Textos Maes Carlos Drummond
Até gosto de frio, mas não sou muito de dias cinzentos. E sim: os dias em que estivemos em Colônia del Sacramento estavam cinzas. A primeira sensação é de querer reclamar, com uma leve tristezinha. Mas decida fazer justamente o contrário, como intuitivamente fiz: já acorde agradecendo, viva o momento, tenha uma postura de felicidade a despeito do seu entorno. E enxergue beleza mesmo naquilo que seja diferente de você e das suas vontades. Porque sim: pode haver beleza no caos (que às vezes é só na sua mente) e há muito colorido e intensidade na natureza, nos outros e na vida, mesmo quando apenas parece ser cinza!
_
_
_
_
_
#dica #dicadodia #turismo #viagem #travel #uruguay #coloniadelsacramento #felicidade #natureza #naturaleza #victordrummond #drummond #amoviajar #pelomundo #viagens #viajar #viajarfazbem #turistando #man #fashion #nofilter
Quando era criança, acha incrível ter um piano de cauda branco. Hoje acho cafona. E tirar foto ao lado deles, mais ainda. 😂
Esse aqui foi no @spahotellareserve e no contexto do lounge e sala de televisão com um terraço incrível pro Rio de La Plata, combinou com a decoração e proposta do lugar, que é bem charmoso, por sinal.
Então ficam duas lições:
1) Sua visão, gosto, prioridades, percepções do que é feio, bonito, justo, injusto, certo ou errado, mudam.
2) O que é ruim para você, pode ser interesante, legal, ou cair bem para o outro.
Então, não julgue. Aceite a vida, os fatos, as pessoas como elas são. Não há pior ou melhor. Há momentos convenientes para cada um. Como tirar uma foto ao lado de um piano branco para escrever este post. 😉🙏🏻😘
_
_
_
_
_
#dicadodia #lifestyle #turismo #tour #viagem #amoviajar #travel #trip #uruguay #coloniadelsacramento #victordrummond #drummond #loveislove #sharelove #sabedoria #decor #design #man #periodista #marketing #marketingdigital #marketingcoach
E o meu telhado se mantem sustentado pelos alicerces de uma casa deserta de cores mas cheia de memórias, que escorrem pelas janelas que batem incessantemente me lembrando que ainda estou viva ainda que tudo tenha se esvaído.
Então, em meio à ausência, vou domesticando a dor, ensinando bons modos à angustia, buscando saídas de emergência pra me abrigar de mim mesma.
Lentamente, suas cinzas escrevem em minha pele...
Debaixo de feridas expostas a libertinagem do que eu julgava ser um espectro, escorre pela Iris , doendo, enfraquecendo,jorrando, feito sangue que esvai, rebentando o que vê pela frente, sem clemência, lembrando o quanto o transbordo em ódio pela minha casa vazia, partida em pedaços espalhados, cujo o peso, o vento não consegue não leva embora, e não me faz voar pra longe de mim, onde tem tanto de você.
Sinto passos na minha estrada, pegadas que desenham um arco íris sobre um véu negro de sombras, florescendo de esperança o resto dos meus dias.
O tempo me possui e morre em meus segredos, todos os ontem, cintilando em meus amanhãs sua ecografia, colorindo minhas páginas em branco, expurgando minhas dores, deixando seu rastro que me enche de vida, então eu me lembro de quem sou, do que sei e aprendi, e sinto que o mundo me pertence, porque nem sempre tudo dá errado...
... Bate asas Fênix, em meio ao temporal você sobreviveu.
Mas, entre dores e desejos deixou o gosto da sua vida escorrendo indecentemente, e eu continuo sentindo a loucura do meu mundo despencar. Nem parece que você se foi, quando fecho os olhos e vejo o teto desabar na fome que ainda alimenta minha necessidade de te pertencer pra me sentir viva.
E as pessoas não entendem como o seu nome permanece nos meus sonhos perdidos na minha solidão e farejam a compreensão dessa insanidade, tão definidas pelo meu instinto que entre as súplicas pelo total esquecimento se perdem nas lembranças que me viram do avesso.
Eu não me reinventei, e escondida em becos sem saídas, vivo em busca de uma passagem secreta onde eu não precise me dividir entre o que eu gostaria que fosse, e a realidade que dorme diante dos meus olhos esquecidos por você.
E a sua presença se arrasta em mim modificada pelas feridas que assombram a minha pele debaixo de escombros e de um sopro de vida a espreita do teu mundo, porque você ficou esquecido em mim, á espera que um terremoto te vomite pra fora das minhas terras, como se fosses um elo partido da minha vida guardado dentro de uma caixa, desejando que o sangue que escorre das minhas gavetas seja estancado e pare de doer.
É assim que permaneço, caminhando às cegas pelas ruas escuras de um caminho sem fim, querendo ser resgatada do fantasma das minhas lembranças.
Lembranças que brotam em minhas sementes e gritam no silencio da minha dor, me rasgando as carnes e no temporal dos meus olhos não delimitam minha tristeza misturada em saudades, e eu continuo parindo suas sobras, amaldiçoando seu excesso que me transborda me certificando de que ainda estou viva entre o vazio dos ruídos do meu mundo e das suas palavras que não param de gritar dentro de mim.
E você se vê em partes, devoradas em sonhos sem equilíbrio da sua vida consumida pelas necessidades do mundo.
Partes que, entre as curvas da sua história perfeita, te mostram o quanto você está longe de si, querendo se encontrar na própria confusão, procurando não acreditar que seja real pra que tudo simplesmente pare e você retorne pro seu fim do mundo, de braços abertos, apenas no que restou de você...
... Um dia eu me reencontro, sem anjos ou demônios.
E ele disse:
- Pode voltar por teu canto...
... E então eu o espero, num desespero incontido, em que mergulhas teus disfarces de não caber em mim.
Então dispo minhas vergonhas e suplico minha redenção em tua fúria que quebrou meus silêncios, me deixando apenas o eco da sua vida vestindo meus desejos,a espera que me junte os pedaços, fixe residência na minha casa vazia, transborde nas minhas gavetas e restaure o meu chão.
Porque há um fogo dentro de cada cicatriz plena dos anos em que me pusestes teus sumos, e ainda que tua língua esteja longe das feridas, a minha respiração anseia a felicidade de naufragar em teu corpo.
Porque não importa quantos anos eu morra, o silencio do desespero do meu ventre, sem parcimônia, me rasga as paredes da carne, aflorando o colorido deixado por tuas unhas, impregnado até a íris das minhas pupilas, que se dilatam com a leitura do seu nome.
E ainda que eu esteja exaurida, o tempo te reinventa num transbordamento implícito, que flagra meu desejo separando minhas pernas e a minha saliva à procura das frestas da sua boca, que jogou fora minha âncora se apossando do meu porto.
Eu sei que um dia irei encontrar aquilo que procuro
E vou deixar que a luz brilhe em meu coração escuro e ascenda minha alma
Meu desejo de ver você de novo é tão puro
Que as vezes chego suspirar
É como se os vaga-lumes voarem para o céu nunca mais voltar
Você me deixou com um olhar silencioso na despedida
Machucado e chateado ainda balancei a cabeça
Não triste mais não desisto
Porque mesmo abandonado quero achar o que procuro
E eu sei que um dia eu irei encontrar
Talvez alguma coisa ou uma pessoa amada
E que em mim possa pensar
Acredito nisso enquanto a lua iluminar o hoje e o amanha
Que brilha muito, brilha em meus sonhos.
Não sabemos ao certo o que há entre o olhar e sonhos...só sabe-se o que sente e o que sinto está preso no olhar e no sonhar e nada mais é mais real que isso pois me faz sentir realmente um aperto, uma saudade do que nem sei , do que não conheço, do que não existe.
Será que é real você, terra, terra de ninguém ou de alguém, terra que permite que se plante e cresça os sentimentos. Por que deixar as flores crescerem pra depois elas serem arrancadas, por que elas nascem e mesmo sabendo que no auge de sua beleza e esplendor elas morrerão somente pra embelezar por alguns momentos...será que alguns momentos valem uma vida ... só elas que sabem e só elas poderiam nos dizer, se elas falassem...
Oceanos de lágrimas caem sobre a terra sem saber o que fazer, o que pensar, a julgar o certo e o errado, uma tempestade se forma e junto com ela vem o medo, a desconfiança...
Mas o que se pode fazer, só esperar que o sol venha brilhar e com ele o mar a nos abençoar...a terra e o oceano sempre estarão pertinho um do outro, nos seus limites, um é o chão do outro e por isso eles precisam confiar sempre pra que a harmonia continue a existir.
Interagindo e se divertindo e sempre ligados pelo carinho que as ondas fazem na areia...sempre unidos e protegidos...pelas flores jogadas ao mar de Iemanjá.
Amante...
Da vida, do conhecimento, do ser humano, de Deus, do amor que se pode sentir entre pessoas.
É vero, amante!
... da poesia, do sorriso do meu irmãozinho, tão cheio de dentes!
Do "colo" de minha mãe, do carisma de meu irmão, da interação entre minhas duas irmãs.
Amante!
De amizades tão antigas quanto aparentemente esquecidas;
das atuais, tão queridas!
Das conversas com idosos;
com crianças - em seu português "particular", com tanta vontade de aprender a falar, quanto quem foi criança há muito tempo, tem vontade de mostrar que sabe, que tem história, que é interessante. Como não ser?
Amante!
De aulas de Teologia que me fazem ver que ser humana é mais e é também tão desafiador! Acho que continuarei a ser...
Amante!
De todas as boas coisas que Deus me tem dado... até do meu olho que enxerga bem por si mesmo e também pelo outro, que nem tanto, mas que se esforça.
Para que serve essa minha vida, se passar por ela sem ver tantas coisas, tantas pessoas, tanta esperança e tantas letras se não me tornar uma dessas infames pessoas que amam? Leia-se:
Amante!
Pois até nos tempos ruins ainda me vejo assim, na loucura da urgência em usufruir da experiência, que me faz ainda mais humana, mais capaz de entender e Diaconar.
Pode ser assim então, Deus... meu amigo, meu parceiro de verdade e minha força gratuíta. Continuo sim, e agregando mais capacidades. Especializando-me na arte de ser - inclusive depois das rugas e artrites...
Amante!
Sou um animal
E não posso comigo.
Não sou como a triste
Hiena que ri e este riso
É natureza da feia hiena.
Sou um animal que canta,
Que dança, que fala, que pensa.
Um animal criativo e rico de potenciais.
Mas minha melhor performance
Tem sido destruir.
Sou um animal
E não posso com meus iguais.
Muito menos com os meus diferentes.
Nem quero poder.
Faço sofrer e destruo meus iguais.
Faço sofrer e destruo meus diferentes.
Faço bem a guerra, não a paz.
Faço bem o escuro, não a luz.
Sou um animal
E como eu não há igual.
Nenhum outro animal
Devassa...
E assim vou desconstruindo o mundo,
E desfazendo o Equilíbrio Inicial.
Um dia ainda mastigo
O meu próprio estômago,
E me vomito eu mesmo,
Ou me engulo satisfeito.
Eu preciso tomar cuidado comigo...
Um velho monge se deparou na beira de um lago, quando em meditação, com um jovem guerreiro que se desgarrara de seu pelotão.
Olhar vidrado, roupas em desalinho, movimentos bruscos e ansiosos. Bebia água sofregamente.
Enquanto enxugava o suor da fronte com a manga da tosca indumentária, se deu conta da presença discreta do velho monge.
Olhou desconfiado para os lados e caminhou em sua direção, com a expressão crispada e raivosa de quem acabara de sair de uma batalha ferrenha.
- Olha ai velho que estás ai parado, inutilmente, a beira do lago. O que tens para comer? Tenho fome e pressa.
O monge, acostumado à sobriedade e a vida comedida, vendo aquele guerreiro afoito, com a mão direita no sabre, se aproximando, disse:
- Porque a pressa, meu jovem? Sente-se e descanse. Sacie a sede com calma, e prometo lhe arranjar o que comer.
- Não tenho sua sorte, velho. Tempo é o que me falta. Tenho que voltar para a batalha. Matar nossos inimigos.
Respondeu o monge:
- Alguns minutos a mais não farão diferença para seu propósito. Após o repouso você estará com a força redobrada e a cabeça mais lúcida para a batalha.
- Como você é ingênuo, velho. Não posso parar. Se derem por minha falta no campo de batalha posso ser condenado por deserção.
- Não vejo aqui nenhum inimigo a te acossar e nenhum comandante para te cobrar empenho.
- Não vê, mas eles estão por aí, em toda parte. Não me dão sossego, Não me deixam descansar.
O Monge fez ao jovem guerreiro uma proposta:
- Sente-se ao meu lado e medite comigo. Prometo-te que depois, te levo até meu templo e te dou toda a comida que puder carregar.
Diante da proposta o jovem guerreiro cedeu e sentou-se ao lado do monge, que o foi conduzindo em sua meditação.
Depois de um tempo o guerreiro, exausto, adormeceu. O velho monge ficou ao seu lado o tempo todo, e passadas algumas horas o guerreiro acordou, espreguiçou e ainda sonolento disse que não dormia a muitas e muitas noites.
Lembrou-se que precisava voltar para a batalha, ao que o monge respondeu:
- Não precisa mais. A batalha se foi. Ela estava apenas na sua cabeça.
Só então o guerreiro se deu conta que estivera aquele tempo todo prisioneiro de sua batalha pessoal. Há anos que a paz já se instalara no Reino. Ele estivera então perseguido apenas pelas sombras do passado. Acordava finalmente, dos seus pesadelos para o sonho da vida real.
Eu quero um gol de meia-bicicleta de Reinaldo para tatuar na pele da lua e tomar o lugar de São Jorge com seu cavalo, para que os namorados e os ex-namorados, os amantes e os ex-amantes, de todas as idades, digam uns aos outros, apontando para a lua:
- Olhe só o que pode um homem, mesmo quando está caído
E assim, sem pressas e sem códigos
Sem relógios e sem armaduras
O viajante se assenta, organiza suas malas, planeja o próximo destino.
Contempla o mar, traz a brisa pra dentro de sua alma,
Sente o cheiro das alturas e das liberdades, abre suas asas e chega ao seu próximo destino: nas palavras dos poetas e nos versos dos escritores navegantes nesse mar de amores, descobertas e arrepios.
(Escritores do mar - Victor Bhering Drummond)
Aniversário do Pequeno Príncipe
Todas as cores posso te desejar
Chuvas de rosas e arco-íris pintar
Mesmo jasmins para seu jardim perfumar
Ou raios de sol para suas campinas florescer
Nada disso seria suficiente
Para poder descrever
A quantidade de sonhos realizados
Manhãs tranquilas
E tardes de caminhadas macias
Que imagino te desejar.
É seu dia. Seu novo ano.
Seu novo ciclo para ser abraçado
Desejado, acariciado.
Que os desejos descritos nos versos acima
Venham com mais cores e forças
Derramados como chuvas das forças divinas
Gotejando quimeras e primaveras
Para seus passos de guerreiro
E para seus olhos turquesas de garoto faceiro
Cresça e viva leve e feliz menino do Rio
Homem das formas que inspiram e desenham
Formas ainda mais lindas para nosso mundo.
Cabelos de ouro,
Armaduras em ferro e couro
Com pele de diamante
Do coração brilhante
Como joias em flor
Te desejo amor
E caminhos lindos sem dor
Há tantos caminhos para trilhar
E que neles haja sempre o encanto da vida
A te amar e respeitar
Deitas no pequeno planeta
Como um nobre pequeno príncipe
Que veio de uma constelação
Caiu aqui segurando a cauda de um cometa
Porque seres de luz
Que a própria poesia traduz
Faz com que tudo que toque
Vire estrelas
Como o brilho de seus olhos
Continue com seu toque de Midas
Iluminando nossos passos,
encantando em seu dia, nossas vidas!
Você se foi; despediu-se rápido, fora do tempo. Guardei lenhas, fiz o fogo, mantive a lareira aquecida para te deixar lá fora e fazer da minha morada interna um lugar mais aconchegante. Que venha a primavera, o recomeço. Mas fique tranquilo; guardei combustível, lembranças e livros suficientes para sua próxima visita.
(Victor Bhering Drummond, para o senhor Inverno).
Coloque sua mochila nas costas e dentro dela somente aquilo que realmente te importa: seus sonhos, melodias, poesias, coragens para desbravar o desconhecido, enfrentar o temido; a ausência de culpa, a capacidade de não julgar, o esforço para perdoar, a certeza de amar e a vontade férrea de transformar e deixar o mundo melhor do que quando o encontrou. Para essa bagagem não há excessos, limites. Apenas carregue-a e siga adiante! À sua frente um mundo pedindo socorro, uma estrada gigante. Vamos? (Victor Bhering Drummond)
•
••
•••
Luisa
Quando vi Luisa nascer
A criança sabia que a pequena
Infante, princesa ia ser
Nasceu sob o luar de uma família de poetas, de cabelos escorridos
Como escorrem palavras pelo nosso caderno de emoção;
Olhinhos amendoados, sofisticados,
De quem nasceu para reinar absoluta nas graças dos versos
De uma menina solta, doce,
Que virou mulher forte,
Com sorriso de boneca,
Mas voz e olhares de sedução
Onde meu suspiro e o sentimento
Do mundo balançam
Por essa menina que nasceu para
Ser da lua, com a alma do sol,
Onde a discrição se desnuda
Para cobri-la com cifras e acordes
Que deixam tão poetinha
Até o mais duro coração.
(Aniversário de Luisa Ramos Martins [Drummond], em noite escorpiana de músicas e encontros)