Trânsito
Motociclista: o farol é como se fosse o seu escudo, a buzina é como se fosse a sua arma e os retrovisores são como se fossem os seus amigos. Nunca deixe de usar o seu escudo, use a sua arma somente quando necessário e não confie cem porcento em seus amigos.
Alguns passeios nas ferias ou até mesmo nos finais de semanas nos ajudam a esquecer o stress do dia-a-dia, o duro é voltar à confusão do trânsito, sempre de olho no relógio vendo a vida passar rápido.
Acordei e erguir os braços,as pernas já estavam a caminho.Desviei do perigo constante,sempre Magnetizado,colidir.
"O ciclo da vida se encerra ou deveria se encerrar por velhice ou por doenças de causas naturais. Nunca por morte no trânsito. Nunca por assassinatos em via pública que não são reconhecidos como tal e tratados com tamanha indolência e aceitação pela sociedade que para tais crimes atribui penas brandas que não intimidam mais. As vidas dessas pessoas acabam sendo trocadas por cestas básicas. Por uma latinha de óleo, arroz e feijão. Isso não mata a nossa fome de justiça, senhores homens das leis."
trabalhei na semob usando farda
levei sol, muita chuva e sereno
quando tinha ocorrência ia correndo
ou voando como um anjo da guarda.
todo dia, apesar de não ter arma
atuava em lugares de conflito
Infratores tentavam com um grito
me assustar pra evitar a punição
logo eu que encarava até canhão
só com a farda a caneta e o apito.
o "doutor" não aceita ser multado
mesmo quando é pego em flagrante
diz que é uma pessoa importante
me mostrando brasão todo dourado.
cabe ao guarda que está bem preparado
resolver o problema sem atrito
abordar entregando o veredito
sua sentença é o auto de infração
tando errado, eu autuo até o cão
só com a farda a caneta e o apito.
no meu tempo de rua eu vi de tudo
enfrentei muitos tipos de perigo
dei palestra em escola, fiz amigo
Canetei uns cabinha bem quexudo.
motoristas faziam absurdo
não escapa o pobre nem o rico
Infrações logo viram um delito
matam mais que o grupo talibã
nessa guerra eu sou guarda eu sou titã
só com a farda a caneta e o apito.
Eu queria que todo motorista
Fosse guarda ao menos por um dia
Só pra ver como é que ele faria
Pra por ordem no trânsito da pista.
Apartar Loteiro de taxista
Abordar vagabundo no esquisito
Empurrar carro véi de todo tipo
E atender ocorrência de acidente
Quero ver quem tampa e eficiente
Só com a farda a caneta e o apito.
Você
Olhei para uma estrela de dentro do ônibus, entre as luzes do homem moderno sinalizadas nos postes, os placares de trânsito e algumas árvores que momentaneamente impediam a contemplação, porém, continuei a fitar para aquela estrela, imaginando quantos já não a teriam observado também, seja depois de um dia de dores ou depois de um dia de glórias, seja observando aquele pontinho no céu com um largo sorriso apaixonado ou com tristes lágrimas por ter perdido o grande amor, uma decepção qualquer, quantas histórias poderiam ter sido registradas por aquela estrela? Não faço ideia, talvez seja um número compatível com o mesmo número da quantidade que ela compõe com suas semelhantes. Uma linda estrela não passa pelas nossas vidas discretamente, disso estou certo.
Somos como elas, cada um brilhando na sua própria intensidade, mas que cria uma beleza única em um universo indescritível quando observadas conjuntamente. A beleza não seria tão intensa se todas tivessem um brilho semelhante e fossem milimetricamente colocadas a uma distância igual entre elas. Como seres humanos, também temos as nossas diferenças que nos fazem únicos e, como as estrelas, somos próximos de uns e distante de outros, não há como não ser assim, não há como não sermos belos e resplandecentes como as estrelas. Compomos uma sinfonia de luzes que enriquecem o céu da nossa vida.
Nunca se esqueça de uma coisa - na sua própria existência, dentro das suas possibilidades de viver, da sua própria natureza de ser, você é belo! Você é cativante! Você é apaixonante! Você é grandioso!
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...
Nove de Outubro de 2015, Sexta-feira, 7:45h da manhã.
Avistei ao longe um casal de velhinhos já octogenários. Ela na frente, os pés inchados por alguma patologia, arrastava com dificuldade um carrinho de feira vazio. Ele, logo atrás, magrinho-de-dar-dó, se equilibrava em uma bengala em passos trôpegos. Verdade que não havia faixa de pedestres ali; rua tranquila, sem outros carros passando. Parei o meu e fiz sinal para que pudessem atravessar calmamente, não me custando nada esperá-los. Um meio sorriso se esboçou na fronte da senhorinha e, passo a passo, foram tomando a rua rumo ao outro lado. O senhorzinho segurou o ombro de sua senhora com uma mão para dar impulso ao passo e ajudar a bengala em seu equilíbrio, vagarosamente.
Avistei pelo retrovisor uma motociclista que vinha logo atrás em uma velocidade baixa, mas suficiente para que eu pudesse colocar o meu braço para fora e balançá-lo, em sinal de “venha devagar… mais devagar”. A motociclista ignorou o meu gesto, ignorou a esquina… possivelmente embalada musicalmente pelos fones de ouvido logo abaixo do capacete. Ultrapassou o meu carro e freou bruscamente em cima do casal de velhinhos. O susto foi tamanho que os dois foram ao chão… corpos, bengala, carrinho de feira, respeito, civilidade. Tudo caído no asfalto.
A motociclista continuou “empinada” em sua moto e não fez nenhuma menção de ajudá-los, não moveu um músculo sequer… e eles estatelados no chão. Abri a porta do meu carro e saí e, antes que eu pudesse fazer algo, o velhinho, com toda a dificuldade e com certa rapidez olímpica para a sua idade, se levantou do chão, levantou a sua senhora com os joelhos ensanguentados e pegou a sua bengala. Em pé na porta do meu carro, pude ver uma cena similar às populares surras que ocorreram nas novelas globais “Senhora do Destino” e “Celebridade”. O velhinho, juntando as forças de seus braços magros, “empunhou” a sua bengala como se fosse uma espada e, como se tivesse tomado um elixir da juventude, desferiu golpes na motociclista posuda. Um, dois, três, quatro, no retrovisor da moto, no ombro dela, no tanque na moto, nas pernas dela. Aí sim, ela reagiu, se movimentou, pois AGORA sim, era com ela, antes não! Ela começou a gritar “velho louco! velho louco!” e ele, com a sua “bengala-sabre-de-luz”, tentava fazer alguma justiça com as próprias mãos, ainda muito trêmulas, pela idade e também pelo susto.
A motociclista arrancou a sua moto dali “gesticulando palavrões” deixando o velhinho ainda agitado e nervoso. Deixei o carro em direção aos dois para prestar alguma ajuda, pois os ferimentos físicos e emocionais eram visíveis. Peguei a minha garrafinha de água e ofereci a senhorinha sentada na calçada. Perguntei se poderiam entrar em meu carro para levá-los até o Pronto Atendimento, mas não aceitaram, alegando que estavam bem e precisavam fazer a “feira do mês”, em um supermercado próximo dali. Se levantaram, sacudiram a poeira; a senhorinha enxugou o suor e as lágrimas com um roto lenço, ajeitou seus cabelos e também o boné na cabeça de seu senhor, e, ambos, continuaram os seus vagarosos passos apoiados um no outro (creio agora que mais tristes e decepcionados do que quando se levantaram pela manhã).
Isso tudo não durou 5 minutos de relógio, e escrevo para que fique uma pequena eternidade em registro. Foi tudo muito rápido, mas não pude deixar de notar que, no veículo da descerebrada motociclista estava adesivado: “Livrai-me de todo mal, amém”.
No mínimo, irônico.
Motoristas, motociclistas e pedestres são irresponsáveis. Ciclistas me parecem os mais prudentes, no entanto, são a categoria que menos tem infraestrutura para se locomover.
É muito carro no mundo
Traga me mais bicicletas, skates, patinetes e patins.
Darei de presente para os que têm carros.
Das motos quero só as rodas e o vento no cabelo
Vou desfilar pelo deserto no meu Jaguar 1970
Brindarei com os vinhos doados pelos hóspedes do castelo mal assombrado
Farei serenatas de amor quando eu acordar bêbada.
Quando nossos ancestrais tornaram-se bípedes, jamais imaginaram que a tecnologia um dia nos faria voltar a andar de quatro.
De quatro rodas...
Conceito de acidente:
Evento inesperado e indesejávelque causa danospessoais, materiais ou financeiros e que ocorre de modo não intencional.
Ou seja, tudo, menos o que se vê no trânsito.
Quando estiver dirigindo e de repente começar a observar-se e achar que você é um super-herói da direção, tome cuidado, pois você pode estar aprendendo sobre os atributos contrários às suas habilidades de condutor.