Um Estranho Impar Poesia
vinte e um de janeiro,
espaço sideral
velha roupa colorida.
nuvens pretas,
cinzas de petróleo.
corpo marcado,
olhar robusto.
limbo existencial,
beira-mar.
da janela,
o horizonte.
de mim,
o horizonte.
deles,
o ponto final.
pragmáticos que são.
O DEPOIS
Sobre a tela da vida passo o pincel, pintando o que não terei, perdendo um pouco de mim a cada pincelada;
Ninguém é preparado para morrer, mas sabemos que é loucura não esperar que um dia a pele ficara gelada;
Porque a vida se esvaia, perdemos o nosso ser e ainda como loucos temos esperança de para sempre viver;
Tentando se enganar para fugir da foice, um dia vamos ser levados e “o depois” nós logo vamos conhecer;
Quem sabe como vai ser? Eu digo que é melhor não saber, pois fugir só nos levará a uma tragédia maior;
Colhendo os frutos da vida secamos a nossa fonte, é necessário se alimentar, mas regue ela com o amor;
Então viva como se fosse se último dia, se de felicidade puder transbordar é melhor preparar o seu cálice;
Não vale a pena guardar mágoa, mesmo que não exista céu manchar seu legado com ódio só atrai a foice;
Não adianta limpar o corpo se a morte embaça a vida, Maquiando para disfarçar o horror de nosso mundo;
O Câncer real ninguém explica, a droga do ódio vícia tanto e é passada pelas gerações fadadas ao submundo;
O chão sujo de sangue é a maior prova da fragilidade humana, nos achamos maiores do que podemos ser;
Mas abrace o seu próximo como um símbolo de paz, quem plantar o amor a felicidade um dia ira colher;
A vida é mais do que um destino, construímos nossa própria história, fazemos as nossas próprias leis;
Reencarnar para corrigir nossos erros não funciona, se praticarmos o mal receberemos tempos difíceis;
Querer encontrar o sentido da vida é andar em círculos, se a vida são flores quero ela em meu jardim;
Esperando encontrar algo na caminhada, não sabemos o que é, mas queremos ficar maravilhados no fim.
" A casa era um pouco velha, porém sempre cheia
os olhos levemente avermelhados, teimavam em não chorar
o riso aberto e carinhoso, anunciava um novo dia
o cheiro de café...
o amor sempre tão presente, não parava de cantar...
nota fora do tom
o cerrado, seco, árido som
é fado
um megaton
tumultuado
nota fora do tom
que nele fala
que se maquia sem batom
arrasta em alarido, em ala
cheios de vozes
espinhos que rala
ferozes
para um verão de gala
que na alma debrua ilhoses
de chuva, quimera
podando a estiagem
pra brotar a primavera
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano
Creio na existência
do amor romântico,
Que uns dizem ser
um total desvario.
Que o amor esqueça
ou me enlouqueça:
Por ele irei virar
a minha cabeça.
Mesmo sem ver
e sem me tocar,
Ele está a esperar
a hora acontecer.
Que o amor demore
ou não me encontre:
Por ele tenho feito
sempre por onde.
No fundo o amor
bem sabe disso,
Mesmo sem saber
ao certo que existo.
Verão no Atlântico
do nosso hemisfério,
O sabor do beijo:
desejável mistério.
Passarinho livre
Um passarinho precisa de liberdade
Precisa sentir saudade
Precisa escolher seu destino
Precisa conhecer o desatino
A solidão, a frustração, a decepção
Só não espere a mesma gaiola à disposição.
Dia do Poeta
Um dia foi escolhido
20 de outubro
Uma data para lembrar
Daqueles que escrevem
O que o coração não sabe falar
Frases
Pensamentos
Reflexões
Rimas
Estrofes
Imaginação
Sentimento
Personagens
Vida
Numa poesia, cabe o que quiser
O que coração desejar
Poetas
No silêncio do quarto
Com um bloco de notas ou um caderno, tanto faz
O importante é levar a palavra
A quem o coração tocar
Poeta é o amante das palavras
Daquilo que escreve de verdade
Em cada linha escrita
Em cada rima feita
A poesia em forma de canção
Forma vai tomando
Poetas
Que nunca lhe falte
O coração puro
O amor sincero e mais profundo
As palavras que inspira
Para que em rimas
Transformem sentimento em poesia
Parabéns, poetas,
Que seu dia seja lembrado!
Seja comemorado!
Seja poesia
Em forma de vida!
Confesso ...
.
Confesso que sinto falta
De quem um dia eu fui
Do tanto que fui capaz de fazer
As pessoas que puder ouvir
Os conselhos que pude oferecer
.
Sinto falta
De quando era capaz de sorrir
Na madrugada ou qualquer lugar
Aquela gargalhada gostosa
Poder soltar
.
Sinto falta
Saudades
Penso e repenso que poderia ter sido diferente
Uma escolha ou pensamento, talvez
.
Tudo que passou
Virou história, virou lição
Aprendizado que não se toca com a mão
É a lembrança para se guardar no coração
.
Preciso sentir falta
Daquilo que ainda não vivi
Das que pessoas que ainda conheci
Das poesias que não escrevi
.
Novos sorrisos para abrir
Capítulos novos a escrever
Confesso sim
A vida segue em frente
Com várias vírgulas, algumas pausas
Mas longe ainda do seu ponto final.
.
~ Henrique Ferreira - @dullcesilencio
© Todos os direitos reservados
Os amantes
fecham-se
um no outro
(como os punhos
do bebé
que dorme
no berço
e no útero
da mãe
como as caras
dos ícones
no escuro
das igrejas)
Os amigos que morrem são arbóreos,
plantados e memoráveis como freixos.
Um freixo, que vejo entre árvores
como a aura, o tronco novo
sulcado de rasgões, a raiz curta
comparável à memória viva enterrada.
Têm uma única forma até à morte, próximos do Sol,
que torna as outras árvores mais ténues que os isolados freixos.
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Balada para um Homem na Multidão
Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.
Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.
Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.
Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.
AMOR À VISTA
Entras como um punhal
até à minha vida.
Rasgas de estrelas e de sal
a carne da ferida.
Instala-te nas minas.
Dinamita e devora.
Porque quem assassinas
é um monstro de lágrimas que adora.
Dá-me um beijo ou a morte.
Anda. Avança.
Deixa lá a esperança
para quem a suporte.
Mas o mar e os montes...
isso, sim.
Não te amedrontes.
Atira-os sobre mim.
Atira-os de espada.
Porque ficas vencida
ou desta minha vida
não fica nada.
Mar e montes teus beijos, meu amor,
sobre os meus férreos dentes.
Mar e montes esperados com terror
de que te ausentes.
Mar e montes teus beijos, meu amor!...
A velhice é um vento que nos toma
no seu halo feliz de ensombramento.
E em nós depõe do que se deu à obra
somente o modo de não sentir o tempo,
senão no ritmo interior de a sombra
passar à transparência do momento.
Mas um momento de que baniram horas
o hábito e o jeito de estar vendo
para muito mais longe. Para de onde a obra
surde. E a velhice nos ilumina o vento.
Entre aquém e além ser e não ser
tantas portas abertas ou talvez nenhuma.
Não há senão um verso por escrever
e sobre a areia branca a breve espuma.
Eu sabia que tinha de haver um sítio
Onde o humano e o divino se tocassem
Não propriamente a terra do sagrado
Mas uma terra para o homem e para os deuses
Feitos à sua imagem e semelhança
Um lugar de harmonia
Com sua tragédia é certo
Mas onde a luz incita à busca da verdade
E onde o homem não tem outros limites
Senão os da sua própria liberdade
Todo o homem tem um navio no coração
todo o homem tem um navio
tem um país a descobrir em cada mão
tem um rio no sangue tem um rio
todo o homem tem um navio no coração.
Todo o homem tem um onde e tem um quando
um tempo de partir um tempo de voltar
sete palmos na terra mil caminhos no mar.
Todo o homem se perde.
Todo o homem se encontra.
E tem um tempo em que se mostra.
E tem um tempo em que se esconde.
Todo o homem tem um por e tem um contra.
Todo o homem se perde.
Todo o homem se encontra:
todo o homem tem um quando e tem um onde.
" sob o telhado, leopardo urbano mia de amor
a cidade dorme, o caos dá um tempo
solidão acorda o poeta
que acostumado torce para que o romance dê certo
mas parece que ela, hoje não quer
resignado,vaga pelos muros
cantando, madrugada afora
sua triste canção...
Voz Interior
(A João de Deus)
Embebido n'um sonho doloroso,
Que atravessam fantásticos clarões,
Tropeçando n'um povo de visões,
Se agita meu pensar tumultuoso...
Com um bramir de mar tempestuoso
Que até aos céus arroja os seus cachões,
Através d'uma luz de exalações,
Rodeia-me o Universo monstruoso...
Um ai sem termo, um trágico gemido
Ecoa sem cessar ao meu ouvido,
Com horrível, monótono vaivém...
Só no meu coração, que sondo e meço,
Não sei que voz, que eu mesmo desconheço,
Em segredo protesta e afirma o Bem!
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