Textos sobre Jovens Carlos Drummond

Cerca de 17609 frases e pensamentos: Textos sobre Jovens Carlos Drummond

⁠OS POETAS DE DOM NASCEM E
MORREM SOZINHOS

Ninguém sabe.
Ninguém quis saber.
E tão fácil era adivinhar.

Os poetas anacoretas
Ascetas
Merecedores do dom
De mostrar a alma em facetas
Já nasceram antes do nascer,
Já sofreram antes de sofrer,
Porque tiveram medo
De fazer padecer
Todos os que não são como eles.

Cada um nasce, se quiser,
Já depois de nascido,
E apresentado ao mundo.

E quando esses poetas decidirem morrer
Ninguém vai saber
Como eles conquistaram
Aquilo que sempre amaram...

Tanta paz
Capaz
De um sono profundo.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Encaremos os fatos. Nós nascemos, vivemos e morremos. Todos nós temos a nitida consciência que não havia sofrimento antes de nascer.E a única certeza de que todos iremos um dia deixar de viver.
Não haverá mais nada depois de morrer.
O que acontecerá depois de deixar de viver, será o mesmo que sentia antes de nascer.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠Errar é humano, se redimir, e corrigir dos mesmos, nos fazem ainda mais. Apenas se perdoe, porque o que aprendeu com seus erros, é o que fez você ser o que é hoje, e sem eles, não seria o que tornou-se.
Cometa erros se não for possível evitar, mas não se culpe por isso, se arrependa e aprenda com eles para não mais vacilar.
Até porque, o arrependimento é a coisa mais difícil de se levar durante toda a vida, e pior ainda de carregar quando se envelhece.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

VIRGINDADES

⁠Foram e serão como árvores
Sem fruto
Em seu voto absoluto
De entregar-se,
Devotar-se,
A um só corpo impoluto.

Nunca gerado e resoluto
Por mais tentação que venha
Lá dos varões assinalados
E mestrados.

Confessam-se a padres enamorados:
"Antes morta, do que prenhe,
Não desdenhe, não desdenhe,
Que cá nesta minha ordenha,
Eu sou a santa e a senha
Pela qual me registo
E virgem serei e resisto!".

E num terminar de emoções
Deitam a mão a uns cordões
De recordações
Nefastas,
Mas para resistirem castas
Naquele gostoso furor,
Invocam o seu amor a Cristo!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 04-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

A MENINA E A ÁRVORE

⁠Desprevenido, plantei-te!
Sem escavar sequer um palmo
De terra do fundo germinador.

Quando brotaste o tronco esguio
E os ramitos
Pequenitos
Numa manhã chuvosa,
Custosa e fanhosa
De um Março marçagão,
Colei a minha trémula mão
À tua tão pequenina,
Magrinha,
Comprida, de pianista.

Parece impossível!
Haverá alguém que resista...

Deste-me na minha um esticão,
Como a querer fugir de mim.

Tomei isso como premonição
Negra,
Amarga
E fúnebre.

Continuas com a tua mãozita pequena
Da tua árvore a envelhecer
De madura,
No tronco e nos ramos
Mas com as maçãs tão verdes,
Ácidas,
Intragáveis.

Tão inutilmente
No perto,
Longe
De mim.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

NOVOS TEMPOS VIRÃO

⁠Há tempos atrás dos tempos,
O vento sussurrou-me ao ouvido:

" O sol vai deixar de brilhar!
A lua, viúva, de negro vai ficar!
A chuva, disse-me, vai mirrar!
Eu, por mim, estou a esvaziar!
O céu, vai cair a arder,
No leito seco do mar!
As montanhas irão desmoronar!
Os prados verdes vão crestar!
As árvores, de podres, irão chorar!
Ouvir-se-ão estrondos de terrificar!
Ficarão inertes as aves e os peixes
Sem ar, sem água, a agonizar! "

Carrancudo, perguntei ao vento:
" Ouve lá, ó vento, então eu quero saber:
Porque razão me estás a meter
Tanto medo de arrepelação !?...
Assim sendo, diz-me para onde vou,
Ou então!?...

Aí, o vento mudou de ouvido e segredou-me:

Alguns como tu, ficarão
Na nova terra que há de brotar
Das cinzas da ressurreição,
Onde não haverá castigo nem metas,
Apenas um tempo novo
Onde habitará um nóvel povo,
No promissor mundo dos poetas! "

(Carlos de Castro, In Há Um Livro Por Escrever em 08-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

DESCOBRIR A VIDA NA MORTE

Eu já faleci, há uns anitos...
Fizeram-me todas as encomendações
E recomendações conforme a fé familiar...
Segui, por fases, todos os trâmites legais
E funcionais, entre os quais:
Como era grande pecador,
Passei primeiro pelo crivo
Doloroso da peneira das penas do Inferno,
Que me chamuscava os sovacos da primavera ao inverno.

Passaram-me depois a outra repartição:
Esta, bem mais animadora,
Graças minhas a Nossa Senhora!
Eram os tempos do Purgatório,
Onde me fizeram purgar tudo e o acessório.
Mas, senhores, puseram-me tão magrinho!
Chegada a hora de melhor sorte,
Fizeram-me chegar de elevador ao piso seguinte,
Numa manhã luminosa e serena,
Ao Céu, aos Pés de Nosso Senhor da Boa Morte!
Olhou contristado para mim e falou:
Que purga! Que magrinho e tão tristinho!
Aí, eu fiz uma cara de anjinho e Ele continuou:
Rapaz! Vais ter direito a banho de sais e mais...
Vão dar-te calção de praia, óculos de sol e t-shirt.
Depois, vais mas é divertir-te!...
Respondi, com decisão:
Não, Meu Senhor!
Se estou no Céu, quero primeiro ver a minha mãe, meu pai, irmãzinha e tantos mais!
Não é que Nosso Senhor, começou a arrotar
E a deitar pelos olhos luzes fatais!?...
Sentei-me no chão e comecei a chorar, a chorar...cada vez mais!
Senti uma mão no ombro, tão leve e serena, como uma pena...
Era o Nosso Senhor a dizer: Vamos lá, rapaz, vamos à nossa vigília.
Não demora muito e verás a tua família. E eu sosseguei!...

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠VINDIMA DE ESPERANÇAS

Quando se ama ou se volta a amar
A natureza perdida,
É sinal que a própria vida
Mesmo que dolorida
Tem esperança noutra saída
Rumo a um nova vindima.

Afagam-se os cachos com carinho
De baixo para cima
Como numa rima.

Provam-se as uvas coloridas
Prenhes de doçuras convertidas
Em álcoois depois amadurecidos
Em madeiras velhas consentidos
E fatalmente domados,
Aconchegados odores de bom vinho
Em toneis anciãos embriagados.

Era o Douro da Pesqueira em braços
De mulheres e homens de desembaraços
A soltar da cepa mãe, os filhos maduros
Naqueles socalcos pedregosos e duros.

Alguma lágrima vertida ao arrancar
Em doloroso transe de despedida,
A uva néctar fadada a uma nova vida.

Eram os bagos gordos e mimados
Pela natureza sol e solo vividos,
Que logo na prova primeira,
Fazem da minha amada Pesqueira,
A mãe do vinho dos meus sentidos.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 13-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

CADEIA DE CUSTÓDIA

Na trama da justiça, um elo crucial se faz presente,
A cadeia de custódia, guardiã diligente.
No caminho das provas, seu papel é essencial,
Preservando a verdade, com zelo sem igual.
Ela surge como um fio condutor,
Garantindo a confiabilidade, com todo o seu vigor.
Desde a coleta ao descarte, cada passo monitorado,
Um testemunho imparcial, do início ao resultado.
Na teia do processo, a cadeia se entrelaça,
Rastreando as evidências, sem deixar rastro de fumaça.
Cuida das provas, em sua jornada complexa,
Com a responsabilidade de uma guardiã preza.
Nos métodos ocultos, seu valor é ainda maior,
Para provas obtidas em segredo, com sabedoria e rigor.
A cadeia de custódia revela o caminho percorrido,
Assegurando a validade, em cada elo revestido.
A transparência se faz presente em cada etapa,
No protocolo cuidadoso, não há margem para falha.
Com registro preciso, a prova se fortalece,
Na cadeia de custódia, a verdade enaltece.
Assim, o sistema jurídico se firma em solidez,
Com a cadeia de custódia, garantindo a lisura de vez.
E no palco da justiça, a verdade se revela,
Graças à cadeia de custódia, fiel sentinela.
Em meio aos debates e tribunais em ação,
A cadeia de custódia assume sua missão.
Protege a justiça, com seu laço de confiança,
Preservando a imparcialidade, com brilho e esperança.
Que seja sempre honrada, essa cadeia de valor,
Guardiã das provas, com um compromisso de amor.
Na jornada do Direito, seu legado é eterno,
A cadeia de custódia, elo firme e fraterno.

Inserida por carlos_arquimedes

⁠DIA DAS MÃES

Existem Mães e mães
Me refiro a aquelas que criam seus filhos como fossem propriedades particular
Manipulam suas mentes para que permaneçam ao seu lado e lhe deem suporte.
Oferece liberdade sem educar
O resultado culmina em drogas, pessoas incenssatas, sem pudor, baixa cultura.
Para ser Mãe tem que ter Responsabilidade.

⁠ALMAS GÉMEAS

Ninguém me vê...
Acabrunhado
Ao mortificado,
Nesta cadeira velha
Que faz doer as cruzes
Deste esqueleto
Já absoleto
Que se senta
Rumo aos setenta
À espera de algumas luzes.

Ainda bem que ninguém me vê...
Neste cubículo escritório,
Em sistema de dormitório,
Para dar em cada dia ao mundo
Um poema infecundo
Teorema lógico
Dos axiomas
Postulados
Gravados
No sistema patológico
Rumo doloroso
Até conseguir o dialógico
Gostoso,
De ter alguém em simpatia,
Que todos os dias em sintonia,
Anima e faz viver a minha poesia.

(Carlos De Castro, in Há Hum Livro Por Escrever, em 15-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Agora que vislumbrei o brilho dos teus olhos,
Luz que iluminou o meu dia com desvelo,
Que será então do astro chamado Sol,
Que outrora brilhava em tua mocidade tão bela?

Será que o Sol não mais brilhará com tanto esplendor,
Como nos dias em que eras tão jovem e serena?
Ou será que as estrelas reluzentes não mais iluminarão,
As minhas noites tão solitárias e plenas de pena?

Mas mesmo que o Sol perca seu brilho dourado,
E as estrelas se apaguem no céu estrelado,
Tu és a minha luz, meu Sol, minha estrela guia,
E em teus olhos eu encontro a alegria e a harmonia.

Inserida por antoniocarlospinto

⁠Que será desse nobre cavaleiro,
Se sua armadura não lhe protege o peito,
E o alfange transpassa-lhe o coração,
Ferindo-o com dor, desespero e aflição.

Melhor seria tombá-lo com bravura,
Pelo toque da escalibu com doçura,
Do que sentir a paixão que tanto o inflama,
E que o leva a sofrer sem ter quem o ama.

Nesse jogo de amor não há vencedor,
Nem perdedor, só há dor e amor,
Seja qual for o desfecho dessa história,
Promete-me uma coisa, sem qualquer glória:

Não chames o meu amor de meu amor,
Nem a minha dor de minha dor,
Pois o amor é um sentimento que não se prende,
E a dor é um mal que não se compreende.

Inserida por antoniocarlospinto

Fico preso em meus pensamentos,
Mesmo com o passar do tempo, ainda me vejo como um menino inocente.
No turbilhão da vida diária,
Percebo o menino perdido em mim, buscando seu caminho.
Ao longo dos anos, carrego a tristeza,
Mas vejo o menino dos sonhos, ansiando por felicidade.
Quisera voltar a ser aquele menino do interior,
Perdido nas memórias do tempo que se foi.
Busco encontrar-me no âmago daquele menino,
Que um dia sonhou em alcançar a felicidade plena.
E, com a passagem dos anos,
Esforço-me para ser a pessoa feliz que o menino idealizou.

Inserida por RuanCarlos22_

⁠A fé, ela só permite as pessoas a aceitarem. Mas se o que se fosse analisado com inteligencia, elas as rejeitariam. As fés não permite questionar-se ou fazer questionamento, se assim fosse, não seria FÉS, mas confiança, certeza, confidência, crédito,fiança, fidúcia, firmeza, insuspeição, segurança.
Fé SIGNIFICA jogar se no desconhecido, e deixar a sorte resolver fazendo sua escolha. Se foi burra deus que quiz, se boa ele também quis. Mas na maioria das vezes, se não planejarmos ou pensar antes, nada da certo, e isso é que é ser sábio e ter sabedoria.

Inserida por Marc7Carl6Rod9

⁠QUEIMADURAS

Queimei o meu cerebelo
Que fica por debaixo de algum cabelo
Que me resta
Do pescoço à testa
Na formação córnea do elemento
Que me trazia discernimento.

Crestei-o,
Chamusquei-o
Em pensamentos brutais,
Que me estarreceram
E embruteceram
No mais horrível dos mortais.

Jurei então nunca mais
Agora ou em qualquer altura,
Dar uma razão de soltura
E voltar a incendiar
O meu cerebelo
Num fogo feito flagelo
Sem ter quem o possa apagar.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 20-05-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠RESQUÍSCIOS DO CORPO

Nem te amo
Nem te reclamo
Nem por ti oro
Ou desadoro
Ruína do meu corpo
Morto,
Feito carne balofa.

Se nesta vida
Rude e sofrida
Nunca me serviste de alcofa,
Que lá na outra menos dura
Onde a fineza e rijeza perdura,
Não me envergonhes cachopa,
Com tuas esfinges de gordura.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 12-12-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

VINTE ANOS E

⁠Contei os natais com ela
Maria, minha mãe.
Vinte e tantos no presépio
Comigo, José filho,
Em nome de meu pai, Manuel.

Era a Gruta de Belém,
Porém,
Quase parecendo a outra,
Era o meu Natal puro,
Que os meus de agora esconjuro,
Neste destino cruel!

Foi-se a mãe;
Meu pai, seguiu-a além,
Fiquei eu, menino patético!
Que natal tão estépico,
Mais senil que poético,
Este de agora meu
Pobre que sou pigmeu,
Desde que minha mãe morreu
Há distância de esperanças mil,
Depois das águas de Abril.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-12-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O INTRUSO

Batia no vidro frio,
Da janela fria.
Batia.
Como que a medo
De revelar um segredo
Porque ali estava
E instava.
Abri a janela,
Singela.
Corri-a de par em par.
Ele, entrou radiante,
Com passo frio e distante,
Como que a querer mostrar
A alteza do seu rol.
Era o sol,
O de inverno,
Que já me foi de inferno
Em dias de verão,
Nesta janela da escuridão.
Só eu,
Triste plebeu,
Bato a tantas janelas
De tantas capelas
De santos de milagre,
Mas ninguém mas abre!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-01-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠DECEÇÃO

Nunca de longe ou de perto
Pelo certo do incerto,
Chegarei a ser poeta,
Ou dizedor de palheta.

E assim me tornei anacoreta
Sem relógio ou ampulheta
Nesta gruta
Abrupta,
Onde vou morrer
Sem saber
O que é ser
Realmente,
Verdadeiramente,
Poeta!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-01-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

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