Textos Escritos por Paulo Mendes Campos
MEIO ENTRE NÓS
Existe um meio entre mim e você
Primeiro à distância
Que nos mata, que nos prende e,
Que nos deixa com saudade.
Segundo os nossos medos
Ele é capaz de destruir tudo que construímos
Terceiro é lembranças de momentos não propícios
Isso pode acabar com tudo que nos sonhamos
Mas sabe de uma coisa, o medo, à distância, as lembranças,
Não pode acabar um grande amor assim.
Mesmo que seja o fim, o amor vai prevalecer.
Pois, só amor é capaz de curar, restaurar, de viver o que é impossível.
DESABAFO
Oi
Nem sei quem é você mais
Permite-me desabafar contigo?
Eu me sinto um inútil sabia, ultimamente não tenho tido amizades saudáveis, as amizades que eu tenho são problemáticas, assim como eu. Neste, ultimo ano simplesmente tentei fazer algumas amizades, me enturmar mais pela a cidade que habito. Apeguei-me a pessoa fútil, que só queria o que eu poderia oferecer, e não o que eu sou. Será que eu sou imaturo? Ou sou uma pessoa muito intensa para me relacionar com pessoas que nem querem me ouvir.
Em quatro anos a minha história deu uma virada de 360 graus, com varias circunstâncias, umas boas, outras não boas, mas aprendi ter o “amadurecimento” que precisava em meios aos caos da minha vida. Dentro de mim, nesse episodio, havia uma dor constante, que as minha lagrimas não conseguiam se segurar, e rolavam sobre o meu rosto. Eu me martirizava muito, por não ser quem as pessoas queriam que eu fosse. O medo de ser criticado era grande, que me deixava louco, querendo correr pela cidade, para ver se abafava toda essa agonia que havia dentro de mim.
Sou um cara muito fácil de fazer amizades, porém eu não sou de ter amizades duradoras, pois não tolero falsidade, e falta de respeito. Fazer amizade é ótimo, mas tudo tem limite, quando uma pessoa invade o seu espaço de privacidade, já é um absurdo. Amizade, não machuca o outro, ela ensina, ela respeita, ela é companheira, e sabe dividir os conhecimentos. Eu tenho sorte de ter pessoas maravilhosas ao meu lado, mas tem bem tenho sorte de ter pessoas tóxicas também, pois eu não sou de excluir alguém, amo inclui-los no rolê, talvez, por isso pessoas se afastam de mim, por eu ser esse cara transparente e justo.
UM MOMENTO SÓ
Suor frio. A minha mente se encontra pesada, mas basta parar e respirar fundo e deixar flutuar.
Sabe! Hoje estou como uma injeção. Dói à furada, mas sei que em instante vai passar.
Sou a ferida cicatrizada, que sangra quando se tira o cascão.
Sou o pássaro sem os seu ninho para descansar.
Eu sou um emaranhado de tantas coisas juntas.
Mas nem por isso me deixo levar pelos pensamentos alheios, sou deixo passar.
Assim como as ondas do mar. Estou entre elas, mas não deixo ela me levar.
Aprendi que nem todos vão ser íntimos, amigos, parceiros ou até mesmo irmãos,
Só vai ser um momento, no meio dessa solidão.
Solidão na qual digo é estando com todos, porém no mesmo estante está sozinho.
Tudo o que eu fiz, foi só pra deixar o outro feliz se esquecendo até de mim.
Mas sou como uma folha ao vento, não me esqueço de onde sair, porém não volto mais. Pois, o vento me leva para longe e não tem como voltar atrás.
Estou aprendendo a me refazer
Eu acordei e não foi na pressa, demorou, mas deixei o tempo me acordar no tempo certo.
E acordei, acordei pra vida, sendo quem eu sou, mas na melhor versão de mim mesmo.
AINDA VOU RASGAR A SUA ROUPA!
Lembrei-me do teu sorriso, do teu toque, da sua boca e de todo emaranhado que você me casou. De quando você me puxou, me deixando louco ao te sentir.
És a flor, mais bela que e encontrei. Uma flor das cores violeta, as que eu nem dava importância.
Eu já era desapegado de tudo velho, ai vem você com esse seu sotaque fazendo diferencia de todas as pessoas que eu já conheci...
Mas vou com calma, experimentando ao poucos, aproveitando esse tempo que nos resta aqui nesse mundo.
Bem aventuranças
Bem aventurados os que trabalham
Os que cuidam da terra e nela produzem
Porque da terra sairá o alimento que proverá a vida
Bem aventurados os que buscam instrução
Os que aprendem e ensinam
Pois a educação é a garantia de uma vida digna na terra.
Bem aventurados os que amam e protegem a natureza
Utilizando-a com sabedoria
Pois a convivência harmoniosa do ser humano com o meio ambiente
É a garantia da plenitude do reino divino entre os seres humanos
ELA VOLTOU... A GAROA VOLTOU NOVAMENTE...
Hoje o sol surgiu na Capital paulista, meio tímido, mas ao menos apareceu, porém, não ficou muito tempo e se escafedeu, encoberto pelas nuvens ameaçadoras. A senhora que aguardava o ônibus desdenhou: " - Quem tem medo de nuvens? Eu temo trombadinhas motorizados." Ergueu o queixo, cruzou os braços e me deu as costas. Respirei fundo, resisti alguns segundos, contando até 10. E respondi: "Quem não tem guarda-chuva tem medo de chuva. Quem tem celular tem medo de trombadinha. Assim caminha a humanidade, nesta cidade. Sem dó nem piedade, pro marginal tua vida vale a metade." Ela se voltou, soltando chispas pelo olhar. Felizmente o ônibus chegou e ela se foi. E eu fiquei a relembrar os anos 50, 60, quando no outono e inverno a névoa úmida dominava as madrugadas. O sol só aparecia depois das 9 horas. E pontualmente às 15 horas a garoa se apresentava, por vezes seguida de densa neblina. Bons tempos. Mas este ano São Pedro nos pregou uma peça: o verão veio fantasiado de outono-inverno. Será a nova moda?
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
PROCURA
Passo por tantas portas durante o dia
Entro e saio vou e venho nada me segura
De um cômodo a outro buscando o futuro
Penso que nada me surpreende
Porem insatisfeito com a estrutura
Desse indescritível labirinto
Reclamo tua ausência
A essa troça que arde o peito e angustia
Necessito-te ávido
Acima de todo escrúpulo
Desprendido de alicerces
Longe dos parâmetros
Apesar do acúmulo dissimulado
Dessa tosca aventura
Andarei a eternidade
Indecifrável à tua procura
SEM NINGUÉM SABER
Não gosto de fazer poemas que remetam à morte
Porque detesto que os meus amigos lembrem-se
Que um dia também poderão morrer
Prefiro que cantem as melodias alegres
E leiam sobre amores e saboreiem as dádivas da vida
Instigo para que brindem as alegorias
Mergulhem na fantasia de que são todos eternos
Infinitamente abençoados pela eternidade
Em resposta ao zelo existente que para comigo têm
Os meus amigos e a fraterna amizade que nos convêm
Não tem tamanho nem cabem dentro de covas
Por isso jamais extirpa nem deteriora
E na minha hora em que sozinho eu partir
Sairei à francesa em silêncio enquanto festejam
Para que ninguém note a minha dor por ir sem querer
Partirei calado sem ninguém saber
TEMPORAIS
Toda vez que perco o horizonte
Creio haver um mar a minha frente
Tão longe de mim equidistante
Como as rosas de um jardim
Ou uma nuvem passante
Que se desmancha insana
Por entre respingos de lama
Ou alvas fronhas de algodão
São aguas verdes revoltas
Remexidas pelos mesmos ventos
Que soltos conduzem minhas barcas
Serenas cada uma a seu porto
E as nuvens aos seus tantos
Destinos e encantos
Revestindo travesseiros
Sobre as camas da paixão
Todos esses travessos romances
Atravessam-me intensos
Ainda que de mim jamais saibam
Porque nunca mais retornam
Porque se tornarão propensos
A viajar outros céus e mares
Esculpindo suas torres imensas
Apesar dos temporais
DESLUMBRE
Quando duas línguas se tocam
O mundo de quem deseja o beijo
Torna-se oração perfeita
Sabores ardem sedentos
Nesse encontro de saliva e espasmos
Extraindo dos lábios molhados
Aceites inaudíveis das vozes dos hálitos
Da ternura única e efervescente
Todo perfume tateia o momento
Assistindo espargir pela sala do anseio
A dissimulada fome engolindo as palavras
Dado ser afoito intenso e místico
O espírito aguarda que o corpo entreveja
Pelos olhos fechados em êxtase
O deslumbre da língua quando beija
A DOÇURA DA TUA VOZ
A doçura da tua voz
É feitiço colado em mim
Canção que tanto desejo
Tempestade em minha veia
Suor denso da libido
Vendaval de vermelha areia
Remoinho no deserto
Do coração em devaneio
Eu sou destemido andarilho
Incerto andejo sem eira
Sertanejo inseparável
Da seara do teu encanto
Matuto das velhas minas
Lavrador desse rochedo
Tangido na insistência
De colher esse teu beijo
A ternura fez de mim
Poliglota destas letras
Intérprete dos teus sonhos
Cancioneiro dos teus versos
Aprendi teu idioma
Falando em teus ouvidos
Decifrando teus anseios
E beijando a tua língua
Assim me tornei poeta
INCAUTO
Minha santa ordem quase sem mãe
Que jamais permita com teus poderes
Carcomer as pétalas das tuas flores
Depois fingir infinitamente apiedado
Chorar copioso as tuas dores
Deixar borrar os aventais de giz
Mofar os rituais dentro do peito
Decompor as ferramentas de aprendiz
Tornar impuras as brandas mãos
Obsoletas inférteis comprometidas
As ideias discorridas dos ideais
Por negar-me a mim diante do espelho
Trincado de ingratidão
HUMANO AMOR
Do amor que te falo
Não é o infinito e sim
Esse que descuidado
Desmancha-se num grito
Desmesurado de dor
Não é o divino por não ser absoluto
Mas sim humano pois caso desvela
Gera desengano onde não caiba estar
Nem abstrato nem concreto
Por não ser secreto entre a gente
E estar ocluso por fina camada de cera
Esse feito de retalhos de pano
Que o tempo acostuma com a costura
E se não se atenta nem ciúma
Termina quando maltrata incontido ao passar
Do amor que te acho incomoda
Exige que provemos do amargo e o azedo faça acordar
Por não haver medo no amor
Mas que intimide e renasce e reacende
Pela simples cisma de se vir deixar de amar
IMPETUOSO
Ensina-me a não estar afoito
Diante da tua beleza
Pois quando te percebo me sinto trêmulo
Como a bandeira que tremula ao vento
Presa ao próprio pêndulo
De um único fio do teu cabelo
Eu sou teu artífice e vértice
Tu a hélice que impulsa além da bússola
Que me prende e norteia ao curso
Íntimo que em mim navega
Carrega-me e me refaça
Doma meu ímpeto a conter-se
Ou desnuda se embriaga comigo
Do mesmo beijo voraz do vinho
Vertido da mesma taça
LAMENTO
Lamento pelos que ainda a aplaudem
Não renegam teus atos e acolhem as sandices que decretas
Que se debruçam e pactuam contigo sobre o visgo que amordaça
Que obrigam que se desfile em fila e marchem cegos
Que se siga sob o perverso e o descalabro
Desalinhados sob as intempéries e o desalento
Não é este o vento nem o cantar da aurora que almejo
Porque não se questiona nem protesta, apenas vão
Acolchoados às divisas que fingem entrever
Ainda que sentem que usurpas, contaminas com escarnio
Mas o que é a troça senão
O fato de tripudiar sobre os sonhos
E a sede de quem apenas pede
Tenho vergonha pelo respeito que perderas
Como feiras desertas ou salas às traças
Sem ideias, lógica, de planos partidos, sem regra
Desapropriada de quaisquer sentidos caprichosos
No passar dos dias, no perder da massa
Onde tudo se esvai, dilui, entorna, desagrega
Quando a ordem entretanto serpentear teu andor
E deparar tua pobre face podre sobre o espelho praticável
Espero que sintas desconfortável, ridícula
O quanto estás nua, sem ética, desumana, solitária
Porque verás as joias que costumavam brilhar, opacas
As insígnias que a reverenciavam, decompostas
E os aventais dobrados ao meio
Desafiando o teu nefasto despudor
LAPSO
Se fosse para enxergar o belo te emprestaria meus olhos
Se desejasses carinhar uma flor daria as minhas mãos
Se pretendesses reverberar os bons sons doaria meus tímpanos
Se quiseres difundir a paz entregaria a ti a minha língua
Se fores pelo reto caminho ofertaria os meus pés
Se intentas celebrar o gozo toma meu sexo
Se buscasses o amor desmesurado tornaria minha alma
E para festejar os bons pecados
Poria ao teu dispor toda emoção e sorriso
Mas se em nada disso houver razão e propósito
Seria eu em ti o mesmo mistério e forma
É engraçada a vida de quem se engraça
Nessa bagunça da raça humana chamada paixão
A gente se arrisca e rabisca e enovela nos lapsos
Muito além do que possa parecer preciso
Por ser a soma do amor a busca de todos os riscos
Enquanto e quando se ama
LENTAMENTE ME AMAS
Das certezas mais plenas e puras
Escolhemos a que nos torna onipresentes
Onde eu sou amor amando-me estás
Porque onde estás amando
Achas-me amante sem procuras
Ouço-te nos prováveis silêncios
Me encontras nas plausíveis loucuras
Estamos no cerne de todas as células
Nas gramáticas absurdas
Em todas as grafias
De todos os idiomas
Se perdida e cegamente a venero
Doce e lentamente me amas
UM POUCO MAIS DE HOJE
Ainda tem um pouco mais de hoje
Antes que a manhã volte e amanheça
São as artes das horas ocultas
Que se mostram em partes
Assim se torna mais precioso o que se aprecia
Intenso e evidente seu claro
Mansa e macia essa espera arredia
E ainda que soubesse que partisse
Passaria a vida nessa plataforma imensa
Seguindo essa roda sem freio e sem guia
Contemplando-a por nada e não quisesse
Minha teimosa tolice insana e insistente
A esperaria
A BOCA E AS MÃOS
De repente minha boca anseia
Conversar com tua pele
Surfar pelo labirinto de poros
Entreabertos pelo desejo inerente
Desse preconizado diálogo
E tudo é tão raro belo e recíproco
Que todo o universo se cala
Enquanto nossos sonhos se buscam
E os úmidos lábios passeiam e se falam
Partícipes desse colosso mistério
Tão puro que é bom esse advinho
Sem limites de gemidos e sons
Insignes sedentos e prontos
Feitos do morango maduro entre os dentes
E uma taça cúmplice nas mãos lambidas
Lambuzadas do amor pelo vinho
“Nada mudou, tudo é como foi antes.
A igreja é a mesma, com seus erros e acertos.
O inimigo é o mesmo, ladrão, mentiroso e homicida.
Os homens são os mesmos de ontem, falhos e pecadores.
Nada mudou e a luta continua a mesma.”
Citação do Livro Digital, Herdeiros de Deus- A igreja vitoriosa e peregrina na terra.
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