Textos sobre Vida Bob Marley
Bela Lua Crescente no céu
azul gloriosamente se revela
sobre o Médio Vale do Itajaí
em tempos de resgatar a Terra.
Da nossa Pátria Brasileira
será das festas juninas
a tal noiva caipira festeira
e testemunha das juras de amor.
O Pinhão já está na panela,
o coração segue poeta
sob as luzes de Rodeio e dela.
Lua tão sublime Lua
que sempre inspira e continua
as raízes da minha cultura.
Quando o entardecer desce
sobre o Pico do Montanhão
com a sua nave madrepérola,
Presenteia o nosso coração
com paz e serenidade poética;
Trazendo assim inspiração
na nossa Cidade de Rodeio
em pleno Médio Vale do Itajaí
com as vibrações de junho no peito.
Os apelos de um tempo desafiam
os olhares a não perder o encanto,
os nossos corações do tamanho
do mundo devem sempre atentos,
porque neste tesouro nós vivemos.
(Com alma e o coração gratos
voltados para o céu do Hemisfério,
e os nossos pés nesta Terra
abençoada do Sul do nosso Brasil).
Corpus Christi de céu
de suspense com garoa
caindo sobre o nosso
Pico do Montanhão,
O meu coração também
cria tapetes por onde
a poesia faz procissão.
As badaladas do sino
da Igreja Matriz São Francisco
nos põem inspiração,
O quê torna tudo mais bonito
mesmo é a dedicação
de quem apesar do tempo
não abandona a devoção.
(Mãos de Rodeio que
agradecem a Eucaristia
mantendo a tradição viva).
Não permitir que nada
e nem ninguém tenha
poder sobre ti em nome
da sua própria existência,
aconteça o quê aconteça.
Seja indestrutível e floresça
sempre por dentro,
enquanto a Sibipuruna
floresce determinada lá fora
e não marca no relógio a hora.
Não desista por nada nem ninguém
em nome do amor de quem te adora,
e se não houver ninguém,
que venha ser por você mesmo,
porque é o quê para ti desejo.
Além de agosto que se cumpra
com tudo o quê há de mais afetuoso,
e que o caminho grandioso
se abra e permita serenamente
o seu florescer maravilhoso.
Quando fores pelo caminho
e perceber que faltam flores,
não espere e nem pense duas vezes:
seja você mesmo a sua primavera
que nem mesmo aplauso espera.
Varanda
Na varanda sobre a rede verde oliva
Descansa o corpo cansado do homem
Que sobre ela observa o céu nublado
Do mês de janeiro tão esperado
Na boca o doce refrescante sabor
De morango derrete ligeiramente
Sobre o vento que bate sem nenhum pudor
Deixando sobre as mãos apenas o vazio.
DESCREVER-ME
Às vezes gostaria de me descrever, falar um pouco sobre o que está dentro de mim. Falar das minhas vontades, das minhas loucuras, das minhas satisfações, das minhas decisões. Falar até das minhas indecisões, insatisfações, inseguranças e das minhas angústias.
Como me descrever se até a mim eu me surpreendo? Não me reconheço às vezes. A cada dia uma nova mulher renasce, novas mudanças acontecem, novos planejamentos, novas descobertas.
A cada dia descubro que cresci um pouco mais. Descubro que não quero nada que seja pela metade, descubro que quero o inteiro, o livre, o sensato. Descubro que a liberdade pousou dentro de mim e quer voar junto com minha alma que transmuta em ascensão.
Descubro que meias palavras serão em vão, que a paz chegou sem avisar e ficou morando comigo. São tantas descobertas que chego a pensar que eu não moro mais dentro de mim.
Que aquela mulher com inseguranças e medos foi embora deixando apenas a mulher que sabe o quer, a mulher decidida a enfrentar o mundo.
A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE SOBRE O INDIVÍDUO
Embora a sociedade tenha uma grande influência sobre o pensamento e o comportamento do ser humano, a consciência sobre os fatos do “certo ou do errado” ainda nos mostra o quanto estamos cientes de toda a situação. O indivíduo que se deixa levar por influências, está dando margens para que toda sua vida seja controlada e dirigida por outras pessoas e não por ele.
Thiago de Mello, Doutor em Ciências Sociais diz que: a visão dicotômica entre indivíduo e sociedade surgiu em um crescente processo de industrialização no início do século XVIII em diante e levou a surgimento de sérios problemas sociais. Essas transformações aconteceram pela transição de um ambiente rural, para um ambiente urbano e industrializado.
Estamos vivendo um período em que a maioria dos indivíduos estão sendo arrastados por uma onda gigantesca e não conseguimos ainda digerir toda essa situação. A mente humana está enfraquecida e não estamos conseguindo elevar a nossa consciência. A era das máquinas está no auge e no controle da nossa vida. Não conseguimos mais sobreviver sem que não nos apoiemos em alguém ou em alguma coisa. Viramos indivíduos deficientes. Usamos uma bengala invisível e nem nos demos conta ainda da situação.
O universo tenta nos ensinar a lição de casa todos os dias, porém, estamos alheios aos acontecimentos. Com isto, seremos uma civilização extinta do planeta sem ao menos deixarmos nenhum vestígio. Apenas a destruição do próprio ser humano e do planeta.
DOS VINHEDOS AO VINHO
Entre os extensos e verdes vales se destacam os vinhedos,
E sobre treliças, parreirais ficam à sombra protegidos do sol.
Os frutos da terra cercam caminhos longos e retilíneos.
A vida segue entre as horas da colheita e o néctar na taça.
A pisa sobre os preciosos grãos nos lagares são esmagados
Delicadamente um a um, e a nostalgia se instala em busca do prazer.
Entre as masmorras dorme o amargor do seu útero e neste
Intervalo, nasce o doce sabor do sumo sagrado.
O líquido vermelho intenso, cor das vestimentas de Baco,
- Deus mítico do vinho, enfim adormece lentamente.
SOBRE O NOSSO EU
Há quem ache que a verdade obedece ao seu sonho, seja ele qual for. Pensa que viver é uma espécie de tapete fiel aos seus passos. O que não sabe mesmo, pois é muito arrogante para saber, é que acabará se perdendo no moinho dos fatos, por tanto olhar de viés o que jamais viu... Não viu, porque não quis ver.
Ninguém cai um dia neste plano, se não é para se ferir. Ninguém vem destinado a ser protegido contra o que será, pois o que será tem que ser. Já pertence mesmo ao caminho. Cada farpa que nos atinge rumo adentro é uma vacina conveniente contra nossa empáfia. Quem não é vacinado, ao fim da vida não terá vivido.
Será sempre bem-vindo para o ser humano esse hábito de sonhar acordado. Não se pode mesmo fugir de uma boa ilusão, e quase todas são boas, mas uma coisa é certa: Ninguém deve perder o chão enquanto isso, para que a queda eventual, quase certa, não seja no abismo... Naquele velho poço que não tem fundo.
Convém sabermos que o nosso mundo é de quedas... De quebras e remendos... Mesmo assim, viver é bonito e gratificante. Para isto ser possível, temos que levar os olhos para bem depois do cenário que só julgamos ideal porque rima com as nossas visões. A vitória está, muitas vezes, nas renúncias ao nosso eu.
ROSAS
Demétrio Sena
Reina sobre o jardim, singela e linda;
sobre todas as formas de beleza,
desde cedo até quando a tarde finda;
é rainha com traços de princesa...
Quero-a sempre ao relento, à natureza,
pra dizer à manhã "seja bem-vinda";
semear os seus dons, a realeza,
tudo quanto a celebra; louva; brinda...
Não a colho prá moça mais formosa,
nem oferto à celeste, à Bete, à Rosa,
uma rosa; um botão; não mato flores...
Planto e cuido, conservo sãs e vivas,
rosas tenras; do solo; não de ogivas;
trazem sonhos perfumes, paz e amores...
IMORTAL ATÉ MORRER
O tempo é uma tampa sobre o passado. Ninguém nunca retorna dessa rampa eterna. Sequer acampa sobre o presente, pois esse logo não é. Vira passado, e o presente já é outro. Somente o futuro continua lá; sempre lá, desafiando nossa caminhada.
Uma vida é simplesmente o joio por entre o trigo, no campo das vivências que a cada dia nos impõe. Cá comigo, afirmo que a mesma é joia rara. Se acaso nos causa uns arranhões, alguns graves, morrer não ganha minha questão. Não tem como ganhar.
É que o mundo é franco. Preto no branco. Mas muitas vezes dá um branco em meu preto e não resta fundo. Mesmo assim vou à frente, porque o tempo não pode me tampar. Tomei a decisão de apostar na imortalidade que o sonho empresta.
No fim das contas, nossa imortalidade é provisória. Por isso temos que aproveitá-la e não morrer enquanto a morte não chega.
SIMPLES EU
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já me basta um conforto mediano;
sobre a mesa, o que atrai meu paladar;
fazer planos modestos e ter sonhos
que me façam voar sem me perder...
Nada cause um tormento na minh´alma;
todo amor seja sempre por viventes;
prezo a calma de um tempo reservado
pra ser gente; pessoa; simples eu...
Um projeto não vire uma corrida
pela vida vulgar de um "vencedor",
pelos pódios guardados pros "heróis"...
Quero carro somente pra transporte;
celular com função de celular;
ter um lar palpitando em minha casa...
EX-LAR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Uma treva cavalga sobre as luzes frias
que refletem seu facho na ilusão dos olhos;
nas lacunas vazias que fazem saber
a verdade que ronda os limites da casa...
Belos móveis e quadros, paredes, enfeites,
boas fotos que mostram momentos vividos,
badulaques de vidro, copos de bom gosto
e vinagres; azeites; temperos; aromas...
Mas aquelas pessoas perderam a graça,
não há risos abertos, conversas floridas,
nem há vida nas vidas que jazem ali...
Dias nascem tão velhos das noites insones,
tanto sonho perdido na sombra e no vão;
na magia quebrada sobre o chão da casa...
TRATADO SOBRE A SOLIDARIEDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Apresento-lhes uma graça desmedida que restitui o bom do mundo... que nos faz entender o dom da vida e desejá-la com plenitude. Trata-se de uma força que não vem da força bruta. Que não cultua, não valoriza nem quer saber quem vence quem.
A solidariedade não “põe no prego” para cobrar depois. Quem é solidário não vende nem troca o bem que faz. Apenas faz. Tão só se doa. É um agente voluntário do ser gente. Do ser urgente, ou sempre a postos, por quem precisa.
Solidários não fazem conta do que fazem; muitas vezes não sabem o que fazem; nunca sabem por quem. São tão poucos os solidários, e tão modesto é o seu desempenho, que o mundo sempre os explora e depois nem sabe quem eram eles.
É assim mesmo, a solidariedade. Quem a pratica não sofre, porque ama... e porque ama praticá-la. Quanto mais se doa, mais se acumula para doar, e se doer, não importa. A dor que adentra uma fresta, imediatamente sai por outra.
Não me avexo em dizer que solidários famosos não são de fato solidários. Ao divulgarem o que fazem, apresentam promissória para que a sociedade os ressarça em forma de prestígio e favores futuros. Da visibilidade que atrai ascensão.
Ser solidário é não perceber a ingratidão do outro. É amar para ser ou não amado, e continuar amando. Assumir e aceitar, de uma vez por todas, que a sua solidariedade pode ser, para si próprio, sinônimo de solitariedade.
LEIA COM CUIDADO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Escritores escrevem sobre o que sentem. E o que não sentem. Sobre o que sabem que a sociedade vive. Ou não vive. Falam do amor e a dor que choram, do amor e a dor que o semelhante chora. O escritor é um intérprete visionário da humanidade. Absorve os dramas e as alegrias, as frustrações e os sucessos, a grandeza e a mesquinhez do ser humano, e depois devolve ao mundo em forma de literatura.
São muitos os escritores que dizem quase ou tudo em primeira pessoa. E por essa intimidade, muitas vezes fazem com que segundas e terceiras pessoas, as que fazem parte do seu convívio, se julguem citadas ou inseridas, de formas positivas ou não, em seus escritos. Isso é bom, porque a mensagem os alcançou, e pode ser mau, se alguém acha que foi direta e publicamente flagrado.
No caso das formas negativas, cabe um conselho às tais segundas e terceiras pessoas: tomem cuidado com a injustiça. Por mais que o contexto de algum escrito aparentemente as flagre, aponte ou denuncie, na maioria das vezes - maioria, mesmo - quem o redigiu não pensava especificamente nesta ou naquela pessoa. Pensava no mundo. Na sociedade. Pensava na vida.
REPOEMA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não resta o que dizer
sobre seja lá o que for,
solidão, espinho, flor,
que alguém mais não tenha dito...
Todo mundo já cantou
este mundo em verso e prosa,
o amor, o bege, o rosa
dos quais se pintam palavras...
Mas podemos refazer
a magia do sentido
que redizer já não faz...
A saudade, guerra e paz
se renovam nos engenhos
de remastigar a vida.
MÁGOA SOBRE MÁGOA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ele andou com ímpetos de ligar para ela e perguntar se fez algo que a magoou. De repente, resolveu perguntar a si mesmo. Para tanto, mergulhou profundo nas lembranças recentes e viu que não. Não fez. Pelo menos não foi a sua intenção se algum gesto, alguma palavra ou até silêncio a magoou.
Se não fez intencionalmente seja lá o que for para magoá-la, mas o que fez magoou, foi algo bobo e com margem tanto para fazer pensar que sim, quanto para concluir que não. Algo incerto. Sendo assim, se ambos são tão amigos e confiam tanto um no outro, como sempre juraram, ela deveria tirar as dúvidas. Perguntar para ele. Não o fez, e isso ele não perdoa, pelo menos por enquanto não perdoar, como sempre fizeram ambos, em diferentes ocasiões.
Dentro em pouco, ela também desejará saber se ele está magoado. Se ela fez algo que o magoou. Fez. Depois das arestas aparadas, ela saberá que ele estava magoado por ela estar. Da mesma forma, deixará bem claro que além da mágoa original, teve mágoa da mágoa de sua mágoa por sabe-se lá o quê.
SOBRE JOÃO ALGUÉM
Demétrio Sena, Magé - RJ.
João Alguém era realmente um sujeito especial. Chantagem de pobre não o comovia. Muito menos pompa, circunstância e suborno de rico. Ele sabia como suportar dignamente os aplausos, os risos e agrados extras do bajulador, tanto quanto a perseguição e a truculência do invejoso mal humorado.
Nem mesmo a fúria maior do forte o demovia de sua personalidade, como não o fazia o mais profundo complexo do fraco. Para ele não havia mistério indesvendável nem confete, seda ou fogo de artifício transformador de caráter.
Era mesmo assim, o João Alguém: resistente à fogueira das vaidades. Ao ferro de solda e ao maçarico. Aos altos e baixos, espinhos e flores, dores e alívios desta vida. Nada conseguia derretê-lo... ou quase nada. Somente o calor humano podia mais do que isso: deixá-lo completamente derretido.
SOBRE SER FELIZ
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ser feliz é uma questão de ser. Ser, de fato, e ponto final. Não é crochê, ponto cruz nem cestaria. Muito menos desempenho, agonia, escavação afetiva nem show de comportamento.
É algo sem preço. Vem de graça e nasce feito. Já pertence a quem é, por natureza e vocação. Passa pelo desencanto, a frustração e o ranger dos dentes, mas passa. Dá seu jeito e se perpetua. Jamais se rende ás passagens. Às transições.
As alegrias que vemos comumente quase nunca são espelhos da real expressão do ser feliz. Muitas podem ser simplesmente aparelhos; próteses; mecanismos da essência.
Igualmente, a tristeza facial quase nunca depõe com fidelidade sobre a natureza íntima de quem chora. Ser feliz não é o que paira, pousa e faz turismo em nós. É o que mora.
SANGUE FRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
De repente o vazio que me toma;
uma grande lacuna sobre o nada
que já teve uma essência, uma coluna,
mas não foi de fumaça; foi de amores...
Quero ter meus sentidos novamente;
coração que não caiba no meu peito;
minha mente repleta em fantasias
e um leito pra mais do que dormir...
Sem amar e também sem ser amado,
sou leão acuado; nau sem mar;
ter pra dar, e pra ter, faz tanta falta...
De repente o repente que me acorda
com a corda no pulso que nem pulsa,
pois o tempo esfriou meu sangue quente...
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