Um Estranho Impar Poesia
Os vinte anos remetem ao fim da mocidade
Inicia-se um ciclo escorregadio, o prêmio marcado pela idade
Tem marcas mais profundas, o deleite de uma esperança
Calada tão cedo por uma política de amargas alianças
Meu país não é meu lar
Não me restam forças, inda na mocidade, para lutar
Essa profundeza de abismo coberta por purpurina
Não engana minha mocidade, trágica euforia
Ser não mais nova
Ser inda não velha
Resistir para que os versos em mim resistam
Insistir para que as saudades em mim não consistam
Com o eterno esperar
Olhos de alma inquieta
Tão só, naufragada
Refugiei-me em ilusões incertas
Sonhei como marinheiro, a espera da alvorada
Vinte anos, o nada
Bilhões de anos, astrais
De que me valeria a estadia
Se a alma não regozija? Se a alma não tem paz?
E de que valeria a paz
Se só se mostra ela presente
Ao término do ciclo
Da vida intermitente?
Se tantos sonhos ainda sonho
Se tantos versos não sou mais capaz de compor
Por onde anda o sonho de marinheiro
Que um dia em meu peito desabrochou?
Se puder, eu, enfim, ser borboleta
Sem rumo, vagar entre flores do equinócio primaveril...
Por que não veneramos também as mariposas
De vidas noturnas, outonais de abril?
Se tantos sonhos já desisti de sonhar
Por que ainda é latente no peito
O esboço do desejo
Da eterna desventura?
Eu quero me calar
Eu quero gritar aos mares
Para a moça bonita que passa
Que traga a vida na morte
A resposta inconstante
De como se navega para o norte
Fatigada dos sonhos
Do deixar de sonhar
Alçar os céus no prumo da borboleta
Nos ventres da mariposa, repousar.
Quando vou a um baião
e escuto dois cantadores
em gemedeiras, louvores,
falando sobre o sertão
de Mãe Preta e Pai João,
na minha mente solfejo
as notas que só eu vejo
na minha longa jornada
e a saudade faz morada
no peito do sertanejo.
Eu sou triste como um prático de farmácia,
sou quase tão triste como um homem que usa costeletas.
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher
mas só ouço o tectec das máquinas de escrever.
Menina fantástica
Sua beleza vai além de um corpo perfeito
Seu sorriso é a alma fantástica da mulher que se tornou
Bela e amável
Sincera e perfeita
Mesmo que a perfeição não exista, você talvez seja o caminho próximo a ela
Te admiro pelo que se tornou, pois nos versos mais fodas, você ainda continua foda
Interrogação
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
Mesmo quando a lei dos homens
Perde o rumo, perde o tino,
Há leis que foram criadas
Por um decreto divino
E crimes que são julgados
No Tribunal do Destino.
SONETO DA CREDIBILIDADE PERDIDA
(Para dar um jeito na amizade fingida)
Um traidor chegou todo faceiro numa quitanda/e quis comprar alguns quilos de credibilidade./O vendedor o expulsou. Num terreiro de umbanda,/o Infeliz foi solicitar o apoio de uma "entidade".
-"Por favor, seu 'caboco', eu preciso de sua ajuda,/não entendo como conseguir a capacidade de mudar de vida./Estou sentindo a dor de um sufoco que não muda/e então eu pretendo readquirir a minha credibilidade perdida".
Após escutar a solicitação do cabra da peste,/a "entidade" impedida de dar a ajuda solicitada,/ disse: - "Tu irás penar por cada traição que fizeste."
A credibilidade perdida não pode ser comprada/pela Infernal escória, sem respeito e nem consideração./Eis a bela a moral da história pra quem tem feito traição.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 17/03/2015
( 03 horas e 42 minutos)
Meu coração é um cometa
Que vaga por ai sem direção
De tanto sofrer ficou biruta
Tudo por causa da paixão
Sempre me perco nas lembranças
Preso no quarto e na canção
Que já foi fundo de um romance
E hoje norteia a solidão
Que ela deixou nas minhas horas
Nem me avisou que ia embora
Por isso segue célere flutuante
Em órbita para o sol, mas errante...
Vai desaparecer no infinito celeste
De um olhar navegador
seu olhar parece uma farpa que atravessa minha alma; um fascínio que agita minha melancolia com suas ideias que descem como descargas de endorfina.
suas expressões tais como a ressonância de sinos que alertam meus sentidos, é impossível te ignorar. és bela como um pesadelo; intensa, vívida, marcante; sua presença como um sonho, delirante e encantadora.
a silhueta do meu desejo é o que traja a tua persona e se for a montanha mais alta do mundo eu subo até o seu topo ainda que o ar lá seja o mais rarefeito; se for o abismo com a canção mais devastadora pra minha alma eu me jogo de cabeça em teu seio; eu aprenderia a te amar como se fosse a música mais virtuosa que eu reconhecesse em meus ouvidos. quando penso em você, eu desconheço qualquer desafio; me sinto vivo.
Os gêmeos e o labirinto
A mente é um labirinto
Onde as certezas são limites
As dúvidas levam a mais caminhos
Para uns é confortável o beco sem saída
Para outros é claustrofóbico imaginar o fim da linha
Uns são do tipo que percorrem por toda vida
Outros do tipo que morrem antes do fim na vida
A certeza é um abismo no fim desse corredor
A dúvida é um oceano de possibilidades que ainda não se mergulhou.
BELA DOS SONHOS
A bela adormecida no meu jardim...
Um dia despertará do seu profundo
sono, sonhando...
Sonhando com suas reticências
seus adágios, substantivos, hiatos
e adjetivos.
Nesse dia a bela, se encherá de flor
e irá florir com seu encanto
irá cintilar em pétalas como estrelas
e colorir-se como cores do arco-íres.
A bela adormecida em meu jardim...
Terá a minha marca, será só minha,
e um dia se encherá, de notas, tremas,
frases, ditongos e fonemas,
Nesse dia... Navegará aos ouvidos dos
quatro cantos do mundo e transbordará
meu nome sobre o céu.
A bela adormecida em meu jardim...
Eclodirá em seu parto com seu recital
provocará lágrimas de sensações
aguçará sentimentos e arrastará
almas através das imaginações.
Antonio Montes
As vezes acho que tenho um dom
Esse dom que me faz mentir
Eu minto que é um dom
Fingindo não ser maldição
Ah, mas aceito como verdade
E não como negação
Faço tudo que me ama me odiar
E tudo o que eu amo se acabar...
"MILAGRE
Segunda-feira...
Na cara amassada deste dia,
de repente,
a ponta da asa
de um anjo:
Um milagre, quem diria!"
Quem eu sou?
Não sou nada
Apenas mais um número
No meio de tanta gente
Apesar de ser grande
Sou pequeno
perante o mundo
Corro contra o vento
Navego em alto mar
Grito e não tem
ninguém para escutar
Quando penso
que não sou nada
Percebo que posso ser muito
E colorir o mundo
Nesta minha jornada
Amor perfeito...
Não tem jeito.
Cada um ama,
do seu jeito.
E a arte de amar...
É aceitar,
cada um,
do seu jeito.
Eu sou assim...
(Nilo Ribeiro)
De tão comum,
chego a ser complicado,
às vezes sou um,
outras, multifacetado
viver é divino,
viver é tentar,
viver é destino,
viver é amar
eu sou assim,
vivo poeta,
se a porta se fecha para mim,
encontro uma janela aberta
não vivo em poesia,
ela que me conduz,
dá ânimo para meu dia,
preenche minha alma de luz
eu sou assim,
assim me apresentei,
a ideia foi ruim,
a distância aceitei
viver é belo,
viver é primor,
sou sim sincero,
sou sim amor...
Se a minha amada um longo olhar me desse
Dos seus olhos que ferem como espadas,
Eu domaria o mar que se enfurece
E escalaria as nuvens rendilhadas.
Se ela deixasse, extático e suspenso
Tomar-lhe as mãos mignonnes e aquecê-las,
Eu com um sopro enorme, um sopro imenso
Apagaria o lume das estrelas.
Se aquela que amo mais que a luz do dia,
Me aniquilasse os males taciturnos,
O brilho dos meus olhos venceria
O clarão dos relâmpagos noturnos.
Se ela quisesse amar, no azul do espaço,
Casando as suas penas com as minhas,
Eu desfaria o Sol como desfaço
As bolas de sabão das criancinhas.
Se a Laura dos meus loucos desvarios
Fosse menos soberba e menos fria,
Eu pararia o curso aos grandes rios
E a terra sob os pés abalaria.
Se aquela por quem já não tenho risos
Me concedesse apenas dois abraços,
Eu subiria aos róseos paraísos
E a Lua afogaria nos meus braços.
Se ela ouvisse os meus cantos moribundos
E os lamentos das cítaras estranhas,
Eu ergueria os vales mais profundos
E abateria as sólidas montanhas.
E se aquela visão da fantasia
Me estreitasse ao peito alvo como arminho,
Eu nunca, nunca mais me sentaria
As mesas espelhentas do Martinho.
Quero tocar tua alma
com a genialidade de quem manuseia
um Stradivarius...
Solene, terno e apaixonado.
E com a simplicidade de quem faz amor no milharal
Assim,
Sagrado, ao mesmo tempo que carnal!
Vou tocar tua alma,
mas antes vou dedilhar as cordas do teu corpo.
Mulher,
criação magistral
de um artista detalhista.
Deus,
num momento de grande inspiração
deu vida ao amor
em forma de flor.
Mulher.
Sublimação.
Stop
Pare
Queria que parasse o sonho
O sonho de futuro
Um sonho de nação
Um querer que pode ser acabar em vão
Stop coração.
Parem as máquinas
Parem as prensas
Parem as penas
Ali fora tem uma lua imensa
Lua cheia do Nordesde
Lua cheia do Sertão
Aqui não falta, não falta coração.
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