Textos e poemas
Nem tudo é sobre você. Nem tudo precisa da sua voz. Há uma nobreza em se conter, em não se meter onde não foi chamado, em perceber que algumas batalhas não te pertencem. A gente esquece que silêncio também é uma forma de presença, talvez a mais difícil de todas. Porque exige humildade, exige segurar a língua quando ela insiste em querer dar conselhos não pedidos, emitir opiniões que ninguém solicitou. Por isso, o melhor que podemos fazer por alguém é simplesmente ouvir. Não confunda se calar com ser omisso. Há uma grande diferença entre ignorar e compreender o momento de não interferir. Nem tudo que você acha certo é certo para o outro, e nem toda opinião sua vai transformar a vida de alguém. Então, ao invés de ser a voz que interrompe, tente ser o ouvido que acolhe. Ao invés de ser o dedo que aponta, seja o ombro que suporta. O silêncio também tem sua poesia. E às vezes, o maior gesto de amor é apenas deixar o outro existir, sem invadir, sem impor, apenas respeitando.
Ando também aprendendo o silêncio. Hoje entendo que quando uma tempestade parece querer se aproximar, preciso manifestar a calma, para com doçura olhar bem dentro do olho do furacão. Aprendi que, assim, posso escolher se será uma luta que vale a pena travar. Se será uma tempestade, que na rua, enfrentarei seu despertar. Mas quando se descobre certos silêncios, às vezes é necessária essa busca por um teto. Essa busca por se acolher e se proteger do mundo caindo sobre sua cabeça. Não, não vale a pena enfrentar certas tempestades e sair delas toda ensopada. Não, não vale a pena logo após pegar um resfriado. Quando se escolhe o que de fato vale a pena ser travado, se torna menos pesado viver vestindo a própria pele. Mesmo que nesse silêncio seja preciso ocasionalmente, engolir o próprio vômito.
Aprendi que verbalizar onde dói não necessariamente será aberto espaço para colo. Navegando nessas nuances, ficamos totalmente dependentes do ouvido que nos ouve. Se ele está limpo, verdadeiramente aberto, encontraremos mesmo que um simples conforto. Mas quando as portas estão fechadas e sua principal segurança é a ofensa, o espaço é aberto para a inferiorização dos sentimentos colocados sobre a mesa. A fala é sempre importante. Mas, depende muito de quem se fala. Depende muito do ouvido que se ouve.
Vou catando a felicidade em cada algodão que uso para limpar as feridas que ainda teimam em sangrar. Nas asas de uma libélula, vou tentando encontrar essa liberdade da pressa de encontrar um feitiço, um antídoto, que cure com mais pressa as feridas que os fantasmas fizeram se alastrar sobre a pele vistosa que tinha. Não, não preciso ter tanta pressa por esse dia. Afinal, em alguns casos, ele nunca chega. É preciso buscar e com coragem encontrar essa paz miserável em meio aos algodões manchados de vermelho.
No jarro em cima da mesa, flores de corte que já passam de uma semana. Algumas direcionadas a janela, exalam perfume que manifesta vida. A suave luz as manteve ainda de pé. Quando giro de leve o jarro, encontro algumas murchas, que mesmo do lado das sombras, já não mas com tanta força, esbanjam um perfume discreto mesmo exibindo seu próprio cenário fúnebre. Elas já encarnavam a não vida. E estranhamente, mesmo estando no fim, mesmo coberta por sombras, o seu perfume ainda é perceptível. Em um mesmo jarro, dois lados. Que cumpre de forma orgulhosa o seu papel. Uma em condições favoráveis, outra em desvantagem. E naquela que já padecia, encontrei a força que sempre lhe era residente. Totalmente murcha e perdendo a cor, mas não deixando de encantar. Afinal, até mesmo quando as pétalas se vão, o perfume da beleza também nos encontra.
No amor também se aprende. No amor também se cresce. A gente se perde em acreditar que é só na queda e no rasgar dos joelhos que fazem os nossos músculos se esticar. A cicatriz medonha nos faz lembrar do sabor amargo e por isso tudo se torna mais enfático. Porém, o amor também nos marca de diversas formas. A diferença é que o seu toque é suave como o vento no crepúsculo do verão. Toca, te molda, e ainda deixa a pele que veste teus ossos intacta, e ainda assim, não mais a mesma.
Algo me diz que preciso correr. E é o que as minhas pernas desejam fazer. Mas já sei que no meio do caminho, embalada pelo desespero, e ainda sem preparo, cansarei muito mais rápido se tivesse escolhido caminhar admirando o percurso trilhado. Essa velocidade inumana inventada por quem procura andar com calma só fará com que tropece um pé sobre o outro. Só terá queda e arranhões no joelho. E no levante, é sempre possível recuperar o caminho. A gente acha que quando a gente corre e o desespero está infundado nos olhos, a gente chega mais rápido, mas na verdade é o contrário. É a paralisação que encontramos na próxima esquina. E no final correr, parece que não serve para nada. Só está ali para deixar nossas pernas ainda mais cansadas. E para fazer perder a beleza emergir nos olhos.
Tiro o elástico de borracha das flores de corte e coloco em cima da mesa. No vaso já com água fresca, coloco uma por uma por vezes tocando de leve as suas pétalas sensíveis. Depois fito o elástico abandonado no canto faltando um fio para se romper. Esticado de todas as formas até a borracha chegar no limite. Nas minhas mãos o coloco, e em um simples movimento ele se parte em dois. Mesmo que eu o amarrasse ele não ficaria o mesmo. E é isso que acontece quando deixamos que ultrapassem os nossos limites. Quando permito que rompam com essa linha tênue, já sei qual caminho de destino. A gente permite por medo de abrir a boca e transferir o não. Para o outro, para nós mesmos. No fim de tudo, quem despedaça somos nós, não quem rompeu com a nossa barreira.
Admiro as asas que batem suaves ao vento, até emergir na certeza do pouso. E ali contemplo. Na luz que adentra os olhos furtivos, encaro a certeza ainda maior de que não quero esperar tanto para encontrar a beleza que não mora apenas no céu azul, mas também dentro do casulo. Mesmo que na pele ainda vista lagarta.
Por muito tempo o silêncio foi a companhia mais leal à minha boca. Dela a palavra se perdeu. Engoli e com força o vômito, o suspiro, o choro, o rancor, a dor, a raiva. Às vezes, até mesmo a alegria. Esse medo bobo de desagradar que implantaram dentro de mim. E nesses movimentos caóticos me perdi dentro de mim mesma. Me afoguei no mar de palavras que permaneceram em tempestade, me puxando para dentro, não permitindo emergir. Esse mar que me tira a liberdade e que me faz muda diante, principalmente, daquilo que me fere a pele. E venho escolhendo todos os dias a desaprender o silêncio. A reencontrar a palavra, a não mais engoli o que me tira o sono. O que deixa na boca um sabor amargo.
Me recuso a ser definida por um mero vislumbre de quem passa correndo e se esbarra comigo. Me recuso a ser definida por olhos que projetam seus desejos nos meus. Sou tantas. Sou múltipla. Carrego tanta vida. Tanta morte. Carrego tanta história tatuada na pele suada e que divide cicatrizes e algumas inflamações abertas. Carrego tanto amor, mas também tanto ódio. Não me canso de dizer que sou. Que sou muitas. Tão doce como mel. Tão azeda como biribiri chupado com sal. Sou santa e profana. Sou mansidão em mar em um dia perfeito de sol. Sou água raivosa em seu pico alto em tempestade. Eu sou tantas. A menina, a mulher. A princesa e a bruxa. A bruxa. Eu sou tantas. A real, a mágica. A esperança, a trágica. Que não quero ser definida apenas por um mero vislumbre de quem passa correndo e se esbarra comigo.
Saber sentindo a vida e sua dinâmica em movimento, é acolher que nada é igual nesse agora. A continuidade da dança da vida, marca o presente com sua perspicaz coerência de jamais ser a mesma, portanto, tomar a si ou qualquer outra referência pelos passos marcados que os pensamentos traduzem, é querer parar a roda e fixar a fluidez da existência; acreditar na estagnação do "ser" e limita-lo ao tempo e espaço, inexistentes.
E quando se tem a mania de escrever, é assim: transformamos dores, alegrias, tristezas, sentires variados, em letras, palavras que formam frases. Algumas curtas, outras nem tanto. Mas, que muitas vezes, saem como/ ou no lugar das lágrimas, das dores que costumam, pela sensibilidade exagerada, serem igualmente exageradas, intensas. E transbordantes. Mas igualmente são sentidos os sentires de felicidade. E igualmente saem interpretando os sorrisos, ecoando as gargalhadas!! Em letras que se juntam, e formam palavras, que em sequencia, viram frases, textos. E assim, nos aliviamos, nos expressamos e compartilhamos o que acontece aqui fora, e nos atinge aqui dentro!
Quer saber a real? Tô cansada. Cansada de me importar com coisas que não deveria dar a mínima, cansada de me sentir péssima por coisas que são incontroláveis, cansada de ter que ler e ouvir coisas de gente que não me quer bem. Tô cansada disso tudo e mais um pouco. O fato é que eu não deveria ligar para suas palavras, eu não deveria me deixar abalar por elas. Porque é verdade incontestável que pessoas amargas falam coisas amargas só pra fazer pessoas doces serem tão amargas quanto elas já são.
Diante dos impulsos em mim e além de mim que me levaram, muitas vezes, a me "encaixar" a algo ou alguma coisa, sempre me vinha uma sensação de sufocamento ou até mesmo pavor e sempre, mesmo que por algum tempo experimentando esses encaixes, sempre "desencaixo" e por isso, sou grata a esse "natural" movimento que sinto tão presente a me arrastar para fora desses padrões ou pelo menos, pensados padrões, e mais, grata por me impulsionar cada dia mais para perto de mim e ir me mostrando quem sou.
Sempre me perguntam de onde tiro esse sorriso, essa alegria e esse ânimo de viver, essa confiança inabalável, essa fé indestrutível e essa força para sempre vencer. Sempre querem saber de de onde tiro a esperança no amanhã e a certeza que nada poderá me abalar e que sou capaz de superar tudo. E eu sempre respondo: "Eu tenho Deus na minha vida e no meu coração."
Sempre me perguntam de onde tiro esse sorriso, essa alegria e esse ânimo de viver, mesmo passando por tantos momentos difíceis. Sempre me perguntam de onde vem essa confiança inabalável, essa fé que se renova e essa força para sempre correr atrás da vitória. Querem saber de onde tiro essa minha esperança no amanhã, a certeza que nada poderá me abalar e que sou capaz de superar. E eu sempre respondo: "Eu tenho Deus na minha vida e no meu coração."
- Louvar, exaltar e engrandecer somente o nome do Senhor. Presenciei um momento de oração em que um jovem, a cada dez palavras mencionadas, nove destacavam sucessivamente o nome do inimigo. O nosso Deus é tremendo, faz tantas maravilhas, por que não falar mais dEle? O momento do culto é precioso e a oportunidade vem de Deus. É preciso pedir a direção do Espírito Santo para fazer bom uso da palavra e contagiar os demais com a graça do Pai, porque o lugar do diabo é no inferno e não na boca de um servo do Senhor!
- Atualmente os que têm ido ouvir a palavra de Deus nas igrejas precisam ter mais discernimento do que ao que vai para anunciar, pois é preciso muito entendimento do Espírito Santo para saber quando o dirigente fala pelo Espírito e quando fala pela própria carne, expõe sua visão e não a que Jesus ordenou. Para anunciar o evangelho é preciso manter-se em humildade. O que mais se vê nos dias de hoje são pessoas que pregam como se já estivessem com um "pé no céu", usando da autoridade para apontar os demais. Ei, estar à frente do púlpito ou altar não significa que você está salvo, mas sim que, como qualquer um em meio aos fiéis, você está buscando a santidade e, consequentemente, a salvação. A palavra do Senhor é clara neste aspecto quando diz: Não multipliqueis palavras de altivez, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus de conhecimento, e por ele são as obras pesadas na balança. (1 Samuel 2:3). Se em qualquer palavra dita pelo cristão deve haver sabedoria, imagine nas mencionadas em favor das almas para o reino de Deus!
- Ei, se soubesses da grandeza do amor de Deus, deixarias imediatamente de mendigar qualquer "amor". Na maioria das vezes o ser humano tem mania de ver para crer. Assim como diz na palavra (João 20), Tomé não acreditou quando lhe disseram que o Mestre estava vivo, precisou ver, tocar Jesus concretamente. Da mesma maneira acontece conosco, necessitamos de amor, mas damos preferencia àquele que podemos tocar, sentir o calor humano. E o amor que exige visão espiritual para senti-lo, onde fica? O amor de Deus é diferente, é excepcional, cabe a nós querer identificá-lo. Querer? Sim! Querer, porque o amor que o Senhor tem por nós está mais que "na cara". Relembre a sua história de vida, certamente há inúmeros milagres. Jesus não veio, materialmente, até você, mas se manifestou de alguma maneira, não é mesmo? Duvido haver uma vida, que não tenha sido tocada pelo incondicional amor de Deus!
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