar sendo os teus braços meu único amparo.
Queria poder chorar e encontrar nos teus abraços o meu consolo.
Queria escutar de você o mesmo que quero te dizer!
E tu oh cruel amado!
Por que não percebes a minha covardia?
Não desvendas os meus sentimentos?
Não me vê além da minha hipocrisia?
Por que não me amas?
…e a vida permanece assim
tu existindo no teu mundo;
e solitário coexistindo dentro de mim.♥
(Juliana Patriota)
Vou decorar su'alma
com flores e os sabores mais inimagináveis...
Plantar orquídeas em sua boca, meu jardim
com desespero em florir
Soprar teus olhos...
Só p'ra te fazer sorrir
Só p'ra mim...
"" Eu te imortalizei
te coloquei nas mais ousadas declarações
te fiz especial
talvez essa tenha sido a minha vingança
perpetuar em palavras um amor que não aconteceu
e você saberá, sempre que ouvir falar de mim
que fui além, que faria qualquer coisa
além de torná-la poesia
em versos que não recitam o nosso amor...
Oxóssi é rei
Eledá do meu ori
Me ensina a caçar
E não me deixa desistir
O caminho não é fácil
É lotado de provações
Mas eu sigo sua flecha
Que indica minhas decisões
Atinge o inimigo pra nenhum mal
me causar
Me livra dos perigos e
guia meu caminhar
Jamais serei caça !
Sou filha do caçador
Oxóssi é quem manda na mata
E o meu destino traçou.
Amo a cumplicidade das roupas velhas usadas no final do dia, e seus íntimos furos e rasgos sobre a pele.
Das pernas cruzadas embaixo das cobertas, um charme feito por duas pessoas.
De respirar o ar temperado em sal, da nuca de quem lhe confia as próprias costas.
Daquele denso hálito matinal, o mofo das bocas caladas pela noite.
No amor, todo sono é desperdício de sonho, pois já o conquistamos nesses breves acordos - acordados.
Graciosidade
Ela tem uma imensa
graciosidade,
Ela é muito atual,
Muito Bela,
Tem uma imensa
Contrariedade a minha
Pessoa.
Eu sou um pouco indomável,
Não, minha safadeza é
Indomável.
Eu sou um pouco tímido.
Nosso amor parece um
Pouco proibido
Um pouco
Benigno
Afinal você possue aquele
Belo corpo, uma obra da
Grande fulgente
O seu corpo me fez um
Gênio
E seu espírito me fez um
Gentil-homem
Lapidar
"" Moldar a pedra bruta
cheia de vida
tal qual o brilho
da rua
num instante
o pormenor
da lua
brilhante...
"Alcançar-te-ei, oh, alma.
Ver-te-ei com minh'alma.
Todos os meus sentidos,
contemplar-te-ão.
Sentir-te-ei em minh'alma.
Revestir-te-ei de todo encanto.
Então, poetizar-te-á meus versos.
Assim contentar-me-ei."
NEM A NOITE TEM TANTO MISTERIO
NEM O SOL BRILHA TANTO ASSIM
MAGESTOSO FEITO MEU CASTELO
DE PÚRPURAS E MANDARINS
E A CORTINA QUE ENVOLVE TEU VULTO
QUANDO ABRE ATRÁS DE MIM
REFLETE-TE NO MEU CABELO
COM ZELO DE COLIBRI
HABITA MEU REINO DE SONHOS
AQUECE MEU DOM DE FALAR
FAROLEIRO SOBRE TEU CAVALO
CLAREIA AS ONDAS DO MAR
EMBALA-ME TEUS OLHOS MAROTOS
TEU CANTO DE SERAFIM
NA SENDA DO MEU DESTINO
QUERO SER MENINO SEMPRE A RELUZIR
QUE OLHAR É ESSE
Que olhar é esse...
Com tantos predicados que me ganha!
Telha de aranha?
Como se fosse unhas, que arranham
o meu silencio,
a despertar-me do meu casulo
me propondo barganha.
Que olhar é esse...
Tão direto como flechas
atiradas ao tempo
me fazendo de alvo
alvejando meus sentimentos
e me deixando calvo.
Esse olhar me enfeitiçou!
Marcou-me com sua marca de luar
floriu as margens do meu caminho
fazendo o vento me levar.
Esse olhar, esse olhar...
Quanto fulgor contido nele!
Centelha crepitando em brasa
fritando assim, o meu amar.
Antonio Montes
Efeito Bumerangue
Não é à toa, rapaz
que a vida lhe trata mal
A vida só lhe trata igual
a como tu tratas os demais
Sigas sendo pobre de espírito,
cínico, falso e mentiroso,
grosso, duro e mesquinho
e sigas assim como estás:
sempre colhendo mais pedras
que flores pelo caminho.
Ou enfim vejas se aprende
a tratar bem e gentilmente
no mínimo e pelo menos
a quem te trata com carinho
a quem te trata feito gente
Aprendas a tratar ao menos
com educação e respeito
quem nunca te deu motivos
para ser tratado deste jeito
estúpido, frio e grosseiro.
Porque a vida te devolve
sempre na mesma moeda
aquilo que tu dás à ela,
aquilo que tu dá aos outros.
Quem ouve conselho
não ouve coitado…
Então, ouça.
..Tenhas cuidado:
A vida é um espelho.
Prestes bem atenção…
Não estarás tu recebendo
de todo e qualquer lado
exatamente o que tens dado?
The Nameless Poetess
31/03/2017
CERRADO SECO (soneto)
Ah! plangente cerrado, quente, sequioso
Ventos abafados, denodados, e ao vento
Dormente melancolia, e tão portentoso
Murmurejante e, navegante de lamento
Sol queimoso, unguinoso, tal moroso
Que no seu firmamento vagar é lento
Inventando no tempo variegado iroso
Parindo nuvens dum cinzento natento
Securas secas, e que secam ardoroso
Veludos galhos, veludosos e poeirento
Que racham sedentos num ardor ditoso
Ah! cerrado seco, de ávido encantamento
De um luar num esplendor esplendoroso
Da lua de contornos, no céu monumento
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
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