Textos de Rita Lee
Em todas as fases da minha vida letras se formam, confortantes textos abraçam meus momentos solitários e dão vida a vida que se morre, e aos sonhos que escapam entre os dedos.
E assim será.
Procuro em mim, eu mesma
Porque me perco, escapo a essência, não sei quem sou e também não tenho certeza do que fui, se fui certa ou errada, se fui bem ou se fui mal...só sei que em algum momento entre o sim e o não eu me perdi, e não escolhi.
Um texto assim que me conte como eu sou, senão me esqueço. Palavras que me tranqüilizem no meio dessa doença que é se perder dentro de si. Letras que juntas dê gosto de passar os olhos porque não estão simplesmente ali, ficam aqui dentro do coração, por que palavras são sentimentos, palavras são sagradas, ditas ou lidas.
Transmitimos o que somos e somos o que cultivamos de nós ao longo da vida, estou aqui com quem fui um dia, sou o que fiz, o passado é o agora, e no presente procure não se arrepender.
Respeite seus momentos, respeite seus sentimentos, ninguém nunca foi "felicidade" uma vida inteira.. Fique só quando sentir que é melhor, não se julgue por preferir a solidão, há lugar para tristeza assim como há lugar para alegrias e comemorações, então se acalme entre suas fases, procure se elevar e evoluir!
E o futuro... apenas planeje, não desista e tente!
Siga seu coração...
Tenho escrito tanta coisa.
Tantos textos tristes.
Sobre o que perdi, o que estou perdendo, e o que ainda vou perder.
Às vezes me pego achando que estou me tornando um escritor.
Cheio de ideias.
Um cientista da dor.
Alguém que entende o peso das palavras e os silêncios entre elas.
Penso que talvez eu esteja ficando mais inteligente.
Mais lúcido.
Mais capaz de observar o mundo com uma clareza que antes me faltava.
Mas, no fundo, o que mais vejo — o que mais sinto —
é a minha tristeza.
Ela está em tudo que escrevo.
Mesmo quando tento falar de outra coisa, ela escorre pelas entrelinhas.
Como se fosse a única coisa que realmente não me abandona.
E é estranho isso:
transformar dor em frase,
solidão em parágrafo,
falta em ponto final.
Frases, textos e citações by Josy Maria
Quinta-feira, para hoje...
Mesmo que as coisas estejam difíceis agora, lembre-se de que você já superou muitas dificuldades antes. Você é resiliente, pelas suas vivências, você sabe, e você pode superar isso também. Sua força está aí, dentro de você. E, muitas vezes, nos momentos mais angustiantes, é quando nossa força interior realmente se mostra. Acredite em sua capacidade de se recuperar, vai passar. A vida muda constantemente, a cada dia, somos diferentes do que fomos antes, mesmo que não percebamos. Então, não importa quão difícil a situação possa parecer, lembre-se de que isso também passará, e tempos melhores virão. Mantenha viva em seu coração a chama da esperança que aquece diante do gélido sentimento de desespero. Lembre-se, um passo de cada vez, e Deus à frente de tudo.
Josy Maria
Crônica: O Mapa dos Textos Inacabados
Existe uma tirania da página completa. A exigência de que o pensamento seja redondo, a frase, lapidada, a ideia, finalizada e assinada com um ponto inquestionável. Mas a vida, convenhamos, não é feita de tratados; é feita de sussurros interrompidos, de notas de rodapé que nunca chegaram ao livro e de rascunhos rasgados.
Aqui reside o poder dos pequenos textos inacabados e eficazes, intrépidos e vorazes que falam sobre você.
Eles são a nossa verdade mais bruta, a confissão não autorizada pelo censor interno. Pense nas listas de supermercado rabiscadas, que revelam não apenas a fome, mas a pressa, a desorganização charmosa, a prioridade daquele dia. Pense nas mensagens de texto digitadas e apagadas, aqueles dez segundos de fúria ou de amor inarticulado, que morreram no limbo digital, mas que continham a essência do que a sua alma gritava.
Esses fragmentos são eficazes porque ignoram a burocracia do bom-tom. Eles não têm tempo para introdução, desenvolvimento e conclusão. Vão direto ao ponto nevrálgico: o desejo, a dúvida, o pico de alegria. Um haicai mental que, por sua incompletude, nos força a preencher as lacunas, convidando-nos à intimidade.
São intrépidos porque ousam ser feios. Ousam ser mal escritos, gramaticalmente incorretos, ou até mesmo incompreensíveis para qualquer um que não seja o seu criador. Eles quebram a regra de que a arte deve ser perfeita. São a prova de que a vida é um borrão maravilhoso, e não uma aquarela de precisão cirúrgica.
E são vorazes. Devoram a máscara social. Enquanto o seu currículo, sua biografia e seus posts cuidadosamente filtrados buscam construir a imagem de quem você gostaria de ser, o texto inacabado revela quem você é. Ele carrega o cheiro da ansiedade que o fez acordar às três da manhã e o arrepio do insight que durou apenas um instante.
O Ser Humano, afinal, é um projeto inacabado. Somos a eterna promessa, nunca a realização total. E é por isso que esses pequenos textos, que não pedem licença e não esperam aplausos, são os mapas mais honestos. Eles são os vestígios da sua mente em estado de fluxo, a prova de que a maior poesia está no que não foi dito por inteiro.
Portanto, olhe para os seus fragmentos. Eles não são falhas. São o seu diário mais íntimo, a crônica mais verdadeira de quem você ousou ser, mesmo que por apenas um instante e meia linha. A incompletude é a sua assinatura mais autêntica.
Esta incompletude é também um ato de resistência contra o "culto do impecável". Vivemos na era da curadoria da vida, onde tudo deve ser filtrado, editado e exibido como uma peça de museu. O fragmento, no entanto, recusa o palco; ele reside na margem do caderno, no verso do guardanapo manchado, na nota de voz que é cortada pelo barulho de um carro. Esse é o seu território sagrado: o não-lugar da performance.
Nesses nichos de verdade, a clareza chega como um raio, intrépida, e se esvai antes que possamos vesti-la com palavras adequadas. O texto inacabado é o registro exato desse instante fugaz de lucidez, antes que a razão o domestique. Ele é um pacto consigo mesmo: a promessa de uma ideia que talvez nunca se concretize, mas que foi, no seu nascimento, absolutamente vital. É o seu código secreto, a sua língua franca com o seu próprio inconsciente. E é justamente por serem inacabados que eles permanecem vivos. Se estivessem completos, seriam memória; como fragmentos, são eternas possibilidades. Somos todos, no fundo, a soma voraz desses pequenos textos à espera de um final que, poeticamente, nunca chegará.
E é nessa espera, nessa promessa suspensa, que encontramos a liberdade mais pura. O texto completo é um corpo fechado; ele não pode mais mudar, não pode mais se contradizer. Sua verdade é finita. Já o fragmento, o pequeno texto voraz, mantém todas as suas portas e janelas abertas. Ele carrega consigo o peso do "ainda não", a energia do "e se". Essa incompletude nos obriga a voltar, a tentar de novo, a continuar o diálogo com a página, com a vida. No fundo, a crônica da nossa existência é apenas uma coleção de começos brilhantes e meios confusos. E o maior ato de autoconhecimento é amar esse caos, reconhecendo que a única forma de o Ser Humano não se tornar um objeto de museu, frio e intocável, é permanecer, para sempre, um rascunho apaixonado.
O nosso legado, quando partirmos, não será a obra terminada que deixamos sobre a mesa, mas sim a pilha de papéis a meio. Não é o livro publicado, mas a anotação na margem que revela a dúvida mais íntima do autor. O que fala verdadeiramente sobre nós é o conjunto de pontos de interrogação que não conseguimos resolver, as ideias que foram grandes demais para caber numa única frase. São esses fragmentos de pensamento, carregados de vida não vivida e intenção pura, que se tornam convites para quem vier depois. São a nossa maneira de dizer: "Continue, a história não é minha, mas nossa". E assim, nesse mapa voraz e intrépido de textos inacabados, encontramos a nossa mais profunda e mais humana imortalidade: a de sermos possibilidade até ao último suspiro.
Pelo dia que chega...
Pelas novas oportunidades que virão.
Pela chance de dar e receber amor.
Pelos que chegam sorrindo.
Pelo jeito simples de ver a vida.
Pela leveza na alma.
Pelo poder de escolha.
Pelas lições que auxiliam.
Por todo o bem que me cerca.
Pela proteção do alto.
Gratidão!
Rita Maidana
APENAS AMOR
Ninguém mais compreende a intensidade da vida. Falta amor, carinho, compreensão. Faltam os valores que se perderam com o tempo e ninguém consegue achar. Deve ter ficado em algum lugar esquecido, esperando ser resgatado.
Às vezes sinto uma sensação de vazio. Noutras esta sensação vai embora, ficando apenas o momento e o que restou dele. Muitas vezes este momento se torna inesquecível, apesar de nada ter acontecido.
Falta vida. Vida com cores fortes e vibrantes. Faltam pincéis. Faltam as próprias tintas que deveriam estar escorrendo entre as veias e vertendo pelos poros. Faltam no mercado as telas. Faltam atributos que coloririam a vida com tamanha intensidade.
Falta sensibilidade para entender que as cores da vida estão relacionadas ao amor. Amor de várias formas e ângulos. Amor sem limites. Amor de todas as cores. Amor sem uma relação certa. Apenas amor.
UM SALVE.
Pra quem chega sem cerimônia de peito aberto com um sorriso no rosto trazendo alegria.
Pra quem caminha leve, porque não usa de falsidade pra conquistar o que quer.
Pra quem é leal, verdadeiro nas palavras e amizades.
Pra quem auxilia sem cobrar nada, porque conhece a necessidade, a aflição e a bondade.
Um salve pra quem dribla as ciladas da vida com malandragem e atrevimento, mas como é do bem, não prejudica ninguém.
Um salve pra quem é de luz, pra quem é de fé!
Rita Maidana
Amigo não tira a paz, não invade o espaço.
Amigo é calmaria é medida certa.
Amigo não chega de hora em hora para cutucar com assuntos que doem.
Amigo abraça na dor e silencia quando machuca, sente junto e só.
Amigo não usa meias palavras, palavra de amigo é inteira.
Amigo não expõe o outro diante dos olhos e ouvidos alheios.
Amigo acolhe o silêncio da gente.
Amigo é anjo que nos abraça quando a gente desaprende a voar.
Amigo é laço e não nó, amigo é “presente”.
Rita Maidana
Hoje tenho mesmo, saudades tuas.
Saudades mesmo!!!
Daquelas saudades que nos desarrumam as ideias.
Que revolvem lembranças e sacodem a memória.
Saudades que se sente na pele e que nos moem por dentro.
Tenho saudades tuas.
Saudades desse abraço enorme que me envolve por completo.
Saudades desse olhar de miúdo que me derrete.
Saudades do nosso riso e das nossas conversas sem fim.
Hoje tenho saudades tuas.
Mesmo!!!
Saudades de ti.
Saudades de nós...
Ando economizando palavras, evitando confrontos, desgastes, cansaço. Tenho poupado minha alma de gente que exauri a vista, o ouvido, o espírito do outro com conversas e atitudes que levam a gente para baixo, para o desânimo, a descrença de tudo.
Tem momentos que a vida pede sossego, o coração pede um carinho, o corpo quer relaxar. Ando prestando mais atenção em quem chega sem barulho, de mansinho para somar, naquele que já está e em quem realmente se importa, em quem quer compartilhar, caminhar junto.
Ando prestando atenção nos sinas internos, ando assumindo enfim a responsabilidade de cuidar de mim. Não é egoísmo é intuição, sobrevivência. Às vezes parar e avaliar a jornada é preciso, balanços são necessários, silêncios revitalizam, nos recomeçam.
Ando buscando paz, energia boa, ando respirando tranquila, mais espaçado, com a mente e o corpo mais leve. Ando recomeçando.
E o melhor de tudo, estou me acostumando com este jeito bom de viver a vida.
Rita Maidana
Eu quero um tempo tranquilo como passarinho na janela.
Quero um dia bonito como jardim bem cuidado na Primavera.
Quero um canto com sossego, um cantinho de paz.
Quero dividir panela de brigadeiro com os amigos, somar naquela campanha do bem, multiplicar os sorrisos e abraços que recebo.
Quero surpresa bonita chegando de mansinho só pra me deixar feliz.
Quero pra mim e pra você também.
Rita Maidana
"É a passarada acessa, o cheirinho de café, de pão fresquinho na mesa. É o ar puro da manhã... É a flor desabrochando enquanto o orvalho escorre pela folha... É esse sentimento de que a vida recomeça quando o sol cruza pela fresta da janela.
É tanto milagre acontecendo pro dia nascer e a gente acordar acreditando na boa vontade de Deus.
Impossível não perceber, entender e agradecer...."
"Bendito seja este e todos os outros dias!"
Metade de mim apetece-lhe o abraço.
A outra metade levanta a cabeça e segue o caminho.
Metade de mim quer sofá e aquela música. (O Vento)
A outra metade decide antes ir passear.
Metade de mim quer ouvir a tua voz.
A outra metade desliga o telefone.
Metade de mim apetece-lhe o beijo.
A outra metade decide ignorar.
Metade de mim apetece-lhe parar.
A outra metade obriga-me a continuar.
Metade de mim quer esquecer-te.
A outra metade obriga-me a lembrar.
Outro dia alguém perguntou, por que falar só de coisas boas. Como não sentíssemos dor, tristeza, como se em nossa vida não houvessem medos, dúvidas, tropeços, decepções.
Há sim, muitos! Somos normais, cheios de imperfeições, sofremos, erramos, pecamos, magoamos, somos magoados. Vida normal, idas e vindas... sufoco, rotina...
Mas optamos por não espalhar esse tipo de vibração, não compartilhar o lado feio dos nossos sentimentos e atitudes, muito menos as do outro.
Máscaras? Mundo cor de rosa? Ilusão? Não! Opção, escolha, filosofia de vida.
Optamos por, mesmo que para poucos, transmitirmos energia boa, amor, paz, fé... luz.
Todo dia temos em nossas mãos muitas sementes, e muitas escolhas. Nosso esforço é para que não sejamos nós a espalharmos as de erva daninha, que fere, machuca, contamina o verde da esperança dos corações que acordam cheios de positividade. Para que não sejamos nós os que chegam dizendo aos que sofrem, que as dores não passam. Sabemos que de um jeito ou de outro, um dia tudo passa...
Todo dia temos sim muitos caminhos, e apesar de nossos tantos defeitos, escolhemos o do bem, da claridade, se não para nós, ao menos para aqueles que cruzam por nós.
Se isso serve de resposta aos que questionam nossos pensamentos e nosso jeito de ser, também serve de afirmação aos nossos corações que dormem e acordam cheios de incertezas.
Tudo tem um sentido! Tudo faz sentido quando você se propõe a observar, aprender as lições.” Quando você sente na pele e não fecha os olhos, não cruza as mãos, os braços, quando sente na alma e no coração.
Rita Maidana
AUTENTICIDADE
Para me atingir é preciso estar no mesmo patamar. Não admito e nem deixo entrar quem não convido. Minha sala de estar está sempre aberta para aquelas pessoas de alma limpa, de espírito puro e livre como o meu. O resto são baboseiras. Não me venha com lero-lero. Ou é ou não é. Comigo não tem meio termo. Tudo é colocado em pratos limpos.
Não tolero pessoas de duas caras, que vai aonde a onda leva. Tem que ser autêntico (a). A autenticidade é um documento de identidade que carregamos desde a nossa concepção. É a certificação que mostra quem realmente somos.
Só me convide se realmente me considerar uma pessoa que está à altura do convite, senão, deixamos de hipocrisia. Deixamos de lado as cerimônias. Só pessoas hipócritas fazem convites sem importâncias. Só os hipócritas acreditam que estão sendo generosos e autênticos fazendo isso. Só os hipócritas se auto-intitulam as “celebridades do momento”. Só os hipócritas não têm créditos nem com eles mesmos, quanto mais com os outros.
Vivemos numa era em que tudo está tão virtual, tão frio, tão sem emoção. Sejamos diferentes, quentes, arrojados, fortes e com ideais. Sejamos pessoas de bem, pelo menos enquanto convivemos com pessoas. Sejamos humildes enquanto pobres mortais. A arrogância só tem espaço para aqueles que vivem num mundo de ilusões.
Aquieta-te
Aquieta-te, coração,
Que a chuva cai lá fora
E a tempestade raivosa ruge com seus trovões
Intempestivos e ameaçadores
Aquieta-te, pois os lamentos da minh’alma
Cantam em júbilo louvores a ti.
Aquieta-te, coração,
Até que a primavera chegue novamente
E os lírios floresçam nos verdes vales sem fim
Irei respirar teu aroma deixando minha alma adormecida...
Aquieta-te e ouve minha longa história
Vê quantos segredos enraizados numa penúria sem fim
Tento arrancá-los, mas, suas raízes são profundas e velhas.
Difícil tarefa com minhas mãos frágeis.
Vê, coração, quantos anos se passaram
O pêndulo do imortal segredo guardado continua lá
Na quietude do abismo onde o sol nasce e
O véu da escuridão aguarda o pôr do sol.
Canta meu coração, eleva tua voz aos céus
Arranca as penúrias da alma
Que as trevas evaporem nas ruínas infinitas
E a aurora desponte no limiar do amanhecer...
Tenho levado uma vida um pouco vazia eu sei. Não porque eu tenha escolhido, mas, porque há certas situações que me detém a isso. Procuro o preenchimento que defina cada parte de mim. Procuro o caminho que me liberte destas amarras.
Eu sei que é difícil desapegar totalmente e libertar as correntes que prendem meus pés. Sei também que ficar no auge sempre é necessária muita determinação. Como também sei que viajar nas asas da vida requer sabedoria.
Por motivos promíscuos tudo tem me levado a um mundo um pouco fora do planejado. É um Mistério subjetivo que me mantém fora um bom tempo e é isso que me faz ver que a vida seja um pouco vazia.
Que a sabedoria me acompanhe sempre...que eu saiba determinar o melhor.
Ouve
Ouve o vento!
Como ele canta baixinho
Tentando me avisar
Que pensas em mim
E me chamas para te amar.
Ouve! Ouve o vento!
Ele grita, sacode as copas das árvores
Faz meu corpo arrepiar
Tenta me levar... vê
Ele parece falar...
Ouve o vento!
Ele tenta se acalmar
Olho-o pela fresta da janela
Ouço-lhe o gemido de dor
Encolho-me no canto de minha agonia.
Ouve como ele corre
Procurando-me por todo canto
Para me levar junto com ele pelas ruas escuras
Onde as estrelas piscam intensamente
Para a noite clarear.
Ouve o vento!
Como vem galopando e sacode as ondas do mar
Que lamenta num murmúrio forte
Avisando as embarcações
Que ele chegou para arrasar.
Ouve! Ouve como ele canta
Abraçando-me num golpe certeiro
Carregando para longe... bem longe
Onde só o eco de seu uivo engole
No seio da floresta a se esconder.
Incógnita...
Ele falava de encontros
E eu de roubo
De seqüestros
De mistérios
Ele falava da vida curta
E eu o analisava
Tentava decifrar seus anseios
Seus medos
Suas angustias
Lia seus olhos
Buscava nas entrelinhas
Um meio de fazê-lo entender
O mistério da vida
Tentei de todos os meios
Ser sua amiga
Sua Deusa
Sua incógnita
E ele apenas buscava o banal
O carnal
O imoral
Eu queria falar do esotérico
Das minhas atrações pelo mistério
Da lua e das estrelas
Pelo que ainda não existia
E você me via apenas
Como algo normal...
Idas e vindas
De idas e vindas
A vida me surpreende
De nada achar, retorno.
O vento me traz da mesma forma
Que me levou
Agora, mais forte.
Seguro nas asas do meu presente
E espero
Não se atrase,
O tempo tem pressa e eu também
O relógio corre sem parar
Tento alcançá-lo e não consigo
Por isso não se atrase
Tenho pressa e o tempo também.
