Textos Fortes

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⁠O Tédio e o Labirinto

O tédio é um labirinto silencioso,
Onde o tempo se arrasta, lento e espesso
Nas paredes do vazio, ecoam passos
De uma alma que busca, inquieta, o repouso

É espelho que reflete a inquietude
A vacuidade que invade a quietude
Mas, no fundo do abismo, há uma luz
Um convite à transcendência, uma cruz

Pois o tédio, mestre disfarçado
Nos leva ao cerne do não revelado
Nas profundezas do existir
A epifania que desvela o véu do precipício

Inserida por samuelfortes

Absorção


⁠Não é a retina
Que desvenda o mundo

Mas

O olhar que se demora
Na superfície das coisas

A pele da realidade
Tênue membrana

Onde a luz e a sombra
Tecem efêmeros reflexos

O toque do visível
Aveludado e sutil

Desliza
Sobre a epiderme do tempo

Revelando

Onde o efêmero se torna eterno

Inserida por samuelfortes

⁠Olhar do Desatino

Perdi-me em labirintos
Onde a alma se desfaz
E a dor tece seus hinos

Busquei em sombras frias
O eco de um amor
Que em mim, só ardia

Vi o tempo em descompasso
A esperança em desalinho
E o futuro, um mero passo

Mas em cada desatino
Encontrei a força oculta
De um destino peregrino

E agora, em paz serena
Na vastidão do infinito
A alma se torna plena

Não fui
O que os outros foram
Não vi
O que outros viram

O que amei, amei sozinho

Inserida por samuelfortes

Leia Isso Marx

⁠Trabalhei de graça
Não achei graça
Fiz a obra toda
Mas parece uma desgraça

Atrasado o capital
Na mente o Capital
Fui à Capital

A dívida cresce, um monstro voraz
Que a alma consome, em dor atroz
Noites em claro, um tormento sem paz,
O futuro incerto, um vazio feroz

O suor vertido, em vão se esvai
A recompensa, um sonho distante
A corda aperta, a esperança se vai
E a angústia domina, num instante

Mas a força reside, em cada fibra
A resiliência, um escudo tenaz
Ergue a cabeça, não te entregues à libra
A luta continua, a vitória se faz

Inserida por samuelfortes

⁠A Vida

Da vida, espere a dança
Entre o sol e a sombra
A melodia do inesperado
E a força para florescer
Mesmo no inverno da alma

E quando a noite se alonga
E a dor tece seu véu
Lembre-se da aurora que irrompe
Com seu pincel

A vida, um rio que serpenteia
Entre pedras e jardins,
Reflete o céu em sua alma
E cura os teus confins

Que a esperança seja teu farol
Na tempestade e na calmaria
E que o amor, como um girassol
Te guie em cada melodia

Pois a vida, em sua grandeza
É um mistério a desvendar
E em cada instante, a certeza
De que podemos recomeçar

Inserida por samuelfortes

⁠Inelutavel Modalidade do Visível

Se tem uma coisa
Que
Acaba com o meu dia

É a noite

Não aguento mais a ânsia de ter
Bendita seja a ultima gota
Que transbordou
E fez você sair
De onde não merecia ficar

A existência
Agora, um eco vazio
Onde a nostalgia pinta
O céu de ausência

Em labirintos
De
Memórias e silêncio

A noite

Antes palco de sua presença
Agora
Um espelho que reflete imagem

Onde
Seu reflexo
Dança
Em cada sombra

E o tempo
Cruel
Insiste em não voltar

E a existência
Enfim
Encontrará sentido

Agora

O silêncio ecoa
Não mais o som
Da sua voz
Do arrastar de pés casados

Nem a sombra da sua presença
Apenas
O vazio que nos deixou

A sombra do que foi, memória vã
Na alma, um eco que jamais se finda
A saudade, um rio que não deságua
Em margens onde o tempo não se abriga

Inserida por samuelfortes

Mônica

Felizes são os pássaros
Que chegam mais cedo
Onde a primavera é eterna

E dos velhos frutos caídos
Surgem árvores estranhamente calmas

Tarde
De sol
Morteiro

Tarde
De
Domingo passante

Marasmo
De
Segunda sem lei

Rua
Sem
Movimento

Vazio
Cheio
De alguém

Num rádio
Ruído e frequência

Pensamento longe
Abismo de um ser
Frustrado por assim dizer

Distantes são os caminhos
Que vão para o templo

E no meu ser
Todas agitações se anulam
Como na mente de um ser que sente

Nas ruas noturnas
A alma passeia, desolada
E só, em busca de Deus
E de repente, não sei
Me vi acorrentado no descampado

Eu sou como o velho barco
Que guarda no seu bojo
O eterno ruído do aiar batendo

Longe está o espaço
Onde existem os grandes vôos
E na cidade deserta
É o espaço onde o poeta
Sonha os grandes vôos solitários

No chão vejo rastros
Pegadas enlaçadas
De onde a poesia fugiu como o perfume da flor morta.

Fico imóvel e no escuro tu vieste
A chuva batia nas vidraças e escorria nas calhas, vinhas andando e eu te via

Eu me levantei e comecei a chegar, me parecia vir de longe
E não havia mais nada
Havia você na minha frente.

Inserida por samuelfortes

Vaga-lume

Vagando
Pelos reinos
Do pensamento
E da mente

Abstratos
Povoam
Seu universo

Permeando
Tudo

Dos céus
À ética
Humana

Inato
Desejo
De entender

Chegar
Ao fundo

Princípio

Fonte
Raiz
De todas
As coisas

Fez
Da fantasia
Seu real

Inserida por samuelfortes

⁠Livre Pensar


A estupidez
Tem origem

No estudo
Sistemático

Dos métodos
Sofisticados
De como
Se destruir

A insensatez
Na intolerância
Incapacidade
De convivência

Sapiens

Toma tento
Desse jeito
Seu destino
Num orna

Inserida por samuelfortes

⁠O Grito

Toda felicidade
Numa vontade danada
De bem viver

Quem fala o que quer
Ouve
O que precisa ouvir

Se poeta foi
E és
De entre papéis

Quem sabe onde andará
Fui também

Tu és um estado
De
Espírito

Igual a Bahia

Aonde vai nossa atenção
É
Onde nossa energia flui

E

Não há beleza rara alguma
Sem
Algo de estranho nas proporções

São demais os perigos
Desta vida

E

Se ao luar
Que
Atua desvairado

Vem o espaço
Desvairado eloquente
Que esculpiste

No arder da lucidez
Das
Coisas frias

Chegamos

Onde passaremos à noite
Abrigados

Inserida por samuelfortes

Volatilidade & Hominídeo

⁠Em uma semana de 8 dias
Onde
Confundo a Sexta
Como um sábado passado


Não consigo distinguir
Um campo verde
De um dia em que a noite
Trouxe cinzas frias

No corredor de ferro
Um trilho de aço frio
Talvez
Um gosto de saliva quente
Do corpo de uma assanhada

Uma fumaça
De
Um navio distante
Para um novo horizonte

Um tijolo enquadrado
Perfeitamente
Parece por si só
O aluno na sala de aula

O conteúdo nativo
O sarcasmo velado

Nós somos apenas
Mais um tijolo

Encantado em um muro
Estampado na sala

O conforto frio
Para
A mudança

A destruição do cerne
À remontar
Nossas cinzas quentes
Para árvores

Na ancestralidade do Homem
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos fundos
Um desgosto incoercível

Com seios moços no colo
Que sentem a ida e a vinda

Ainda, não sejam bem vindos
Não deixem marcas visíveis

Qual perfil que ele gosta?

Que não foi destruída
Por diversas
Gravidezes consecutivas?

No amargo da máscara
Na doce máscara menina

No imaginário deixar
Crescessem ventres

E

Não deixasse passar
Mais do que tristeza íntima

Pelo canto do olho
Tive uma visão fugaz

E virei para olhar
Mas
Já havia ido

Inserida por samuelfortes

⁠Seja Como For & Venha Como Quiser


Sem pedir licença
Nem para tentar
Adentrou

Assustando a sombra
Daquele
Que não quer ver

Sem
Conferir o que é seu
No
Entusiasmo de maré calma

No balanço
De velejar

Os olhos

Perdidos no naufragar
De ondas cansadas

Atentado ao mar
Que chega à vista
Norte ou sul

Colorido nas luzes
À piscar
No sabor do vento
No exagero
Da vida eterna

Agora

Essa força contida
De nenhum ser
Aqui vou eu

Se é assim que se vai

Sem nenhum pudor
Sem medo qualquer
Sempre por amor
Sem desistir agora

Assim é o amor

Tece a verdadeira trama
Vive cada segundo
Como
Nunca o fez

No velho papel
De embrulho
Embaixo assinado
Ninguém
Sabe de quem

Sem medo qualquer
Seja como for
Seja por favor
Sempre à seu dispor
Venha como quiser

Inserida por samuelfortes

Assimétrica


⁠Hoje,
Sonhei que existia
Mais um estágio
De relacionamento

Chamado significante

Ali, sentado na cadeira de balanço
Como um pêndulo

Silêncio de uma sala
E no silêncio
A sensação exata

Nascem ondas de amor
Que
Se desfazem

O silêncio corre lentamente
Na dura esquina
Estracalha a vidraça

E deu
De sonhar

Que sonhar
É coisa
Do absurdo
Possível

Cada um
No âmago
De sua
Singularidade

A longeva saudade
Guardou a felicidade
Quando se perdia
No andar em círculos

A estrada é um labirinto
Em
Todos os dias da semana

Na dúvida
Em um dia qualquer
Quanto menos alguém entende
Mais quero discordar

Em um aperto de mãos
Do inevitável intocável
Estrangeiro

Na natureza do visível
Sensatez individual

Passageiro
Que
Não passa por aqui

Eu me sinto passageiro
Eu me sinto um estrangeiro

Inserida por samuelfortes

⁠⁠A mar

Rápido estado
Ancestral de um indivíduo

Que vem do vento
Um sossego, uma unção

Estado leve anuncio seu lugar
Leve estarei parado aqui
No seu lugar

E eu te espio da varanda
Indo embora
Mas você vem

Hoje a janela
Me ofereceu a paisagem
Ressuscitando formas

Era um sujeito
Realmente distraído

Na hora de dormir
Beijou o relógio, deu corda no gato
E
Enxotou o olhar pela varanda

Venha pra cá deixe de ser
Bem acanhado

Do seu ditado
Agitado
Cabelo ao vento

Do saculejo
Dessas roupas
No varal

A mar
De onde
Que tu tiras tantas ondas

De onde
Que tu tiras vai e vem

De onde
Que tu vens tão descolado

Prá onde vai só do seu jeito
Descansado

Volte amanhã bem de manhã
Aqui estarei

Prá ver de perto
Seu molejo
Arretado

Agitando o ar
No
Seu espaço confinado

Tomando a fresca
Tomo o ar
Quarando o corpo

Em alguns lugares estratégicos
Já foi mar

Voou por sobre as montanhas e cabeças
Fez dali seu Espinhaço

Passou por cima
Do seu mundo
Seu lugar

Busca
Bem de lá
De onde vem seu infinito

Se esperar
Possa estar marcado em horas
Rochas

E no nascer
De
Espectativas fulminantes

Lá vem o mar
Trazendo a fonte e o defronte

Cavalga ventos
E a voz do sussurrado

Ginetes pronto aparado
A cavalgar

Alados ventos
Sobe e desce das areias

Ao espairecer espalha
Espuma em seu olhar

Já sinto aqui
O seu perfume estrangeiro

Bebendo em tua boca
O perfume dos sorrisos

Que o vento forte acaba aqui
De me entregar

Inserida por samuelfortes

Epifania

Sem
Estética própria
Orgânica

Tão-pouco
Um nome

Indefinível

Ainda
Que perceptível

Sutilmente
Sensual

Ninfas
E
Sátiros
Sobre deuses
Do Olimpo

A frívola
Comédia
Sobre
A nobre
Tragédia

Austera
Grandeza
Palaciana
Grandiloquente

Inquietante
Estranheza

Um possível
Novo
Áureo
Modo de
Vir a ser

Uma
Noble
Simplicité

Inserida por samuelfortes

⁠Lá Nem Longe


Era uma vez
Lá nem longe

Num tempo
Em que
As tardes tinham cheiro
De ontem

Bem
Que havia
Já não mais

Um quintal
Onde o mundo
Cabia
Num pé de goiaba

E a vida
Era medida
Pelo ritmo
Da rádio

Noite adentro
Vozes baixas
Contavam

O que o dia
Não ouviu

Agora
Só sobra
O vento

Que toca
À porta vazia

E um relógio
Que teima
Em marcar

Horas exatas
Que não existem mais

Era uma vez
Lá nem longe

O que restou
Como saudade
De coisa
Que nem chegou
A acontecer

E no álbum sem fim do vento
Um retrato de mim
Sem ninguém

E no canto esquecido da estante
Um abraço que nunca se desfez

E no relógio parado da cozinha
Os ponteiros
Ainda marcam tua hora

Inserida por samuelfortes

⁠O menino que Vendia Palavras

Na esquina,
Nesta pedra de Assuntá,
Rabiscava o chão
Escrevia em muros

Vendia versos
Por trocados de lua
Palavras miúdas
Que o vento dispersava

Quem compra um sonho?
Gritava à tarde
Enquanto a cidade
Passava sem ver

Nas mãos,
Só lhe restavam sílabas gastas
E o eco das frases
Que ninguém levou.

Mas ele, teimoso,
Escreveu letras no chão

E assim,
Entre riscos e poeira
O menino poeta
Se fez eterno

Inserida por samuelfortes

⁠A fotografia, onde o tempo em pedra reside
A memória, qual névoa sutil que persiste
No cérebro reside, jardim onde a vida
Cultiva lembranças, em sombra e em luz se veste

O jardineiro interno, com arte e cuidado
Poda o que não nutre, o que é vão e passado
Deixando florescer o essencial
Livre o espaço da alma de um fardo pesado

Assim, a mente dança, leve e serena
No ritmo do tempo, que cura e acena
Guardando em seu âmago a beleza plena
E o esquecimento, em paz, a erva daninha acena

Inserida por samuelfortes

⁠Tem lugar
Que
Só é sagrado
Enquanto é silencioso

Mas
Quando o vento passa
Arranha a memória

Até que um dia
A gente volta
E
Já não é tudo

O altar era a infância
O chão
Promessa viva

O vento traz lembranças
Mas
Leva a voz das coisas

Mas
Quando a luz se inclina
Mostra a poeira do tempo

Inserida por samuelfortes

Estou feliz ha como estou , hoje sim me sinto que estou nas nuvens, ah vou falar o por que , pensei que meu amado tinha me esquecido nossa, como doeu fiquei dias tristes , sorria, falava ,cantava mas , so Deus sabia o que estava no meu coraçao ate , o dia de hoje,que meu amor novamente falou comigo, ha que alegria eu falei a ele amor voce me, esqueceu ? Ele me disse nao, te esqueci ,Ha que alegria! ha que alegria!. Nossa estou nas nuvens espero em breve meu amor abraçar amo te .....