Textos Poeticos

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Dizem que o amor é tonal,
Ouso dizer é anacrustíco…

Inicie-se a melodia,
Em tempos inesperados.

Talvez seja como uma escala complexa,
ou o sistema tonal oriental…

Cheio de nuances e micro tons
para se explorar.

Ou pode ser uma melodia de ninar,
dependendo da forma…

Aventurar em novos tons,
executar a melodia e compreender…

Qual o tom do seu tom…

Oi Deus,

Comecei meu diálogo assim. Há muito tempo não nos falamos, engraçado né?

Vivo no meio de tanta gente que diz te servir e não tem tempo pra te ouvir.

Meu coração com certa saudosismo anseia por aqueles altos papos pelas tardes que tínhamos, se lembra?

Onde eu ia de encontro no secreto buscar o Eterno, passava a chave no quarto e sai dali somente depois de falar contigo.

Saia quebrado, destruído por encontrar alguém tão perfeito se compadecendo de mim um pobre imperfeito.

O que aconteceu comigo?
Talvez indiferença?
Letargia?
Preguiça?
Ou descaso com tua presença?

É Deus...
Não retiro minha culpa, por saber, e assim dizer que sou um pobre mortal, tentando fazer tudo do meu jeito.

Procura-se tempo para ter tempo com alguém essencial.

lembrei...
sorri...
sorri feito bobo!

lembranças são assim,
colocam sorrisos bobos
no rostos das pessoas...

lembrei...
ri...
ri como um louco,
eufórico!

lembranças são assim,
fazem as pessoas gargalharem
assim do nada...

lembrei...
chorei...
chorei feito criança!

lembranças são assim,
desmancham as pessoas

em lágrimas..

**Lembranças⁠

A facada

​ontem a tarde foi otima, taças de vinho e brindes entre conversas por vezes descontraídas e as vezes sérias sentados em um lençol na grama sob o sol de inverno, passarinhos caminhando entre nós, como se pertencessemos à uma mesma convivência diária... a vida fica muito boa as vezes, a gente abre uma garrafa, se senta e espera pelo que pode acontecer...

hoje lembro de ontem e pela janela olho lá fora um céu azul louco, tento fazer um círculo com a fumaça azulada do meu charuto barato, sem sucesso...

ergo minha cerveja num brinde silencioso ao que restou de mim, bebo mais um gole dos oceanos da minha dor enquanto lembro que independente do que eu pudesse dizer ou sentir, alguem de fora do nosso céu passou a faca nas asas do pássaro azul do meu peito, ferindo-o mortalmente..

⁠Flertes

flertava com a dor
como a criança que
pisa em poças d'água,

por vezes tal flerte
era como uma valsa
dançada sobre nuvens,

vestes nuas
à brilhar
à luz da lua...

flertava com a dor
nos ventos dos tempos
de amaguras de distâncias,

flertava com a dor
até esquecer-se
de si mesmo,
perder-se no tudo

do nada que; no que nunca encontrou,
e não procurar-se mais..

Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido

agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir

a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo

não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda

quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica

estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim

faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...

ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua

do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar

do aroma da canção que não quer ir embora

olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume

mas não consegui manter-me vivo

afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra

o universo é imensidão

nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar

morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados

não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores

a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo

não pude fazer com que me lesse

e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer

e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...

enfim, aceito a morte..

beijo é quando

⁠nada mais resta há não ser o momento,
o néctar dos lábios tão desejados,
e enfim alcançados,

não é só sabor, é cor, é aroma...

é calor e frio ao mesmo tempo...

é vento que sopra, são gotas de chuva...
e tempestades que não cessam nunca,

é nascente de águas jorrando...

é cachoeira escondida onde virgens se banham,

é tentar trazer para si a alma do outro pela boca..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠caiu sobre mim
com o peso de
mil toneladas
o orvalho da noite
e o medo do tempo
lembrei todavia
de pequenos
infinitos guardados
dentro do coração
e impressos na alma
e a vida logo me
convidou à bailar
sorrir em meio ao caos
dos meus cacos
suportar os açoites
até cicatrizar a ferida
esse insólito labirinto
do Amor entre as almas
que atravessam os séculos
vencendo o próprio tempo..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠te condenaria por desistir de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me,
minha alma só produz gemidos,
o coração desaprendeu a escrever

insuficiência de palavras

[...]

é a vida? e o que é a vida?
um milagre que busca a morte,
o Amor, sentimento que trás tristeza,
as palavras, gritos para almas surdas

isto a poesia quem me segredou..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠As vezes o que precisamos é deixar que o que é nosso possa nos encontrar, principalmente quando já estamos cansados de procurar

pois enquanto procuramos, estamos correndo atrás do que nunca será nosso, e enquanto isso, fugimos daquilo que nos busca..

deixar se encontrar é também parar de fugir..

Inserida por arremedos_poeticos

Prisão Perpétua

⁠suspenda a festa,
doe o vestido, o véu
o sapato e a grinalda,

recolha o tapete
vermelho, vermelho,
a luz seja apagada

cancele o sonho,
aquele sonho único
capaz de redenção,

escondo no escuro
da solidão, esse Amor
tornado em opressão,

esqueço de tudo
da busca frustrada,
Amor não vivido,

de mim mesmo
da vida, pra sempre
ficarei esquecido,

a prisão perpétua
em última instância
condenado em instantes,

Amar sem medidas,
poesias de versos rotos,
meus graves atenuantes,

perpetrada a condenação
de meu crime cometido,
Amar o Amor não vivido..

Inserida por arremedos_poeticos

Leituras tardias e perdidas

⁠não pude me escrever no seu doce coração
sangrei em escritos até tornar-me em sangue

até que cada parte de mim tornou-se em escritos
ainda assim o papel de seu coração rejeitou o todo de minhas palavras

recolheu-se ao silêncio do seu Amor
cobrindo-se com lágrimas de mágoas e ilusões, deixasses de olhar para mim

olharás no entanto, quando eu em cinzas ao vento
tornar-me o poema que todos esperavam

na minha morte, a morte dos escritos que me tornei
no dia do silêncio dos escritos que rasgavam meu Amor por ti

o sol nascerá, irá se por, e os arremedos estarão calados
a lua surgirá, irá embora e nenhuma palavra mais no papel

reconhecerás quem sabe meu Amor em letras mortas
de arremedos de poesias que seu coração desistiu de ler

que o silêncio dos meus escritos desvendará
quando enfim não houver uma gota sequer de sangue na pena

seus olhos fixos no vazio do penhasco, cinzas minhas ao vento
a porta do seu coração se abrirá ao contemplar a busca

tardiamente lerá em cinzas de escritos de palavras rotas
meu Amor ofuscado pelo seu olhar que dele se desviou e desistiu

verá o nada que dos meus sonhos restou
e neles todos enfim verá que buscavam te fazer feliz

minhas cinzas ao vento, leituras tardias e perdidas..

Inserida por arremedos_poeticos

Asas quebradas

⁠amontoei escritos
de versos diversos
todos rotos
e sem rimas

fugi para as palavras
em busca de habitat
no âmago do verbo
Amar

quem sabe no verbo
possa te encontrar
me ver livre da prisão
de mim mesmo

onde as asas que
me deste no sonhar
se quebraram
por não te encontrar

e agora me arrasto nos corredores por entre as celas da solidão..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠a Poesia atingiu o auge de sua tristeza
me carregava nos braços em tal momento

colocou-me no chão e me abraçou
disse que precisava me abandonar, que eu sabia onde ir

soturno, desci as profundezas de mim mesmo
arrastando-me em paredes lamacentas nos túneis de minha dor

era lá que eu devia estar

haviam escritos nas paredes do meu íntimo
tal qual profetas apocalípticos anunciavam dores e morte

se era poesia rasgada pelo desamor iminente, eu não sei

rastejei por sentimentos abandonados
e alegrias não vividas ante a verdades consumidoras da alma

não lembrei como fazer uma oração
e com minhas palavras blasfemas de sempre abri a boca

ante o que escorria de minhas palavras, Deus fechou seus ouvidos
os anjos rasgaram suas vestes de alto a baixo

tremeram os céus

na terra putas lambiam os dedos e as ilusões
de homens que pagaram por um pouco de amor

no momento que eu estava a pagar por simplesmente Amar

a morte pois ensaiou-se como um novo início
e acenou-me com um sorriso sedutor..

**O preço

Inserida por arremedos_poeticos

⁠e a cada escrito roto,
no papel amassado,
jogado na lixeira,

perdidos para sempre,
incorrigíveis,
impossíveis de serem lidos,

sim, ninguem os lerá...

ninguem se identificará,
não despertará sentimentos,
não será parte de ninguem,

essas partes do sempre de mim que se foram para o nunca mais..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Dor que um Talvez faça passar

como doeu-me
as horas
minutos e
segundos
quando gemia
desejos de
ouvir tua voz

chorava saudades
das melodias
de tuas palavras
urrava dores no
silêncio escuro
que me devorava
enquanto
as paredes
insistiam em
me esmagar

aprendia um
novo significado
para a palavra
distância
enquanto era
açoitado pela
sua ausência

[...]

quando desejava
das canções
de suas palavras
da doçura
das letras escritas
me chamando de
Coração Quentinho

e as vezes
perguntava-me
em mais uma
madrugada
comigo e
as paredes
se por ventura
olhavas pela
tua janela
a namorar
as estrelas
e se pensavas
em mim
nestes momentos

se acreditava
em nós ainda

o mundo fez-se
um caos
e nosso nós
havia sido
tragado junto

e eu só queria
nossos
Pequenos Infinitos

o relógio voltando a
contar as horas
o tempo deixando de
ser carrasco

sentir outra vez
o chão sob os pés
sorrindo com as asas
e pronto para voar

és minhas asas
és meu chão
e então eu
nada tinha

suplicava
minha alma
buscando
ser ouvida
pela sua

pensava que
talvez
sua alma
ouvisse

suplicava
nas madrugadas
de lágrimas

que deitasse
em meu peito
silenciasse
o túmulo
dos tumultos
que devoravam

que fossemos
outra vez
nosso nós a
viver um dia
de cada vez

[...]

talvez
nesse planeta
minúsculo
se comparado
a nosso sentir

talvez
nesse tempo
que urge
talvez
na brevidade
desta vida

e pode ser
num talvez
que eu te
reencontre (Amor)

afinal
em algum lugar
é necessário
que aconteça

e nesse
talvez (Amor)
me deixe
plantar
carinho
atenção
e afeto
nesse peito
inquieto

e cuidarei
com toda
atenção
do universo

para que
esse
talvez
se torne em
puro (Amor)

[...]

talvez
agora
você não
entenda

talvez
você duvide
ser possível
florescer (Amor)

talvez
você ache
que é
utopia

então (Amor)
de
talvez
em talvez

me deixe
te reencontrar
em um
talvez

porque
de certeza
nada é
nessa vida...
a não ser
à morte..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Tens o dom, eu me lembro

tens o dom do que imaginares a me fazer sentir
no deslumbre deste mistério entendo que naquilo que seus olhos não veem e nos une em aliança divina, forço meus olhos buscando ver, não vejo tambem, mas sinto assim como te sinto

com o dom de suas palavras lança-me luz, e se revela a mim o que revela-se a ti

vislumbro igualmente a perfeição que envolta neste misterio permanece imaculada e inabalável

queria eu ter o dom de estar satisfeito, de não sentir necessidade de mais
onde ao tu me impelires igualmente a subir o mais alto possível em busca de mim não avisto meu ser se não for uno a ti em carne, sangue, visceras, alma e espirito

eu lembro do repouso da alma

e ja o sinto, pois repouso em ti

todavia quero sempre mais

minhas carnes estremecem, meus labios umedecem
minha pele arrepia, o coração quer saltar pela boca por lembrar de forma tão intensa o sabor de seus beijos
o seu perfume misturando-se ao meu enquanto nossos corpos incendeiam dos pés aos fios de cabelo

eu lembro de que por não cabermos em caixa alguma gastavamos deliciosamente e prazerosamente todo o tempo possivel nos encaixando um no outro para nos fazermos um apenas em corpo, alma e espirito fabricando nossa própria caixa..

faz sentido, sinto, assim como te sinto..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Do que precisas

a superfície de mar calmo que Ela sorri oculta em sua profundidade correntes marítimas com força de tsunamis

assim como não se tem noção das tempestades de mares bravios que ali mesmo nesta agora superfície calma em instantes passados destroçaram portos considerados seguros e afundaram navios encouraçados

Ela sorri pois, venceu, tendo aprendidado a surfar ondas gigantes e mergulhar em tsunamis e desbrava-los e vence-los

aprendeu com os aromas trazidos pelo vento a detectar tempestades e navegar através delas

Ela encontra rotas para seguir adiante mesmo em meio as tempestades noturnas e escuras se orientando por seu próprio brilho e seguindo adiante por conta de sua gigantesca força

fantasmas ainda a assombram, querem que lance a âncora e fique estagnada, outras vezes tentam confundi-la sobre não haver rotas para a convencer a soltar o leme e ficar a deriva e até mesmo tentaram afunda-la no mais profundo abismo dos oceanos

Ela segue, luta, as vezes fica fatigada, mas nunca desiste

a olho nu Ela não avista um porto seguro, mas acredita existir, e Ela quer mais que acreditar, quer aportar, quer muitas coisas, e sempre mais

do porto seguro todos os dias é enviada uma mensagem através do vento

Menina Mulher
não é o que você quer
o que queres é facil
mas não receberá
antes de receber
o que você precisa

precisas
sossegar o coração
Menina Mulher Linda
coração que
muito apanhou
não consegue bater
em outro coração
ele sabe o quanto dói

sossega o coração
Menina Mulher Linda
e vem
perceberás logo
que as chagas que
hoje sangram e
atormentam e
parecem não
terem cura
se tornarão em
meros arranhões
e logo
desaparecerão..

Inserida por arremedos_poeticos

A capacidade no verbo Amar

as vezes o dizer tudo
que se pensa e sente
se torna fardo pesado
as vezes mesmo o
mais corajoso dos seres
tem medo, se desespera,
se apavora

as vezes assumir-se
é sumir-se

as vezes até mesmo
o mais valente
teme perder o combate
teme levantar da cama
para ir ao combate

a isto e por isto
é sempre melhor
que em toda
a caminhada
que sejam dois
de mãos dadas

pois se um tropeçar
numa palavra errada
ao dizer tudo
que pensa e sente
o outro segura firme
não deixa cair
e se resulta num fardo
ajuda a carregar

se um tropeçar
em medos e desesperos
e escorregando
cair ao chão
o outro ajuda a levantar

se um ao assumir-se
acabar sumindo
de si mesmo
e para outrens
o outro através
do olhar
faz com que
volte a se enxergar

se no temor ante
ao combate
um tropeçar, cair
e o outro
tentando segurar
cair tambem

mesmo machucados
cuidarão das feridas
um do outro
e se ajudarão
a se levantarem

vencerão todos
os combates
receberão todas
as recompensas
capazes no verbo Amar..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Início, fim e meio

início neste tempo, reinício de todos os tempos
onde inicia, onde reinicia, sempre é, sempre foi morada das nossas almas

o começo é nossa morada

espelho de tua alma, espelho da minha, reflexo que brilha e nos trespassa os corpos, incêndios, labaredas enornes, que não consomem, apenas aquecem nossos corações

penetra-me com seu olhar e outra vez me perco, esqueço de tudo, do mundo, nada mais importa neste momento que não o néctar dos seus lábios

lês o anseio de minha alma em perder-me tambem em seus labios e acende aos céus onde de asas dadas planamos enfim seguros em alturas inalcançáveis

confundindo abismos tão antigos quanto o universo, estes cedem ao nosso vôo ao nos perder de vista

de asas dadas sorrimos vida e luz

entre o princípio e o fim nos reencontramos no meio, e ao infinito não importa como se dá o início ou como termina, pois o que irá determinar tudo é o meio, o camimho

o meio como vivemos e voamos, brilhamos e Amamos entre princípio e fim..

o meio que nos leva ao fim, que é, sempre foi morada nossa

no caminho para nossa morada, a volta pra casa, o fim, pra depois do fim, começar de novo

o princípio é o fim, o fim é o princípio, nossa volta pra casa, morada de nossas almas

o meio, somos nós no caminho de volta pra casa..

Inserida por arremedos_poeticos