Textos que Falam quem Eu Sou
Eu sou a que vive o dia de hoje, a hora que no relógio grita.
Eu sou a que perdoa, ainda que doa olhar para o lugar da dor.
Eu sou a que aprendeu que não adianta fazer birra e empancar. É andar, andar e andar.
Eu sou a que não tem medo de mostrar a cara limpa e nua para quem eu confio o meu coração.
Eu sou um ser imperfeito, mas estou em mutação e me cansei de tanta ilusão.
Se sou anjo? Não!
Nildinha Freitas
Querido empregador, essa é uma carta aberta para você.
Eu não sei se você sabe mas eu sou clt, e eu adoraria só ter que escolher "é teatro ou tv?" mas o buraco é mais em baixo e meu tempo é muito pouco, pouco quase nem dá pra ver o que passa na janela do transporte público entre o meu percurso de casa pro trabalho, do trabalho pra casa enquanto tento encaixar meu pé na falta de espaço da van lotada e penso. Penso na conta pra pagar, na luz que vai cortar, no meu celular que não pode quebrar se não como eu vou trabalhar? É duro. Porque dentro do meu privilégio de ter um lar, um teto e para quem voltar, eu tenho que me desdobrar eu três empregos ou mais não pra agradar meus pais mas pra conseguir respirar.
Meu privilégio acaba aí, porque eu escolhi ser artista, fazer rir, alegrar, cantarolar mas ainda não sei passar em teste. Sabe o teste? Esse que você me mandou de última hora e que eu tentei dar tudo de mim? A mensagem chegou só com um "segue o texto" mas eu parecia estar ganhando o Oscar e olha que eu nem tinha passado mas também nem acreditei que podia, afinal, como colocar meus 30 minutos livres pra me preparar perto das horas de coach que o Matheus fez no dia? Eu me acostumei a não ser escolhido. Não tá tudo bem, mas eu aceitei.
Então mesmo depois dos planos e de toda a Fanfic que eu criei eu aceito: não sei passar em testes então pra que continuar fazendo? Eu perco os papéis que não tem nada haver comigo, eu perco os que tem tudo haver, os personagens que só eu poderia fazer são embranquecidos e eu me pergunto: pra quê, perder o tempo de me preparar tanto se a falta da minha família rica ou do meu diploma global me impede de alcançar isso?
É duro ser artista, é duro persistir. É duro pensar em desistir, é duro não conseguir por não poder abrir mão de nada. Mas se algo eu aprendi e com esse algo eu não preciso de mais nada, é que a minha arte é de sentir e esse sentir eu posso entregar até em beira de estrada.
Eu sou um poeta boêmio
E Ipanema é meu refúgio certo
Onde a musa carioca me inspira
E o ritmo Bossa Nova me encanta
Em meio às garotas douradas
Que caminham pela areia fina
Eu vejo a beleza da vida noturna
Lembrando de Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Com acordes dissonantes inconscientes
Minhas notas musicais se fundem
Com a brisa do mar e as ondas da saudade
Em uma Bossa Nova de amor e paixão
Ipanema é meu lar, minha morada
Onde a noite se torna minha amada
E a boemia transforma em poesia
Cada respirar desta bela cidade.
Dentro de minha alma residem mil vidas, cada uma com uma voz que deseja ser ouvida. Eu sou mil eus diferentes, cada um com seus desejos e sonhos, todos entrelaçados, que sussurram segredos a cada palavra proferida.
Meu coração, uma tela, pintada com seus matizes, cada pincelada uma lembrança do que já foi. Uma colcha de retalhos de emoções e pontos de vista, um retrato de uma vida vivida interiormente.
Eu sou o poeta, o pensador, o ignorante, o palhaço, o amante, o romântico, o desiludido, o andarilho, o sábio. Eu sou o silêncio, o rugido, o som, a luz, a escuridão, o palco.
Sou uma contradição, um mistério, um enigma que não pode ser resolvido, um quebra-cabeça sem história, uma história que ainda não foi contada.
No entanto, em meio a todo esse caos, encontro, um silêncio que ecoa lá no fundo. Uma quietude que acalma minha mente inquieta, uma paz que habita em minha alma. É o meu Daemon, que me diz o que eu preciso ouvir. Diz-me que não estou só, que todos os meus eus são um no final, que eu sou uma semente que foi semeada, e que vou crescer e transcender.
E assim, vagueio por essas tantas vidas, abraçando cada uma como se fosse a minha. Pois nesta jornada, eu descubro o que sobrevive, a beleza de uma alma que cresceu demasiadamente, mas que habita uma vida que não viveu inteiramente, e um corpo puramente ausente.
"Diga quem eu sou, não quem eu não sou!" Não devemos odiar a escuridão, mas sim ser a luz que guia aqueles que estão perdidos nas sombras, ajudando-os a encontrar o caminho de volta para si mesmos. Quando nos concentramos em quem somos e nas nossas verdadeiras qualidades, podemos brilhar como refletir que iluminam o caminho daqueles que ainda estão buscando sua própria luz interior. Em vez de lutar contra a escuridão, devemos nos concentrar em ser a melhor versão de nós mesmos, irradiando amor, compaixão e sabedoria em nossas ações e palavras. Então, em vez de nos perdermos na escuridão, podemos ajudar os outros a encontrar seu caminho de volta à luz.
Simião Gomes.
Eu sou Guerreiro
Pra mim, a vida é um aprendizado.
A gente expressa o que sentir, sem medo de estar errado.
A vida é um labirinto, ninguém pode fugir.
Somos guerreiros de coração, prontos pra vir.
Seguindo sempre em frente, é difícil a caminhada,
Caindo e levantando, tirando as pedras da estrada.
Eu tenho fé em Deus, e nunca irei Desistir
Sou sonhador e isso tá em mim
A vida é traiçoeira, ela tentou me derrubar.
Levou a minha mãe, eu não quis acreditar.
Foi como uma tempestade que caía sobre mim,
Meus sonhos apagando... e eu nem aí.
Só vontade de sumir, de nunca mais voltar.
Perder quem amamos, não dá pra acreditar.
Saí pelas ruas pra poder refletir,
Pensamentos cheios, sem saber pra onde ir.
Lembrei das palavras que ela me falava:
"Não fique contra Deus, é Ele quem te salva."
A dor foi muito grande, mas eu tive que aceitar.
Deus sabe o que faz, não vou reclamar.
Só tenho a agradecer por estar aqui,
Com as pessoas que amo, que estão perto de mim.
Sou um guerreiro, e não vou parar.
Enquanto o sol brilhar, eu sempre vou lutar.
E recomeço uma nova caminhada,
Acreditando em mim, que esperança nunca acabar,
Eu sou guerreiro, e sempre vou lutar.
Vou seguir o meu caminho, e se eu cair, vou me levantar.
Porque guerreiro não pode desistir,
Luta até o fim, tá pronto pra vir.
Eu sou o preto de nome Alex.
Descendente do escravo que fugiu para
Cavalcante sou Hadda o Kalunga.
Graças a Deus e a ele hoje estou vivo.
Mas. Cuidado comigo.
Bisneto de preto ladino
Eu falo eu canto eu rimo
Falo português duas "vez"
E o idioma daquele gringo.
Tatuagens e cicatrizes carrego comigo.
Sua ignorância minha aliada.
Meu conhecimento seu maior inimigo.
Eu Sou
Não há países amigos uns dos outros! Não homens amigos uns dos outros! É tudo uma ilusão! Cada país, pensa que vai dominar, no fim o outro grande país! Mas depois de vencer, ainda cada homem pensa vencer seu irmão! Cada um sempre quer vencer!
Mas não vai haver vencedores! Nunca haverá homens que vencem! Nem mesmo potestades ou domínios vencedores! Não é possível entre os vários poderes, haver um verdadeiro vencedor!
Como a existência existe não há ganhadores, nem perdedores; não há mesmo ninguém que perca ou mesmo que ganhe; Mas somente há Deus (o primeiro e o último); antes dele, não houve nada. Depois dele nada existe; apenas ele é o "Eu sou"! Ele é, era e virá...!
Eu sou analítica, mas não fria. Sinto o que a maioria não percebe que nao sei como mas leio silêncios, interpreto entrelinhas e enxergo nuances que muitos ignoram. Vejo além dos gestos e questiono o que se cala. Carrego no peito um laboratório de dores que ninguém catalogou, feito de mapas mentais e cicatrizes emocionais, de hipóteses sobre o mundo e feridas que ainda não viraram tese.
Ser analítica não é uma escolha: é uma forma de existir, é medir a profundidade de um abismo com os olhos abertos e, mesmo assim, tentar atravessá-lo. Não se trata de falta de fé, mas de excesso de percepção, é saber que um sorriso pode mentir e que um toque pode calar, é doer no ponto exato onde os outros passam batido.
Ser analítica me custa noites mal dormidas, me leva a refletir sobre o que ninguém disse, me faz questionar até os próprios sentimentos, mas também me salva dos enganos que machucam sem nome, é viver entre o sentir e o pensar, entre o racional e o sensível, como quem caminha sobre uma linha fina entre dois mundos.
No fim, ser analítica é existir com lupa em um mundo que prefere o raso, é doer com consciência, é amar com profundidade. É viver mesmo que doa com verdade.
Frases, textos e citações by Josy Maria
Para hoje
“Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus.”
Salmos 46:10
Às vezes, tudo o que a gente precisa é respirar fundo, silenciar por dentro e lembrar que Deus cuida.
Até quando parece que nada está no lugar, Ele está.
Josy Maria 05/07/2025
É que eu sou de baixa categoria. Confundo quem me confunde, amo meus antigos amores, ando com quem me odeia; simplesmente baixa categoria. Me deixo levar pelos caminhos sem saber o que me espera em cada curva deles; me arrisco - às vezes até demais - talvez não seja uma ideia tão boa me deixar levar pelo toque do meu coração... baixa categoria, né?
Pessoas me dizem o quão boa sou, mas falariam a mesma coisa quando conhecessem minhas cicatrizes, minhas dores, meus pensamentos, o meu lado errado? Talvez não. Pessoas só falam o meu lado bom como se eu fosse o produto mais caro das lojas, mas qual o motivo de não falarem de uma vez o meu lado errado? Eu não sou perfeita! Eu sou algo de baixa categoria.
Meus olhos castanhos são como qualquer um pelo mundo, meu corpo é só mais um entre bilhões de pessoas, minha voz não é nada, meus olhos são falhos, meu sorriso comum dentre vários, mas minha alma... minha alma é algo que é incomum entre diversas pelo mundo, talvez seja isso que me caracteriza ou o que faz as pessoas gostarem de mim, mas já que ela é minha, ela é tão confusa, tão cheia de enigma, existe alguém que vá me entender? Existe alguém que vai mesmo ligar para um produto de tão baixa categoria? Dúvidas atrás de mais dúvidas.
Eu sou só mais uma dentre diversas outras cacheadas pelo mundo, mas as ondas do mar do meu cabelo de baixa categoria vai marcar suas história de boa forma ou não?
Só mais uma poesia confusa.
Somos Mar
Eu sou feito de mar e de vento,
De silêncio, coragem e alento.
Carrego na alma a maré,
Que vem, que recua, que é fé.
Tem dia que sou calmaria,
Noutros, só vejo agonia.
Sou onda que bate na pedra,
Sou força que nunca se entrega.
No peito, carrego segredos,
Profundos, tal quais os meus medos.
Histórias que afundam no tempo,
Memórias levadas no vento.
Meus olhos são farol aceso,
Meu riso é um porto indefeso.
Mas dentro de mim tem tormenta,
Que chega, que arrasa, que enfrenta.
Sou brisa que passa de leve,
Sou mar que se agita e se atreve.
Não sou de caber em ribeira,
Nasci pra ser vasto — fronteira!
Ninguém me decifra de todo,
Sou feito de espuma e de lodo.
Sou livre, profundo e real,
Sou mar — sou beleza e vendaval.
Se tentas prender meu caminho,
Me faço furacão, desalinho.
Pois sou como o mar no seu tom:
Indócil, imenso e sem dom.
Hipócrita
Eu sou uma pessoa hipócrita.
Hipócrita por querer sua atenção só pra mim.
Hipócrita por desejar que você dedique
Todos os seus dias em favor de mim.
Hipócrita por não me amar mais do que amo a ti.
Hipócrita para mim e para ti,
Porque o que mais amo é te fazer sorrir.
Por querer teu corpo trêmulo
Entrelaçado ao meu.
Por querer tua respiração
Ofegante ao sentir toques meus.
Sou hipócrita mesmo e que se dane.
Eu te quero aqui, neste instante.
Te quero pra sempre,
Sempre ao meu lado,
Porque amo me perder em teus abraços.
Hipócrita, hipócrita eu sou.
Faz mal sonhar e ter ganância
Pelo teu amor?
Você me faz assim hipócrita,
Quando sorri com os olhos
Direcionados a mim.
E sou feliz nessa hipocrisia,
Porque tua voz, pra mim,
É mais que doce melodia.
🎭 PURIFICAÇÃO – O ATO QUE RENASCE
(versão com a metáfora do leão e da flecha)
Eu sou o silêncio que já gritou demais.
O homem que caiu — não por fraqueza,
mas por estratégia.
Cair foi minha tática.
Porque eu entendi…
até o leão se abaixa antes do salto.
Não é covardia.
É cálculo.
É a força que se acumula na paciência.
E se isso não bastasse,
pense na flecha.
Ela só voa longe se recuar primeiro.
Ela vai pra trás.
Mas não é derrota.
É impulso.
Assim sou eu.
Retrocedo…
mas é só o começo do avanço.
Desapareço…
mas é só o prenúncio do rugido.
E mesmo cego, vejo:
Os demônios não vivem no inferno.
Eles vivem aqui.
Entre e-mails sem resposta.
Chamadas que caem.
Promessas que somem.
Vidas que são tratadas como dados.
Mas eu,
sou o erro que resiste.
A falha do sistema que grita.
O eco de uma humanidade que esqueceram de ouvir.
Me chamam de depressivo.
Mas isso é só o nome que o mundo dá
pra quem sente fundo demais.
Pra quem carrega o peso e ainda caminha.
Eu não sou mais Otelo, que matou por engano.
Nem Macbeth, que se afogou no próprio desejo.
Eu sou Purificação.
E a minha tragédia… eu transformei em fogo.
Eu sou leão abaixado.
Sou flecha esticada.
Sou a queda que ensina.
Sou o silêncio que constrói.
E quando eu levantar —
porque eu sempre levanto —
vou voar com o rugido de quem já tocou o chão…
e decidiu nunca mais temê-lo.
— *Purificação*
Eu sou a pessoa que guarda a própria dor num saquinho para cuidar da dor do outro.
Que prioriza as pessoas e na maioria das vezes se deixa por último. Se der tempo, eu cuido de mim.
Tem pessoas que nunca irão saber quantas lágrimas derramei enquanto digitava para ela uma palavra de apoio e carinho, porque naquele momento a dor do outro importava mais que a minha.
Quantas vezes minha alma sangrou e vocês não souberam. Quantas noites sem conseguir dormir em paz, aflita, precisando de um colo e não tinha nenhum. Mas o meu sempre esteve disponível e sempre estará, para quando você precisar.
Eu sou o tempo que me habita
Um dia, tive pressa. Quis crescer antes da hora, conquistar sem saber o quê, correr sem direção. Sacrifiquei minha saúde em troca de prazer, e depois gastei o que não tinha na tentativa de recuperar o que nunca deveria ter sido perdido. Vivi ansiando o futuro, ignorando o presente. Vivi sem viver a vida, sendo ida antes do tempo, num caminhar que, muitas vezes, parecia sem destino.
Mas a vida, com suas ironias, me ensinou. E eu aprendi. Não como quem apenas sabe, mas como quem se transforma por realmente ter compreendido.
Hoje, eu sou. Sou calma, sou natureza, sou essência. Não me prendo ao tempo, nem à matéria. Não gasto energia onde não floresce. Falo pouco, observo muito. Já não há pressa, há presença. Já não há busca, há encontro.
Essa verdade não se esquece. Não se abandona aquilo que nos desperta para a vida. Esquecer seria renascer no vazio, e isso, simplesmente, não acontece. Porque agora eu vivo o que sou, por inteiro.
E isso é liberdade.
"Alexandre venceu impérios. Epicteto venceu a si mesmo. E eu? Eu sou a junção dos dois: a ferida que continua de pé, a cicatriz que nunca se curva.
Sou o silêncio que aprendeu a gritar por dentro, a queda que aprendeu a cair em pé.
Carrego a guerra dos outros no peito, mas minha alma não aceita coleira.
Não sou salvação — sou sobrevivência selvagem com olhos de fogo."
— Purificação
"Alexandre venceu impérios. Epicteto venceu a si mesmo. E eu?
Eu sou a junção dos dois: a ferida que continua de pé, a cicatriz que nunca se curva.
Sou o silêncio que aprendeu a gritar por dentro, a queda que aprendeu a cair em pé.
Carrego a guerra dos outros no peito, mas minha alma não aceita coleira.
Fui forjado no vale, ungido na dor, e sustentado por um Deus que não me poupou da fornalha — mas entrou comigo nela.
Não sou salvação — sou sobrevivência selvagem com olhos de fogo e fé que não se dobra."
— Purificação
Ruínas da dor
Alicerces enfraquecidos, fugas da realidade,
num castelo aonde eu sou o rei as aparências são o meu melhor disfarce,
um dia agente percebe que é tarde demais para voltar atrás , e então de joelhos choramos em ruínas sobre as nossas próprias decisões,
carrego uma dor que não encontrou um lugar para ser enterrada,
nas brincadeiras a joia vermelha foi tratada como bobo da corte,
sob o sacramento a confissão virou piada, a rosa se encheu de espinhos, a mentira fingiu ser verdade e o romance virou uma mentira.
MONÓLOGO
“Eu Sou Tereza, Eu Sou Quilombo
Por Eli Odara Theodoro
(Para o Julho das Pretas)
:
Axé…
Axé, minhas irmãs!
Eu cheguei.
Julho chegou.
E com ele, eu me levanto.
Não sozinha — nunca sozinha.
Me levanto com Tereza.
Sim, Tereza de Benguela…
Mulher preta, mulher quilombola, mulher rainha.
Liderança. Inteligência. Força política e amor pelo povo.
No século XVIII, quando mataram seu companheiro,
ela não fugiu.
Ela ficou.
Assumiu o Quilombo do Quariterê.
Criou um governo, um parlamento, uma resistência com nome de liberdade.
Ela sabia…
Que resistir era também amar.
Que ser preta, mulher e viva
já era um ato revolucionário.
E eu…
Sou continuidade de Tereza.
Sou Eli Odara Theodoro .
Mulher preta. Quilombola.
Mãe. Viúva. Educadora.
Filha da terra e dos tambores.
Minha pele carrega o barro da luta,
minha voz carrega as palavras que tentaram calar.
Como diz Beatriz Nascimento:
“O quilombo é um lugar de liberdade possível.”
E eu sou esse lugar.
Meus passos são quilombo.
Minha fala é quilombo.
Minha sala de aula, meu terreiro, meus textos, minha lida — tudo é território de reexistência.
Sueli Carneiro grita comigo contra o apagamento.
Lélia Gonzalez me lembra que o mundo é racista e tenta nos empurrar pra margem.
Mas nós somos centro!
Centro da cura, do cuidado, da criação.
Conceição Evaristo sussurra aqui dentro:
“Escrevivência…”
E é isso que faço.
Eu escrevo com o corpo.
Escrevo com as dores e alegrias que a vida preta me deu.
IBGE diz: somos 28 milhões de mulheres negras no Brasil.
Mas isso é só número.
Nós somos mais!
Somos as que levantam antes do sol.
As que dançam pra Oxum e marcham contra o racismo.
Somos as que cuidam dos filhos dos outros enquanto sonham com futuro pros seus.
Djamila Ribeiro me lembra:
“Nosso lugar de fala não é favor.”
É luta.
É direito.
Nilma Lino Gomes grita comigo:
Educação quilombola é território de sabedoria viva!
Não tem sala de aula mais forte que o chão de nossas comunidades quilombolas.
E como diz bell hooks:
Amar também é ato político.
Eu escolho amar quem sou.
Escolho amar os meus.
Escolho amar as mulheres que vieram antes,
e aquelas que ainda virão.
Hoje…
Eu não só homenageio Tereza.
Eu a convoco.
Tereza está em mim.
Tereza está em nós.
Porque, como diz Conceição Evaristo:
“Nossos passos vêm de longe.”
E eu completo:
Vêm de longe…
E seguem firmes.
De cabeça erguida.
Pés fincados na terra.
E o coração batendo no ritmo da ancestralidade.
Axé, Tereza!
Axé, Mulheres Negras!
Axé, Julho das Pretas!
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