Textos Tristes

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⁠Cessaram

Foi cessado o sonho.
Desgastado e muito amargo.
No percurso pereceu.
Triste caminho e enfadonho.

Até parece que está tudo acabado.
Por cada momento fadado.
No que se pareceu.
Uma figueira estéril.
Angústia e dor, o sonho que morreu.

Zombam de minha face.
Pedras colocam em meus caminhos.
Como ave desolada.
Sem asas, sem vôo e sem ninho.

Oh minha alma que grita.
Onde está esperança de uma árvore cortada.
Meu coração sedento pela caminhada.
Oh meu refúgio Santo amado poderoso Altíssimo em Jesus.
Não tenho, nada posso e nada sou diante das muralhas, de tantos gigantes.
A montanha sobremaneira forte.
Construíram barreiras, obstruções de grande porte.
É com poder do amor da cruz que me apego.
Altíssimo, em nome de Jesus me entrego.
Sou essa árvore perseguida pela morte.

Faça dos meus inimigos conhecedor do teu poder.
Que meus perseguidores se rendem as tuas maravilhas.
Mesmo que brasas se acendem.
De maneira que entendem.
És tu Jesus em minha vida que já prevaleceu.
A árvore sem vida, profetizo frutos teus.

Tem dito que a glória da primeira casa é maior que a segunda.
Pelo que aprisionaram, pelo ódio, ganância e inveja moribunda.
Tudo que os gafanhotos ceifaram.
Da raiz, tronco, ramos e frutos.
Da fé pela verdade do poder absoluto.
Receba minhas súplicas de humilhação, oh pai de honra e glória.
Restitui o coração dessa árvore sedenta.
É tua Senhor, toda honra, em minha vida tua maravilhosa vitória.
Giovane Silva Santos
08/10/2022 21:14hs.

Inserida por giovanesilvasantos1

⁠Regicídio -

Numa intensa tristeza, lamento profundo,
no silêncio das Almas, quente e perturbante,
ecoa ao longe, no Palácio da Pena, uma voz distante,
um grito de dor que abrange todo o Mundo …

Vai morto El-Rei a passar! E num eterno segundo,
seu filho, também. Atrás, D. Amélia, palpitante,
de véu negro sobre o rosto, num silencio cortante!...
Piedosa Senhora que leva cravado um punhal tão fundo!

Quão triste e penosa, quão amarga a vossa sorte!
Que até o Mar reza calado, orações de morte,
em severas toadas de límpido cristal …

Ó Senhora tão sozinha, perdoai esta gente fria,
que ao matar aquelas vidas não via que vos feria …
Que agora, a Pátria d’El-Rei, será o Céu de Portugal!


(Ao Regicidio de El Rei D. Carlos e do Principe D.Luis.
Ao Sofrimento da Rainha D. Amélia.
1 de Fevereiro de 1910. Lisboa. )

Inserida por Eliot

⁠No Altar de Deus -


Disseram-me certa vez:
quando um dia tiveres triste, põe,
no Altar de Deus, se crês,
as tuas aflições ...

É a grande dignidade
que ao Homem assistirá,
única integridade
que sempre o salvará!

E assim é, assim será!
Vem a morte, vem a Vida
e nada o destruirá!

Passa a dor, vem agonia, vai lamento,,
e sua ilusão, coração, Alma perdida,
sempre encontra novo-alento ...

Inserida por Eliot

⁠Psicografia -

Triste, só, aqui, sem ti,
olhar vazio e nada mais,
em que tempo te perdi,
diz-me aonde vais?...
Triste, só, aqui, sem ti,
olhar vazio e nada mais!

Dolência fria em meu corpo,
suplício aceso na saudade,
mar-alto sem ter porto
sem tempo nem idade!
Dolência fria em meu corpo,
suplício aceso na saudade!

Tristeza sem destino,
agonia e quebranto,
foi-se a Vida, vai-se o tino,
fica a Alma neste canto!
Tristeza sem destino,
agonia e quebranto!

Inserida por Eliot

⁠De Mim -

Saio à noite pelas ruas da cidade,
imerso em tristeza, mil horas de solidão!
Ai minha curta mocidade,
já sem orgulho ou ilusão ...

Ausente, alguém me vem à Alma,
e meu triste coração, pensa sempre e sempre em vão,
nesse Amor que grita, clama,
pelas ruas da cidade, pisando folhas pelo chão ...

E o vento chega sem perdão,
deixa sempre um lastro,
gelando o corpo e a solidão ...

Este Outono não tem fim,
já não passa outro Astro,
o que virá a ser de Mim?!...

Inserida por Eliot

⁠D. Amélia de Portugal -

Um manto de tristeza ainda lh’ anoitece
toda a Luz que seus olhos incendeia,
memória dolorosa que guarda e não esquece
no intimo do peito – maré cheia!

Amor de Esposa e de Mãe feito Epopeia!
Estranha Oração em triste-Prece,
ressoando numa Pátria, sangrenta e alheia,
ao culto e à dor que em seu peito resplandece.

E na luta interna que se agita,
no intimo d’uma Pátria que grita:
“morra p´la Republica esse cunho Real”,

esqueceram sentimentos, esqueceram humanidade,
atentaram contra à Vida e activaram a maldade,
pobre D. Amélia, Rainha de Portugal!

Inserida por Eliot

⁠Emoções Diárias -

Pela Estrada caminhamos ...
Tristes ou alegres,
seguros e imberbes
de Esperança nos fazemos!

E onde vamos?! Vamos simplesmente.
Caminhamos e amamos,
ignoramos, ultrapassamos,
construímos e ganhamos!

Mas perdemos também!
Odiamos, perdoamos
- tudo e nada - de onde vem?!

Vem simplesmente ...
E de que vale o que ganhamos
se morremos lentamente?...

Inserida por Eliot

⁠Encontro desencontrado -

Não te via há tantos dias
quando tristes nos cruzámos,
passeando pela rua, noite fria,
nem tampouco nos falámos ...

Ao teu lado, outro Alguém,
acompanhava os passos teus!
E nessa hora, intensa, de desdém,
fixaste sem pudor os olhos meus ...

E abrandámos o passar ...
Em silêncio recordámos o Passado
e partimos sem falar ...

Recordei o meu tormento,
solidão que me deixaste
num falso juramento ...

Inserida por Eliot

⁠Triste Desengano -

O pior Tempo que vivi foi a Juventude ...
Impasses de solidão, expectativas e desejos,
tudo informe, deformado, sem plenitude,
num Tempo de fantasia e ensejo!

Sou mais antigo que o meu corpo ...
Não encaixo nesta Vida, intensa, concebida
além de mim, tão perto e tão longe, morto
numa infância, juventude deprimida!

Sou cadáver exumado, pronto a sepultar,
num chão salgado, sem destino,
p'ra não correr o risco de tornar ...

Alma viva em corpo morto - triste desengano!
Ó Deus é tão triste o meu destino
que o meu destino só pode ser engano ...

Inserida por Eliot

Intima Impotência -

(⁠Diálogo da Personalidade Com a Alma)


O dia triste e pesado amanheceu!
"- Onde foste Ricardo?!" Escutei e tremi ...
Fui ali pedir a Deus
que me deixasse morrer, respondi!

"- E porque vens tão triste,
absorto e solitário?! Vens a tremer!"
Porque Deus me disse
que tenho muito que viver! ...

"- E isso é mau?!"
Não. É triste. Perturbador ...
"- Porquê se és tão novo?!" Não há idade p'ra minha dor!

Para mim, viver é morrer e morrer é viver!
"- Ó Poeta sonhador, aos 20 anos,
tão confuso e sofredor ..."

Inserida por Eliot

⁠Dura Memória -

Estou cansado, triste e infeliz,
fim de dia cansado e triste ...
Diz-me que mal te fiz!
Diz-me porque partiste!

Às vezes penso em matar-me
p'ra matar em mim esta saudade ...
Mas se a matasse, não iria pois lembrar-me,
da única coisa que deixaste!

Hei-de lembrar-me até morrer
das horas doces que passámos,
feitas horas de penar, feitas horas de sofrer ...

Perder - perder - dura memória!
Hei-de viver, e sofrer tanto até morrer,
numa dor austera, permanente e irrisória ...

Inserida por Eliot

⁠Morri por fraqueza.
Morri por orgulho.
Morri por tristeza.
Morri por solidão.
Morri por frustração.
Morri por falta de ajuda;
Morri pedindo ajuda.
Morri por falta de empatia.
Morri por esperar e por não esperar.
Morri por esquecer e por ser esquecido também.
Morri por amor e pela falta dele.
Simplesmente morri.
Por minha morte, não me tire por menos e não me tire por mais. Apenas entenda que morri e acho que estou em paz.
Morri no espaço transitório de onde minha vida se encaixava, ou seja, em trânsito nenhum.
Morri por coragem ou por falta dela.
Morri por forteza; assim como Morri por muralhas quebradas e destruídas.
Simplesmente morri.
Morri sem uma amizade verdadeira.
Morri sem o amor dos que são meus de sangue, mesmo sabendo que eu morreria por cada um deles.
Mas, morri mesmo por ter escolhido sentar no lado errado da mesa da vida.
E assim….
Simplesmente morri.
Morri simplesmente.

Inserida por Rilie778

⁠Horas Ociosas -

Há horas que nos vivem
de tristeza e agonia, horas ociosas
que a ilusão nos perpetua! E as Almas sentem
tristes agonias, frias ilusões em horas mortas ...

Alta vai a Alma à hora da morte,
já o tempo, afoito, se lhe esgotou,
já se foi, despedaçada a sua sorte
agoirada por um corvo que ali passou ...

Grasnou! Grasnou! Soturno, austero ...
Noite densa, esvai-se a Luz
e o negro corvo poisa na mormória cruz!

Olhou! Olhou! Sombrio em desespero ...
Tlão ... tlão - no cemitério - não viu ninguém!
E num lento restolhar levanta voo e voa além ...

Inserida por Eliot

⁠Évora Morta -

Évora morta curvada à solidão,
ruas tristes, tristes ermos, calçadas e janelas
que na dolência, ao passar, ansiando por perdão,
gemem pelas horas a desgraça das vielas …

Évora morta deleitada à solidão
terra seca de melancolia
que o tempo leva pela mão,
na brancura, dia-a-dia …

Évora morta num silêncio que vigia,
num espasmo de quimera
numa noite que inicia … e quase desespera!

Mas quando manhã alta o Sol desponta,
Évora desperta, Évora amanhece,
para logo anoitecer, e voltar a ser, Évora morta!

Inserida por Eliot

⁠Cansaço -

Estou cansado dos meus versos
sempre tristes sem sentido,
melancólicos, perversos
de um Coração frágil e perdido!

Estou cansado dos meus versos,
vou rasga-los um a um,
sentimentos controversos
já não quero ter nenhum!

Já não quero a solidão!
Estou cansado dos meus versos,
quero é ter um Coração ...

Ó Senhor que já nem rezo,
põe em mim a tua mão
que estou exausto dos meus versos!

Inserida por Eliot

⁠Lentamente -

Lentamente da tristeza se fez pranto
seguro e calmo como a Alma
e da Alma se fez canto
porque a tristeza era calma!

Mas lentamente a calma se perdeu,
a desgraça trouxe o drama
e ante os olhos meus, alguém morreu,
apagou-se a graça de quem ama!

Foi lento e triste que, calmamente,
da vida alguém distante,
aos poucos, se perdeu, lentamente ...

Ao longe, esse alguém parecia errante,
numa agonia austera e sufocante
que, pouco a pouco o consumia, lentamente ...

Inserida por Eliot

⁠Decisão -

Partiste sem quê nem porquê!
Triste devaneio, quase enlouqueci!
Sem ti, ceguei, esperar para quê,
se nunca mais te vi!

Sofri, esperei - tudo em vão!
Partiste, então, quase enlouqueci,
quase parou meu coração,
quase da vida me perdi!

E de repente alguém chegou ...
Outro olhar, outro gesto, outro Amar!
E esse alguém se declarou ...

Tremi! Tive medo! Mas pensei ...
Pensei, repensei e sentindo que te perdi,
decidi esquecer-te e aceitei!

Inserida por Eliot

⁠Triste Perecer -

E amarrei um grito em mim
solto de vontades adiadas
que esbatem na Vida por aí
em bocas de Almas pouco amadas ...

Então, despertei cedo pela manhã ...
E o dia fez-se pranto,
o pranto esperança vã
e a esperança triste canto!

E longas agonias foram dadas
tantas horas diluidas
tantas vidas mal amadas ...

Já não basta adormecer!
Adormecer já não me basta!
Eu sou o Amanhecer ...

Inserida por Eliot

⁠De onde vens, oh! nuvens da tarde?
que tristeza é essa em seu olhar?
névoa, seiva e ventos,
para aonde vai as tuas certezas?

é pouco teu sorriso,
é forte o teu cheiro,
a cerviz da vida é dura,
mas o que procuras
tão longes assim?

Aguas de repouso?
alegria do sopro
o que significa essa roupa branca
que se desfez com o vento ?

O viajante iluminado, "conversando com as nuvens".

Inserida por AllamTorvic

⁠Inscrição Duvidosa -

Sinto a Alma triste, embriagada
de um balsamo tenso e sem vida,
minha vida ao tormento vai rasgada,
vai oculta, rasgada e perdida,
dia, noite e madrugada!

Há dias que me enchem, que me vivem
de solidões lacústres e ardentes,
vozes tristes que me dizem:
" não almejes ò mortal o que não sentes!"
Velhas vozes do restelo que ainda nos maldizem!

E quando a morte me trouxer esse momento,
o de dormir sem saber onde acordar,
que não haja em meu ser ressentimento,
que não haja ao pè de mim triste-chorar,
que haja apenas liberdade e esquecinento ...

Não quero ao pè de mim ninguèm fingindo
que a dor lhe assalta a Alma ou o Pensamento,
quero gente ao pè de mim cantando e sorrindo,
num puro, sagrado e eterno sentimento!
Que eu me irei ao ceu, subindo ... subindo ...

Quero-me ir em silêncio ao marmore jazigo,
sem prantos, sem dores ou lamentos,
quero ir, contigo, a meu lado, dormido
em panos d'oiro e carmezim de cantos ...
Não abandones, meu amor, este meu sonho antigo!

Que a morte me leve a sòs sem ninguèm ver,
que nada me perssiga, nem pena nem adeus,
quero deitar-me no leito e adormecer,
rasgar a vida, morrer, subir aos cèus,
sem dor, silvas ou tormentos padecer!

Pois fiz da vida uma busca e fui aborto,
procurei saber e percorrer o meu caminho,
mas fui Alma que viveu alèm do corpo,
um fado, um poema, um destino,
triste sombrio e absorto ...

Sempre quis que a morte ao vir a mim
encontrasse alguèm sabido em liberdade,
procurei, estive aqui, disse não e disse sim,
pr'a que a morte à hora da verdade,
não viesse matar um morto ... e foi assim!

Inserida por Eliot