Toc
Depois de cada pôr do sol vem o anoitecer e logo, um novo dia. A natureza sempre tenta mostrar que tudo é um círculo e que a vida, independentemente como, sempre continua!
E quem irá de ver, em meio a tanta chuva, minhas simples lágrimas? E quem vai perceber, em meios aos trovões, os meus rumores de saudade?
Não insista no que já passou, no que já ocorreu, no que já acabou. Por mais que seja difícil, por mais que seja incompreensível, o passado passou e sobre ele só resta lembrar (as vezes, não sempre) e seguir em frente.
Já diziam que o sentido da vida é pra frente. E pra ir, algo deve ficar. Acrescento então um conselho:
Deixe as pedras para trás e colha flores na ida, deixe sua vida mais colorida.
Porque nós fazemos parte da natureza e ela faz parte de nós. No final, as coisas se misturam e viramos um só.
Minha lua, lua minha.
És tão bela em minha companhia.
Fico tão encantada ao te ver nova.
Minha lua maravilhosa.
O inverno é tal como o casulo de uma borboleta, é a época das metamorfoses da vida. A primavera, diferentemente, é a época da conclusão, libertação, é o momento de, finalmente, mostrar ao mundo as suas novas asas.
E todas as vezes que eu via o pôr do sol, eu me lembrava de você. Das nossas tardes juntos, das nossas conversas, das nossas risadas. Momentos estes que ficarão para sempre em minha memória, pois você foi um corte em minha vida e sempre terei essa cicatriz.
E foi nesta terra que criei meus filhos e o futuro deles. Trabalhei sol e chuva para nada faltar. Plantei capim, plantei milho e feijão. Criei meu gado e minhas ovelhas e hoje sou grato, mais do que grato, por tudo o que conseguimos. Obrigado meu Deus por sempre nos abençoar.
Mudar por dentro, deixar a preguiça de lado, focar nos sonhos, ver a beleza da vida, ouvir os altos gritos e os baixos sussurros. Realizar. Coisas que todos almejam e ninguém toma iniciativa por medo ou preguiça, mal sabem como isso é libertador.
Ele era diferente. Falava a mesma língua, mas não partilhava dos mesmos gostos ou tradições. Não pensava igual e, por mais que tentasse, não agia da mesma forma. Eles o excluiram, eliminaram-o do círculo de convivência, riram de suas cores e modos.
A gente tem esse negócio de querer que, no final, tudo fique bem, mas não é disso que se trata esta história. Ele foi excluído e, no final do dia, foi para o seu canto e chorou como um bebê com fome. Chorou e se aceitou diferente, mas isso não mudou o mundo, mudou apenas o seu mundo. Ele continuou excluído, mas parou de se importar. Com o tempo, viu que a solidão era sua melhor amiga e não precisava mudar isto, mesmo que seu desejo fosse estar com os outros.
Chegou!
A época mais verde, mais colorida, mais cheia de vida. A época dos ursos acordarem da hibernação, das formigas saírem dos formigueiros para abastecer seu estoque, das cigarras voltarem a cantar. Chegou a época de florescer e, não digo isso apenas para as plantas, pois depois de um inverno cheio de acontecimentos e ensinamentos, nós também devemos florescer nossa vida, nosso eu.
Ela tem as suas fases, ela tem os seus momentos de auge, ela tem seu mistério, ela tem pegadas, ela realizou sonhos, ela inspira sonhos. Ela tem o meu olhar e o meu amor.
Liberdade? Quem disse que éramos livres? Estamos todos presos em gaiolas físicas e psicológicas. Realidade. Você nunca irá se livrar delas!
As coisas acontecem quando precisam acontecer. O certo é certo. O sentido da vida é pra frente. A mudança é necessária. Por que teimamos tanto em aceitar tudo isto?
E foi quando cresci que percebi o quanto não queria ter crescido. O mundo dos adultos é estranho, eles não sabem resolver as coisas e terminar na paz. A gente, quando ficava chateado com alguém, ia lá e contava pra pessoa. Brigava, as vezes, mas no outro dia, ou até no mesmo, já estava fazendo as pazes. Era bom, ela feliz. Em maioria, não precisava se preocupar com muito. E tudo ficava bem num abraço dos pais. Hoje, só a saudade de casa que fica, a preocupação com o futuro, emprego, carreira, contas, tempo. Aa o tempo, este passa mais rápido a cada dia com tamanhas obrigações que nos tiram o sono. Por fim, ressalto que não se deve deixar de ser criança, não deve parar de brincar, não deve parar de ver o mundo com aquele olhar curioso e encantado. Olhe o mundo com os olhos de uma criança.
