Textos Tristes
"Fui ficando em pedaços…"
por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível
Fui ficando em pedaços,
mas ninguém notou.
Sorri pra não assustar,
mas por dentro… já era só dor.
Falei que estava tudo bem
mil vezes,
e em todas,
esperei que alguém ouvisse o silêncio
por trás da mentira.
Ofereci o melhor de mim
a quem mal sabia lidar
com o pior de si.
Fui abrigo pra gente
que nunca me deu teto.
Colhi espinhos
de flores que reguei com fé.
Chorei noites inteiras
por amores
que dormiram em paz sem mim.
E mesmo assim,
eu continuei…
remendando meu coração com esperança,
na esperança tola
de que amar valesse a pena.
Esse poema foi escrito por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível, autor do perfil ‘O_Escritor_Invisivel’ no site Pensador.
As alegrias extravagantes fazem com que nos percamos no caminho.
Estar perdido nos leva a cometer erros que causam arrependimento e tristeza.
A melancolia, imponente, nos conduz à reflexão e só então nos reencontramos.
Conclusão: São os conflitos da vida que nos ajudam a amadurecer e adquirir a sabedoria necessária para tomar as decisões coerentes que guiarão o nosso existir.
Um apelo pela natureza
Se a natureza falasse
Será que os humanos a preservariam?
Se o mundo a escutasse,
Será que ele sobreviveria?
Se nosso lixo espacial
Impedisse-nos de ver as estrelas
Será que pararíamos de produzi-lo?
Se os seres humanos amassem mais
Será que haveria tanto terror no mundo?
Se o oxigênio acabasse,
Será que em nosso leito de morte
Nós nos arrependeríamos?
Mesmo que o mundo acabe,
Por nossos erros,
Nunca nos arrependeríamos,
Por sempre termos essa ideia de superioridade.
ECOS DO SILÊNCIO
amanhecerá
entre a penumbra de um dia e outro
o ruído do silêncio fazendo eco na madeira dos móveis
o criado-mudo tão mudo quanto antes
estático na sua velha roupagem de verniz vencido
— o tempo deixa marcas me disse, mudamente
— e eu que achava que não... sorri sardônicamente
silêncio lá fora. barulho lá dentro
o vento soprando as horas como se o tempo fosse vela
entre um silêncio e outro [o ruído do tempo]
esse barulho que não passa... virá de fora ou virá de dentro?
AURORA
Querida Aurora ,
Não chores por que já é domingo
E nos domingos meu bem,
As dores não passam
e as lágrimas não cessam
Não chores agora querida,
Por que agora é domingo à tarde
E nos domingos Aurora
Teu pranto é mudo
abafado,
inaudível
taciturno.
Afásico como as paredes duras
que esconde os monges
Não chores pois teus olhos ardem com o sal das lágrimas
E as lágrimas ardem minha querida Aurora
Ardem como o sal dos mares que corrói as rochas
e é domingo Aurora
Domingo não tem carteiro,
Nem cobrador,
Nem bufarinheiro.
Nem entregador de flores.
Ninguém pra bater no bater na tua porta,
chamar por teu nome,
olhar no teus olhos ,
e perguntar por que choras
Não chora hoje
Chora amanhã Aurora
Amanhã tem carteiro
Cobrador
Bufarinheiro
e entregador de flores.
Hoje não. Hoje é domingo à tarde.
E domingo é duro Aurora.
Nem a mesma rua,
Nem as mesmas casas,
nem as mesmas flores na janela.
As flores eram agora outras,
e outro também eram o seu perfume.
Meus pés pisavam outra rua,
Meus olhos, contemplavam outras faces.
Eles também eram outros.
Talvez mais duros, talvez mais frios.
Talvez por que não viu sua face,
Talvez por que não viu suas flores.
Senti areia sobre minhas córneas,
espinhos no meu coração,
e sob meus pés, paralelepípedos.
Venta lá fora. As janelas batem com ímpeto
tapando a vista de um céu misterioso.
o crepitar das arvores fazem notas musicais
São notas Graves. Sinistras.
Meu peito palpita agudo
Quiçá viestes com o vento que bate na minha porta.
Eras tu.
Oi, te trago flores silvestres . Sinta.
São rosas mosquetas colhidas dos vales
Cuidado com o espinhos.
Uma nota almíscar paira pela sala. Meu peito late grave
São notas do vento. Das arvores que crepitam. Das flores de rosa mosqueta
Você não veio. Veio a lembrança trazido pelo vento
A nota almíscar pairando pela sala.
Os céus das minhas noites
Tem mais noites que estrelas
Às vezes as estrelas do meu céu
Deslizam pelo breu da noite
e se afogam no mar
São estrelas cadentes
metamórficas
Passageiras
Levam consigo a luz
Deixam rastros de poeira
Então eu fecho os meus olhos
por puro medo do escuro
e no escuro
rezo uma prece as três Marias virgens
Quieto
Em leito, sinto
Oh quão frio
Lobo só, sem matilha
Não tema
Está só!
Não reclame, diziam eles
Engula o choro!
Em leito, sentia
Já não mais
Mas, nada!
Frio sou
Não!
Tornei-me
Em leito, sentiria
Na pele
Seleção natural
Quantos lobos
Não entendo
Algo errado
Em leito, sinto
Coração, não mais
Odor pérfido
Não eram lobos
Abutres
Liberdade, enfim?
O tempo foi pouco,
Me encontrar nunca foi problema,
Eu quem vendava os olhos.
Sobre o agora? Tanto faz.
Tento ficar acordado.
Este é o último dos muitos pensamentos,
Mantive-os comigo e não me arrependo.
Deixo migalhas do meu eu.
Vou, porém volto!
Sou mais um brinquedo do destino,
Manual não há, nem nada.
A vida passa sem demora,
O vento leva sem dó a esperança,
De um futuro já esquecido.
Oh doce adeus,
Abrace aqueles que não pude.
Dê forças aos que a perderam.
Oh tempo frio, venha e faça morada.
O sol já não brilha e os brinquedos quebraram-se.
Danço em suas curvas
Devaneio em seu sorriso
Doce são teus lábios
Divirto-me em teus braços
Durmo em teu colo
Dou-me por completo
Duma vez, me afasto
De você, nada quero
Dose amarga de fel
Deu-me para beber
Dope-me mais uma vez
Dissipe minha alma
Desejo insaciável
Deslumbrante
Dói e nada sinto
Divergente
Dignidade já não há
De novo e de novo
Despido
50 passos até a água
O horizonte cinza
A areia quente, não afeta
O vento forte, desequilibra
As ondas lambem os pés
Os joelhos, coxas e abdômen
Cada passo, uma viagem, vertigem
A profundidade me deseja
E a venero
Sob a superfície, caminho
Bolhas saem da boca
O pulmão se enche d'água
Os olhos, lacrimejam
E nada se vê
Nada se sente
E a profundidade me deseja
O breu, se torna luz
O abissal cria seu próprio sol
E nele, acredita
Apenas é
Ser superior é ser ético
É saber seus limites
É amar e respeitar
É cumprir regras
É garantir o bem do outro
E o próprio
Até que...
Jovem é agredido por PM por ser minoria
Mulher é agredida por PM por ser mulher
E diversas atrocidades que acontecem
Por serem "superiores"
Quanto maior a altura
Maior a queda, Senhor!
Não!
Não que eu tenha medo
Estou me perdendo em becos
Na imensidão do pequeno lugar
Mas eu tentei me encontrar nos meus erros
Tentei lutar contra os meus medos
Não é tão fácil assim pra mim
Não é!
Esse é o meu limite, grite e corra
Se não for suficiente
A vida é cheia dessas coisas
As quais, ninguém entende
As vezes, assim penso, vivo
Um monólogo diário
Atravessando as vielas
Sem atalhos
Em frente ao mar
Dedico-lhes meus devaneios
Discorro sobre tudo
Sem, ao menos, um pingo de receio
O mar atento
Se comunica através de suas ondas
Mergulhante, deslizante e ascendente
Cabe a interpretação daqueles que mantém os olhos bem abertos
estou inquieta
Minha cabeça não para
E não consigo mais dormir
Não sei se estou infeliz
Insatisfeita com a vida que estou levando
Sei que quando levanto
Algo em mim se move
Ou fica no mesmo lugar
E isso me atordoa
Mais que lábios em minha boca
Corpos grudados no meu
Sonhos que não decifrei
Pessoas me acordando que não sei quem são
Por isso a revolta
Por isso peço pra algo maior a proteção
Pois preciso ,
No sonho tentaram me vencer
Mas não conseguiram
Não aguento as vozes em minha cabeça
Isso tudo por que ?
Por que e pra que viver tantas injúrias
Antes fosse de amor
Tentei dormir de novo
Não consegui
Ninguém nasce cruel.
Ninguém nasce quebrado.
O que nos parte não é o nascimento, é o caminho.
É o olhar que fere sem tocar.
É a palavra dita no momento errado, com a intenção errada.
É a indiferença de quem passa por nós como se fôssemos invisíveis.
Eu estive lá… essa madrugada.
De novo.
Naquele lugar escuro dentro da minha cabeça, onde a única companhia é o som do próprio medo gritando.
Sufoca. Dói. Paralisa.
E se as pessoas soubessem o que causam…
Se ao menos soubessem…
Talvez pensassem um milhão de vezes antes de usar a crueldade como defesa, antes de destilar julgamentos como quem cospe veneno em feridas abertas.
Mas eu sei que elas também estão quebradas.
Se tornaram aquilo que um dia odiaram.
Talvez nem percebam.
Talvez estejam apenas tentando sobreviver do jeito que aprenderam.
E eu…
Eu tô tão cansado.
Tão exausto dessa luta invisível.
Dessa armadura que visto pra parecer forte, inteligente, inteiro.
Quando, na verdade, eu sou só um quebra-cabeça feito de pedaços que a vida espalhou por aí.
E eu junto o que posso…
Do jeito que consigo…
Mas ainda assim… falta algo.
Me sinto perdido em mim.
Tentando ser o que esperam, tentando caber em moldes que não me servem mais.
Me cobro, me exijo, me mutilo em pensamentos…
Porque, por algum motivo, aprendi que ser perfeito era a única forma de ser amado.
De ser visto.
De ser aceito.
Mas eu não sou perfeito.
Nem você.
Nem ninguém.
E tudo o que eu queria agora…
Era que alguém segurasse minha mão.
E dissesse:
“Tá tudo bem se você não der conta hoje…
Eu te vejo mesmo assim.”
Eu ouvi muito você me dizer o quanto eu parecia ser um engano. Tentei provar o meu valor, que afinal, todos viam, menos você. Quanta ironia. Eu estava lado a lado ao vazio e já sabia disso, mas, ainda assim, fingia não reconhecer..
No fim, tivemos nosso contrato selado: mentes comprometidas, um caso ardente, mas sem envolvimentos. Tolice meu coração ser esquecido entre o nosso pacto nunca prometido.
Casamento não é uma caça, é uma conquista. É necessário mudar a si mesmo para viver em paz juntamente a outrem... pena que poucos alcançam esse estado. Morrem fadados a uma vida de insignificância, de constante inquietude para matar se o que dói, mas em contraste, constrói.
A maneira mais fácil é continuar postando irrisórias fotos para o mundo, e fingir que está tudo bem... por mais que o vazio ainda permaneça em ti.
“Amamos antes do amor chegar. Amadurecemos cercados de defesas.
As respostas mudaram conforme a nossa esperança.
Sufoquei-me com as palavras que nunca disse.
Cada vez que negligenciei minhas vontades algo morria em mim.
Perdi o paladar por só saborear desejos alheios.
Fui corresponsável pelo óbito do nosso futuro.
Tristes tempos pretéritos, presentes. Nossa química era física.
No final, só hiato de fato.”
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