Textos de poema
Eu tenho uma não velha lembrança...
Era domingo, não muito tarde, começo de crepúsculo.
Não pude evitar e então percebi que amava o seu sorriso, seu jeito, seus olhos, foi tranquilo, foi calmo e foi ali.
Eu não me limitaria e por ironia o tom da sua voz e seus ombros eu queria, me perguntava se então ali eu ficaria e se você permitiria.
Eu diria para vir aqui, sentar aqui, respirar o ar daqui e sentir o que se senti aqui.
Chega mais perto, nada se é concreto.
Eu aceito suas condições, a calçada ainda se encontra no mesmo lugar e lá eu te levaria e o universo conspiraria.
- Ao conto da lagoa e o sapo, que se descreve como bom e inesperado.
"Aprendi, depois de muito tempo,
e da pior maneira possível, que,
Os amigos Verdadeiros, devemos tratá-los e conservá-los
como se fossem únicos, porque na realidade estes o são,
pois se perdemos essa amizade,
podemos encontrar amizades piores, ou, até mesmo melhores, mas jamais encontraremos uma igual..."
Sem palavras.....
Apenas um momento
Hoje vivo no silêncio das fragas.....
Uma melodia de amor....
Desgastada pelas lágrimas de dor...
Um olhar apaixonado....
Invadida pelo musgo da serra..
Uma lágrima no silêncio.....
Em lembranças que insistem voltar....
Um nascer de um amor....
E no qual o poeta perdido nos versos...
poemas de amor,de fadas, de solidão....
que é muitas vezes vencidas em tentativas...
frustrantes avassaladoras.!!
Usurpador
Alma ferida
Pelo ódio
estendido em farpas
Coração
machucado, magoado
Por pungas
de falsas verdades efêmeras
Sustentadas por mentiras
Cravadas nas paisagens
De quem as criaram...
Adaga afiada
Abespinhada
em sangue inocente
Será que Judas regressou
Com ágio armazenado
Que ao compasso matracado
Em juras
que um dia jurou...
Em ideia
nefária cruel
embarcou
Em batel
ao pico mastro
Ao mundo afirmou...
A verdade
que jamais declarou...
Dependuro aqui
está grafia
Enquanto não souber
O nome
do infeliz maquiavélico
Usurpador...
Jmal
2013-09-22
Meus olhos olham os teus olhos
Não vejo boca, nem resto
Vejo o profundo de uma pupila acastanhada
Vejo medos e delicadeza em sofreguidão fulminante
Vejo amor.
E depois dessa visão infinita
Me perco vendo-me dentro de ti
Agora não sou eu nem tu
Somos nós que misturados refletimos a imensidão minúscula de um silencio observado.
Ressurreição das luzes
Que o harmônico preto-branco
destroce as luzes malditas
(as que fingem que iluminam)
apagadas falsas luzes
não merecem praça ou banco
(nem recebem belo nome)
Esfolem com novos sons
a cinza do corpo cinza
da cinza ex-luz-futura-
(metamorfe até luz fina)
luz branca-
luz negra-
luz
(me fascina)
Poe.mo.[l]de.lo
Na (poesia), poesia-
mode.lo não tem mo[l]de.lo
Na moda mode.lo molda
Eu mor.do mode.los e mo[l]de.los
Eu morto
Renasço em outro (mo[l]de.lo)
dele não me escapo
ou se não me capo
ou me re.mo[l]de.lo
poesia mo[l]de
(mascara) máscara
poe.molde poe.mode
(pô, e pode?)
Jardim Secreto ...Sem Flor !
Um grande amor
A véspera da maturidade
Recebido em fruta verde
Não colhida
Assim tão presente
Em fantasia resplandecente
Do que seria...
Chacoteava
O menino o mundo
Julgando ser senhor
Em múltiplos erros
A vida o servia...
Do alvorecer / Vem o dia
Das antigas manhãs
Jamais amanhecidas
Não vividas
Caladas não exprimidas...
Talvez tenha se escondido
Por detrás do sol
Entre nuvens escuras
Sem direção
Em dores de expiação...
Indagada a alma
Atrás das nuvens
Porque tal castigo
Se a baga era verde
A boca não podia...
Por que agora
Espremer a uva
Já sem seiva / Sem semente
Sem sabor...
Carregado segue o tempo
Que a carregou
Esconda teu
Grito
Neste jardim secreto
...Sem flor !
Jmal
2013-01-23
Lembranças
...centro das recordações
dos céus vividos
de um olhar de almas
dos sonhos refletidos...
navegante das noites escuras
companheira
dos pensamentos incertos
desta vida peregrina...
Encarcerado
...em aparência de terra lavrada
em clausura
sofre o espírito - exilado
duas almas confessadas
sem a presença, sem os sonhos,
jazem - em memória
vividas e esquecidas
da lucidez dos corações...
caminhando
...confessa a esperança
suas província de suas lamentações
assim chorando - o pobre
por um bocado de amor
nesta escassez
que assola o coração
já alheio à vida
sem redenção - sua alma
Já morta na solidão
mesmo assim - busca o amor
em exílio vivendo
em distância - sem fim
...só as lembranças !
Jmal
março - 2012
Um tanto quanto dúbio...
Tenho todo o tempo do mundo,
e, ao mesmo tempo, percebo
que não tenho tempo algum.
Que de tempo,
só tenho esse tempo
que me conduz
na velocidade da luz.
Esse tempo que se arrasta
e que me arrasta,
que se afasta
e que me afasta.
Esse tempo bobo
e brincalhão,
esse tempo sério
e canastrão.
Esse tempo incerto
e certo,
que não me poupa.
Que me tira desse mundo
e que me atira a realidade
por vezes a queima roupa.
Esse tempo que me dá vida.
Esse tempo que me deu um cavaquinho,
um cavaquinho que não sei tocar,
uma vida que não sei viver.
Espitual Sepultura
Quando estou perto ou longe
O mar da minha alma é continuação
Dono de beleza desconfiada
Pode te por em profunda escuridão.
E quando paro de fronte
A toda água a me chamar
Um devaneio sem dimensões
Iemanjá a morte quer que eu vá abraçar.
E eu não faço nenhuma escolha
Apenas fico parado e minha loucura
Nada mais é que uma forma
De me transportar à espiritual sepultura.
Devaneios De Um Jovem Ébrio
Salve Napoleão das letras
Que nas suas noites de loucura
Entre leitos de amor e tavernas
Por vezes sonhou com a sepultura.
Da tua mão macilenta
Nasceram os mais belos versos
É a tua benção me Lord
É só isso que te peço.
Não me esqueça quando
Em toda a sua glória e esplendor
Nos braços da eternidade for sonhar
Lembre-se deste poeta que por ti só tem amor.
Bardo inglês de luz e treva
Ajuda-me a libertar
Dessa simbólica estaca de tortura
Para mais uma vez ter o direito de sonhar.
A MENINA BURRA
A menina burra
Na lama turva
Não queria fazer a tarefa
A dificuldade era essa
Fazer um simples cordel
Numa folha de papel.
Pediu a um poeta
Que enquanto vio o atleta
Escrevia o cordel
Não podia ver o céu
Mas sonhava com ela
A jovem donzela.
Suja de terra
Não vem da guerra
Mas trava uma batalha
Contra a seca que até a mortalha
Deixa cheia de poeira e o vento
Lento faz torturante o tempo.
Mas ela é burra e tem alegria
A poeira tem alergia.
Levanta-se e corre
Mais rápido para o norte
Querendo água
E não mais uma batalha.
SE UM DIA NÃO HOUVER, VOCÊ SERÁ...
Se um dia não houver a luz,
Você será o meu farol
E vai me mostrar a senda
Que conduz ao sol.
Se um dia não houver
Água para a sede matar,
Você será meu poço e vai
Dar-me a chance de levantar,
A cabeça mais uma vez,
Teu olhar – fitar.
Se um dia não houver
O tão amado ato de respirar
Você será o meu ar
Do oxigênio tomará o lugar.
Se um dia não houver algo
Para a utopia dar sustentação.
Você será o meu sangue
E vai dar força ao meu coração.
Se um dia não houver
A esperança de algum dia
Chamar-te: minha namorada!
Sua lembrança será
O meu infortúnio, minha alegria.
Poema retirado do meu livro (Canção De Fantasma) a venda no clubedosautores.com.br
Vivermos por vivermos e nunca entendemos
mas é simples, sejamos felizes
vamos sorrir, vamos nos divertir,
se chorarmos que seja porque merecia e não por agonia.
Porque vivermos para ser livres,
para sonhar, para acreditar, para amar,
e ver que a vida encanta;
quando perceber que é em você,
perceber que tem a decisão,
é só prestar atenção, e verá,
que uma mente brilhante há.
Ver que sonhos são possíveis,
e quanto maior o obstáculo que surge
mostra que é o sonho que mais deseja,
por isso tenha a certeza, tome a decisão
e lute, não viva em vão.
Quero me afundar na lascividade,
na voluptuosidade
Posso não encontrar a resposta
mas certamente não me lembrarei da pergunta
Porque nada faz sentido
Peço
Um sentido pra viver
Oh, só um!
Um sentido lógico, racional
mas não há, não há!
Se encontrasse algum me agarraria com ardor
e não soltaria
me matassem, mas não soltaria
Agora, jazo morto enquanto vivo por pensar
O melhor, é se entregar
Sim!
Se entregar ao ‘tudo é permitido’
simplesmente porque nada possui um sentido
Ouse-me!
Desafie-me!
Intimida-me!
Apenas tentativas insólitas aparecerão,
sentidos deturpados pelo emocional elevado
Quão felizes são os que acreditam num sentido
Quão felizes são, pessoas de fé
Ah, invejo-os!
Vivem!
Mesmo no sofrer conseguem viver, pois sentem
Porque acreditam num sentido
Usando a fé na razão
ou a fé na emoção
possuem respostas e/ou confortos
Ah, quão felizes são!
Seriamente penso, no que penso?
penso na felicidade, na alegria,
na paz, na harmonia; como conseguir?
não há fórmula, nem equação,
eis a questão: como conseguir então?
Sei lá, não sei, não faço ideia
porque é algo que não se planeja,
não se maquetiza, simplesmente aparece,
simplesmente acontece.
Não há como saber, e se fosse uma fórmula
seria diferente para mim e para você.
Ah! Falsa democracia!
Arte amarrada pelos escravos do pensamento moral
Escola diferenciada?
que nada! a mesma falsa liberdade
Estragam, ferem, matam!
Matam obras primas
Matam artistas
Matam cultura
Matam pensamentos!
Matam,
não sai sangue mas fere profundamente
Descendentes de homo sapiens?
Não, já (des)evoluiram!
Homo dinheirus.
Reflexão surgiu, no momento certo ou errado?
Descobri o que inconscientemente sabia mas resistia acreditar.
De volta vem aquele mito atormentar, e cortar as cordas da minha racionalidade,
e não tem jeito, vamos apertar o espinho, pisar no prego,
VAMOS ATRAVESSAR O ARAME FARPADO!!
Pois apenas no outro lado saberemos se a dor e o ferimento serão sofrimento ou encantamento.
Quanta cultura?
Quanta religião?
Quanto ritual?
Quanto animal?
Quanta dança?
Quanta música?
Quanta pintura?
Quanta poesia?
Quanta literatura?
Quanta...
quanto...
quantos...
perdemos
Em todas nações, orgulho
Em todas nações, preconceito
Em todas nações, vaidade
Em todas nações, falsidade
Em todas nações, ganância
Em todas nações, degeneração
Em todas nações, a mesma raça
Em todas nações,
ser humano.
