Textos sobre Deus

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⁠Eu tenho um sonho

Eu tenho um sonho, que um dia todas as dúvidas se esclarecerão
Eu tenho um sonho, que um dia todos os amores se reencontrarão.
Eu tenho um sonho, que mães e filhos se abraçarão
Eu tenho um sonho, que um dia todas as tempestades se acalmar-se-ão
Eu tenho um sonho, que todos os corpos se unirão
Eu tenho um sonho, que todas as guerras se apazigua-rão
Eu tenho um sonho, que o um dia toda a fome se saciará
Eu tenho um sonho, que toda a tristeza um dia se alegrará
Eu tenho um sonho, que um dia, juiz nenhum irá jugar
Eu tenho um sonho, que um dia criança alguma sofrerá
Eu tenho um sonho que um dia nosso Deus irá voltar, e contigo para sua morada nos levará e com ele dividiremos o maná e a sua glória nos cobrirá, e só o que for bom irá ficar .
Eu tenho um sonho e uma certeza, que tudo isso irá se realizar para a honra e glória de Jesus se multiplicar .

Inserida por AntonioLimaJunior

⁠A controvérsia do mal
O barulho que o silêncio faz é ensurdecedor.
A alegria que a tristeza sente ao nos dominar é aterrorizante.
A coragem que o medo tem de nos enfrentar é desesperador.
O alívio que o sufoco sente ao nos tomar é agonizante.
O paralelo da morte é lancinante no escuro das incertezas.
O cheiro que fica no ar após um massacre de dúvidas é agonizante.
A escuridão do mundo aquece o instinto mórbido do mal.
O esquecimento é tão triste quanto a morte estando vivo.
O desejo veemente de alívio e paz, nos leva a caminhos que nenhuma luz é capaz de alumiar.

Inserida por AntonioLimaJunior

⁠Drogas, armas e destruição
Guerras, mortes e tribulação
Isso não faz parte do meu cotidiano
O amor é a chave
É o que estou falando
Dosagem na veia isso não é legal
Passagem na cadeia pra você isso é normal?
Pra que se destruir, pra que se acabar?
se Jesus venho pra isso eliminar
Ele quer alegria, Ele quer amor
Ele quer paz e harmonia
Tudo isso sem dor
Pare pra pensar tome a decisão
Jesus é a chave para o seu coração

Inserida por RodneyNascimento

⁠Conheço tuas dores

Eu sei todas as coisas, desde a folha que cai de uma árvore, como também a doença que assola a terra. Tudo está sob meu controle. Em tempos difíceis lembre-se que logo todas as suas dores e tristezas passarão. Eu Sou a esperança que não deixa você desistir. Eu Sou a cor que falta em seus dias cinzentos. Acredite, confie e descanse pois essa tempestade é passageira, logo virá a bonança. Por isso não esqueça, no momento certo todo choro se tornará em alegria, e então será derramado do meu alento sobre todos. Tudo tem um propósito!

Inserida por Valter00

⁠É incrível ver a mensagem do evangelho se espalhando pelo mundo de maneira tão intensa e cativante através de 'The Chosen'!

O impacto que a série causa nos faz refletir sobre muitas coisas e nos convida a uma conexão mais profunda com nosso Senhor.

Em uma era tão materialista, egocêntrica e marcada por relações superficiais, 'The Chosen' vem para despertar as pessoas e mostrar que A Palavra nunca esteve tão atual e relevante. E que o amor de Jesus, entre nós, nunca foi tão necessário e urgente.

'The Chosen' não é apenas mais um filme sobre a vida e a história de Jesus; é, acima de tudo, um gracioso e comovente lembrete de que Deus ainda está no controle de tudo, de que o Consolador permanece conosco e de que o plano de redenção continua em andamento.

Que a série seja um poderoso chamamento ao mundo, para que, por meio dela, as pessoas sejam conduzidas à Verdade e tenham seus corações arrebatados pela Graça.

Inserida por ketantonio

Moisés e o Limite da Autoria: Entre a Lei Divina e a Lei Humana.
A narrativa mosaica, envolta em reverência e mistério, é um dos pilares da tradição religiosa do Ocidente. Contudo, o capítulo final do Deuteronômio (34), ao descrever a morte e o sepultamento de Moisés, levanta uma questão lógica e incontornável: como poderia o próprio Moisés ter narrado o seu falecimento e o destino do seu corpo, se a morte é a fronteira que separa a ação do homem no mundo dos vivos?
A impossibilidade física e racional dessa autoria direta conduz à compreensão de que a redação final do Pentateuco não pertenceu exclusivamente a Moisés. Tal conclusão, amparada tanto pela crítica textual quanto pela observação teológica, não diminui a grandeza de sua missão, mas a humaniza e a esclarece sob nova luz. A tradição judaica já reconhecia, desde tempos remotos, que Josué, sucessor de Moisés, teria completado o relato, talvez inspirado por revelações espirituais ou pelo dever histórico de perpetuar o testemunho do libertador hebreu.

O Espiritismo, ao abordar essa questão, não nega a autoridade moral de Moisés, mas distingue com discernimento doutrinário o que pertence à lei divina e o que pertence à lei humana. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 621, afirma que “a lei de Deus está escrita na consciência”, mostrando que a essência divina da moral transcende os códigos e as letras, sendo anterior a qualquer mandamento esculpido em pedra.

Moisés, portanto, foi o instrumento de revelação parcial dessa lei eterna, adequando-a a um povo rude, recém-liberto da escravidão e carente de disciplina. Por isso, muitas leis humanas de caráter punitivo, tribal ou cerimonial foram atribuídas a Deus como forma de impor autoridade e conter a desordem. Assim, as prescrições severas de sua época, que regulavam desde a alimentação até as punições corporais, não expressavam a pureza da lei divina, mas uma necessidade pedagógica, conforme o grau de entendimento daquele povo primitivo.

No Espiritismo, compreende-se que a Lei Divina é imutável, enquanto a lei humana é transitória e adaptável às condições morais de cada tempo. Moisés foi o legislador que, sob a inspiração superior, trouxe a humanidade da barbárie para a justiça. Jesus, séculos depois, veio transformar a justiça em amor.

Assim, quando se lê o Deuteronômio 34 e se percebe que Moisés não poderia descrever sua própria morte, não se atenta apenas a um detalhe textual, mas a um símbolo espiritual: a obra do homem termina no deserto, mas a obra de Deus continua na Terra Prometida.

Moisés cumpriu a parte que lhe cabia a da lei e da disciplina. Coube a outros, inspirados, registrar a sua partida e preparar o caminho para o advento da revelação mais pura: a do Cristo.

“A lei mosaica era apropriada ao tempo e ao grau de adiantamento dos homens a quem era destinada.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 2 — Allan Kardec)

Assim, a impossibilidade de Moisés narrar sua própria morte não é uma falha do texto sagrado, mas um indício da ação coletiva da Providência, que se manifesta por instrumentos sucessivos, até que a humanidade compreenda plenamente que a lei divina não se escreve apenas em livros, mas no íntimo da alma imortal.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Véspera de Natal em Rodeio

Aqui na cidade de Rodeio
no Médio Vale do Itajaí,
moro aos pés do Cemitério
que fica nos fundos
da Igreja Matriz São Francisco
e do Noviciado dos Franciscanos
construídos há muitos anos.

Depois de dias de calor
veio a chuva e tivemos
por aqui até dias com Lua,
no silêncio da nossa cidade
um carro com espírito
de Natal rompe o silêncio
com a música do período.

Peço perdão a Deus
que não estou conseguindo
entrar no mesmo espírito,
na terra onde Jesus nasceu
vidas estão por causas
de bombardeios ruindo,
a minha poesia e minha
prece são castiçais modestos
para pedir paz para a Palestina
e ao mundo porque não
podemos aceitar nada
que não esteja a serviço da vida,
nem mesmo a nossa própria fadiga
e o quê pode fazer o quê a gente
perca a afeição e de tudo desista.

Inserida por anna_flavia_schmitt

"Juventude e Silêncio da Alma:

O Despertar Espiritual em um Mundo Barulhento"

Há uma tragédia silenciosa que se alastra nas gerações mais jovens e não está nas telas, nas ruas ou nos ruídos que preenchem a existência moderna, mas sim no íntimo de corações que sentem demais, e por isso, sofrem. Em meio a um mundo que valoriza o imediatismo e a aparência, muitos jovens trazem dentro de si um clamor que não encontram palavras para expressar. São almas generosas, sensíveis, vocacionadas à luz, mas que se sentem deslocadas numa sociedade que parece premiar a superficialidade e o egoísmo.

O Espiritismo, como doutrina consoladora e racional, surge justamente como um abrigo para esses corações inquietos. Mas o encontro entre o jovem e o Espiritismo não é simples é, antes, um diálogo de almas: o jovem busca sentido, e o Espiritismo oferece luz; o jovem busca acolhimento, e o Espiritismo propõe responsabilidade; o jovem quer sentir Deus, e o Espiritismo o convida a compreendê-Lo pela razão.

Sob o ponto de vista filosófico, essa busca é o eco natural da alma imortal que, ao reencarnar num século de transição moral, encontra-se diante do velho dilema socrático o “Conhece-te a ti mesmo”. O jovem espírita de hoje é o novo filósofo da alma, pois precisa questionar o mundo sem perder a ternura, e indagar o sofrimento sem cair no desespero. Vive o conflito entre a sede de liberdade e o chamado da consciência, entre o impulso dos sentidos e a exigência do Espírito.

Do ponto de vista psicológico, o jovem moderno é o retrato de uma alma em reajuste. A ansiedade que o consome, a solidão que o acompanha e o vazio que sente não são apenas sintomas sociais são expressões de um Espírito em processo de amadurecimento moral. O mundo grita, mas o Espírito quer silêncio. O mundo exige máscaras, mas o Espírito clama por autenticidade. É nesse hiato entre o externo e o interno que se trava a grande batalha do ser. E o Espiritismo, ao oferecer-lhe a compreensão da vida espiritual, não o anestesia — educa-lhe a dor, dá-lhe sentido à espera, mostra-lhe que “muitas vezes, quando o coração mais se dói de solidão e ingratidão, é que está mais próximo de Deus”.

No aspecto moral, o jovem espírita é convidado a ser semente de renovação e não reflexo do mundo. A Doutrina não pede perfeição, mas coerência. É por isso que aos neófitos, àqueles que ainda tateiam os primeiros conceitos e, por desconhecimento, dizem algo anti-doutrinário, nós compreenderemos; mas aos que se dizem realmente Espíritas, por razão de estarem imersos em seu bojo transformador, nós lamentamos quando perdem o senso moral e o testemunho do Evangelho que professam. Porque o jovem que encontrou o Espiritismo tem o dever de não apenas falar sobre a luz, mas de acendê-la dentro de si.

O que o Espiritismo espera dos jovens? Que sejam sinceros, que estudem, que questionem, que sintam, mas, sobretudo, que vivam. Que transformem a fé em ação, a dúvida em pesquisa, o sofrimento em serviço. E o que os jovens esperam do Espiritismo? Que ele os acolha sem julgamentos, que não lhes imponha dogmas, que dialogue com sua dor e sua linguagem que lhes mostre que ser sensível não é fraqueza, mas uma das formas mais puras de força.

Ambos se completam: o Espiritismo precisa do coração ardente da juventude; e a juventude precisa da sabedoria serena do Espiritismo. Um é o ideal que ilumina, o outro é a chama que impulsiona.

Assim, a tragédia silenciosa da alma que sente demais pode tornar-se o prelúdio de uma nova era moral. O jovem que hoje chora em silêncio poderá ser o consolador de amanhã. Pois o Evangelho, quando verdadeiramente vivido, não pede aplausos pede entrega.

E quem, em meio ao barulho do mundo, consegue escutar a própria consciência, esse já começou a ouvir a voz de Deus.

Inserida por marcelo_monteiro_4

“A Liturgia da Dor:
Quando Amar é Sofrer em Vida pelo Ser Amado”
Texto filosófico e psicológico.
Amar é sofrer em vida não por fraqueza, mas por excesso de humanidade. O amor, quando autêntico, carrega em si o germe do sofrimento, porque nasce do desejo de eternizar o que é efêmero, de reter o que inevitavelmente escapa. Amar é querer aprisionar o tempo no instante em que o olhar do outro nos faz existir; é suplicar à eternidade que não nos apague da memória de quem amamos.

Há uma liturgia secreta na dor amorosa. Ela purifica, depura, torna o ser mais lúcido e, paradoxalmente, mais enfermo. O amante vive uma crucificação sem sangue: carrega o peso invisível de um afeto que o mundo não compreende. Vive entre o êxtase e o abismo, entre o beijo e a renúncia. Freud chamaria isso de ambivalência afetiva: a coexistência de prazer e dor em um mesmo movimento da alma. Mas há algo mais profundo algo que a psicologia talvez não alcance, pois o amor, em sua forma mais elevada, é sempre um sacrifício voluntário.

Quem ama verdadeiramente, sofre antes mesmo da perda. Sofre por pressentir a fragilidade do instante, por saber que a ventura é breve, que o corpo é pó e que toda promessa humana é feita sobre ruínas. Esse sofrimento não é patológico, mas metafísico: é o reconhecimento de que a alma, ao amar, toca o eterno e, ao voltar à realidade, sente a mutilação de quem regressa do infinito.

Nietzsche, em seu niilismo luminoso, diria que o amor é a mais bela forma de tragédia, pois ele exige entrega total, sabendo-se fadado ao fim. Amar é afirmar a vida apesar do sofrimento, é dizer “sim” à existência, mesmo sabendo que o objeto amado um dia há de desaparecer. É um heroísmo silencioso, uma luta contra o absurdo.

Mas há também o lado sombrio o amor que se torna cárcere, o sentimento que se alimenta do próprio tormento. A psicologia o chamaria de complexo de mártir, mas o filósofo o vê como a tentativa desesperada de alcançar o absoluto num mundo que só oferece fragmentos. O sofrimento, então, torna-se o altar onde o amante consagra sua fé.

“Amar é sofrer em vida pelo ser amado” eis a verdade dos que ousaram sentir profundamente. É morrer um pouco a cada ausência, é carregar dentro de si a presença que já não se tem. O amor, quando verdadeiro, não busca recompensa: ele é em si o próprio sacrifício.

E talvez seja esse o segredo trágico e belo da existência: somente quem amou até sangrar conhece o sentido oculto de viver. Pois o amor é o único sofrimento que salva, a única dor que eleva. Quem nunca sofreu por amor, nunca amou apenas existiu.
Epílogo:
“Há dores que são preces disfarçadas. E o amor é a mais silenciosa de todas elas.”

Inserida por marcelo_monteiro_4

QUANDO OS MORTOS FALAM AOS VIVOS.

“E vêm os mortos que estão sempre vivos, falar aos vivos que estão não invariavelmente sempre mortos.”
Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .

A sentença, paradoxal e provocadora, nos conduz à reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida e da morte. O Espiritismo nos mostra que a morte não é o aniquilamento, mas apenas a transição de uma forma de existência para outra. O corpo se desfaz, mas o ser essencial, o Espírito, permanece, consciente de si mesmo, apto a prosseguir em sua jornada.

É por isso que, desde tempos imemoriais, os chamados “mortos” retornam, não para semear assombro, mas para recordar aos que permanecem na carne que a vida não cessa. Kardec registrou, em O Livro dos Espíritos (questão 149), a pergunta direta: “Que acontece à alma no instante da morte?” – à qual os Espíritos responderam com simplicidade desarmante: “Volta a ser Espírito, isto é, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente.”

Os ditos mortos, portanto, não são mortos: são vivos, mais lúcidos, mais despojados dos véus da ilusão material. Quando se comunicam, vêm advertir-nos de que a existência terrena é apenas um capítulo breve da longa obra da eternidade.

Já os vivos, muitas vezes, parecem mortos: mortos em esperança, mortos em ternura, mortos em fé. Respiram, mas não vivem plenamente; caminham, mas não sabem para onde; acumulam, mas não se enriquecem. É nesse sentido que se tornam “mortos” espirituais, não invariavelmente, mas sempre que se esquecem de sua natureza imortal.

Léon Denis, em Depois da Morte, expressou esse contraste com clareza: “A morte não é a noite, mas a aurora. Para os que sabem ver, é libertação, é ascensão, é vida mais intensa.” Ele nos convida a despertar para a vida real, que não está no corpo que envelhece, mas na alma que progride.

Mensagem consoladora.

Diante disso, o consolo se impõe: não há separação definitiva, não há perda eterna, não há silêncio inquebrantável. Os que amamos, se partem do mundo físico, continuam ao nosso lado, atentos e afetuosos, provando que não morreram. A verdadeira morte seria apenas a da alma que se recusa a amar, que se fecha ao bem, que se deixa endurecer pelo egoísmo.

Assim, quando ouvimos a voz dos que chamamos mortos, ecoando na consciência ou pela via mediúnica, eles nos recordam: vivam, porque nós estamos vivos. A existência prossegue, a esperança permanece, e o reencontro é destino certo.

A morte não rouba ninguém; apenas devolve o ser humano à vida real do Espírito. E se os mortos falam, é para despertar os vivos que ainda dormem na ilusão da matéria.

Inserida por marcelo_monteiro_4

PASSAR E VIVER:
A perda da presença na contemporaneidade.

Vivemos uma época de velocidade e multiplicidade de estímulos; é cada vez mais difícil distinguir entre simplesmente “passar pela vida” e verdadeiramente “viver”. A diferença não é meramente semântica: trata-se de modalidades profundas de existência que modelam sentido, memória e identidade.

Passar pela vida equivale a ser arrastado pelos acontecimentos: rotinas, reações automáticas, acumulação de experiências sem reflexão. A sensação de que “o tempo passou e eu não” nasce daí não por falta de eventos, mas por ausência de integração. Viver, ao contrário, pressupõe presença reflexiva: observar o que ocorre, extrair significado, transformar percepção em mudança interna. Filósofos existencialistas já chamaram atenção para a urgência dessa presença; a modernidade acrescenta a distração em massa, que pulveriza a atenção e empobrece a memória afetiva.

Essa distinção mobiliza três eixos: atenção (capacidade de permanecer no instante), narrativa (a construção de uma história que dá sentido às experiências) e ética do aprendizado (usar o contato com o mundo para reformular escolhas). Quando a atenção falha, a narrativa racha: memórias perdem detalhes, afetos empobrecem e o sujeito se torna mero espectador de sua própria vida. A consequência mais grave não é apenas tristeza, mas uma erosão progressiva do caráter: escolhas repetidas sem compreensão não educam o interior.

Exemplos concretos
Considere o trabalhador que passa horas em tarefas mecânicas sem refletir sobre finalidade; ou a relação amorosa em que os parceiros acumulam convivência sem escuta deliberada. Ambos acumulam “tempo vivido” sem que o tempo se torne aprendizado. Em contrapartida, pessoas que praticam a reflexão regular mesmo breves momentos diários de atenção plena e análise convertem acontecimentos em pontos de virada pessoal.

A vida plena exige investimento: presença, reflexão e a disciplina de transformar experiência em sabedoria. Não se trata de romantizar cada instante, mas de recuperar a capacidade de aprender com aquilo que nos atravessa. Só assim deixamos de ser presenças fugazes e nos tornamos agentes do próprio destino.

II — Aprender com a vida: um mapa psicológico para o autoconhecimento

Introdução
Aprender com a vida é, antes de tudo, uma operação psicológica. Implica reconhecer padrões, aceitar falhas e transformar sofrimento em possibilidade de crescimento. A psicologia contemporânea oferece ferramentas para que a passagem dos anos se traduza em amadurecimento e resiliência.

Desenvolvimento
O processo de aprendizagem vital envolve três momentos: reconhecimento, processamento e integração. O reconhecimento é aceitar que uma experiência teve impacto (alegria, perda, frustração). O processamento exige que se nomeie a emoção, se analise o contexto e se busque compreensão evitando defesa automática ou repressão. A integração é a etapa transformadora: a experiência altera crenças, comportamentos e estratégias de enfrentamento.

Dois mecanismos clínicos são cruciais: a metacognição (capacidade de pensar sobre os próprios pensamentos) e a reatribuição de sentido (recontar um evento com foco em aprendizado). Pessoas que percorrem esse caminho reduzem sintomas de ansiedade e arrependimento. Psicoterapias baseadas em narrativa e em atenção plena oferecem protocolos práticos: diários reflexivos, reavaliação de episódios-chave e exercícios de exposição emocional assistida.

Ilustração prática
Imagine alguém que repetidamente falha em relacionamentos por medo de intimidade. O primeiro passo é reconhecer o padrão (reconhecimento). Em seguida, mapear crenças (ex.: “se me aproximo serei rejeitado”) e testar hipóteses através de pequenas ações (processamento). Por fim, incorporar novos relatos pessoais "aprendi que posso confiar progressivamente" e ajustar comportamentos (integração).
O resultado é que a história pessoal muda, e com ela a qualidade da vida.

Aprender com a vida é uma prática psicológica: avaliamos, trabalhamos e integramos. Trata-se de uma técnica de humanidade que todos podem cultivar. A transformação não exige heroísmo: exige metodologia diária, coragem para revisitar o passado e disciplina para reescrever o futuro.

III — Transformar passagem em sentido: práticas éticas e exercícios cotidianos.

Introdução
A diferença entre ter a vida como passagem ou como sala de aprendizagem é, muitas vezes, prática mais do que teórica. Este artigo propõe exercícios concretos e um pequeno código ético para transformar rotina em terreno de crescimento.

Desenvolvimento — Princípios éticos.

1. Presença deliberada: priorizar momentos onde a atenção é inteira (conversas, refeições, trabalho criativo).

2. Responsabilidade interpretativa: assumir que a interpretação dos fatos está sujeita a revisão; não culpar o externo sempre.

3. Curiosidade compassiva: investigar erros sem autocondenação, mas com compromisso de mudança.

4. Reciprocidade transformadora: fazer com os outros o que se espera de si mesmo aprender em comunidade.

Inserida por marcelo_monteiro_4

ALÉM DA DOR

Por mais densas que sejam as névoas que se interpõem entre ti e a claridade dos dias, lembra-te de que, além delas, a harmonia divina sustenta o universo em silencioso equilíbrio. Nada é desordem na Criação — o que parece caos é apenas parte de uma sinfonia que ainda não compreendes por inteiro.

As cores vivas da esperança e da alegria não nascem fora de ti: germinam primeiro no campo interior da alma. Aprende, pois, a vê-las em ti mesmo, e o mundo refletirá o brilho do teu olhar pacificado.

Não te detenhas nas sombras dos que te julgam ou te ferem. Preocupa-te, antes, em conservar o coração livre de ressentimentos, porque o rancor é a febre da alma que adoece o corpo e entorpece o espírito. O perdão, ao contrário, é a higiene moral que restaura o equilíbrio e reconstrói a saúde interior.

Quem ama verdadeiramente ultrapassa as fronteiras do ego, e encontra, no gesto simples de compreender, o segredo da serenidade. Se alguém não te estima, não te amargures: cada um projeta no outro o que ainda traz em si. Tu, porém, nasceste para aprender a amar — e o amor é a mais alta escola da evolução.

Não te iludas: a tarefa é árdua, mas profundamente libertadora. Cada vez que renuncias ao revide, uma nova luz se acende em ti. As vozes que te acusam hoje, amanhã se calarão diante da força silenciosa do bem que praticas.

Segue, pois, fazendo o bem sem interrogações. A dor é uma névoa passageira, mas o amor é o sol eterno que jamais se apaga.

Muita paz e que tua luz brilhe sem pressa, mas com verdade.

Inserida por marcelo_monteiro_4

Gandhi, ao contemplar a vitrine repleta de bens materiais e dizer: “Estou vendo justamente tudo o que eu não preciso”, revela o grau supremo de autossuficiência moral e espiritual a que o ser humano pode chegar.
Ele não via pobreza em si mesmo, mas riqueza na simplicidade. O olhar de Gandhi não era de desejo, mas de consciência consciência de que a verdadeira liberdade não está em possuir, mas em não ser possuído.
Mensagem final.
O amor, quando vivido em sua expressão mais pura, não é um sentimento é uma decisão de alma. Gandhi decidiu amar, e por isso continua vivo, não nas estátuas, mas na consciência de quem compreende que a única revolução capaz de salvar o mundo é aquela que começa no coração humano.

Inserida por marcelo_monteiro_4

A Lei Natural que Une os Dois Mundos.

Ao afirmar que “as manifestações espíritas nada têm de maravilhoso e sobrenatural”, Kardec estabelece uma ruptura com a antiga visão mágica e religiosa dos fenômenos mediúnicos. Ele nos convida a compreender que a comunicação entre encarnados e desencarnados é regida por leis naturais, tão exatas quanto as que governam a gravitação universal.

O Espiritismo, portanto, não cria os fenômenos, mas os explica. Assim como a eletricidade sempre existiu antes de ser conhecida, as manifestações espirituais também se deram em todos os tempos — apenas eram interpretadas de forma equivocada, como milagres ou prodígios divinos.

---O Caráter Científico da Doutrina.

Kardec afirma:

“O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer essa lei, como a mecânica nos ensina as do movimento, a óptica as da luz.”

Nessa analogia, ele situa o Espiritismo entre as ciências naturais, pois seu objeto de estudo é uma lei universal que regula as relações entre os dois planos da vida.
A experimentação metódica observação, comparação e dedução foi o caminho pelo qual Kardec comprovou a realidade dos Espíritos e a comunicabilidade da alma após a morte do corpo.

Assim, o Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia de consequências morais, porque, ao demonstrar a sobrevivência do Espírito, renova toda a concepção humana sobre a vida, a morte e a responsabilidade moral.

A Comunicação com o Mundo Invisível.

A comunicação entre o mundo visível e o invisível é, pois, um intercâmbio natural e constante. Os Espíritos não se encontram afastados de nós por abismos insondáveis; vivem em dimensões vibratórias próximas, participam de nossa vida, influenciam-nos e são influenciados por nossos pensamentos e sentimentos.

Kardec amplia essa compreensão em O Livro dos Médiuns, ao definir a mediunidade como uma faculdade orgânica, inerente ao ser humano, e não privilégio de alguns. Essa faculdade é o instrumento biológico da comunicação espiritual, funcionando segundo leis do fluido vital e do perispírito temas que a ciência contemporânea começa, lentamente, a tangenciar sob a ótica da consciência e da energia sutil.

Conclusão Reflexiva.

O que outrora se via como milagre, hoje se entende como expressão das leis divinas em ação.
Com o Espiritismo, o “sobrenatural” desaparece, e em seu lugar surge o natural desconhecido.
Assim, conhecer o mundo espiritual é conhecer uma dimensão legítima da própria natureza, revelando que a vida continua, que a alma pensa, sente, age e se comunica.

“O Espiritismo é a chave que nos abre o santuário das coisas invisíveis.”
— Allan Kardec, O que é o Espiritismo, 2ª Conversa, tradução de José Herculano Pires.

Inserida por marcelo_monteiro_4

A EMPATIA ENFERMA.
Há quem diga que alguns seres se comprazem em cultivar a estima da pobreza, como se nela repousasse um símbolo de virtude ou redenção. Tais observações, lançadas com a frieza das conveniências humanas, soam muitas vezes como sentenças ditas sem alma e, quando atingem o ouvido de quem sente, doem profundamente.
A dor que nasce desse julgamento não é apenas pessoal: é o reflexo da incompreensão coletiva diante das almas que sofrem em silêncio. Enquanto uns observam de longe, outros carregam, nos ombros invisíveis, o peso de mundos interiores dores que não se exibem, mas que educam.
É então que se faz clara a urgência de criarmos núcleos de esclarecimento, não sobre a miséria material, mas sobre o amor ignorado. Esse amor que ainda não aprendeu a ver o outro sem medir-lhe o valor; que não sabe servir sem exigir aplausos; que ainda confunde compaixão com piedade.
Cultuar o amor ignorado é erguer templos de consciência onde antes havia indiferença. É ensinar o coração a compreender antes de julgar, a servir antes de censurar. É abrir, no deserto moral da humanidade, o oásis do entendimento.
Porque o verdadeiro amor aquele que transcende a forma e a posse não necessita de palmas, nem de discursos. Ele apenas é, e em sendo, ilumina.
E talvez seja essa a maior riqueza que possamos distribuir: a de transformar o sofrimento em escola, a crítica em semente, e o silêncio em voz do bem.

Inserida por marcelo_monteiro_4

Narrativa Inspirada no Conto Sufi.
Fragmentos do Infinito.

Conta um antigo conto da tradição sufi, atribuído a diversas escolas do Oriente Médio, que a Verdade em sua pureza integral desceu à Terra e os homens não puderam contemplá-la em sua totalidade. Para que não se perdesse por completo, Deus partiu a Verdade como se fosse um espelho, e lançou seus estilhaços ao mundo.

Desde então, cada ser humano carrega em si um pequeno fragmento desse espelho divino, refletindo uma porção da Verdade, mas jamais o seu todo. Aqueles que tentam impor seu pedaço como sendo a totalidade do espelho, sem reconhecer os fragmentos que os outros portam, caem na ilusão do orgulho e da cegueira espiritual.

Inserida por marcelo_monteiro_4

MARIA AO PÉ DA CRUZ.
Do livro: Nas Sandálias do Nazareno.
Capítulo 10, 15 de dezembro - ano 2000..
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .
Lá no Calvário estava Maria, olhando o Filho amado agora suspenso no madeiro da cruz.
Ajoelhada sob as próprias lágrimas, via, entre o pranto e a dor, as lembranças suaves de um tempo distante o tempo em que o seu menino lhe sorria com inocência divina.
Agora, porém, seus olhos olhos flagelados pela dor viam em cada ferida o sacrifício do Amor.

Jesus, submisso à cruz, deixava-se deitar sobre o instrumento que o dilaceraria.
Os soldados, cegos de ódio, riam em insânia; e ele, o Cordeiro sereno, ajudava a acomodar-se sobre o madeiro, como quem abraça a própria missão.
Martelos erguiam-se.
Mãos e pés do Justo eram transpassados pelos cravos, enquanto o Amor respondia com perdão.

No meio do rumor dos golpes e dos gemidos, Maria era puro sangue em lágrimas lágrimas que se transmutavam em luz.
A cruz então se ergueu.
O corpo de Jesus pendeu, comprimindo-lhe os pulmões; o ar lhe faltava.
Movimentou-se apenas um pouco, como quem busca aliviar o peso dos cravos.

Maria — Mãe — permanecia ali, diante do Rei dos Reis, sofrendo as mesmas dores do seu eterno Menino.
Ouviu, entre soluços, a voz blasfema de um dos crucificados, clamando por libertação.
O coração de Maria estremeceu seu Filho era inocente.
Mas outro grito, agora de fé, fez-se ouvir: era Dimas, o bom ladrão.

— Tu não vês? Ele é inocente... mas nós, nós merecemos!
Mestre, lembra-te de mim quando estiveres em Teu Reino.

Jesus, exaurido, contemplou-o com doçura.
E no sopro que lhe restava prometeu-lhe o Amor:

— Hoje mesmo, estarás comigo no Paraíso.

Ah, Maria...
Que amor é esse? Que hora é essa?
Em êxtase de dor e compreensão, a Mãe vê, em visão espiritual, outras mulheres mães, esposas, irmãs cujos corações se despedaçavam ante o mesmo suplício de ver morrerem os seus.
Abraçou-as com o olhar e, em cada uma delas, reconheceu o espelho da própria dor.

E foi ali, no auge do sofrimento, que Maria compreendeu plenamente quem era o seu Menino e por que viera ao mundo.

O silêncio então tomou o Monte da Caveira.
Sombras invisíveis pairavam sobre o crepúsculo da Terra.
Mas Maria continuava sendo luz.
E amando em compreensão, amando a humanidade, mergulhou na claridade do Sol eterno aquele mesmo Sol que era o seu Filho, resplandecendo para os confins dos séculos.

Inserida por marcelo_monteiro_4

"Eu perdoo porque há dores maiores em mim."

Há feridas que não se veem, mas que brilham como estrelas dentro do peito. São dores antigas, silenciosas, que aprenderam a se calar para não assustar os outros. No entanto, é delas que nasce o perdão não como renúncia, mas como uma forma delicada de libertar o próprio coração.

Perdoar não é esquecer. É olhar para o outro e compreender que ele também se perdeu no caminho, talvez ferido pelas mesmas sombras que um dia nos alcançaram. Há uma nobreza secreta em quem sofre e, ainda assim, escolhe oferecer ternura.

Quando a alma amadurece, descobre que o rancor pesa mais que uma cruz. E é então que o perdão floresce, suave, quase tímido como uma flor que desabrocha no deserto. Ele não apaga a dor, mas a transforma em luz.

Eu perdoo porque compreendo. Porque sei que, se não o fizesse, seria a minha dor que me prenderia ao que já passou. E a vida é tão breve, tão urgente em sua beleza ou mesmo em sua aparente tristeza, que não merece ser gasta guardando espinhos.

Por isso, perdoo.
Não por grandeza, mas por necessidade de respirar. Porque dentro de mim, entre as cicatrizes, ainda há espaço para a pureza.

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ATENDIMENTO FRATERNO NO CENTRO ESPÍRITA PARA ELE NÃO SE TRANSFORMAR NUM CONFESSIONÁRIO.

O Peso das Palavras: Quando Consolar se Transforma em Ferir.

Em tempos em que o sofrimento emocional se torna tema cada vez mais presente nas conversas cotidianas, cresce também a urgência de repensar como falamos com quem está fragilizado. Muitas vezes, na ânsia de confortar, acabamos ferindo não por maldade, mas por falta de preparo emocional.

Psicólogos têm alertado para um fenômeno comum: a tentativa de consolar com frases feitas, o que, em vez de aliviar, agrava o sofrimento. A expressão “Você tem que procurar ajuda”, por exemplo, parece prudente, mas soa como uma ordem e invalida o desabafo. Em um momento de vulnerabilidade, esse tipo de fala pode reforçar a sensação de impotência e solidão, justamente quando o indivíduo mais precisa se sentir compreendido.

Quando o “dizer algo” machuca.

De acordo com a psicóloga Rosa Sánchez, da Fundación Mario Losantos del Campo, essas respostas automáticas se repetem porque a sociedade as normalizou. Fomos treinados a preencher o silêncio, a dar respostas rápidas, como se o silêncio fosse sinônimo de descuido. Contudo, o impulso de “dizer algo” muitas vezes vem do desconforto de quem ouve, e não da necessidade de quem sofre.

O problema é que, ao tentar “arrumar” a dor do outro, transferimos para ele a responsabilidade emocional de melhorar. A frase pronta “Anime-se, a vida continua” soa como uma tentativa de encurtar o luto, de apressar a recuperação. Mas a dor não segue cronogramas, e quem sofre precisa de tempo, não de pressa.

O que não dizer.

Algumas expressões, embora pareçam inofensivas, diminuem a experiência do outro:

“Você já deveria ter superado.”

“Eu sei como você se sente.”

“Tudo acontece por um motivo.”

“Poderia ser pior.”

“Você tem que ser forte.”

“Não chore.”

“Anime-se, a vida continua.”

Cada uma delas nega a singularidade da dor. Ao comparar, racionalizar ou impor força, anulamos a liberdade emocional da pessoa. O resultado é o oposto da empatia: culpa, solidão e incompreensão.

Por que caímos nesses erros?

Três fatores se destacam:

1. Falta de educação emocional. Muitos de nós não aprendemos a lidar com emoções profundas, nem as próprias, nem as alheias.

2. Medo do silêncio.
O silêncio é visto como constrangimento, quando, na verdade, ele pode ser o espaço mais terapêutico.

3. Desconforto diante da dor.
A tristeza e a vulnerabilidade lembram a todos a própria fragilidade, e isso gera fuga disfarçada em palavras de consolo.

Ao tentar “melhorar” o outro, fugimos da própria impotência e esquecemos que empatia não é consertar, é estar junto.

O que realmente ajuda.

A verdadeira presença não exige discursos, mas escuta, atenção e disponibilidade. Frases simples, quando ditas com sinceridade, têm o poder de acolher:

“Estou aqui para você.”

“Sinto muito que você esteja passando por isso.”

“Você quer conversar ou prefere se distrair um pouco?”

“Não sei o que dizer, mas estou com você.”

“Obrigada por confiar em mim.”

Essas expressões validam o sentimento e oferecem segurança emocional. Elas não tentam resolver, apenas confirmam: “você não está sozinho”.

Orientações práticas de acolhimento.

Ouça sem interromper. Às vezes, o desabafo é mais curativo do que qualquer resposta.

Evite julgamentos e conselhos não solicitados. O ouvinte não precisa ser terapeuta; precisa ser humano.

Reconheça a emoção: “Entendo que isso deve ser difícil.”

Ofereça companhia, não soluções. Estar junto é mais eficaz do que tentar corrigir.

Cuide do tom de voz e da expressão corporal. A empatia também se comunica pelo olhar e pelo gesto.

Respeite o silêncio. Há momentos em que falar menos é amar mais.

Busque informação sobre saúde mental. Saber o básico evita erros que perpetuam o sofrimento.

Consolar é sustentar, não corrigir.

Consolar alguém não é encontrar a frase perfeita, mas sustentar o tempo e o ritmo do outro. É permitir que o sofrimento se expresse, sem apressar a cura. Empatia é permanecer quando o outro não tem mais força; é segurar o silêncio sem precisar preenchê-lo.

Porque, no fundo, as palavras que curam são as que nascem do respeito e não da pressa de fazer o outro se sentir melhor.

“A escuta é o primeiro gesto do amor.
Acolher não é dizer algo certo, é estar presente no tempo certo.”
Texto do: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .

De acordo com a psicóloga Rosa Sánchez, da Fundación Mario Losantos del Campo.

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Paulo de Tarso – O convertido de Damasco e a alma consolidadora do Cristianismo.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro .

A história do Cristianismo não pode ser contada sem a presença luminosa e decidida de Paulo de Tarso. Nascido em Tarso da Cilícia, região então sob domínio romano, Saulo seu nome judaico fora educado sob o rigor da lei mosaica e instruído aos pés de Gamaliel, um dos mais sábios doutores da Lei. Saulo convicto, via o movimento nascente do Cristo como uma perigosa heresia que ameaçava a pureza do judaísmo. Por isso, foi perseguidor implacável dos primeiros cristãos. Contudo, o destino o aguardava no caminho de Damasco.

Ali, às portas da cidade, envolto por uma luz fulgurante que o fez tombar por terra, ouviu a voz que mudaria toda a sua existência: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9:4). O encontro espiritual com Jesus foi o ponto de inflexão de sua vida. O perseguidor se tornaria o apóstolo. O homem da lei rígida renasceria para a lei do amor. Desde então, Paulo de Tarso passou a ser o “convertido de Damasco”, símbolo vivo da transformação moral possível a todo ser humano quando tocado pela verdade divina.

As viagens missionárias e o nascimento do Cristianismo universal.

A imagem das viagens missionárias de Paulo revela o vigor e a dimensão do seu apostolado. Em quatro grandes expedições, ele percorreu milhares de quilômetros atravessando mares, desertos e perseguições levando a Boa-Nova de Cristo para o coração do mundo greco-romano. De Antioquia a Éfeso, de Filipos a Corinto, de Atenas a Roma, Paulo lançou as sementes do Cristianismo que se universalizaria.

Em cada cidade, fundava comunidades, escrevia cartas e formava discípulos. As Epístolas Paulinas, endereçadas às primeiras igrejas cristãs (Corinto, Roma, Éfeso, Gálatas, Filipos, Tessalônica e outras), não foram apenas mensagens pastorais são tratados de teologia viva, psicologia da alma e filosofia moral. Em suas linhas pulsa o mesmo Espírito Consolador prometido por Jesus: a fé raciocinada, o amor que redime, e a esperança que sustenta o caminhar humano.

Sem Paulo, o Cristianismo provavelmente teria permanecido restrito à Palestina. Foi ele quem deu ao Evangelho um alcance universal, libertando-o das fronteiras étnicas e religiosas. Graças a sua inteligência, coragem e ternura espiritual, o Cristo saiu das sinagogas e catatumbas e alcançou o coração dos povos gentios.

O Espírito de Paulo e o Espiritismo:
A tríplice luz da Verdade.

Quando o Espiritismo surge, séculos depois, nas mãos de Allan Kardec, ele traz novamente à luz o mesmo ideal que Paulo viveu: a libertação do Espírito pela verdade, pelo amor e pela razão. O Espiritismo, em seus tríplices aspectos — científico, filosófico e religioso/Moral — é o prosseguimento do Cristianismo redivivo, o “Consolador” prometido pelo Mestre.

No aspecto científico, Paulo simboliza o experimentador da fé. Ele não se contentou com teorias; foi à prova da experiência, vivendo o Evangelho em sua própria carne. Suas viagens, curas e testemunhos são expressões da ciência moral do Espírito, que o Espiritismo hoje explica e amplia pela mediunidade e pelas leis da imortalidade.

No aspecto filosófico, suas Epístolas são o primeiro tratado do Espírito imortal. Ele fala do homem velho e do homem novo, da semeadura e da colheita, da lei de causa e efeito temas que o Espiritismo retomará sob o nome de Lei de Ação e Reação. Em sua carta aos Gálatas, Paulo antecipa essa lei espiritual: “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7).

No aspecto religioso, o amor é o eixo central. Paulo eleva o amor acima da fé e da esperança: “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, nada serei” (1 Coríntios 13:1). Eis o cerne do Cristianismo redivivo que o Espiritismo vem restaurar o amor como lei universal, ciência de Deus e filosofia de vida.

Léon Denis e Joana de Ângelis: Ecos paulinos na era moderna.

Léon Denis, o grande continuador de Kardec, via em Paulo o primeiro pensador espiritualista do Cristianismo. Em Cristianismo e Espiritismo, Denis afirma:

“Paulo foi o gênio inspirador do Cristianismo, o intérprete mais lúcido da mensagem do Cristo, o apóstolo do Espírito e da liberdade interior.”

Ele reconhece que, sem o impulso intelectual e moral de Paulo, a doutrina de Jesus teria permanecido circunscrita aos limites do judaísmo e talvez não resistisse à pressão da cultura pagã. Denis o considera precursor do Espiritismo porque suas cartas já traduziam os princípios da vida futura, da comunicabilidade dos Espíritos e da imortalidade da alma.

Séculos depois, Joana de Ângelis através de Divaldo Franco retoma o espírito paulino em linguagem psicológica e luminosa. Em Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda, a mentora espiritual analisa Paulo como símbolo do “homem em processo de individuação espiritual”, que, após a queda interior, reencontra a luz da própria essência divina. Joana vê no episódio de Damasco uma alegoria da cura interior: a perda temporária da visão física para alcançar a visão do Espírito.

Ela escreve:

“Paulo desvela a força transformadora do amor. Ao reencontrar Jesus dentro de si, transcende o ego e ilumina o self, tornando-se, não mais o perseguidor, mas o servidor fiel.”

Assim, Paulo é o arquétipo do discípulo que se refaz pela dor e pela fé esclarecida o mesmo caminho que o Espiritismo oferece ao homem moderno, convidando-o à reforma íntima e à libertação pelo conhecimento espiritual.

O martírio e a herança eterna.

Após décadas de trabalho incansável, Paulo foi preso em Roma, sob o reinado de Nero. Diante do tribunal romano, não negou sua fé. Como cidadão romano, recebeu o direito de ser decapitado, e não crucificado como Pedro. Sua morte, porém, foi apenas o início da sua imortalidade espiritual.

No mundo invisível, segundo narrativas espirituais, Paulo continua atuando como um dos mentores da causa cristã, inspirando consciências que buscam o mesmo ideal de redenção e coragem moral. Sua vibração está presente nos tempos novos, guiando corações ao Cristo interior, como o fez outrora nas estradas poeirentas do Mediterrâneo.

Os ecos de Paulo nos séculos.

Ao longo da história, o verbo paulino reacendeu em muitos corações: em Francisco de Assis, que viveu o amor em sua pureza; em Teresa de Ávila, que o transformou em mística ardente; em Allan Kardec, que lhe deu corpo doutrinário e lógica imortal; e em missionários modernos do Espírito como Léon Denis, Chico Xavier, Divaldo Franco, Irmã Dulce e Madre Teresa.

Todos, à sua maneira, ecoam a voz do convertido de Damasco: “Já não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim” (Gálatas 2:20).

A luz que jamais se apaga.

Paulo de Tarso é o elo entre o Cristo e o homem moderno. Sua mensagem continua viva porque é eterna. Suas cartas falam à consciência e ao coração. Seu exemplo traduz a essência do Espiritismo: transformar o sofrimento em aprendizado, a culpa em libertação, a fé em razão e o amor em ciência divina.

O Espiritismo, com sua tríplice base ciência, filosofia e religião é o prolongamento natural do Cristianismo que Paulo semeou. O convertido de Damasco foi o primeiro grande psicólogo da alma, o primeiro teólogo do Espírito, e o primeiro apóstolo da universalidade do amor.

Como escreveu Joana de Ângelis:

“A mensagem de Paulo ainda ecoa pelos séculos, convidando os homens a deixarem as sombras de Damasco e seguirem o Cristo-luz.”

E como conclui Léon Denis:

“O Espírito de Paulo não morreu; ele trabalha, de plano em plano, pela vitória do bem, pela ascensão da alma humana e pela glória eterna de Deus.”

"O amor que Paulo pregou ainda é o mesmo que o Cristo vive. O tempo passa, mas o Evangelho permanece o roteiro das almas que despertam para a luz."

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