Toc
No meio do sol você foi a minha chuva. No meio da chuva você foi a minha música. No meio da dança você foi o meu par.
No meio da chuva você foi o meu sol. No meio do sol você foi a minha sombra. No meio da sombra você foi o meu descanso.
Sinto sua falta. Sinto sua falta em todos os momentos, nos bons, nos ruins, nos dias chuvosos, nos dias ensolarados. Sinto sua falta até quando não quero sentir.
E hoje eu estava olhando a lua pela janela do carro e me perguntando: é ela que vai comigo ou sou eu que vou com ela?
O bom de escrever é que você põe tudo pra fora. Mesmo sabendo que ninguém vai ler (e, as vezes, querendo isso) você escreve e reler e corrige e acaba entendendo as confusões da sua vida, aprendendo com elas e começa a resolvê-las com facilidade.
Mas a Terra vai girar outra vez, o sol vai nascer, os passarinhos vão cantar e eu estarei aqui, esperando!
Se fosse simples, não seria a vida. Se fosse fácil, todo mundo conseguiria. Se não houvesse lágrimas, não valorizaríamos os sorrisos.
Dói. Dói como eu pensei que não conseguiria suportar. Dói mais do que eu cheguei a imaginar. Dói porque não dá pra parar. Essa é a vida... ou você acostuma ou desiste...
Chega!
Chega mais, chega logo, chega como quiser.
Chega disso, chega daquilo, chega Zé!
Chega de chorar, chega de sofrer,
Chega de todo esse auê!
Engraçado como as luzes nos atraem, como sempre tentamos encontrar aquela luz no fim do túnel e não percebemos que, as vezes, o escuro é o nosso lugar.
Queima, queima, queima. Devagar, não precisa de pressa alguma. E, suavemente, aos poucos, vai se derretendo tudo, o papel, o plástico, o sentimento. Daí, só sobras as cinzas e as lembranças daquilo que um dia esteve presente.
