Textos sobre como Curtir a Vida
No meu sonho havia esse deserto.
Deserto americano sabe.
Como de filme.
Não como o do Saara.
Que também só vi nos filmes.
Mas havia esse deserto, enfim,
e eu caminhava, caminhava, e me sentia só.
Passava a noite inteira caminhando nesse sonho
e nunca chegava a lugar algum.
Mas essa não era a pior parte.
Toda vez que ventava eu precisava correr atrás de
algo para me esconder.
Uma placa, uma pedra, um esqueleto de vaca morta,
uma tampinha de garrafa.
Porque parecia que não só estava ali como também
era feito de areia.
Eu era o próprio deserto.
E toda vez que ventava forte um pouco de mim ia embora.
E eu era cada vez menos tudo que conhecia.
Até que, numa parte do sonho,
tanto de mim já tinha ido embora com o vento que
começava a doer.
O vento soprava e a pele já tinha ido embora faz tempo.
Estava só nos nervos, espirrando sangue
e sempre doía muito.
Nessa parte eu sempre acordo
e a dor fica.
(2005)
A dor da alma não se compartilha.
E não passa.
É atemporal.
Não diminui com a idade.
Vem como a mão do demônio passando pelo peito
e espremendo tudo lá dentro.
Ela te vence.
E sempre, sempre se supera.
Você acha que se conhece.
Acha que nunca mais.
Mas ela te conhece mais ainda.
Você fica velho.
Ela fica sofisticada.
Essa maldita dor da alma
nunca vai me dar paz.
Essa maldita dor da alma
sempre quer me vencer.
É como uma máquina de tatuagem
persistente e sanguinária
que a gente tenta ignorar
mas sabe que está ali.
Te rasgando.
Descaralhando sua vida.
Insistindo em te mostrar
que você não é forte.
Mas da mesma maneira que a dor da tatuagem
te deixa uma marca bonita
a dor da alma te faz saber
que você tem alma.
E isso já me faz erguer
discretamente
um pequeno sorriso no canto do lábio.
Porque enquanto essa dor desgraçada
me acompanhar
pelo menos sei
que estou vivo.
Setembro 2010 – “O Diabo Sempre Vem Pra Mais Um Drink”
►Amor De Mentira
Aquele amor parecia até mentira
Era tudo o que eu queria,
Como se aquela menina fosse feita só para mim,
Como se o destino estivesse reservando algo no fim
A perfeição nunca existiu,
Talvez seja por que ninguém ainda a descobriu
E o que eu havia encontrado nela era similar,
Claro que ela não era perfeita, tinha seus defeitos
Mas não são eles quem nos definem?
Junto dela, eu podia viajar, nada de fumaça pelo ar
Ela tinha aquele jeito cuidadoso e meigo
Era difícil entende-la, não por ser mulher,
Mas por que a bipolaridade fazia parte da sua personalidade
Às vezes me amava, outrora gritava que me odiava
Que não queria nunca mais ver minha cara,
Tão pouco pintada de prata, ou dourada
Mas eu adorava tudo que existia nela,
Porém esse pode ter sido o meu erro, para início de conversa.
O tempo não me perdoa, mas me consola
E quando ela passou pela porta eu soube,
Que seria a última vez que admiraria o lindo sorriso dela
E comecei a pensar o que seria de mim sem ela
Acabei me transformando, sem perceber, em um apaixonado a mercê
Lutando para conter o amor, que naquele tempo gritava de dor,
Querendo se libertar, e sentir o calor da pele de quem ele sempre desejou
Mas aquele medo de, a cada travessia pela porta, ela fosse de fato embora?
Me tornei dependente, assim como Poseidon e seu tridente
Como poderia velejar, sem o amor dela para me guiar?
Nem mesmo a bússola de ouro indicaria a localização do meu tesouro
Não aí de existir um navegador que apontasse o meu porto seguro
Estava perdido no mar, tentando encontrar uma forma de recuperá-la
E em várias cartas de amor eu buscava agradá-la
Sem perceber que eu a havia colocado em um pedestal,
Eis que notei o quanto este meu erro foi fatal,
Eu fui reconhecido por muitos como um sujeito sentimental
Comecei então a me sentir mal quando ela debochava de textos meus,
Os meus sentimentos estavam neles, e ela os repreendeu
E aquele medo dela ir, e não mais voltar, começou a se dissipar
Comecei a pensar que talvez ela não me amava,
Que talvez o sentimento dela não fosse real, que ela só queria aproveitar,
Que o que eu sentia não era igual, significava absolutamente nada
E era por essa garota que minhas estrofes estavam apaixonadas.
Mas não paro de sonhar
Muitos foram os sonhos que escutei ela dizer,
"Quero terminar, não desejo algo sério, parto já"
Então comecei a refletir se valia a pena eu lutar
E parece que, com essa dúvida eu irei me deitar
Com medo de vê-la em meus sonhos,
Pois ela os transformaram em pesadelos.
Sinto como se meus ossos varresse o impuro pra dentro da minha alma.
Agora os olhares estão me afundando,
Agora eu estou obscura pelas luzes,
Talvez um dia eu aprenda que a escuridão na verdade é um céu cheio de estrelas,mas que visa nos mostrar a Lua e a direção.
Pois é assim,sempre assim.
Como tudo deve ser.
E prosseguia o rapaz dizendo que à amava
Como se não ouvesse outra palavra
A moça orgulhosa já não acreditava Talvez queresse dele uma serenata
O rapaz continuava
E a moça ainda o rejeitava
Até que o rapaz já não aguentava
Ali perdeu sua amada
E nele ela jogou uma praga
O mesmo nunca mais sentirá nada
A não ser por ela, pobre autoritária
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
Uma vez me perguntam como melhorar o homem ?
eu respondo:
tire-o as orelhas para que não desista por causa dos outros
tire-a boca para que não comece uma guerra
e por fim,
tire-os olhos para que não julgue os outros.
esta é a receita para um homem perfeito,
uma pena que ninguém tem a coragem para segui-la.
AMAR DO VERBO AMOR
Amar do verbo amor, como enunciar?
Amor é complemento ao sentimento
Que acompanha o substantivo alento
Instinto sublimado do ser e do estar
Muito se pode nas flexões dele ligar
Só ter no verbo um desejo sedento
E um coração capaz de ter portento
Onde dele não se tem como olvidar
Não se une amor sem ter o elemento
Amar, é no presente ao se conjugar
Mais que perfeito n'alma, tal alimento
De tudo o amor também é o vigorar
Transitivo direto no encantamento
Que só saberá quem dele enluarar
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
''Um pouco do meu eu, que se perde em você.
É como nadar em um rio vazio.
Se alimentar de vento.
Dançar sem música.
Desejar sem poder ter.
Meu corpo é a arte que falta em você, o fogo e o desejo predomina em cada batida do seu coração.
Palavras intensas é como nos comunicamos, pois eu sou um segredo e você precisa desvendar.
De todas as mágicas e coisas magníficas, eu escolhi ter VOCÊ.
Será uma aposta que eu nunca perderia, pois o amor é algo que arde no coração de quem ama!
O mundo está com sede de amor, então quando vir, vêm sem medo e com vontade de descobrir coisas absurdas do meu UNIVERSO.''
João 17 anos morador da comunidade do Cantagalo, nascido e criado por lá. O João assim como outras crianças, cresceu tendo como referência o Roberto , vulgo "pouca telha", um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro. Mas o João não tinha vocação pra ser vagabundo, ele queria mesmo ter um bom emprego pra tirar a mãe dele do meio do fogo cruzado. O "pouca telha" toda semana andava com um carro diferente, tinha moto, muitas mulheres ao redor, festa com cervejas e carnes roubadas quase todos os dias. Mas essas coisas não impressionavam o João. Ele tinha foco e acreditava que iria conseguir aquele trampo no asfalto.
No colégio estadual conseguiu terminar seu segundo grau aos 17 anos. Foi a luta com garra e confiança, teve alguns "nãos", mas normal até então. Porém, esses "nãos" passaram da normalidade, e João foi ficando cabisbaixo, triste e sem força. Foi lembrando como era fácil a vida do "pouca telha" foi ficando acesa a possibilidade de entrar no movimento. O movimento queria o abraçar, o movimento propunha a realização dos seus sonhos.
Mas o que mais entristeceu o João no asfalto foi o fato dele ser mandado embora sem ao menos ser contratado, e pelo motivo mais covarde, a cor da sua pele e o endereço da sua casa. O "pouca telha" aproveitou a fraqueza do João pra convidá-lo a entrar no movimento. O João não quis, preferiu seguir seu sonho de ter um trabalho digno e limpo. Que garoto determinado, que orgulho! Lá se foi ele pra luta de novo. Mas antes do João chegar aí, deixo uma pergunta aqui. Asfalto, tem como dar uma oportunidade pra quem decidiu que não quer ser vagabundo?
Como é triste ver.
Como é triste ver
Nossa honrra aos pedaços
Nosso chão empobrecer
Nossa esperança morrer,
O porto seguro é fraco.
Que triste saber
Que me deixarão no perigo,
Que de mim não querem saber
Não se importam comigo,
E muito menos com o que vou dizer
Embaixo da ponte
Olharemos o arranha-céu
Do outro lado do rio
Que distãncia cruel,
Nos negaram abrigo.
Assim como tu rega a terra seca e da seus frutos, meu coração se torna terra fértil com a tua água da vida.
A chuva cai la fora, o tempo passa, mas a sua palavra permanece para sempre.
Faz frio mas ainda sim meu coração arde diante de ti Senhor de Israel.
Os dias são corridos mas na calmaria do Deus altíssimo, passam de forma tranquila.
E o encontramos no mais profundo até o emerso.
Tira de mim a ansiedade e traga a tua paz, me dê o necessário, nada mais.
Faz do meu coração segundo seu coração,
Faz me ver a tua bondade no dia a dia, e nessa poesia expressar a inexplicável presença de Deus, que nos traz alegria.
A lei, reza a constituição, é igual para todo cidadão. Utopia platônica, como a ideia de democracia que nunca foi praticada de fato, com igualdade de direito do povo para o povo.
Onde uma minoria eleita pela maioria governa e goza de privilégios especiais. Isso nos faz lembrar a fábula dos leões e as lebres.
Seguindo o princípio elementar democrático, dos ditos direitos iguais para todos, em uma reunião, as pobres lebres que representam o povo no estado democrático, questionam o fato de serem deixadas para trás, na divisão da comida e citam a leia que lhes conferem igualdades.
Os leões, enfurecidos as repreendem dizendo: "Cadê as suas garras?"
Quando a chuva bater gostoso e te der na telha, lembre se de mim que sinto a chuva como você... Mas chovia tanto que eu não me molhava,
Me tornara um cara seco com a chuva, somente, lá no guarda-chuvas...
Só q a chuva traz coisas boas, trouxe você... as lagoas,
a tempestade, o trovão, o rio, o mar...
as flores de todas as cores molhadas, as árvores e folhas verdes apontadas para o céus cinzentos com suas nuvens opacas,
os pássaros encharcados e os sapos ensopados...
Agora quando ela toca, bate meu coração...
Ela enxarca meus olhos castanhos e embaçam a minha mente que sente saudades da gente...
Nem me lembre ou comente coisas parecidas, como daquela xícara cheia de café quente em minhas mãos estremecidas;
Do seu sorriso marcante, do meu coração balançante; De tudo envolvente, da minha mente que sente antes que você pense...
Dos sinos das catedrais batendo aqui por dentro;
Dos meus olhos fixos e depois desatentos, do seu passo à frente e eu atrás, aliás, de todo meu conter, daquele pedaço de bom caminho, do meu olhar de cantinho, da minha paixão de menino, do pecado, do meu estado...
Do lado esquerdo do meu peito batendo apaixonado, da minha tentação...
Dos meus olhos brilhantes, das minhas pernas e passos desconcertantes; e das suas deslumbrantes...
Das nossas almas vibrantes, daqueles pés sem chão sem direção...
De todas essas coisas e mais, do cheiro de banhos de sais... De você bem pertinho de mim, do abraço, do espaço entre você e o meu braço, da pouca distância da sua boca, do seu respirar me assoprando, do seu olhar me cegando, do suor das minhas mãos molhadas e escorregantes...
Eu fico me perguntando se essa geração tem chances de evoluir como seres humanos.
Pessoas que se relacionam por mensagens e emojis engraçados, e vivem como se não houvesse uma única alternativa de comunicação.
Comunicação vai muito além de um "Oi, tudo bem ?.
Se comunicar é entender a necessidade do outro sem ao menos perguntar, se comunicar com alguém, é entender as dificuldades alheias e tentar achar solução em um simples abraço.
Mas essa geração para compreender essa novidade, necessitam passar a conviver com imensas gratidões em pequenas coisas.
Gratidão é o segredo para alcançar a compreensão de conviver em uma sociedade totalmente indisposta para um contato maior.
Reveja seus valores, gratidão gera amor e amor gera gratidão.
Me perguntaram porque sou diferente,
Eu perguntei o que é ser Normal..
Como não encontraram uma resposta objetiva para a minha pergunta,achei melhor
Compreender que ninguém é igual a ninguém e se fôssemos para sermos iguais,então não existiria tantas tribos,língua,e nações tão diferentes.
“Linda Mulher"
O seu nome é como eflúvio.
O seu jeito tão frugal me conquista.
Você é como reflexo do sol.
Que a cada manhã sempre brilha.
És a mais linda das mulheres.
Como são belas as suas faces.
Seu sorriso é como flores brancas.
Que num lindo jardim nasce.
Os seus lábios gotejam doçura.
Como é maravilhoso o teu olhar.
Nessa doçura me encanto.
É difícil de explicar.
Seus cabelos são como o vento.
Que exalam fragrância no ar.
É como um amor que brota.
Quando passamos a gostar.
Sua voz é meu talismã.
Tu és dona de rara beleza.
Não duvide de minhas palavras.
Elas estão cheias de pureza.
Estava sozinha a pensar.
Na minha poesia mora seu nome.
Vim declarar meu amor.
Te amo professora Ivone.
Liberte-me do seu peito, deixe-me escapuli pelo seus olhos, não segure-me tão forte, como se fosse me esmagar!
Preciso de ar, preciso me libertar!
Grite-me, ofenda-me, sacuda-me.
Mas, não me abrace mais Entre seu olhar egoísta. Entre seus pensamentos insensatos e insanos.
Não quero estar mais Entre você e o mundo, desejo profundamente que não precises mais de mim. Não quero me tornar prisioneira, devido suas súplicas, não quero ser o alavancar do seu desespero. Deixe-me ressuscitar das profundezas dos seus lamentos,deixe-me espalhar pelo chão afora, anseio por liberdade. Solte-me, suplico-lhe piedade, se assim quiseres, quem sabe um dia voltarei, mas, quero que saibas, que me sinto frustada por estar dentro de você. Estou me sentindo seca, sem vida, por favor não me deixe morrer assim, se tentar lutar por minha vida...chore e deixe-me ser livre.
Apenas, sou uma lágrima, desejando imensamente seguir o curso da vida, e em paz!
Nyyh Teixeira
- Você já se sentiu como se não coubesse no mundo?
- Inúmeras vezes. - ressaltou.
- Tenho a sensação de estar sendo engolido dia após dia. Só consigo sentir vontade de ficar estagnado e ser de fato engolido. - disse ele.
- Esquece um pouco do que dói por dentro. Não se afogue.
... nota-se um silêncio e uma troca de olhares...
Ela se levanta, senta-se perto dele e o coloca no colo. Naquele momento ele sentiu como se a vida valesse a pena.
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