Textos Melancólicos

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Cinzeiro cheio
Cheio da poesia de cada um
Passaram por ele
Amor e jejum
O amor dilacerado
A esperança de mais um
Acumulou tantas cinzas
Que até são bem vindas
Para um poeta coração
Achando-as lindas
Escrevendo e admirando
Cor morta
Com o cigarro noutra mão
A caneta rabiscando
Um poema sem perdão
Cada palavra ali passada
Acompanhou uma emoção
Desde a profunda companhia
A mais amarga solidão
Existe ali tanta poesia
Que me traz mais gratidão
Por escrever e por sentir
Por amar o que me dão
Trago a dor de cada verso
Trago o que está na minha mão.

O papel me olho com deboche
Risquei com raiva e medo
Com esse café preto
Aqui no canto esquerdo
Ri e escrevi com zelo
Novamente
Tinta escorrendo livremente
Sem qualquer compromisso
Apenas deprimente
Melancolia novamente
Tudo novamente
Melancolia, Mario Quintana já dizia:
Sofrimento romântico
E eu discordaria?
Apenas entoo o velho cântico
Romântico.

INTROSPECÇÃO

Quero poder falar a você,
Meu amigo, minha amiga,
Que a vida vou levando,
Vou vivendo, vou cantando
E de quando em quando,
Ou por tristeza ou alegria,
Sem projetar ou desejar,
Derramo lágrimas sem parar
É a vida do poeta...
Parece sábio, pensador, cordato
Não transparece rebeldia
Somos como as ondas do mar, sempre girando
Muitas vezes, somente calmaria
Mas na grande maioria das vezes
Cheios, impregnados de melancolia
E aí o mar revolto nos projeta ao ostracismo
E ao desconectar, perdemos a sintonia
Estranhos de nós mesmos
É navegar no ceticismo
Nos fechamos para o mundo,
Momentos necessários, fundamentais,
Introspecção pensada,
Para que os futuros poemas, sejam reais

O poeta se calou
Das palavras desistiu
Ao ver o que escrevia
Não traduzia o que sentiu

O silêncio o tomou
O desespero invadiu
Aquele coração tão nobre que agora
Não passa de um sonho que ruiu

A melancolia, sua nova morada
A solidão - sua amiga vil
Desperta desse sonho agora
Tu que nunca desistiu

Veja no amanhã uma possibilidade de sorrir
Um novo sol que se levanta
De onde nunca imaginaria que iria surgir

Tenho medo de que vá embora,
É tão mais fácil quando não ultrapassamos a linha da amizade,
Quando estamos seguros, e sabemos que aquela pessoa sempre estará ali,
Quando temos o laço seguro da amizade,

O medo de perder o meu porto seguro,
O medo de não ter a quem voltar,
O meu amor crescia,
E esse medo também,
Sim, você foi essa mistura de sentimos,
Você foi tudo e muito mais,
O motivo da minha ansiedade e insegurança,
Mas também era minha paixão e alegria,

Também o meu porto,
O porto que perdi,
Mas eu tive que escolher a mim,
Já que você havia escolhido a si mesmo desdo início,
E com o coração partido,
Eu te deixei ir,
Mas ainda espero sua volta.

As vezes é um sintoma.

As vezes, só palavras não bastam.
As vezes, nem mesmo lágrimas são suficientes desabafos.
As vezes, nem o corte mais profundo é capaz de superar dores e tristezas.
As vezes, o único remédio que cura a minha vontade de ver o fim do mundo é:
-Uma dose de seu sorriso 1440 vezes por dia durante 365 dias por ano.
-Um beijo sempre que possível;
-Um abraço quando estiver próximos;
-Um "Eu te amo" enquanto for verdadeiro;
(Repetir isso até quando nosso amor durar)
Mas tudo isso é só "as vezes".

Perdido

Eu continuo fadado a correr,
como os ponteiros de um relógio,
sempre um atrás do outro.

Eu me sinto como uma bússola desprovida do norte.
Sou como o pesadelo, sempre buscando seu irmão...
Mas o sonho me crucifica … ou será eu a me mesmo?
Não sou nada mais que os despojos de uma névoa tênue e esvaecida, tão abastada de vida como o suspiro de um moribundo.
Apenas vestígios de um destino amargo; triste e olvidado; como uma noite qualquer!

*A sua ida dói em mim*

Não dá para esconder
O caminho que tive que percorrer
Para poder te amar
Amar como nunca amei
Sinto a sua presença todo dia ao acordar
Acordo com saudade do teu consolo
O consolo que me deixava sem palavras
Palavras que podiam ser sentidas
Sentidas como eu senti
Senti o amor
Mas também a dor
A dor que corroeu meu pensamento
O pensamento que servia apenas para você
Você que não faz mais parte do meu hoje
Hoje que eu percebo que fiz uma escolha difícil
Difícil como amar
Amar como sofrer
Sofrer para chorar
Chorar para limpar
Limpar aquela alma que um dia foi tua

Saudade

Esses dias li a frase: "Pessoas indecisas magoam pessoas incríveis". É ruim ser a pessoa incrível que foi magoada. Mas é bem pior perceber que você é a pessoa indecisa que magoou.

Pior ainda é perceber que a sua indecisão não só magoou alguém, mas magoou a pessoa que era mais importante pra você naquele momento, a pessoa que te faria mudar, ser feliz, transcender.

É ainda pior perceber que você terá que conviver com o peso da sua decisão, ou melhor, indecisão, e isso vai te machucar pouco a pouco, talvez por muito tempo.

E é cortante pensar que se você não fosse aquela pessoa indecisa, se se posicionasse ou ao menos fosse mais claro em suas escolhas, não estaria tão mal, não triste, tão melancólico e por fim, tão infeliz. Nem precisaria, talvez, estar pensando nisso agora ou sequer escrevendo qualquer coisa desse tipo.

Ou talvez - e não menos trágico - isso tudo seja só saudade. Imerecida, pois você foi aquela pessoa indecisa, mas ainda assim saudade.

⁠MORTIFICADO

Por que senhor, por que me fizestes tão quebradiço ? Quando essa sequência de derrota há de acabar ? Mesmo não crendo em ti, sei que tua maldade não seria tão grande com teu filho. Há tempos que não vejo lágrimas descendo sobre meu rosto, a solidão que antes me afligia e me dava medo, hoje já não me assusta.

Nem o remédio mais forte, a cirurgia mais precisa ou a terapia mais intensa tirariam os pensamentos lastimosos que venho tendo. Eu não queria refletir com tal profundidade, mas agora é tarde demais, o demônio da dúvida se sentou no meu ombro, e agora papeia comigo sobre tudo.

Já não reconheço semblante estampado em meu rosto, já não me sinto mais o mesmo, já não tenho mais a sede de viver. Acho que a fonte da vida, um dia seca para todos.

⁠NUM DIA DE CHUVA

Céu cinza, telhados molhados
As gotas de chuva no vidro da minha janela
Escorrem feito lágrimas
Bate àquela saudade
Do abraço que não aperta mais
De quem só restou um retrato amarelecido
E a presença que insistiu em ficar dentro de mim
Dos olhos que não se cruzarão mais com os meus
De sentimentos fugidios que moram no ontem
Saudade daquilo que não tomou forma
As gotas de chuva choram na minha janela
Enquanto a saudade chove em meus olhos.

A minha solidão é autoinfligida

A ⁠minha solidão, como uma sombra persistente,
Infligida por escolhas e silêncios,
É um vazio que se estende,
Um abismo onde os pensamentos dançam.

Nas noites solitárias, alta e imponente,
Ela se ergue como uma torre de pedra,
Cercada por memórias e arrependimentos,
Um labirinto de emoções sem saída.

Solidão, companheira silenciosa,
Teço versos com fios de melancolia,
Escrevo cartas para o vento,
Na esperança de que alguém as leia.

Mas a solidão é minha fiel confidente,
Ela conhece meus segredos mais profundos,
As cicatrizes que escondo sob a pele,
E os sonhos que se perderam no tempo.

Alto na madrugada, olho para as estrelas,
Buscando respostas no céu escuro,
Mas a solidão sussurra: “A resposta está dentro de ti”,
E eu me perco nas sombras do meu próprio ser.

Talvez um dia a solidão se transforme
Em algo mais suave, menos cortante,
Até lá, continuo a escrever,
Na esperança de que minhas palavras alcancem alguém lá fora.

⁠O ódio mata, mas e o amor?

Sempre me falaram:
"O ódio dá câncer no peito."
Mas e o amor? Onde ele dorme?
Onde ele dá câncer?

Por que nunca se fala
da maior dor de amar,
mas se fala do ódio?

Eu não amo pessoas o suficiente
para deixar que toquem minhas cicatrizes,
pois sei que vão tocar
com mãos cheias de sal.

Todas as minhas feridas
foram por amar demais.

Ninguém fala como o amor mata
mais do que o ódio.
Pois o ódio nunca vem sozinho.

Antes de odiar, havia amor.
Antes de odiar alguém, você a amava.
Mesmo sem conhecer, você amava
por não conhecer.

Agora que conhece, odeia.

Então, quem mata não é o ódio.
Quem mata é o amor.
Ele é uma doença invisível para os intensos
e, para os superficiais, uma brincadeira.

⁠ E se a vida se esvaísse do meu corpo hoje enquanto eu olho essas nuvens brancas percorrendo a imensidão azul do céu?
Deitada no chão, fumando um cigarro com a cabeça no passado sem imaginar um cenário de possível futuro.
Não por falta de tentativas, eu realmente tentei, tentei muito e, por algum tempo, até consegui. Até notar que o mérito não era meu, e sim, dos remédios, da terapeuta, e de uma esperança de ter você ao meu lado novamente.
E se eu não fosse responsável por fazer a vida dos meus gatos feliz, eu estaria livre para ir?
Tão jovem, tanta dor, tantos momentos ruins colecionados que se destacam dos bons que por parte, estão esquecidos devido a perda cognitiva.
E se esse mesmo céu lindo e melancólico nesse exato momento for o mesmo que você porventura esteja também a contemplar?
E se eu for? Você irá chorar ou se aliviar?

⁠*Lembranças*

Eu te vejo completamente.
Me vejo entregando-me inteiramente a ti.
Sinto o cheiro dos seus cabelos molhados
em minhas mais profundas lembranças.
Notas marcantes de seu perfume,
e os traços do seu rosto.

Te toco em minha imaginação
e te ouço sussurrar tantas coisas
das quais jamais desejaria esquecer.

Caminho no ritmo de seu coração.
De acordo com as notas que despertam de seus lábios.
Escrevo sobre nós.
Escrevo nossa história sobre o papel em branco.
Iremos começar do zero,
E recomeçar
com meus braços intercalados aos seus.

Não consigo ver outra coisa,
quando imagino meu futuro
a não ser minha mera existência,
em sua companhia.
Mirando o mar,
sentindo o sereno em nossos rostos,
desejo nunca me esquecer dessa cena.

Eu te olho através da tempestade do meu coração,
Com minhas mãos geladas,
tocando seu corpo.
Por uma fração de segundos,
quero desvendar-te, quero conhecer cada parte do seu ser,
cada pedaço dos seus lábios,
cada uma de suas entrelinhas,
e cada canto do seu coração.

Quero poder tocar seu rosto
enquanto congelo meu olhar ao seu.
Sentir o arrepio do toque de nossos corpos.
Te trazer em cada suspiro.

E enfim, quero amar-te.

⁠Dualidade da Vida

⁠Vida em dualidade, bela e dor,
Máscaras sussurram verdades ocultas,
Rio de luz, sombras que me envolvem,
Melancolia revela a alma sepulta.

No cerne das máscaras, segredos guardados,
Lágrimas sussurram silêncios antigos,
A vida é pintura em tons desbotados,
Reflexões mergulhadas em vales sombrios.

Desvendar a vida, desvendar a dor,
A poesia revela segredos esquecidos,
Palavras como fios de melancolia,
Teço a trama dos sentimentos perdidos.

Em cada verso, um eco de saudade,
Em cada pausa, a melodia da solidão,
Vida bela e dolorosa, contradição,
Onde a tristeza se mescla à eternidade.

FILME⁠

Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.

Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.

Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?

Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.

Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei

Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.

POEMA DA VIDA

⁠Poetas nascem nas decepções, poetas nascem nos amores, poetas nascem nas páginas de grandes livros, poetas nascem nas páginas de pequenos livros, poetas nascem na noite, poetas nascem nas madrugadas.

Poetas nascem no fundo do ônibus, poetas nascem em um dia nublado, poetas nascem no banco de trás do carro, poetas nascem no sofá, poetas nascem no bloco de notas, poetas nascem na sala de aula, poetas nascem em todo lugar.

Todos fadados ao mesmo destino, fadados a mesma rotina tediante, fadados ao romance da solidão. Todos viverão de eterna melancolia, mas nunca morrerão infelizes.

⁠— O que é a vida?
— Não sei...
— O que é a vida?
— O que? Eu não sei...
— O que é a vida?
— ...
— O que é a vida?
— Fatalidade. É dor. É a constante encontro e desencontro! De coisa, pessoas, almas... É apenas injusta e ponto. Tem essa beleza nas pequenas e menores coisas, mas é brutal com todo o resto.
[...]
— Por que?
— Por que o que?
— Por que tanta tristeza? A vida pode ser boa...
— É... tenho certeza que pode. Mas até agora, sinto muito, mas é tudo que eu tenho. Tudo que eu sinto.
— Você poderia ter mentido.
— É o que eu tenho feito minha vida toda. “Você tá bem?” “Claro.” Eu respondo com um sorriso de canto de boca murcho e amarelado “Só preciso descansar, sabe.”
[...]
— Eu prometo que da próxima vez é eu vou conseguir. Só fiquei um pouco enrolado dessa vez. Mas você sabe que o papai te ama né?
— Tudo bem papai, não se preocupa.
— Desculpa não ter te chamado, é que você nunca vem mesmo! A gente achou que você não ia se importar.
— Ah, não, tudo bem. Eu tô bem, não se preocupa.
— E suas irmãs? Como elas estão?
— Elas... faleceram. Já faz um ano. Mas agora eu tô bem, sério, não se preocupa.
[...]
— Oi meninas... vocês podem me ouvir daí? Vocês estão tão longe... Como é aí? Entre as estrelas... Daqui parece gelado e quieto. Meu quarto está assim ultimamente. E minha mente também. Quando eu me sinto assim... eu só deito no chão, fecho meus olhos e espero passar. Funcionou por um tempo.
Mas o problema com essa técnica é que agora eu me sinto assim em todo lugar, todo tempo. Se eu começar a deitar na rua, as pessoas vão achar que eu sou doida.
Agora quando eu deito no chão e fecho meus olhos, eu espero não abri-los de novo.
[...]
— Que tipo de Deus iria tirar elas e me deixar aqui? Por que eu? Por que elas? Eu odeio aqui! Tudo é uma bagunça! Tudo é tão alto, e rude, e.... Você deveria ter me levado. Elas merecem mais do que eu. Todo mundo nessa Terra merece mais do que eu sou. Mais do que posso ser.
— Para de falar besteira! Você é uma ingrata. Mimada. Tô cansada de ouvir você reclamar de como a sua é ruim e como você odeia tudo. Tô cansada dessa melancolia e tristeza! Você nunca vai ser feliz e quer que todo mundo fique nesse buraco com você! Você não quer me feliz. Eu sinto muito, mas eu quero acreditar que a minha vida é muito além do que ter que me preocupar com você.
— ...
[...]
— Por favor... só... por favor alguém se preocupe.

⁠REDES SOCIAIS - REDES ESPIRITUAIS

Na verdade, amamos e odiamos a rede simultaneamente, mas acima de tudo somos viciados nela, assim como somos viciados em todo grande drama.
Dentro do seu mundo dos sonhos e sob a rede, seu maior desejo é expresso.
Sob a rede, você pode viver o seu sonho - você pode voar, dançar, chorar, sofrer e, acima de tudo, amar.
E, no entanto, seu amor dentro da rede é um amor profundamente limitado, um amor que nunca escapa dos limites de suas próprias ilusões. Sob a rede, você se apaixona ou se desapaixona - de qualquer forma, você permanece vítima de suas projeções, expectativas e, inevitavelmente, de suas decepções.
Às vezes, você afunda na melancolia e toda a sua força vital parece parar - sua própria respiração fica mais fraca.
Em outras ocasiões, você voa em uma mudança repentina de humor e seu coração bate mais rápido e sua respiração enche seu peito a ponto de estourar.
Isso é o que acreditamos ser a liberdade.
Entre os extremos, as melodias dão lugar às cadências; mudanças de tempo dão lugar a frases, notas, trinados, pausas e todo tipo de sentimento concebível.