Tu Es Forte

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A apetência para a ociosidade implica um apetite católico e um forte sentido de identidade pessoal.

Que suave é o ar!
Como parece
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.
Mas não; ou seja a selva escura
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.

I

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.

Hilda Hilst
Cantares do Sem Nome e de Partidas

Sou um ser distinto para cada pessoa que me conhece. Sei-o, vejo-o. E nada me embaraça tanto como estar ao mesmo tempo com pessoas para quem sei que sou um tipo diferente.

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Manuel Bandeira

Nota: Trecho do poema "Meu Quintana"

Abro bem os olhos, e não adianta: apenas vejo. Mas o segredo, este não vejo nem sinto. A eletrola está quebrada e não viver com música é trair a condição humana que é cercada de música. Aliás, música é uma abstração do pensamento.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho do conto Tempestade de almas.

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Gênesis 19

Sodoma e Gomorra destruídas

1 Os dois anjos chegaram a Sodoma ao anoitecer, e Ló estava sentado à porta da cidade. Quando os avistou, levantou-se e foi recebê-los. Prostrou-se com o rosto em terra
2 e disse: "Meus senho­res, por favor, acompanhem-me à casa do seu servo. Lá poderão lavar os pés, passar a noite e, pela manhã, seguir caminho".
"Não, passaremos a noite na praça", res­ponderam.
3 Mas ele insistiu tanto com eles que, final­mente, o acompanharam e entraram em sua ca­sa. Ló mandou preparar-lhes uma refeição e assar pão sem fermento, e eles comeram.
4 Ainda não tinham ido deitar-se, quando todos os homens de toda parte da cidade de Sodoma, dos mais jovens aos mais velhos, cer­caram a casa.5 Cha­maram Ló e lhe disseram: "Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos rela­ções com eles".
6 Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si
7 e lhes disse: "Não, meus ­amigos! Não façam essa perversidade!
8 Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto".
9 "Saia da frente!", gritaram. E disseram: "Este homem chegou aqui como estrangeiro, e agora quer ser o juiz! Faremos a você pior do que a eles". Então empurraram Ló com violên­cia e ­avançaram para arrombar a porta.
10 Nisso, os dois visitantes agarraram Ló, puxaram-no para dentro e fecharam a porta.
11 De­pois feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, dos mais jovens aos mais velhos, de manei­ra que não conse­guiam encontrar a porta.
12 Os dois homens perguntaram a Ló: "Vo­cê tem mais alguém na cidade - genros, filhos ou filhas, ou qualquer outro parente? Tire-os daqui,
13 porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas ­que ele nos enviou para destruir a ci­dade".
14 Então Ló foi falar com seus genros, os quais iam casar-se com suas filhas, e lhes disse: "Saiam imediatamente deste lugar, porque o Senhor está para destruir a cidade!" Mas pensaram que ele estava brincando.
15 Ao raiar do dia, os anjos insistiam com Ló, dizendo: "Depressa! Leve daqui sua mulher e suas duas filhas, ou vocês também serão mor­tos quando a cidade for casti­gada".
16 Tendo ele hesitado, os homens o agarraram pela mão, como também a mulher e as duas filhas, e os tiraram dali à força e os deixaram fora da cidade, porque o Senhor teve misericór­dia deles.
17 Assim que os tiraram da cidade, um deles disse a Ló: "Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será mor­to!"
18 Ló, porém, lhes disse: "Não, meu se­nhor!
19 Seu servo foi favorecido por sua benevo­lência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupan­do-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, senão esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei.
20 Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo".
21 "Está bem", respondeu ele. "Também lhe aten­derei esse pedido; não destruirei a cidade da qual você fala.
22 Fuja depressa, porque nada poderei fazer enquanto você não chegar lá". Por isso a cidade foi chamada Zoar.
23 Quando Ló chegou a Zoar, o sol já havia nascido sobre a terra.
24 Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e en­xofre sobre Sodoma e Gomorra.
25 Assim ele destruiu aquelas cidades e toda a planície, com todos os habitantes das cidades e a vegetação.
26 Mas a mulher de Ló olhou para trás e se trans­formou numa coluna de sal.
27 Na manhã seguinte, Abraão se levantou e voltou ao lugar onde tinha estado diante do Senhor.
28 E olhou para Sodoma e Go­morra, para toda a planície, e viu uma densa fumaça subindo da terra, como fumaça de uma fornalha.
29 Quando Deus arrasou as cidades da pla­nície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe que destruiu as cidades onde Ló vivia.

Lot e as suas filhas

30 Ló partiu de Zoar com suas duas filhas e passou a viver nas montanhas, porque tinha me­do de permanecer em Zoar. Ele e suas duas fi­lhas ficaram morando numa caverna.
31 Um dia, a filha mais velha disse à mais jovem: "Nosso pai já está velho, e não há ho­mens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda a terra.
32 Vamos dar vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a sua linhagem".
33 Naquela noite, deram vinho ao pai, e a filha mais velha entrou e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quan­do se levantou.
34 No dia seguinte a filha mais velha disse à mais nova: "Ontem à noite deitei-me com meu pai. Vamos dar-lhe vinho também esta noite, e você se deitará com ele, para que preservemos a linhagem de nosso pai".
35 Então, outra vez deram vinho ao pai naquela noite, e a mais nova foi e se deitou com ele. E ele não percebeu quan­do ela se deitou nem quan­do se levantou.
36 Assim, as duas filhas de Ló engravidaram do próprio pai.
37 A mais velha teve um filho e deu-lhe o nome de Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje.
38 A mais nova também teve um filho e deu-lhe o nome de Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.

Inserida por 1bibliasagrada

Pedem-me pouco, pedem-me quase nada. O terrível é que eu tenho muito para dar e tenho que engolir esse muito e ainda por cima dizer como delicadeza: obrigada por receberem de mim um pouquinho de mim.

Clarice Lispector
Varin, Claire. Línguas de fogo. São Paulo: Limiar, 2002.
Inserida por DAlma

(…) Pode fazer um pedido. Ou três. Sempre faço. Quando são três, em geral, esqueço dois. Um nunca esqueci. Um sempre pedi: amor.

Inserida por alines2

Embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.

Caio Fernando Abreu

Nota: Trecho da crônica "Uns sábados, uns agostos".

Inserida por mauraprada

Mas como nada nunca é perfeito, penso que a única saída é aproveitar cada momento(independente do estado civil em que você se encontre)e aceitar a realidade como um presente.

Inserida por laaariii

Decálogo
Ao pé do monte Sinai
A voz do anjo gritou
O solene momento do início
Da soberania do Estado-Senhor
A trombeta fatídica da lei
Que o mundo inteiro escutou:
Não te reunirás
Não te imprimirás
Não lerás
Respeito aos que te representam
Fiel vais pagar o orçamento
Vais amar o teu governo
Que é teu Deus e Senhor.

[1984]

Inserida por renatofer10

A cruz deles é esquecer-se de sua própria dor. É nesse esquecer-se que acontece então o fato mais essencialmente humano, aquele que faz de um homem a humanidade: a dor pessoal adquire uma vastidão em que os outros todos cabem e onde se abrigam e são compreendidos; pelo que há de amor na renúncia da dor pessoal, os quase mortos se levantam.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Lembrança de um homem que desistiu.

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Inserida por DAlma

Ninguém
Ninguém é tão forte que nunca tenha chorado.
Ninguém é tão autossuficiente para nunca ser ajudado.
Ninguém é tão fraco que nunca tenha vencido.
Ninguém é tão inválido que nunca tenha contribuído.
Ninguém é tão sábio que nunca tenha errado.
Ninguém é tão errado que nunca tenha acertado.
Ninguém é tão corajoso que nunca teve medo.
Ninguém é tão medroso que nunca teve coragem.
Ninguém é tão alguém que nunca precisou de alguém!

Hoje não quero ser a mulher forte de atitude, a leoa sedutora, a que luta, defende, conquista, consola, abriga... Hoje eu quero deixar que a mulher sensível, delicada, romântica, frágil... seja vista e sentida! Quero carinho, abraço, colo... Quero braços que me envolvam, protejam, abriguem. Quero um corpo onde possa me aconchegar, um ombro, uma mão que acaricie meus cabelos, olhos que vejam minhas lágrimas rolarem no meu rosto quando falo dos meus temores, medos... uma boca que me diga palavras de ânimo e esperança e que me beijem com amor e desejo! Quero olhos q vejam minha fragilidade, que me admirem por ser delicada e que não desejem que eu tenha que ser forte o tempo todo! Quero ser admirada, notada e quero que me queiram por também ter um lado frágil. Quero que me admirem por ser mulher na total essência, não só o lado leoa, mas o lado beija-flor e também flor! O lado que necessita do outro que também precisa receber! Quero hoje a fragilidade de ser mulher!

Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. (...) Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. (...) Sinto uma dor enorme de não ser dois e não poder assim um ter partido, outro ter ficado com todas aquelas pessoas.

Você é forte quando pega sua mágoa e ensina a sorrir. Você é corajoso quando supera seu temor e ajuda os outros a fazer o mesmo. Você é feliz quando vê uma flor e se vê abençoado. Você é amoroso quando sua própria dor não lhe faz cego à dor dos outros. Você é sábio quando conhece os limites de sua sabedoria. Você é verdadeiro quando admite que há vezes em que você se engana. Você está vivo quando a esperança de amanhã significa mais a você do que o erro de ontem. Você é livre quando têm o controle de si e não deseja controlar os outros. Você é honrado quando descobre que sua honra é honrar os outros. Você é generoso quando pode receber tão docemente quanto você pode dar. Você é humilde quando você não sabe como pode ser humilhado. Você é atencioso quando me vê exatamente como sou e me trata exatamente como você é. Você é misericordioso quando perdoa nos outros as faltas que você condena em si mesmo. Você é belo quando não precisa que um espelho lhe conte. Você é rico quando nunca precisa mais do que o que você tem. Você é você quando está em paz com quem você não é.

Em todo caso, deseje o mal de volta pra pessoa. Não por vingança. Só pra ver se ela é forte como você.

Brena Braz

Nota: Trecho de uma crônica da autora.

Jamais perca o seu equilíbrio por mais forte que seja o vento da tempestade

Essência cósmica

Sou como o vento
forte, ruidoso, furacão;
às vezes brisa, calmaria.
Sigo à frente meu momento,
passageiro e condutor.
Noites escuras, lindos dias.
Passos largos, riso franco.
Explosão em cores e dor,
vermelhos, rubros, raivas;
azuis, argentos, carícias.
Assobio nas copas e nas taipas.
Assobrado, assobrador.
Sigo o rumo das correntes,
que me levam longe e perto.
Subo e desço por vertentes,
sem paradas, sem descanso;
ora em gritos, ora manso,
mas sempre sou eu, essência,
daquilo que represento,
em vidas que fui,
e em vidas que serei.

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