Textos de poema
Será...que terei a sorte de te-la, em minha vida envoltada de amarguras, eis a lua, eis o fôlego de minha essência, eis a partitura de meu corpo, que cantas e demonstre o amor, eis o esplendor, neste mundo de horror
Onde não há amor
Apenas dor
Pisoteio-me meus cacos
Oh...abismo olhes para mim
Vives em mim
A dor que jamais senti..
Passagem do ano
Passagem
O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus…
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles… e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
Lembranças.
Aquele rostinho lindo que só ela tem.
Um sorrisinho lindo e um olhar perfeito, que só ela tem!
Não teria como não amar, mas por conta de atitudes sempre tem um porém.
Não consigo tirá-la da cabeça, não à nada que faça com que eu me esqueça!
Bom, o que resta é seguir em frente, sair dessa horrível zona, ter um só foco em mente!
Sei que pode...que pode ser difícil, um caminho sem volta, que antes era um vício.
Ela já deve amar outro, eu com minha pequena sabedoria amo outra...outra boa lembrança que tenho dela comigo.
A Ponte
Havia um guaxinim que morava na floresta, do qual vivia uma vida sossegada.
Ele era conhecido e amado por todos os animais, porém algo que jamais pensariam era que o bicho não via a felicidade em nada.
"Oras, mas como? Se sua vida era boa assim; paz, amigos... por que ele era infeliz?"
Eis a questão: ele estava nesse mundo só por estar, sem saber como aproveitar tudo que estava em sua volta.
O animal se preparou, e então abriu a porta que o destino decidiu lhe reservar.
Saindo da floresta, ele opta por viajar pela cidade, achando que cedo ou tarde finalmente encontraria a peça que faltava.
Foram várias tentativas, uma mais fracassada que a outra, questionando se sua escolha teria sido a errada.
Chega um dia em que o guaxinim acaba por encontrar uma ponte velha que levava a um local ainda desconhecido.
Com a paciência já por um fio, a criatura desiste de tudo, não tendo ideia do que agora o espera.
Uma voz misteriosa pode ser ouvida: "Acha mesmo que esta é a saída? Passe. Passe pela ponte e terá a sua preciosa felicidade".
Ao escutar, ele começa a ter esperanças, sem nem mesmo pensar no quão estranha era a oferta, e se sequer era verdade.
Perguntando inocentemente o que era preciso fazer, a voz responde: "É como eu te disse, apenas passe pela ponte. Lá do outro lado é onde você poderá ser feliz".
Pareceu como um presente vindo dos céus; afinal, quais as chances de alguém ter uma oportunidade dessas tão de repente em um mundo tão cruel?
Após a resposta, o ansioso guaxinim passa pela famigerada ponte que estava caindo aos pedaços.
A cada passo, ele se sente cada vez mais baixo, enquanto tudo parecia ficar mais solto.
Neste momento, a esperança é substituída pelo medo e a felicidade por desespero, imediatamente tentando voltar.
O problema é que agora era tarde demais, e sem poder fazer mais nada, ele fecha os olhos e cai no abismo criado pelo erro de não perceber a hora de voltar atrás.
Infelicidade humana
Projeção astral de um ser onipotente, tal filosofia grega, jas nos dizia; Nós mesmos seres distintos, egoístas a ponto de criar deuses a nossas imagens para o sentido de nossa vida buscar a está terra enferma que nos enlouque-ra, faça-nos delirar, Delírios que nos faz matar..
Guerras e guerras a criar, distúrbios e sangue ao chão. O Sangue em nossas mãos, o choro, as lágrimas derramados aos antepassados.
Por isto há, existência de deuses, somos cegos a ponto de nós mesmos nos cegar-mos, embusca de diminuir nossa solidão.
O vazio que corrói é aflita o coração.
A cura de enfermos, doenças jas então onde esta?
Nossa maior dor está a espreita em nossa solidão. Desesperados seja a morte que nos ampara, crescemos, vivemos, parecemos, a terra voltaremos a consciência extinta, marcas de nos aqui, na qual iremos deixar.
A varios de mim, sobre esta mesa na qual estou, o tolo, o velho, o sabio, a criança, os delírios, não sabemos o tempo que ficaremos com cada um de nós mesmos, nesta vida que iremos trilhar, nesta mesa não se sabe o tempo que me restará.
Malandragem
Vem do nada...
- Diga aí, cara!
Como vai, “broder”...
E eu respondo
Vou indo, mano...
Como vai a mina?
A desconfiança responde
- A nega está estirando
Os cabelos chapa.
- E a sua mãe,
Broow, como vai?
- A coroa vai levando
Meu...
-(Chega à bisteca).
...Beijos...
-seus cabelos, hem!...
Gata estilo rock hooll
Mana...
E o amigo dá no pé
No dia seguinte
Surge do nada
-diga aí, cara!...
Perfeição
Olha a perfeição,
Rebolando,
Dançando,
Cantando,
Como se fosse uma rosa,
Olha a perfeição rosa,
Morta em sua direção como
O céu ao vento
Olha a perfeição tranquila
Beijando o relento.
Olha a perfeição vermelha cor
De guerra chorando a beleza…
Olha a perfeição como o sótão
Escuro; como a cortina da noite,
Suja; como o branco de um assento,
Visível; como a transparência
Do dia.
Olha a perfeição jogando tudo
Pra trás e se entregando ao seu
Inverso…
Olha a perfeição
Não está mais perfeita.
Amigo Gil
A Gilberto Nogueira de Oliveira
Suas obras primas
São feitas em casa
Poeta independente
Produz, não tem o ego
Em si, simples
E verdadeiro,
Esse é o Gil de Nazaré/BA
De todos os brasileiros.
Em todos os cantos
Do mundo,
Deveria existir um Gil,
Que compartilha poesias
Nesse mundo em guerra,
Meio que doentio.
Poesia de amigos
– Gil compartilha!
Livros da própria autoria
– Gil envia!
Em troca não cobra
Nada,
Muitos o desvaloriza
… Pouco importa ao Gil.
O bem maior da sociedade
É a escrita
– Isso sim, Gil, valoriza.
No Tempo das Coisas
Por muito tempo, esperei.
Esperei outros,
esperei respostas,
esperei sinais.
Hoje, não é mais sobre esperar.
É sobre estar.
Presente em mim.
Inteiro no que sou.
O que tiver de ser, será.
O que tiver de ir, que vá.
E o que vier,
que venha livre,
leve,
sem pressa,
sem promessas forçadas.
Não me movo mais pela ansiedade do futuro,
nem pelo peso do que já foi.
Meu passo é calmo.
Meu olhar, aberto.
Se for encontro,
que seja verdadeiro.
Se for despedida,
que seja serena.
E se nada vier,
ainda assim, estou.
Suficiente.
Pleno.
Em paz comigo.
Porque aprendi —
há um tempo certo para tudo.
E, às vezes,
o tempo certo
é apenas estar bem…
comigo.
"Correnteza"
Memórias persistentes
viajam violentamente por um rio,
chove muito enquanto elas passam.
As árvores tortuosas sofrem,
por causa do vento
que está quebrando seus galhos.
Os galhos mortos, caem no rio
e assustam as pobres lembranças.
Tristes, seguem chorando e fortalecendo a correnteza.
Tornando a minha mente tempestuosa
e os meus olhos encharcados.
A mágoa
Os telhados sujos a sobrevoar
Arrastas no vôo a asa partida
Acima da igreja as ondas do sino
Te rejeitam ofegante na areia
O abraço não podes mais suportar
Amor estreita asa doente
Sais gritando pelos ares em horror
Sangue escoa pelos chaminés.
Foge foge para o espanto da solidão
Pousa na rocha
Estende o ser ferido que em teu corpo se aninhou,
Tua asa mais inocente foi atingida
Mas a Cidade te fascina.
Insiste lúgubre em brancura
Carregando o que se tornou mais precioso.
Voas sobre os tetos em ronda de urubu
Asa pesa pálida na noite descida
Em pálido pavor
Sobrevoas persistente a Cidade Fortificada escurecida
Capela ponte cemitério loja fechada
Parque morto floresta adormecida,
Folha de jornal voa em rua esquecida.
Que silêncio na torre quadrada.
Espreitas a fortaleza inalcançada.
Não desças
Não finjas que não dói mais
Inútil negar asa partida.
Arcanjo abatido, não tens onde pousar.
Foge, assombro, inda é tempo,
Desdobra em esforço a sua medida
Mergulha tua asa no ar.
Nota: Esse é um dos dois únicos poemas que foram publicados em vida por Clarice Lispector. Esse poema também tem uma versão em prosa publicado em “A descoberta do mundo” com o título A mágoa mortal. O outro poema publicado em vida pela autora é Descobri o meu país.
...MaisAh, a sensualidade refinada
Não é nada contida,
E nunca há de ser remida!
A sensualidade refinada de uma mulher,
Que sempre sabe o quê quer,
não a faz menos desejada.
Ah, a sensualidade refinada
Sempre há de ser bem recitada,
E por ti amada!
No fundo você sabe,
Que a sensualidade refinada
Nasceu para ser tateada
por almas amantes - e bem elegantes.
Ah, a sensualidade refinada
É a marca da plenitude poética,
E sempre há de ser!
A sensualidade refinada de uma mulher
Bem educada é sempre um convite
ao teu bem querer.
Ah, a sensualidade refinada
Não é nada contida,
E não se faz diminuída!
E sim, faz a paixão aumentada;
Não há homem que não resista
a uma mulher bem delicada.
Ah, a sensualidade refinada
Não é nada recatada,
E há sempre de ser amada!
A sensualidade refinada
De uma mulher decidida
Não teme a tua curva amorosa,
e pede sempre mais pela tua mão vagarosa.
Resolvi os meus cabelos enfeitar,
prendi neles a flor do maracujá,
as mãos foram nos quadris,
só para mostrar que de mim
a felicidade jamais sairá,
o amor cálice nos embriagará...
Os moços da cidade
quando me veem passar,
fazem o maior arraial,
e por culpa do seu aroma
que em mim está,
o amor sempre nos florescerá,
só você é que me terá...
Juntos somos um ardente casal,
somos labaredas da fogueira,
O amor não nos consome
- só incendeia.
somos uma euforia
espalhada no ar,
fazemos com grandeza
o nosso arraial.
Festeiros de paixão
de corar até o boi bumbá,
o amor em nossos
corações para sempre ficará;
enfeitiçados só no cheiro
da flor do maracujá,
o amor se espalhará,
e nos eternizará.
A flor do maracujá é motivo
setembrino para caíres
nas minhas delícias,
e eu no teu desatino.
Oh, meu menino!
O destino do amor
em nossas mãos está,
- a flor do maracujá.-
A flor de maracujá
sempre estará em nós,
e nos alvoroçará;
As estrelas morrem
inveja de mim e da florzinha
de maracujá: o arraial em nós
duas para sempre ficará,
e nunca findará.
Imenso coração,
Sem temer pecar,
Dê-me a tua mão
E a tua alma.
Intensa sedução,
Armadilha e êxtase,
Se dê completamente
E bem maliciosamente.
Imensa paixão,
Sem temer amar,
Dê-me a tua vida
E serei a preferida.
Intensa loucura,
Amável ternura,
Se dê plenamente
E bem vagarosamente.
Não te segures,
Não me prendas,
Traga-me com calma,
O meu amor é assim
- aprenda
Com o brilho
Que a alma carrega
Presa em si - compreenda!
Sob o comando do céu azul,
No azul do mar repousado,
A riqueza em letras de Libra,
Pode ser completamente perdida.
Nas mãos feminina está o destino,
Do nosso povo sofrido,
A aurora pode se esgotar...,
Por causa deste outubro talvez perdido.
Não sabemos como será,
Talvez já era o amanhã;
A balança será findada
Pelo toque da martelada.
Temos uma força rendida,
As vozes estão silenciadas,
Trilhas desviadas...,
As almas roucas, e outras sem vida.
Neste outubro talvez perdido,
Cor de chumbo,
Gigante distraído,
O país está comprometido.
Descansa a lira das veredas,
Repousa a harpa das Geraes,
Ergue, enfrenta e reage,
Por um Brasil de paz.
No deserto
sem ter condição
de te enxergar
no meio
da tempestade
de areia,
Pois ali você não
se encontra,
De ti o meu peito
toma conta,
Entre nós você
deveria estar.
No passo
da caravana
que segue
em silêncio
carregando
os meus
versos nômades
na bagagem
rumando
ao oásis
do coração,
Como já de ti
tivesse em mim
os beijos teus.
No fundo sei
que te pertenço,
Só sei que
não nos
encontramos
porque ainda
não é tempo,
e a travessia
será longa,
Eu sei que
te ilumino,
Dos teus lábios
sou o sorriso
como a evidente
Estrela do Oriente,
canção de amor
e de recomeço.
Doce Lua-de Mel,
paraíso dos desejos
que por enquanto
são só sonetos.
Lua querida Lua,
não vejo a hora
de sentir as mãos
do meu amor
ao redor da cintura.
Doce Lua-de-Mel,
espero pela nossa
em companhia
das estrelas do céu.
Lua querida Lua,
não sei se ele
irá me escolher,
ou será você
que irá me trazer.
Doce Lua-de-Mel,
aguardo pela nossa
colada nos doces
dos tantos beijos.
Lua querida Lua
peço a sua ajuda
com essa dúvida:
não sei se ele é meu,
ou eu que sou dele.
Doce Lua-de-Mel,
vejo galáxias
nos olhos dele,
no meu corpo está
o mapa do garimpo
e a descoberta
do amor mais lindo.
O regato e o vento
embalam a noite
até a madrugada
executando a suíte.
O coração intrépido
prepara o hino até
deste momento
sob a luz da Lua.
O pensamento não
mais nos pertence,
estamos sob o luxo
de quem se ama
com antecipação
e orquestral loucura.
Os impulsos e as luzes
dos nossos instintos
indomáveis vem
nos preparando
para nos amar com
o total amor de bicho.
O nome do poeta
que já falava nisso,
não me recordo,
Ele explicava muito
bem o quê quase
o mundo todo ignora,
e o peito sente agora.
A aquarela da tarde
pintada de cinza
não me desanima,
Porque eu vivo
para cantar o amor
e esperar você
seja o tempo que for.
A chuva molhando
as flores, os campos
e as montanhas,
carinhosa brindando
a vida em esplendor,
Nos teus abraços
encontrarei o Universo
esbanjando esplendor.
A vitória de seguir
enfrente tentando
ser amor espalhando
poesia e alegria
para toda a gente,
É fruto desta espera
que me faz Lua
que reflete o teu igual fervor.
Aprecio duas
ciganas dançando
No firmamento
feito de ônix,
As estrelas
girando no céu,
Da Lua e de Vênus
escorrendo
- um puro mel -
Um soneto deslumbrante,
Feito de Lua,
Feito de Vênus,
Feito de estrelas,
Feito de ônix,
- Um soneto eclipsante! -
Com as duas
ciganas danço,
E nos preservo
de tudo,
Não nos abandono,
nos oculto;
Canto baixinho,
sussurro:
- Um soneto feito
de céu,
De luar,
De estrelas,
De Vênus a platinar
Intensos e sensuaisversos
Para você
inteiramente mergulhar.
As flamencas violas,
Não param tocar,
Vênus e o luar
Não param
de dançar,
Antes eram
duas ciganas,
Lua e Vênus,
Agora, a poesia
a eclipsar:
O amor está no ar
O meu coração não
para de bater,
Estou apaixonada
por você;
Desenhei este soneto
só para aquecer.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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