Textos de Saudade

Cerca de 12264 textos de Saudade

⁠INVOCAÇÃO

E quando a saudade for um passado
Pra habitar, por fim, a sensação fria
Nesse momento de soltura e valeria
Eu peço que o carinho seja louvado
Não quero ter sentimento neste dia
Pois, nesse afeto fui tão enamorado
Se o ocaso quis ter o revés ao lado
Da agrura, imploro, que seja vazia

Depois que tudo mudar, tudo se for
Não faça do meu olhar abandonado
Quero o surgir de um apego maior
Se já te perdi no desfolhar do fado
Quero noutra vida tê-lo meu amor
Existindo no que nos foi negado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, outubro, 2021, 01:50 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠VOU DEIXAR PARA AMANHÃ

Vou deixar para amanhã. Está saudade
Hoje vou viver a poética, seja qual for
De dor, choro ou o verso pela metade
Vou lamentar amanhã, hoje quero flor
Agora é viver o sentimento de verdade
Ter vontade, ir em frente, ter o melhor
Amador e amante, com toda qualidade
Sem censura, uma aventura sem pudor

Hoje é liberdade. Agora é o que soma
Sem hora, lugar. Aquele afável aroma
Talvez me encontre e o amor imprimir
E, assim, então, sentir a sensação luzidia
A poesia encantada de encanto e magia
Vou deixar para amanhã, hoje vou sorrir!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13/11/2021, 19'11" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠EXÍLIO

Cobriu-me de tristura o ocaso pardo
Um aperto n’alma fino e sem trelas
A saudade com sensações donzelas
E o silêncio que pesava como fardo
E, cá neste soneto um penar guardo
A tatear as imaginações tão singelas
Arrancando emoções sem ser belas
Pra ferir a poética com duro dardo

E, vai, assim, em um versejar forte
Rogando em vão a esmola da sorte
Tragando a ilusão das covas rasas
Bardo triste afetivo em tuas prosas
Sou choro, sou riso, sou mais rosas
Amargo trovador com exiladas asas...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 dezembro, 2021, 05’40” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DIÁLOGO

Saudade torturante, é assim que te suponho
Com a sofrência a pisar na emoção sofrida
Nas dores letais dum sentimento de partida
Deixando estar o coração árduo e medonho
Quando tu vens apertando o sentido da vida
Imploro, sussurro, e na tua suplica deponho
Meu silêncio, meu choro, o apagado sonho
Hão de te tocar, sem me espancar, dor doída

Que seja sempre mais, e não apenas externo
O afeto mais profundo a tudo quanto existe
Sem o peso do vazio e do desejo subalterno
Vejo-te sempre passageira, fugaz para o triste
E, como uma emenda no desencontro traidor
Confessor, nesta tão inquieta tortura de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 dezembro, 2021, 14’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SENSAÇÃO

Sagaz e singular, a saudade é sombria
e, senhora sanha, sufocante. Saboreia
ser saudosista, uma sovina que serpeia
a satisfação. Serelepe. Ao ser surrupia!
Sempre súdita e sorumbática, semeia
sobretudo severidade, no sofrer sangria
sangra ao sentir, sente o que não sentia
sacode a sabedoria e ao saber saqueia

Sopro sucinta sopra o súbito que suspira
sacode solenemente a solidão suprema
sinistramente, numa sinistra segregação
Sobre o semblante, sombra, susto e sátira
suplica a soluçar no sentimental sistema
socando o surreal na sabatinada sensação...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 dezembro, 2021, 11’14” – Araguari, MG
Parafrase José Rodrigues Pinagé

Inserida por LucianoSpagnol

⁠HORA CREPUSCULAR

Passei a saudade pela hora crepuscular
De um inverno esfumaçado e tão parco
Pela esquina a melancolia vi murmurar
Onde transita infelizes do penar charco
Pedaços de mim, reparei, então, espalhar
Tentei recolher, rejuntar, mas era anorco
O sentimento. E no peito ardia sem sanar
Dos deslizes do coração cheios de marco

Lembranças sussurravam quanto passava
Questionando porque bramindo eu estava
Qual ausência me feriu, doeu tanto assim
E o pôr do sol que escorria pelo cerrado
Fazendo de meu sentir infeliz e calado
Se apartou, sem um ilusório para mim...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro, 2021, 20’51” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O CAIS DA SAUDADE

Mas sem a lembrança e o vazio, sofreguidão
Como sentir o pranto, dor se pouco se sentia
Dos contrastes do fado nosso: tristura, alegria
No começo onde se quer harmonia e sensação
Pois, no meu querer, o meu apego é vigilante
Constante, infiltrado na emoção que conforta
Que consola, sente, mora e a sedução aporta
Me colocando próximo, embora tão distante

Tenho tantos caminhos e diversos cansaços
Muitos os lamentos nos abraços dos braços
Na busca daquele porto seguro, minha vida!
E cá, tal navegante a beira do cais, sussurrante
No pôr do sol do cerrado, um solitário errante
Vivo a suspirar a saudade na solidão sentida...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16 dezembro, 2021, 11’22” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A VOZ DA SAUDADE

Se a madrugada, acordada, plena
Branca de luar e a sensação vazia
A emoção apertada de um dilema
Faz o peito ranger de dura agonia
O silêncio na imensidão extrema
O pensamento a situação irradia
Tal um sofrente e sentido poema
De ciciosa insônia, aguada e fria

E o coração se cala no que sentia
A escuridão fala pra dor da gente
Como um canto de acre soledade
Num tom dolente a falta arrepia
Porque mais que o ruido ardente
Vozeia a voz acética da saudade...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 janeiro, 2022, 15’34” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INQUIETAS SAUDADES

Elas chegam como à flor pendida
Mirrando o peito, agasta sensação
Ou como a dor a cutucar sentida
No desejo, no espírito, no coração
Elas chegam tal senhora da vida
Doída. E o agrado clama em vão
Numa fereza e ousadia incontida
Arrancando o sossego da razão

Inquietas saudades, até quando?
Está lágrima a me rolar chorando
Gastando, tão de aflição demais
Desvanecido resta o sentimento
Sussurrando a todo o momento...
Ufanas, elas tragam mais e mais

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01/02/2021, 19’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠“Volontà di”

Perdido aqui, num poema sem direção
entre saudades, solidão e tanto pelejo
que ao estimar tanta sensação, desejo
usar cada sentido e cada pura emoção
Do coração um olhar repleto de paixão
aquela visão numa poética em cortejo
de poetar a quem mereça o doce beijo
abraços, em resumo uma grata razão

Aquelas odes bem talhadas, diferente
repletas dum sentimento inteiramente
pairando numa vontade farta de ardor
Aquelas odes com tudo, não metade
que nos carrega além da eternidade
as autênticas prosas do total amor...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 fevereiro, 2022, 15’42” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠“CUGINA” FLÁVIA

Se da morte predomina a saudade
Da saudade a lembrança de porte
Doce menina, nunca pela metade
Tenho na falta uma saudade forte
Um vazio tão cheio de recordação
Que invade a todo momento o dia
Pulsa abafante, árduo. Tristura não
Pois deixaste aquela boa simpatia

E, tenho da privação aquele pesar
O teu olhar arraigado no passado
Numa carência do silêncio a surrar
Ah! o tempo distância mais e mais
Mas também abrevia o reencontrar
Pois, tivemos a regalia de te amar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 de março, 2022 – Araguari, MG
*data natalícia da prima Flávia Magalhães Nogueira (In Memorian)

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VOZ DO VENTO

Uma agonia! a voz do vento que murmura
No cerrado, sussurrando aquela saudade
De outrora, em uma sensação pela metade
Sobra de um sonho, esquecido numa jura
E o vento no terreiro vai pela noite escura
Gemendo entre os galhos tortos em riste
A melancolia n’alma e no coração insiste
Expondo ao verso um versar com tristura

Vai e vem, bafeja, suspira, queixa, farfalha
Um vendaval choroso, cortante tal navalha
Revivendo aquele amor perdido. Um talvez
Ah vento! Quanto falta, ah! quanta solidão
Que sinto no peito, que se vai na vastidão
Ermo, dos mimos ameigados a minha tez...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 março, 2022, 14’21” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AINDA...

Saudade! como negar sua existência, ouvindo
nas entranhas do peito este sussurrar de dor
comichando, num suspirar profundo, infindo
quando se tem a lembrança do antigo amor
Tudo uma solidão, vazio, o aperto intervindo
naquela sensação de agrado, o talvez supor
olhos lacrimejados, e aquela angustia vindo
deixando inquieto o propósito de um amador

Ah! amar, de uma poética doce e abundante
em cada querer a jura, uma ilusão fascinante
que pulsa o coração e tem a alegria tão linda
E, assim, no tempo andarilho, a falta palpita
a emoção soluça, recorda, transborda e grita
numa poesia que insiste, que persiste ainda! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 março/2022, 19’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SAUDADE AJOELHADA

Cá, sob este chão de superfície rude
de pouca chuva, seco, natal morada
meu eu, jaz pra sempre em plenitude
a causa da minha narrativa poetada
Fora-se-me nostálgico a cada parada
e, vãos, os sonhos da terna juventude
aqui, pelas calçadas, firme e devotada
lembranças, de um tempo de virtude

Repousa, cá, em paz sob este sertão
emoções, as recordações, do genuíno
sentimento... suspirados do coração!
E, cada sensação sentida, sussurrada
da alma, mescla com o dobre do sino
da Matriz, pondo a saudade ajoelhada...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 abril, 2021, 13’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO RETROSPECTIVO

Ah! se da saudade, agora recordando
um aperto de lembrança a lagrimejar
quando só era para, assim, ir levando
a tal sensação que tem ao saudosar
Ah! olhar, mãos, que, mimam, quando
por entre afogos, tem, aquele gostar
que, de novo, robustecido, vai dando
na recordação, que então, faz suspirar

Porquê da prosa, o mesmo persistir
que sussurra n’alma e faz mais sentir
desesperações da infortunada sorte
Do silêncio a quietude, unicamente
murmúrios, que ativa o dia poente
arrastando a noite, insone, sem suporte...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16, abril, 2022, 18’45” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ALHEAMENTO

Quase não tenho mais a falta... Enfim,
de ti, um vazio a poetar. Rara a saudade
suspiro, aperto no peito, a dor de festim
no mais brando e favorável alheamento
Se atormento, é mais um pensamento
cá na solidão, a solidão poente, no fim
a escrever sensações, e o sentimento
vai me ensecando d’alma, tão, assim!

Razão não mais tenho pra outro gesto
se o tato foi mentiroso, pouco modesto
não foi de um meu capricho este intento
E, cá no silêncio o olhar, meditabundo
e a emoção partida e levada ao vento
tudo, sustentado apenas num segundo

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de abril, 2022, 22’22” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ABANDONO

Talvez, tudo, já ti tenhas esquecido
A saudade já não é mais frondosa
Em uma parte do passado, a rosa
E os ternos suspiros já sem sentido
Perdeu-se aquela forma carinhosa
Pois, agora, um vazio enternecido
Aquele palavreado a nós divertido
Se calou, o que já foi a boa prosa

Do olhar, apenas, breve recordar
Da rizada, dos gracejos, um dia
Cá na ilusão, o apesar, contudo
Só, errante, a poesia a murmurar
Sob o céu do cerrado, penosa via
Passado, deves ter esquecido tudo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de abril, 2022, 11’38” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PRELÚDIO

Estes versos que faço estão dispersos
Em uma saudade que me faz perdido
Tal um bardo com versos sem sentido
De sentimentos duramente perversos
E a intensidade de afeto encandecido
No olhar, agora, vazios, e tão reversos
No acaso vil, fadados a findar imersos
No silêncio... de um poetizar repartido

Versos sem poética, sem a singeleza
De um toque, do cheiro, e da certeza
Do ter mais. Um prelúdio enfadonho!
Falte tudo ao aconchego, a inspiração
Mas, me reste a sensação da emoção
Da paixão na poesia, cheia de sonho!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 de maio, 2022, 04’39” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SENTIDO

Eu te poeto, todavia, porque és, ainda
O bem querer, a saudade, a poética face
A ternura, a doçura, o desejo que nasce
Um ardor na sensação que nunca finda
Eu te poeto a paixão, que é bem vinda
Num canto, no doce verso, no repasse
De amor, te daria o sonho que sonhasse

Em um soneto com aquela emoção linda
Te daria, mas, ah o “mas”, ó meu Deus!
Pouco tenho, os mandos não são meus
E, cá nos versos uma inspiração sentida
Sem encanto, magia, prosa sem beleza
Vertidas na poesia em tons de tristeza
Tal qual, em um bilhete da despedida!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de maio, 2022, 16’17” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DESMEDIDA

Quem diz que da saudade é indiferente
Mente, ou simplesmente é um fingidor
Pois, não se mede a quantidade de dor
A quem duma privação, privação sente
Quem suspira, aquele suspiro de amor
Se de uma falta a sede não é suficiente
É porque do vazio, é vazio inteiramente
Sem valor. Ou, apenas, de pouco ardor

Não há um sentimento pela metade
Nem cinquenta por cento de saudade
Se tem ou não tem... - é desmedida!
E quando a nostalgia chora profundo
Deixando o pensamento moribundo
Em vão, tudo é sem sentido, sem vida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 junho, 2022, 14’20” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp