Textos de Reflexoes sobre as Pessoas

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Uma carta de desamor |

Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.
Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.

Rapaz, diz pra ela que o meu bom dia ainda é dela. E que, se der, outro dia a gente se esbarra e eu levo umas flores pra ela. Faz dela um porto inseguro pra não se deixar levar pela rotina da maré calma. Beija o nariz dela que ela acorda na mesma hora e ainda dá uma espreguiçada com um sorrisão de partir o meu coração por não poder mais acordar ao lado dela. Ô rapaz, cuida dela com ternura. Essa garota precisa de alguém com tempo e com todo o coração do mundo pra entender a alma dela. Deixa ela descansar a cabeça no seu ombro, mesmo que você sinta um pouco de medo de se mexer. Eu nunca consegui ficar quieto com ela do lado.
Diz pra ela que ela é meu sonho bom. E que vai ser dureza não ter ligação nenhuma no meu celular pra responder. Coloca um toque personalizado, mas não escolhe nenhuma música especial pra vocês dois, rapaz. Puxa pruma valsa que ela sabe dançar bem demais. Ela tem um jeitinho de fugir dos meus braços que dá gosto. E não cai na armadilha dela, não. Se enroscar no pescoço dela é perigoso porque você pode ficar ali por tempo demais e se esquecer de olhar bem nos olhos dela. Diz pra ela que eu sei que eles não são castanhos, rapaz. Os olhos e ela são doces como mel. Dá pra sentir no gosto do primeiro beijo na chuva. E carrega sempre um remédio pra alergia na carteira. Dá pra prevenir os olhos dela de lacrimejarem por algum motivo bobo. Cuida bem pra ela não chorar, viu?
Diz pra ela que eu guardei os ingressos do nosso primeiro cinema e que ontem tava passando o filme na Sessão da Tarde. Pergunta se ela viu e se lembrou de mim durante os comerciais. Pergunta se ela ainda discute Godard com alguém ou se gostou de algum blockbuster recente e não quis confessar. Rapaz, ela sabe de tudo no mundo. Puxa assunto com ela, mas não deixa o silêncio consumir vocês dois. Ela é tagarela demais – e boa coisa não é se ela começar a ficar quieta. Aquieta o rosto no colo dela e deixa uma barbinha rala pra ela sentir cócegas. Ah, você faz bem em levar dois edredons pra cama porque senão corre o risco de passar frio. Ela é meio egoísta durante o sono. Diz pra ela que eu sinto falta das conchinhas e que até parei de reclamar da dor nos braços. Abraça forte sempre que der e escreve uns poemas também. Garanto que ela vai te inspirar a escrever um livro inteiro.
Ô rapaz, diz pra ela que eu soluço só de pensar em como vai ser daqui pra frente e que o meu norte foi embora junto dela. E diz também que eu reconheço que ela deve ser mais feliz com você do que comigo. Diz que eu não me conformo, mas vou tentar pensar nisso como um desvio de percurso – e que, até a gente se reencontrar, eu vou tentar garantir a felicidade dela por meio de umas dicas e recomendações que eu vou dar pra você. Ela gosta de beijos molhados e pouca agilidade na hora de se despir. O suor dela tem um gosto bom, rapaz, então não precisa – e nem pode – ter nojinho com ela. Compra cerveja ao invés de vinho e põe o chinelo dela na entrada pra ela se livrar logo do salto quando chegar. Não trabalha muito até tarde porque ela vai depender de alguma atenção sua pra ter certeza de que fez uma escolha justa em me deixar. E fala sobre música, sobre algo de blues e jazz e deixa ela sentar pra tocar piano naquele restaurante grã-fino dos Jardins. Diz pra ela que eu aprendi uma partitura pra poder me lembrar dela.
Cuida bem dela e diz pra ela que um dia a gente se encontra se ela resolver que dá pra ser feliz aqui. Mas se ela preferir ficar por aí, faz dela o seu grande amor, rapaz. Diz pra ela que a solidão só anda doce porque eu ainda penso nela. E dá um beijo de boa noite na testa dela por mim, rapaz. E não precisa dizer nada depois disso. Ela vai fechar os olhos e se lembrar de mim.

Beijo na testa. E eu achando que ele não tinha desistido. Que não teria esquina, nem curva nenhuma que me fizesse perdê-lo de vista. Que não teria grito alto demais, arranhão de raiva ou choro no silêncio que o fizesse dar meia volta e ir embora. Ele não tinha força nos braços pra carregar a gente, e me carregar sem amor ardente. As mãos suadas e aquela premissa de que ele era realmente um moleque. Dureza é voltar pra casa com os olhos borrados e contar pra minha mãe que ela tinha razão. Ele não saberia lidar com nada disso. É quando estabiliza, quando acontece a vira que a gente descobre quanto vale o jogo. Ele veio com um zap, e eu só tinha uma espadilha de nada. Não dava pra lutar sozinha se o nosso truco é jogado pra dois. Não dava pra continuar quando a aposta é doze e ele abandona o jogo no meio. Pior é constatar que não era blefe e que a mão dele era leviana. Resultado: na testa.
Eu tenho um pouco de medo disso. Não, não é dela. É disso que a gente tem. Que me sufoca, mas não é um sufoco forçado. Bate junto com a angústia e parece que o peso do mundo amolece as minhas pernas e elas ficam bambas. Os braços ficam dormentes com a disritmia do coração. E eu sou só mais um desses meninos que se mascaram de fortes. Com músculos, um pouco de barba e um tanto de solidão pra dar charme. Mas é quando estabiliza que a gente entende o rosto. Não tem ruga nenhuma e dá pra perceber que a gente é muito novo ainda. Tem muita coisa pra viver, e eu não sei lidar com as coisas quando elas saem do controle. A garganta fica seca quando eu percebo que as coisas estão indo por um caminho que eu não sei prever. Não tem mais aquela falta de ar, mas a atmosfera é leve com ela. Não precisa muito de pôr-do-sol pras coisas ficarem bem. E se eu perder tudo isso? Eu corro. Largo as cartas na mesa e vou sem nem olhar pra trás – porque se eu olhar, eu volto.
Você era o mundo pra mim, e decidiu não ser mais. Eu só queria um amor, e você queria o resto. Você queria pausar as coisas, e eu o controle remoto da TV. Você queria ter o controle, e eu me jogar de bungee jump. Você queria que eu ficasse, mas eu fui embora algumas vezes também. Você queria um final feliz, mas a gente só era feliz e eu resolvi não dar final. Eu só queria fugir e você queria misturar o meu discurso e me levar a algum lugar com nome e endereço conhecido. Você bateu a porta, mas eu também. Dava pra sentir a sua mão do outro lado da maçaneta – e por que você não me puxou? A gente girou junto e eu caí na minha cama, e eu também caí pra fora da vida. Eu fui crescer, mas você quis ficar. Quem é que vai substituir o seu rosto nas fotos do meu quarto? – e quem vai me mandar combinar o tênis com a bermuda direito? Eu vou correr, mas um dia eu volto. Se você voltar, eu corro. Bati a porta depois que você saiu, e não tem toc toc que me faça abrir de novo. Boa sorte com isso, e pra você também. Até mais, e eu te amo.
[E é nos desencontros da vida que a gente vê que uma cena qualquer é como o amor. Que não precisa ser bonita ou fazer sentido. Que não precisa ter motivo aparente ou fechar nas reticências. É nos diálogos entreportas, de portas batidas, de corações partidos que a gente vê que a maioria de nós quer a mesma coisa. Que a gente só quer um amor.]

Foi sempre eu, a me esquivar
Foi sempre eu, a correr de ti
Nunca tive coragem de tocar
Nunca tive coragem de te sentir

Quando o mais perto cheguei
Quase desfaleci.
Não vi nada em minha frente
Corri pra bem longe de ti.

Não se pode tocar um Deus
Ou algo assim semelhante
O que é proibido na terra
No céu te vejo distante.

O centro de tudo

Foi naquele campo,
com gramas verdes e flores
amarelas,
que eu te vi pela primeira vez.
Você estava em cima da árvore mais alta
no centro de tudo. Onde se via tudo.

Deitado como uma preguiça
olhando para céu azul alaranjado
de um fim de tarde.
o sol se pondo era o grande espetáculo,
mas pra mim era ver você deitado.

Nem sequer notou minha presença
fiz o máximo de silêncio possível
para não lhe chamar a atenção.
caminhei de mansinho e fui embora
para no outro dia voltar
e quem sabe poder contigo falar.

... Pode até parecer
que tudo que eu digo
seja mentira.
Que tudo que eu faça,
tenha duplo sentido.
que o meu olhar esteja vazio.
Mas não é bem assim
que eu me sinto.
Digo tudo que penso,
faço o que manda o coração.
E meu olhar não é vazio,
se olhar atentamente verás
que nele a muito de você.

⁠JUÍZO

Abro a porta, fecho a porta,
estou tão confuuuso.
Perdido na fricção da vida, NÃO,
eu nunca li um di-cio-nááário
na minha vida.
Bem assustador marry-marry,
que horror, meu senhor, não é?
Ah, mas minha cabeça é bem grande
Porque eu tenho juízo, juízo, juízo, juíííízo, juíííízo, ju-ju-ju-ju-ju-ízo!

(Michael Kyle Jr.)

ALMA GÊMEA

Dois seres diferentes
De almas carentes
Vivem a se procurar

Dois corações apaixonados
Eternos enamorados
Destinos a se cruzar

Duas almas sonhadoras
Nascidas uma para a outra
Destinadas a se encontrarem

Almas gêmeas separadas
Nada se compara
A dor de juntas
não estarem

Já vem de outras vidas
Almas gêmeas feridas
Que um dia hão de
novamente se encontrarem.

Inserida por Poema-as-Bruxas

Fantasma

Que homem é este
Que se esconde desse jeito
Por trás de uma máscara
Um fantasma a meu ver

Percorre todo o teatro
Segue todos os meus passos
Foi ele que me ensinou a viver

Homem sombrio
De uma linda voz
Seu canto ecoa
Em sons de sinfonia

Penetra em minha mente
Faz com que eu me sinta contente
Com uma pitada de agonia,
que queima meu coração

Este homem misterioso
Todos querem ver seu rosto
Mas só pra mim se mostrará

Um homem charmoso
Um fantasma misterioso
A quem eu fui me apaixonar

Inserida por Poema-as-Bruxas

A Arte

"A arte é uma redenção — Ela livra da vontade e portanto da dor — Torna as imagens da vida cheias de encanto — A sua missão é reproduzir-lhe todas as cambiantes, todos os aspectos — Poesia lírica — Tragédia, comédia — Pintura — Música; a ação do gênio é aí mais sensível do que noutra arte. "

Inserida por FabioSilvaDN

Tenho certeza do que sinto
Do que há em meu coração
Demorei muito pra entender
Que tudo não passava de ilusão.

Amor é um sentimento verdadeiro
Recíproco de atenção
Quando não é regado, morre
Sem chances de volta
Pois a indiferença endurece
Até mesmo o mais puro coração.

Sinto-me, de alma leve
Percebo, ao passar do dia
Não lembrar mais de sua face
Me faz livre de tal agonia

Difícil decifrar, as razões de ouvir falar
Mas sei que nada em mim faz
Pois a muito ... este amor ficou para traz.

Inserida por Poema-as-Bruxas

Sou guiada pelo vento
Por sua força exuberante.
Dou as voltas pelo tempo.
Volto sempre ao mesmo instante.

Mudo meu passos as vezes
Vou até o horizonte
Mas quando me sinto sozinho
Subo bem alto e vou
Onde tudo se esconde.

Lá permaneço quieta
Pois o vento é Minha fonte
Meu parceiro discreto.
Meu eterno amante

Inserida por Poema-as-Bruxas

Você veio até mim
por meio das palavras
se instalou em meu coração
e fez sua morada.

Agora diz não mais querer,
que tudo não passou
de uma charada.
Me deixou triste, sem palavras.

Como pode usar assim,
palavras vazias, para iludir
Brinca com os sentimentos
como quem brinca de esconder.

Mas não se esqueça,
um dia tudo volta a acontecer,
não na mesma linha,
mas ao contrário do
que se pode ver.

Inserida por Poema-as-Bruxas

Senti tanto sua falta
por alguns momentos,
eternos momentos
pensei que tivesse
novamente te perdido.

Por longos dias
suspirei, a cada toque
que o telefone fazia
ansiando por um sinal
seu.

Mas depois da agonia
da espera incessante
do chororo... Um sorriso
Uma palavra, um oi
e você se anuncia
e toda tristeza se dissipa.

Não dá pra fica a assim
pensando, pensando
o coração não aguenta
a tristeza só aumenta
e os sonhos parecem
estar no fim.

Mas tudo se acalma
quando batem na porta
e a saudade vai embora
na troca reciproca do amor
encolhido.

Simples agora,
nada mais apavora
quando te tenho
Perto de mim

Inserida por Poema-as-Bruxas

As vezes sinto uma vontade
louca de te abraçar
me enroscar em seu cabelo
deitar em seu peito
sentir seu coração pulsar.

Falar bem baixinho
sussurrando em seu ouvido
e depois me perder em seu olhar

Navegar no imenso azul
nas águas cristalinas
e numa lágrima de ouvir falar

Seus desejos escondidos
loucuras que apenas comigo
gostaria de compartilhar.

E no final disso tudo
sentir satisfação
da sorte que tenho
de te amar.

Loucura seria, não querer contigo
estar.

Inserida por Poema-as-Bruxas

"A luta por um coração melhor é constante e árdua; mas é só através desse coração mais amoroso que o mundo será modificado, que o mal será anulado e o bem reinará em todo o seu esplendor. Modificar o mundo é antes de tudo modificar-se a si mesmo. Cabe a todos contribuir para essa transformação, que somente acontecerá se o próprio homem se transformar.
A paz irá acontecer na proporção que o homem aprender a dar nova forma ao seu caráter, mudar seus conceitos insignificantes e enganosos; extirpar o preconceito, a ambição e o egoismo que o leva à condição primária."

Inserida por anderson_santos

Uma história de amor que nunca aconteceu

Vejo você do outro lado da calçada com um sorriso meio bobo que vai fazer as minhas pernas balançarem. É a primeira vez que te vejo, depois de trocar tantos bilhetinhos. Você vai chegar meio tímido, e eu vou te puxar pra perto. Não vai precisar de palavras. Você vai arfar por nervosismo ou preocupação, e eu não vou saber fazer a menor diferença. Te vejo ajeitando o cabelo com um gesto que vou amar, e depois vou imitar te arrancando risos e xingos. Eu já sinto saudade dessa cena como uma lembrança especial guardada nas velhas caixas de sapato. Como é possível sentir saudades do que nunca vi?
Sinto o cheiro do teu perfume de longe. É o mesmo que você usava na mesma esquina imaginária num dia em que nunca nos esbarramos pela primeira vez. Consigo imaginar perfeitamente porque as tuas letras sempre vêm transpirando lindezas. É o cheiro que eu vou associar a chegada, carinho e amor. Penso que vou me entregar ao prazer delicioso de passear pelo teu pescoço antes do nosso beijo… O beijo. Dá pra sentir a tua boca se movendo pelos cantos, fazendo rodeios e parando no ponto exato em que encontro a sua. O mundo vai parar, embora tudo pareça tão normal. Só a gente sente essas coisas de infinitos particulares.
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Escuto as nossas briguinhas. Ouço cada palavra em minha mente. Eu não vou suportar a tua bagunça e o teu jeito desastrado. E, no meio da confusão de gritos e palavrões, você vai largar aquele sorriso (sim, o mesmo sorriso bobo), e eu vou me esquecer de tudo. Você tem algo de infantil e delicado nos teus gestos, que eu só sei que vou querer te proteger e te colocar no colo… Escuto o teu pedido de desculpa e aceito imediatamente, mesmo sabendo que vai acontecer tudo de novo. E de novo. Essas briguinhas de amor serão ternas e eternas. É normal essa saudade do que nunca escutei?
Eu nunca te vi, te cheirei e te ouvi. Mas já te desenhei, colei o teu retrato junto ao meu e aprendi a amar esses sorrisos que vêm na minha imaginação. É dessas histórias que nunca aconteceram e que a gente sabe de cor. De coração. Quando você se afastar, eu vou guardar o teu gosto em mim. Uma pena que você não fique impregnado feito cigarro pelos meus cabelos e pelos meus tons. Nos dias nublados, vou me recordar com afeto do silêncio-tum-tum-tum-tum. E tudo volta a ser poesia.
Sim, estou com saudades das coisas que nunca vivi. Apenas porque dias nublados são sempre dias de recordações e poesia. E silêncio.
Tudo ficou meio quieto. Você também tá aí me imaginando junto de ti?

Inserida por carlinharios

Carta a quem já me disse Adeus.

Eu não vou me desculpar pelo lado ruim, nem me perguntar por quantas vezes você pensou em ir embora antes de fazê-lo. Não vou me ater aos rabiscos, aos malfeitos, às partes tortas e a nenhuma dessas coisas que passam pela nossa cabeça assim que somos abandonados. Não vou te culpar por alguma crise de choro ou por alguma cirrose futura, nem espalhar aos quatro ventos alguma história que me torne vítima e tiranize você.
Eu vou sentir sua falta. Aliás, eu já sinto. Sinto que eu deixei escapar a minha melhor chance de ser feliz – e isso não é nenhum estado depressivo que se agrava e se repele automaticamente depois de algum tempo. É conformismo. Constatação das brabas. Daquelas verdades inconvenientes que são pregadas na parede do quarto feito papel de parede que a gente não escolheu. E nem adianta tirar porque a pintura vai descascar e esfarelar tudo. Vai sujar o chão. E as marcas de que um dia eu te perdi vão continuar ali – nas ruínas de um quarto velho e torto no segundo andar de uma casa desalmada qualquer.

Adeus serve pra gente reconhecer no rosto de quem vai embora alguma história da qual tenhamos participado. Os traços do outro vão sempre contar um pouco da gente – principalmente quando a gente ajuda a carregar as caixas, com o coração na mão. Você tinha olhos baixos e meio marejados, e eu sabia que era de saudades da brisa da casa de praia. Dos passeios de barco. Do céu estrelado. E me olhou com tanto carinho antes de me beijar a testa – e eu sei que isso significou muito pra você. Que você foi embora com o coração dilacerado. O meu, em 3/4 e o seu em 7/8. Grudou as mãos suadas antes de devolver as alianças. Mas parece que fez uma força extra-humana para tirá-las dos dedos – é que o costume molda a gente, ainda mais se é voluntário. Moldou o seu corpo. Desacostumou-se aos outros. Se rendeu a minha forma. Mas agora você vai embora quebrada, e eu também. Cada caco reunido com o pouco de força que a gente ainda tinha. E nós deixamos as fotos na estante. Pra lembrar que aqueles dois se amaram, e que amor que é amor não se acaba.
Você foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo – e só Deus sabe como eu amei você. Do meu jeito, mas amei. Com pretensões, com modos de indicativo e imperativo, sem modo algum, com gentileza e cadeiras puxadas pra você cair diretamente nos meus braços. Com trinta e sete minutos de conversa antes do dentista, com pano e água gelada pra baixar a febre, com o coração na mão pra pedir desculpas depois de ter feito você chorar. Amor não se acaba, morena. Amor fica intacto no espaço e no tempo. A gente é que muda e faz dele fantasia. Abstração. O factual continua com a vida, mas o amor ficou guardado entre o dia em que você me disse que não entendia nada disso de amor, e o dia em que me deu Adeus. Suspenso no ar. Como se ele desacreditasse piamente naquele vocabulário extenso que englobou a nossa despedida.

Inserida por carlinharios

Cansei de me esconder, de fingir ser algo que não sou.
Cansei das lutas falhas, das buscas infundadas dos sonhos impossíveis.
Cansei de ser ninguém, de ser apenas sombra e invisível.
Não serei mais escada, nem portas para um futuro incrível.
Serei apenas eu construindo o meu mundo, os meus sonhos. Escrevendo o meu destino.

Inserida por Poema-as-Bruxas

Se você deseja poder, ponha imediatamente a honestidade de lado e comece a treinar a arte de dissimular suas intenções. Domine a arte e você prevalecerá sempre. Elementar para a habilidade de ocultar as próprias intenções é uma simples verdade sobre a natureza humana: nosso primeiro instinto é sempre o de confiar nas aparências. Não podemos sair por aí duvidando da realidade do que vemos e ouvimos — imaginar constantemente que as aparências ocultam algo mais nos deixaria exaustos e aterrorizados. Isto faz com que seja relativamente fácil ocultar as próprias intenções.

(trecho do texto As 48 Leis do Poder - Lei nº 3)

Inserida por Filigranas