Textos de reflexão sobre a vida
►Em Uma Ilha Perdida
Se o mundo fosse um bolo de chocolate,
Eu daria a você mais que a metade
Se um dia tivesse quarenta e oito horas,
Ficaríamos acordados até tarde
Aproveitando os dias de folgas.
A minha satisfação é ver o nascer da Lua
A ilusão de outro mundo ao reflexo da água pura
Sempre sonho com uma vida regada de ternura
Evitando ao máximo despencar de uma grande altura,
E acabar caindo em uma sala suja e escura
Onde não há brechas para fuga,
Onde a vida não existe, onde só há a tortura.
Se o mundo fosse uma arca,
Sei bem quem seria minha companheira de jornada
Para viver em paz com você,
Eu prenderia o diabo em uma garrafa
Para ter seu amor, eu lhe daria noites estreladas,
Feitas com belas e suaves pinceladas
Com um simples pedido,
Eu colocaria a Lua em uma caixa de vidro
Tudo apenas para conseguir seu sorriso.
Quando está comigo, eu tiro a bateria do relógio
Não quero que você vá embora, é por isso
Pois teu beijo me faz perder o raciocínio lógico
Quando não está aqui, sinto um peso no ar que respiro
Sinto um vazio no peito, um calafrio de um inverno inteiro
Meus olhos criam miragens de pura saudade
Meus pensamentos criam ilusões do tamanho de uma galeria de arte
Recebo várias perguntas do meu coração
"O reino está sem ela, para onde foi a majestade?".
Quando vejo lá do céu uma estrela cair,
Eu desejo minha musa aqui juntinho de mim
Ao jogar uma moeda ao fundo da fonte,
Almejo vê-la surgir pelo horizonte
Irei te procurar até as Cordilheira dos Andes
Colocarei meus desejos na mochila, e serei um viajante
Em busca da donzela perdida
Em busca da pessoa mais importante da minha vida.
Está e mais uma carta, que chora por sua volta
Te procuro por incontáveis horas
Te espero, ao anoitecer, que bata em minha porta
Preciso daquele abraço que tanto me conforta
Escrevo aqui, em folhas, parte da nossa história
Espero que possa viajar comigo para Vitória.
Em um mundo feito de chocolate, meu coração por ti bate
Os caminhos que escolhemos serão reencontrados
E assim que nos juntarmos, direi que estou apaixonado
Desculpe por não te dar um buquê de rosas
Desculpe por não te dar uma mansão luxuosa
Mas não negarei meu amor, minha preciosa
Enquanto estivermos deitados sobre as areias de uma ilha misteriosa
Como a Ilha Perdida de Maria
Não me importa onde eu estiver,
Se eu estiver segurando as mãos de minha querida.
O bom da vida são os sonhos, onde tudo é perfeito e mundo não é desfeito.
Para sobreviver basta respirar mas para viver devemos sonhar.
Já que o mundo não é mais o mesmo e dia após dia definhamos em um mundo ''perfeito'', que nós criamos e nos separamos.
Nossa bolha é nosso lar mas basta alguém chegar para tudo desandar e o coração perde o compasso até voltar ao seu lugar.
Detox da vida!
Precisamos todos os dias desintoxicar nossa vida de tudo que faz mal, que atrasa, que adoece, que te impede de crescer, de ir além.
E o principal estar por vim, desintoxicar o coração, que muitas das vezes esta preso ao passado, a uma historia que jà teve fim a muito tempo e só você não percebe, ou até percebe! Só não quer aceitar que a vida è feita de ciclos, e esse ciclo jà não te pertence mais. Estacionar no tempo è ter no coração um amor não correspondido, castiga, adoece a alma, e vai te matando aos poucos, como o veneno mais doce! E sem perceber você esta morrendo um pouco a cada dia, seu coração esta entrando em parada e você acaba não percebendo. A desculpa pros amores não correspondidos è que o amor è cego, quanta ingenuidade da sua parte, Quanto desprezo por você mesmo. Criatura!! Abre os olhos e veja na sua frente novos ciclos que querem se iniciar.
Realize urgente um detox da vida, da alma, do coração. Se liberte do passado, dos amores que jà passaram.
Um novo ciclo esta na sua porta querendo salvar esse coração que esta em parada, lembre-se as horas se passam e cada minuto è precioso.
Realizando RCP...
Tum tum tum....
Coração salvo por um novo ciclo.
Tência Medeiros.
Vivência
A gente vive, acerta, erra e aprende.
Ignora, melhora ou as vezes piora, infelizmente.
A gente muda, cresce, envelhece e reaprende.
Tudo se passa dentro do coração e da nossa mente.
Simples assim!
Se moldando o tempo todo e o tempo todo se moldando.
Sem fórmulas!
Tudo vai acontecendo e nos ensinando.
Pensamentos LIliane
Às vezes criamos histórias nas nossas cabeças que justificam nossos fracassos ou desencontros da vida.
Justificamos o tempo todo o que achamos estar errado e não vamos atrás do crescimento.
Paramos no tempo e sofremos com o irreal.
Achamos algo que ninguém acha.
Pensamos o que ninguém pensou de nós.
Julgamos o que ninguém julgou.
E vivemos paranóias que embora não reconheçamos, são nossas.
O meu conselho que tenho dado a mim mesma.
Viva! Viva muito. Agradeça pelas experiências vividas, elas são suas escolhas. Elas representam seus erros e acertos. Elas representam você.
Não coloque no outro as suas frustrações. Não as justifique. Talvez você não tenha visto ou percebido, mas você tem uma vida maravilhosa, basta reconstruir você, só assim vai conseguir enxergar o mundo com outros olhos.
LIliane Daquino
A pior coisa que acontece na vida, é não descobrir que enquanto for o Seu Projeto, o Seu Plano ou o SEU seja lá o que for, não dará certo, e também não chegará ao LUGAR, abra mão do SEU querer, e deixe simplesmente a vida viver ... o caminho já é tudo, é o início e o lugar.
Kairo Nunes 27/10/2017.
A ESCOLHA
A Escolha é Sua
Bom dia,bela, certamente
hoje poderá ser um bom dia
não importa onde estejamos
com quem nos relacionamos
o que ouvimos ou falamos
dentro da gente nós levamos
o sorriso,, o choro, a alegria
a brisa,, o orvalho, a ventania
o céu, o paraíso, o inferno
a primavera, o verão, o inverno
a tristeza, a alegria, a felicidade
o amor, o desamor, a infelicidade
a noite escura ou enluarada
o dormir no conforto da cama
ou estirado na dura e fria calçada
a vida boa e bonita ou ruim e feia
o perigo da aranha ou da sua teia
a paz do altar ou ou o a dor da cruz
a escuridão que cega ou a visão da luz
Deus, com sua bondade ou o diabo
a escolha, meu amigo é só nossa...
MEMÓRIAS
Tiro estas memórias de uma gaveta
memórias estas que me atormentam.
Posso limpar a gaveta?
Mudar a ordem do que me atormenta?
Encontrar nova ordem para as arrumar?
Deitá-las ao lixo, uma opção
rasgá-las, uma boa razão
Mas será que vão para sempre?
Nunca terei a certeza.
Talvez o melhor seja,
olhar de novo para elas,
tentar dar-lhes outra solução.
Vou limpar a gaveta,
dar-lhe alguma beleza.
Tirar o pó que a contamina,
dar-lhe uma certa leveza.
O que fazer às memórias?
Não tenho previsão,
mas vou confiar na vida,
e tratá-las com o coração.
Tanto mal, talvez não me fizeram
pois se aqui escrevo, sobrevivi.
Por mais que isso me custe,
(vou ter que admitir),
fazem parte da minha vida,
com elas, também cresci.
Aceito a nova decisão,
sobre a forma como as vou tratar.
Entranho-as nestas páginas,
agora com uma nova visão,
de que, para crescermos na vida,
é também preciso, sentir a desilusão.
Bem arrumadas na gaveta,
já sem o pó que as contamina,
fico mais leve,consciente.
São apenas alguns momentos,
alguns instantes da minha vida.
MARCOS MENINO SONHADOR, NO MUNDOS SOFREDOR, LUTAVA E LUTAVA MAIS NADA ALCANÇAVA, IA E VINHA E SÓ SE ILUDIA, HÁ QUE MUNDO AVENTUREIRO, MAIS MARCOS ERA SONHADOR, MENINO TRABALHADOR, SÓ QUERIA QUE A VIDA LHE SORRIA, HÁ SE A VIDA FOSSE BOA COMO UM SONHO DE AMOR.
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*MUNDO AVENTUREIRO*
TEMA: ADVERSIDADES DA VIDA
DATA: 08/11/2017
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Tem momentos de tranquilidade em que a gente para pra pensar na vida, para refletir, e acaba descobrindo que perdeu tanto tempo com pessoas e coisas inúteis.
Se eu pudesse voltar no tempo, teria dormido mais, teria sorrido mais, teria bebido mais, e teria o prazer de desconhecer muitas pessoas, principalmente as pessoas ingratas, com as quais não deveríamos ter perdido 1 minuto sequer da vida.
A vida na ótica de um poeta
A vida sob o olhar de um poeta nem sempre será compreendida e aceita pelos demais. O poeta aponta a criação como algo novo aos seus olhos todos os dias. É como ser regenerado dia após dia. O dia quando apreciado pelo poeta pode se tornar noite, a noite como dia e as madrugadas como singelas manhãs. A vida mesmo sem graça passa a ter sentido. O sofrimento por mais que fira e cause transtornos, não lhe dá o devido direito de aceitar a situação como definida. Haverá outro amanhecer! As águas ainda continuarão a contornar as montanhas e pedras. Os mares seguirão seu percurso. Os rios ainda desaguarão nos mares. As estrelas não deixarão de brilhar. Os pássaros entoarão belas melodias e o vento as transmitirá. O sol jamais deixará de emitir seus raios reluzentes, para apontar a natureza finita. A chuva regará as flores como o sorriso em meio as lágrimas. O amor continuará sendo o único meio pelo qual as pessoas suportarão umas às outras e o perdão o único caminho para que o amor permaneça. As discussões e intrigas serão uma forma de aproximar e unir as pessoas mesmo que pareça impossível. Difícil entender a mente e aceitar os pensamentos de um poeta? Sim e não! Sim, porque a ótica do poeta vai além da imaginação comum do ser humano. Ele enxerga aquilo que ao olhar simples está oculto. Não, porque a beleza encontra-se nos detalhes. Basta apreciar aquilo que está a volta e entrar em sintonia com o silêncio.
A culpa da morte é a vida.
Primeiro veio a vida, ai ela viu que precisaria morrer para sobreviver.
Assim, à morte foi incumbida a manutenção da vida, até mesmo o simples ato de alimentar a vida --com morte-- foi dado à morte.
A vida é alimentada pela morte, com a morte.
A culpa da morte é a vida.
E os abutres não estão aí pela carniça, são atraídos pela crueldade imoral da vida com a vida.
Não deveria a morte ser temida, mas a vida, pois nela está todo o sofrimento, todo o maltrato, todo o estúpido humano.
E mesmo assim a vida sempre será, "la vie en rose".
Ninguém nunca vai entender a sua dor...
mas vão pisar na sua ferida,então siga,
na estrada da vida.
Pois não sendo você...
os outros não vão se sentir como você.
Muitos vão comparar sua dor com a dos outros.
Mas só saberão um pouco do que você sente
no dia que passarem por algo semelhante.
Então siga com sua dor,que o tempo dirá que você pode vence la...
O MAL NECESSÁRIO PARA VENCER.
O Pânico, é uma situação emocional, que muitas vezes não apresenta uma causa clara, não tendo hora exata de chegada.
O Pânico é o mal necessário para vencer obstaculos e alcançar o sucesso, desde que, crie essa consciencia de quebrar as barreiras necessárias para se livrar dos fardos que carrega. Quando se cria essa consciecia de quebrar barreiras, o maratonista dessa ocasião, não medirá esforços para alcançar a linha de chegada, que na verdade não existe, é somente o pretexto para nunca se estagnar e alcançar sempre mais e mais.
O que tu queres? Instinto de vida ou de morte?
Queres me conhecer ou me matar?
Queres me conhecer ou me derrubar?
Queres me amar ou me odiar?
Queres construir comigo ou destruir tudo que construí?
Queres somar ou me diminuir?
Queres me erguer ou pisar em mim?
Queres acreditar em mim ou fazer eu desacreditar em mim?
Neste final de semana eu vi meus acertos e erros na minha vida.
Também parei para pensar nos que erraram e acertaram comigo.
Sabe o que concluí?
***
Que não existe nenhum pai ou mãe que não vão errar. Muito menos os filhos. Mas existe uma diferença muito grande quando a gente erra tentando acertar por amor e aquele erro que a gente faz para prejudicar alguém por maldade.
***
As relações sempre são tumultuadas. Para começar, o que eu digo, não é o que você entende. E vice-versa. Cada um tem um contexto histórico na vida, a cultura e como a pessoa foi cercada de carinho na sua infância falam mais dela do que ela consegue exprimir em atitudes. Excetuando algumas pessoa muito sensíveis que têm o Dom e coragem de expressar o são e o que sentem, a grande maioria, age sem reflexão.
***
Eu não acredito que exista um pai ou mãe que amem e erram por querer. Erram tentando fazer o melhor. E o amor e algo tão louvável que ele explica atitudes.
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Não falo de paixão ou desejo. Falo de amor. Aquele que se você tiver eroticamente por uma pessoa num determinado momento, é capaz de afastar-se dela para vê-la feliz com outra. Isso é amor.
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Esse amor romântico ótimo para vender livros e filmes, é uma invenção humana do século IX. Casar por amor! Lindo não é? O filme acaba por aí, isso vende pra caramba! Ninguém contou que eles brigaram o primeiro ano inteiro de casamento porque os lindos e longos cabelos dela entupiram o ralo do banheiro todo mês. Ninguém contou que ele tem um chulé que só O SENHOR NA CAUSA. E de manhã? Vocês acham que venderia algum romance se o quarto amanhecesse azul de butano? Lógico que foi ela. Ou melhor, ele.
***
Amor, aquele que Cristo pergunta para Pedro é o Ágape. Existem quatro tipos de amor: Eros, que é baseado na atração sexual, aquele que é muito influenciado pela beleza física, necessário para a procriação humana; mas que a Bíblia traz muitas recomendações sobre não confiar nos nossos olhos e coração. Phileu (Philos ou Philia) que é a amizade ou fraternidade, o típico amor que sentimos por amigos e parentes. Storgé, que é a aceitação, a valorização e identificação que existe entre os familiares, expressado muito em admiração e afeto ao invés de críticas e exclusão de entes. Acontece especialmente entre pais e filhos. Justamente neste amor Storgé é que formamos o nosso senso de auto-aceitação e valor. E por último, o amor Ágape, que significa amar sem querer nada em troca. Amar ao ponto de se sacrificar pela outra pessoa. De dar sua vida pela outra.
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Pedro negou Jesus três vezes. Com medo, temendo pela própria vida, ele a princípio defendeu o Messias até com a espada. Mas depois num rompante de auto-preservação negou conhecer Jesus.
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Ressurreto, Jesus prepara um momento especial para ele e Pedro. Um momento de perdão e mudança. Ele sabia que sobre Pedro estaria a Igreja que Ele queria. Não uma igreja certa, mas uma igreja disposta a sempre voltar atrás, rever seus valores e reconhecer sua humanidade. Então na praia, depois de uma grande pescaria Jesus já assava um peixe à espera da aproximação feliz de Pedro. E a pergunta foi direta:
***
_ Pedro phileu?
_ Sim Mestre, philos.
_ Então apascenta as minhas ovelhas.
_ Pedro phileu?
_ Sim Mestre, philos.
_ Então apascenta as minhas ovelhas.
_ Pedro ágape?
Pedro descaído pela mesma pergunta tantas vezes e por saber a diferença da última responde:
_ Senhor, tu o sabes, agapós.
_ Então apascenta os meus cordeiros.
***
Este foi um momento espiritual e profético. Por três vezes Pedro negou a Jesus, agora, por três vezes ele afirma o seu amor. E Pedro acabou também crucificado. Deu a vida por sua fé e obra em Cristo.
***
Agora vou me apegar no “apascenta”. Apascenta é relacionar. E relacionar é sempre se colocar no holofote. É difícil ser colega de trabalho, principalmente quando você nota que tem gente que não gosta de você. Relacionar com sobrinhos, quando depois eles crescem e bebem da raiz da ingratidão. Relacionar com pessoas de uma mesma comunidade.
Minha gafe com o fedorento.
Eu fui à minha médica fazer aquela bateria de exames. Do tipo que se você puder, todo ano, deixa para o dia 29 de fevereiro.
***
Chego em casa e a secretária dela me liga para avisar que eu tinha que passar lá novamente, pois minha querida médica havia errado um pedido.
***
_ Ahhh! Como é bom ir ao médico! Na minha cidade então... nem se fala. O que não falta em Goiânia é sombra e estacionamento.
***
Lá vou eu. Cruzo a cidade. Acho uma vaga. Estaciono com uns 36 graus Celsius do Cerrado, com a umidade relativa, agradável, de 10% e ando até a clínica.
***
Adentrando-a, me deparo com vários pacientes de cara de “jurubeba na conserva”.
***
_ É! Quem fica de bom humor indo ao médico? Tudo bem! _ Pensei comigo mesma.
***
Avistei o balcão da recepção. Todas as atendentes digitando com uma “cara amarrada” e um moço todo vestido de branco, do lado de fora, escrevendo algo num papel sobre o granito. Mas, de repente, ao me aproximar... eu que tenho um enorme desvio de septo e nunca quis operar... por isso, quase não sinto cheiros. Senti um imenso odor! Uma mistura de ácido com enxofre, carne em putrefação e mais, algo indescritível, que ardeu no meu nariz.
***
_ O que é isso meninas? Vocês despejaram o quê para limpar esta clínica? Eu sou arquiteta hospitalar. Mas nunca vi um produto feder mais que o formol! _ Foi no automático. Não deu para pensar. E falei no mais e preciso, tom de voz: Alto!
***
Aí o moço do balcão olhou pra mim. Sorriu e respondeu tranquilamente: _ Sou eu!
***
Eu olhei para aquele rapaz que parecia um galã de novela. Todo doce. Com um amável sorriso nos lábios. De cima abaixo:
***
_ Que é isso garoto! Ninguém fede assim! _ E isso eu falei tampando o nariz.
E ele calmamente: _ Eu fedo sim.
_ Como?
_ Eu sou químico de um curtume. O cheiro fica em mim.
_ Ahhh! _ Isso explicava o indescritível.
***
Nisso os pacientes abriram os semblantes. As secretárias tiveram coragem de abrir as janelas. Porque ar-condicionado não faz milagres. E aquele, era um caso de milagre! Outros pacientes começaram a rir quando uma criança falou: _ Eu não disse mamãe? Que ele fedia!
***
Todos começaram a ser honestos com a situação. E eu com o nariz tampado com o indicador. Vi a aliança no dedo anular esquerdo dele:
_ Mas e a sua esposa? Ela também trabalha lá?
_ Não ela é a farmacêutica de uma indústria de cosméticos, principalmente perfumes.
_ Ah. Que bom! Então equilibra. _Não sei o porquê, mas continuava num tom alto. Acho que o “cheirinho” já tinha afetado o meu cérebro.
_ Mais ou menos. Ela só me deixa entrar pelo elevador de serviço e tenho que tomar um banho no banheiro de empregada antes de entrar em casa.
_ Bom. Pense pelo lado bom. Pelo menos você pode dizer a ela, que ganhou um marido limpinho!
_ Nada. Ela me faz experimentar um perfume novo quase toda a semana.
_ É. Cada profissão tem seus “ossos”. Que bom que vocês dão um jeitinho nesse “probleminha”.
_ É. Você tem razão. _ Sorriu e despediu-se. Louvado seja o Senhor, não esticou a mão para me cumprimentar. Que alívio! Vai que “aquilo” pega.
***
Foi só ele sair e todas as balconistas riram. E falaram mal, dele é lógico, de mim, por delicadeza devem ter deixado para depois.
***
Quando eu cheguei em casa... notei o tamanho da minha gafe. Mas o que mais me impressionou foi a espontaneidade que eu e ele conduzimos a conversa. E o quanto todos naquele ambiente estavam incomodados, mas não tiveram se quer a coragem de abrir uma janela. É impressionante o quanto o ser humano é inseguro... ou hipócrita. Ou os dois! Vai que um leva ao outro? Será?
Às vezes
Eu creio que a vida é cheia de pessoas boas
E más...
Eu vejo qualidades enormes em pessoas que poderiam muito,
Se soubessem
Se fizessem
Um esforço para enxergar o outro
Ao invés de julgar.
Julgar é fácil.
É preguiçoso.
É a Lei do Menor Esforço.
Mas conhecer é complicado.
Horas eu conheço, horas amo, horas me afasto.
Tem sempre três coisas que me fazem afastar: arrogância, inveja e agressividade.
Quem gosta não sente e nem faz isto com o centro de afeto.
A maior alegria de quem ama é ver a pessoa amada feliz.
Mesmo que muito longe.
Passo pela vida como observadora.
Vendo olhares.
Assistindo gestos.
Às vezes junto. Ás vezes, mesmo querendo bem, mas longe!
Nerisírley Barreira do Nascimento 22/02/2018
Que lado é esse que nunca é falado e vive calado, sem voz e sem vez.
Que pessoas são essas que ficam escondidas e que são iludidas, vivendo de um talvez.
Talvez melhore, talvez eu tenha, talvez eu durma, talvez eu coma, talvez eu ria, ou talvez eu chore, ou talvez piore e talvez eu morra.
Que muro é esse que ninguém enxerga, mas que só segrega quem é tão igual.
Que muro é esse que ninguém reclama e ninguém derruba, pois acha normal.
Que lado é esse que você nasceu e que você cresceu e que aceitou.
Não percebeu tanta diferença, tanta desigualdade e se acomodou.
Que pessoas são essas que ninguém divulga e que o mundo empurra para uma parte esquecida.
Mas por trás do muro existem histórias de derrota e vitória de uma realidade sofrida.
Mas quem sabe um dia, talvez por milagre, o muro desabe e encontremos uma saída.
E todos entendam e tenham a certeza que viver de talvez é uma vida sem vida.
Por cada coisa que a gente passa nesta vida.
Eu sempre gosto de conversar com as pessoas. Ainda acho que o melhor é conversar numa cidade pequena como Santa Terezinha, Pilar, Vila Boa ou minha amada Pirenópolis. Lá as conversas são olho-no-olho, algo prazeroso. Mas nesse dia em especial... eu não estava para papo.
***
Fiquei irritada porque o voo duraria dez horas. E eu no assento do meio, dei o meu lugar para um senhor que nunca havia viajado de avião antes. De repente um outro senhor à minha direita do lado corredor começa um diálogo nada apropriado para quem estava no avião.
Um homem de uns trinta anos, muito bonito, de terno e gravata, uma roupa nada adequada para viajar e que agarrava-se nos braços da poltrona:
***
_ É a sua primeira viagem internacional?
***
Abaixei o livro e olhei para ele. Mas além de irritada, eu tinha que terminar aquele livro para uma palestra na Universidade Politécnica de Valência. Eu não teria nem um dia para descansar antes da palestra. Já estava no sufoco!
***
_ Não senhor. Faço esse trajeto sempre.
Ele me olhou de cima abaixo. E fez uma careta. _ O que você faz? Não parece uma mulher de negócios.
Pensei: _ Lá vem bomba!
Reabri o livro e respondi tranquilamente: _ Nem todas as viagens internacionais são a negócio. Aliás, são bem cansativas. Por isso, se o senhor me der licença, vou continuar lendo o meu livro.
***
Ele soltou um gemido. Notei que ele estava nervoso. Mas com certeza era arrogante. Como sou alérgica à arrogância, ignorei-o. Estava a postos, como passageira a decolagem. O comandante falou em Francês, Inglês e em Português como de costume. Eu não gosto dessa companhia francesa, principalmente quando ela fundiu-se com uma holandesa. Aí que a coisa degringolou. E eu lendo o meu livro quando...
***
_ Você consegue ler voando?
_ Hum... hum.
_ Você não tem dificuldade?
_ Não senhor. Eu tenho o costume de ler um livro por dia. Quero terminar este neste voo. _ Mensagem clara não é leitor? Mas para o bendito, não.
***
O serviço começou a ser servido. E é lógico, que lá pelas tantas, viria aquele de vendas. A mesma coisa sempre. O mesmo cansativo estresse de ficar ao lado de estranhos enjaulada para cruzar o Atlântico. Aí começou a explosão de pérolas do passageiro do meu lado direito:
***
_ Você voa muito neste voo?
_ Só uma vez. _ Lógico, outro voo seria outro nome, outro dia.
_ Ahhh... então você não estava naquele que caiu no mar...
Abaixei o livro e o vi remexendo na poltrona. Aí entendi.
_ Senhor. Se eu estivesse naquele, não estaria aqui conversando com o senhor.
_ Não é claro! Estaria no fundo do mar! _ Bradou.
***
Todos olharam para nós, já tínhamos passado da costa do Brasil. Mas aí eu continuei em voz baixa. Pausada e tranquila.
***
_ Se o senhor acredita, sim. Mas eu não estaria nem aqui e nem no mar.
Ele ergueu as sobrancelhas: _ Onde estaria então?
_ Bom num lugar melhor que este mundo Adorando a Deus.
_ Ahhh... você é uma daquelas religiosas. O que vai fazer na Europa? Procurar um emprego?
Ele atravessou uma linha tênue. Não falo sobre minha vida particular.
_ Não.
_ Pois eu tenho uma reunião.
_ Hummm.
Voltei a ler meu livro. De repente ele me cutucou.
_ Que livro é este? Um romancezinho?
Sem tirar os olhos do livro: _ Sim um romance entre a Quântica e o cérebro humano. Os dois geram a simbiose da Ergonomia Cerebral.
_ Você é médica?
_ Não.
_ Então porque diabos está lendo este livro? _ Falou alto, mas tão alto que o serviço de bordo todo olhou para mim. O passageiro da esquerda, um clérigo, ficou com dó da mim. Não houve jeito, tinha que explicar para amenizar a situação.
***
_ Eu sou uma pesquisadora e estou fazendo um artigo científico sobre Psicologia Ambiental.
_ Mas o que você faz afinal de contas? Eu sou advogado!
Eu tentava manter a calma: _ Sou arquiteta e urbanista, mestre e doutora na área, sou filósofa, teóloga e também tenho formação em artes plásticas. Agora, sou cientista da Universidade Hebraica de Jerusalém. E se o senhor deixar, eu vou terminar o meu livro.
***
Ele ficou me analisando por um tempo. Um comissário que fala Português já havia postando-se bem perto de nós para ouvir. Ninguém merece!
***
_ Eu pensei que você era empregada doméstica.
_ Hummm. Não tirei os olhos do livro. _ Muita gente pensa porque sou parda. Ou melhor, mulata, negra. _ Ao fundo, ouvi uma risada do comissário que traduzia em um Francês, quase sem sotaque, a outro.
***
_ Mas me diga uma coisa?
Aiiii... Fechei o livro. E olhei para o homem. _ Pois não!
_ Esse não é o mesmo voo que caiu no mar?
_ Não, aquele continua no mar.
_ Mas você me entendeu. Este não faz o mesmo trajeto?
_ Sim.
_ Você acha que ele pode cair?
_ Todo avião pode cair.
_ Você acha que este pode cair então? _ Eu acho que ele disse isto a cento e oitenta decibéis.
***
Todos olharam para nós. Aí eu perdi de vez a paciência.
***
_ Senhor! O senhor acredita em Deus?
_ Mais ou menos.
_ Então ponha as suas contas em dia com Ele.
***
_ Você é uma cientista e acredita em Deus?
_ Sim. Como Albert Einstein.
***
_ Mas se cair?
***
Isso ele já falava, não me cutucando, mas sacudindo o meu braço. Chamei o comissário em Francês e pedi um uísque para o homem. De pronto, ele trouxe.
***
_ Eu indico ao senhor beber toda a bebida e estar em dia com Deus. Porque se o avião cair o senhor vai morrer. Entendeu? _ MOR-RER. E dessa o senhor não passa! E nem eu. Portanto, beba o seu uísque e deixe-me ler o meu livro!
***
Só ouvi umas risadas atrás. O senhor a minha esquerda, depois trocou de lugar comigo. Porque o digníssimo bebeu três garrafas _que eu não sabia que ele tinha consigo_ e tombou adivinha para onde? No meu ombro!
24/11/2016
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