Textos de Mãe para Filho
Você vai olhar pra trás
e ver que sempre é muito pouco
vai querer se antecipar
dizer que sabe brincar com fogo
mas vai acordar
ao lado da chance
de poder viver
tudo de novo
e vai entregar
à sorte o mapa
com as regras do jogo
e então vai descobrir
que não dá mais pra construir
sua prisão de pouco em pouco
vai sentir o que sentiu
mesmo que já conheça o novo
e vai entender
que saber aonde ir
não muda o caminho
e vai encontrar
um mundo que não
conheceu sozinho
e então vai descobrir
Você vai olhar pra trás
e ver que sempre é muito pouco
Você me assusta...
Mas não quando briga
ou grita, explode
os sentimentos
que a gente evita
Nem quando me
olha de lado
querendo evitar
fogo cruzado
Tampouco quando ampara
o muro que separa
o meu e o teu chão
e leve faz a ponte
à linha do horizonte
até que eu te encontre
feliz na contramão
Você me assusta,
mas não quando
desvia o olhar
àquilo que eu
não consigo enxergar
ou quando fala
que me esquece
e depois aparece
como quem não
consegue esperar
Tampouco quando finge
que o mal que nos oprime
é maior que o teu coração
e sai sem dizer nada
fica assim então calada
até ver que à cruzada
não se nega a doação
Você me assusta
por não ter nada de mais
nada além do que me faz
perdoar minha loucura
quando deixo o meu lugar
e te peço pra ficar,
contestar minha censura
Por deixar na tua ausência
um vazio sem consequências
que antes era o meu recanto
por fazer com que a vitória
represente a minha glória
se durante a trajetória
findar-se o teu pranto
Por ignorar o roteiro
que um dia tão certeiro
protegeu o meu caminho
e fazer com que pareça
que a história às avessas
é sempre o melhor destino.
Você me assusta
porque eu volto a ser menino.
Informou-me a bela rosa
com muita sinceridade
que era doce o seu perfume
e discreta a sua vontade
disse ainda que era mito
que eram só pra proteger
sua frágil estrutura
os espinhos em seu ser
pois gostava do poder
que surgia na derrota
do gigante que caía
por sonhar além da conta
mas ainda que eu soubesse
as regras todas do jogo
e não quisesse arriscar
colocando a mão no fogo
cometi um grande erro
ao olhar todo o cenário:
conhecer as consequências
não te livra do calvário
quando pude reparar
o meu sangue já descia
pela inerte flor do campo
que eu achava que sorria
tinha um tom bastante intenso
de vermelho em sua cor
o que sempre teve antes
quando era incolor
tinha a mesma densidade,
sua aparência se mantinha,
nada estava ali mudado
nem ao menos parecia
mas enquanto perfurava
o meu dedo a flor apática
eu só pude me calar
e sentir de forma estática
que era minha a natureza
porque dela eu sempre fui
relembrou-me a flor imóvel
que por mim a vida flui
Quando quero sorrir,
sorrio comigo, assim
baixinho, como fizesse
o mundo sentido maior que eu
Quando quero descobrir,
paro pra errar
muito mais que acertar.
Pode ser o tiro mais importante
que o alvo
Quando posso ser criança
recorro em maior parte
ao presente do que às lembranças
como fosse a vida
uma troca de brinquedos
Quando preciso ser adulto
lanço mão da experiência para
moldar o impossível: existem
cento e cinco mil caminhos
para a felicidade
Quando quero viver,
tiro os olhos da janela
e os coloco embaixo do nariz
e acima do umbigo
porque os substantivos
são da realidade e os
adjetivos são meus
Quando quero morrer,
simplesmente morro,
sem perder a hora de acordar
na segunda feira de manhã
Mas quando quero
ter você, eu posso
ser adulto ou criança,
morrer ou me descobrir,
viver e sorrir...
Só deite a sua cabeça
no meu ombro e deixe
os seus olhos refletirem
o pôr do sol
Quero criar raízes em tua liberdade
Errar o alvo para acertar a tentativa
Esperar pelo desfecho da narrativa
E recomeçar o conto pela saudade
Esquartejar essa beleza que me invade
Em pedaços de uma alegria intempestiva
Viver a sorte dessa vida assim furtiva
Ser feliz enquanto busco a felicidade
Pois se brinca o inevitável com a razão
Carrega o tempo a loucura para o infinito
Daqueles que já encontraram o perdão
Em si por recomeçarem o velho rito
De acreditar no que não tem explicação
Buscar a paz pela certeza do conflito
Então você encontra alguém e se encanta. Aquela imagem desperta o seu desejo e você fica bem por isso, desfruta o momento mais feliz do seu dia, ou talvez o único momento de felicidade. Você quer que essa sensação se repita, e acredita que tudo acontecerá da mesma forma, ou será ainda melhor. Acredita que o acaso te apresentou há pouco um ser que tem o dom de melhorar a rotina dos seres humanos porque é alguém especial.
Vocês trocam olhares, e num instante estão se beijando. Esse beijo parece ser o melhor que alguém já conseguiu te dar (e olha que não foi por falta de tentativas). Vocês trocam telefones, e você já imagina como o papo será agradável, em um dia de insônia, às três da manhã. E você espera ansiosamente por essa ligação, quando o telefone toca você quase nem consegue entender o que vem do outro lado da linha. Só sabe que é muito bom escutar aquela voz.
À medida que os dias vão passando, a pessoa ocupa um espaço cada vez maior nos seus pensamentos, e você tem certeza de que ela será tudo o que você sonhou. E continua sonhando. Você sente que, mesmo que algumas coisas não estejam indo bem, o tempo vai consertar tudo, porque aquela é a criatura feita sob medida para você. E pode dar certo. Ou não. Você tira o peso do mundo dos seus ombros e coloca nos ombros do outro.
Apaixonar-se é ser preconceituoso.
Crônica 02
Ontem eu encontrei as cartas que você me escreveu. Em poucos minutos vi acontecer nosso pequeno romance. Vi a minha pressa para escrever uma meia dúzia de termos carinhosos, porque eu sabia que ia você ia gostar. Nada que possa ser chamado de literatura. Eu já não sei o amor é paciente ou a solidão que é exigente.
Relembrei por que gosto de cartas. As imperfeições da letra de cada pessoa ficam marcadas pela tinta, e você não tem a ânsia de mandar o que acabou de escrever para alguém, como em um email. Você pode parar para pensar antes de entregar, mudar as palavras, apagar algumas frases. Quem sabe até nem entregar. Deve ser por isso que os amantes não mais mandam cartas. O silêncio perdeu seu lugar e o amor já virou notícia.
Após terminar a leitura, percebi que nosso romance era mais crônica que poesia. Percebi que algumas coisas mudaram. Agora eu me importo um pouco mais com a minha saúde, comecei a fazer exercícios físicos. Compreendi o real valor da liberdade, descobri que era eu mesmo que criava as minhas prisões, e já consegui sair da maioria. Não é tão fácil demolir uma obra que você levou tanto tempo para construir, e mesmo que você perceba que é algo que te faz mal, o orgulho se separa da razão no momento em que ela destrói suas convicções. Mas isso passa quando você descobre que existe sempre o outro lado.
Apesar das mudanças, algumas coisas continuam iguais. Ainda sou o mesmo bobo de sempre, quase um personagem de uma comédia romântica. As alças da minha mochila permanecem desajustadas, e de vez em quando caem, e eu tenho de arrumar. Continuo acreditando que vale a pena se arriscar por uma ideia, e acredito que se empenhar já é mudar.
A escrita e a fala têm a mesma pretensão tola de sintetizar as emoções, o calor e a frieza de um momento, o modo como você se sente quando o mundo te enxerga. Na escrita você tem a possibilidade de trabalhar as figuras linguagem, como um filtro ou uma lupa para os sentimentos, na inocente certeza de que está alcançando seu objetivo. O que é uma hipérbole comparada ao momento em que você está olhando dentro dos olhos da pessoa amada logo antes do primeiro beijo? Se alguém ironiza a vida, o que é mais irônico que escrever sobre algo que não vale a pena?
Guardei as cartas no fundo da gaveta, enquanto um pequeno sorriso me tomava o rosto pela lembrança do ponto final após o “infinito”.
Se não fossem os seus olhos
Se não fossem os seus olhos,
Com certeza, o mundo seria mais triste.
Eles são o elo entre mim
E tudo que eu não consigo escrever,
Falar, imaginar, compreender
Se não fossem os seus olhos,
Eu não teria tanta certeza
Da transcendência da matéria,
Da eloqüência de um gesto,
Do futuro da poesia
Quando doce, você pára e divaga
O brilho deles consegue
Me trazer a calma do mar
De Ipanema, e ao mesmo tempo
A noite estrelada de Van Gogh
Se os olhos são a porta da alma
Os seus olhos são a alma
Sem barreira e precedentes
O reflexo da paz que eu nunca
Imaginei poder encontrar
Se não fossem os seus olhos,
Eu não sei o que seria desse lápis
Preto, tão vago
Que parece ter sido feito
Pra encontrar os seus cílios
E contornar a mais bela obra
De vanguarda que o mundo já conheceu
Sim, de vanguarda, porque o seu olhar
Não respeita qualquer padrão
Não se curva a ninguém
Apenas reluz, como uma extensão
De toda a beleza dentro de ti
Às vezes acho que o tempo pausa
Para contemplar os olhos teus
Assim, como quem não quer nada
E tentar descobrir o segredo
Do meu encanto ao te ver
Ah, se não fossem os seus olhos,
Eu não teria dito ao destino:
Eu quero é ser poeta.
Não consigo parar de pensar em tudo
Tudo que aconteceu nesse tempo que ficamos juntos
Mas parece que não serviram de nada
Só vejo agora acusações, brigas e agressões
Então é assim que chegaremos ao fim?
O ultimo telefonema, o ultimo encontro, o ultimo beijo é como se nunca tivessem existido?
Não há mais nada a fazer
Tudo o que vivemos foi jogado fora como se fossem lixo
Agora irei desligar e não saberá mais nada sobre mim
Chegamos ao FIM!
Beauty fool
Ela passa horas em frente
ao espelho procurando
o que eu encontrei na
primeira vez em que a vi
ali sentada esperando
o mundo parar
pra lhe dar uma chance
de ser feliz
Ela passa horas em frente
ao espelho procurando
o que eu encontrei em
todas as vezes que lhe vi
imersa em pensamentos
brigando com o tempo
pra voltar a ser criança
e saber aonde ir
Refrão:
Esqueceu
que o céu pode desabar
o tempo pode até parar
e nunca mais luzir
que ainda é seu
o sorriso de criança
que eu levo na lembrança
nunca te falei pra ir
Embora...
aqueles
que olhos aqueles que eu não sei explicar
eu não vou me perder se eu não quero encontrar
o meu mundo pequeno, tranquilo e sereno
neste exagero que me leva ao me fitar
que olhos aqueles que eu não sei evitar
eu já não vou correr se eu não quero parar
perdido, distante, com um ardor infante
neste calmante que me turva ao me salvar
são muitos caminhos a se desenvolver
e tantos vestígios que se vão esconder
na busca daquilo que se quer desvendar
mas se ao longo da trajetória eu me entreter
já não há mais distância alguma a percorrer
é a chance de renascer, dois sóis, um par
Pai
“Quando a vida lhe der um Pai
Viva a vida que lhe atrai
Pai sempre será Pai
Pois a vida eterna lhe trará
A sabedoria de se revelar
A que um dia será um Pai
Do fruto do Pai, sai a semente de Papai
A semente do querer, vem a emergir a vontade do querer
Querer nem sempre é poder
Mais meu Pai me deu o poder de querer
E por querer, lutarei para obter
A sabedoria de meu pai
Que tanto me atrai
Para um dia, ser como meu Pai”
26/04/2017
A paixão e o amor
A paixão se anuncia em voz alta pois se surpreende consigo, como um deboche do que ainda está por vir. Não coloca pé após pé, mas se descobre na corda bamba e o seu maior medo é não cair, equilibrar a insegurança e com ela ficar, dando para a plateia a impressão de que está tudo sob controle. Aliás, a paixão, quando nova, recrimina-se por ser quem é, porque entrega a alguém que se esconde o produto do acúmulo de afetos e desafetos que, outrora, outras, como ela, já se dedicaram a recolher.
Mas que não se enganem os desavisados, porque, ainda que esta doação ocorras por livre e espontânea vontade do ser, do universo, de Deus, ou da carne, ela encerra em si um mundo de expectativas: o cheiro, o gosto, o toque, a roupa, a música, a beleza, o português, o bom dia... Ou seja, a paixão é preconceituosa! Atribui qualidades pelo simples fato de existir, ou pelos olhos, pela estampa do Chico, pelo sopro de sonho que sai da sua sorte.
De vez em quando ela acerta e não tem do que reclamar. Porém, quando erra, fica procurando uma maneira de chegar ao seu destino por um caminho que nunca existiu. Só que nesse meio tempo tem muita pupila dilatada, muito arrepio, muita surpresa, muita febre.
Já o amor não grita a sua essência porque sabe que se construiu muito mais sobre o silêncio do que sobre o ruído. Não tem mais fôlego para deslizar na corda, mas está lá embaixo segurando a haste que lhe dá sustentação.
O amor também entrega a alguém o acúmulo dos seus afetos e desafetos, mas não mais o desconhece, pelo contrário, já não se assusta quando toca a campainha. E é por isso que o amor já não espera, ele doa, dá, entrega, sem pedir que o outro seja aquilo que ele já sabe que não é.
A loteria já não tem mais relevância porque ele sabe que não ganhou o maior prêmio, mas se contenta com o que tem no bolso.
O amor não erra ou acerta, ele é.
Entretanto, apesar de ser o irmão mais velho e experiente, ele coloca todos os dias a paixão para ninar, momento em que escuta as histórias que ela tem para contar, pois sabe que nesse meio tempo da vida tem que ter muita pupila dilatada, muito arrepio, muita surpresa, muita febre.
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Em volta dos meus braços
Quando a sorte não quiser me escutar
Só se for pra entender o que eu digo
Ser sempre o meu amigo
Sem perder aquele jeito de amar
Eu sei, você sabe
Tinta preta e papel
Um terceiro no par
Mesmo que seja leve
Eu nunca soube atuar
Melhor deixa como está
Eu sei, você sabe
Julieta e Romeu
Só se for pra casar
Mesmo que seja fácil
Eu sempre quis complicar
Então me diz
Que fica aqui
Comigo e vai demorar
Só se for pra deixar o teu abraço
Caber bem nos meus braços
E fazer a sorte desabrochar
Só se for pra tornar o seu sorriso
Meu mais seguro abrigo
Sem perder aquele jeito de amar
Breve
A noite leve que de mim fugia
Roubava insípida a minha exaustão
Não inspirava mais humor que o dia
Nem demonstrava por mim compaixão
Era tão breve a vida que partia
Levava intrépida a minha oração
Para que o tempo que de mim corria
Não me roubasse a minha solidão
E mesmo sóbrio, no temor das horas
Eu despertava a minha própria aurora
Cavando o óbvio no jardim do sempre
E mesmo louco, por querer tão pouco
Eu entregava enfim um canto rouco
Ao que de mim corria eternamente
VAI
Aquiete o teu coração
que a tristeza vai passar
nada além do que convém
no teu peito vai durar
que se esvai por entre os dedos
o que era então tangível
para sempre revelar
no distante o invisível
do silêncio que gritava
com carinho o seu pretexto
do rompante que calava
qualquer sopro de sossego
na procura de viver
o que era o seu destino
descartando sem querer
o seu conto genuíno
Nada além do que convém
no teu peito vai durar
deixe quieto o coração
que a tristeza vai passar
que é teu o mar salgado
que esvazia o peito aberto
e da nuvem faz chover
irrigando o vil deserto
fica aquilo que se foi
para nunca mais voltar
fica o que já era seu
para sempre transformar
e afinal o que se ganha
é aquilo que se tinha
com um pouco de relevo
com um toque de euforia
com um tanto de receio
de entregar o seu presente
mais a vida que se tem
e é toda pela frente
pois o quanto de poesia
que se esconde no caminho
não se pode descrever
nem sequer viver sozinho
agora
tua ausência já não se faz notada
aos poucos some o que restou de ti
quando percebo já é madrugada
e o meu silêncio deixa-me dormir
eu não peço para o destino nada
além do tempo que eu não vi partir
mas o impossível pavimenta a estrada
de quem ainda tem o que eu perdi
e na ilusão de que era meu o riso
que eu entreguei já antes de entregar
eu me esqueci de que era preciso
andar na areia para ver o mar
e este chão em que, com receio, piso
é a cidade em que vou habitar
Sonhei contigo esta noite
mas não quero nem lembrar
cada detalhe furtivo
que roubou meu descansar
Quero aos poucos me entregar
ao que trouxe o meu desejo
sem, contudo, desvendar
o que move o que não vejo
Quero em mim redescobrir
o destino pelo mapa,
a coragem em sentir
a beleza em ser cascata
É você, e mais ninguém
o que é meu está guardado
no que eu disse sem dizer
na janela do meu quarto
no que eu mato pra viver
na frequência com que calo
Sonhei comigo esta noite
A minha amiga
a minha amiga eu não sei de onde veio
mas de lá trouxe tudo que podia:
o tempo que lhe falta na rotina
e se estende pela sua companhia,
a vontade de abrir o próprio peito
e abarcar esse mundo em um só dia
sem perder a leveza de sentir
o compasso que une a melodia
o que trouxe consigo a minha amiga
eu não sei se consigo descrever
é um pouco de tudo que eu já vi
mais um tanto de coisas pra aprender
é o sopro de vida que eu senti
quando a sorte me deixou escolher
que eu queria que fosse também seu
esse sangue que eu não pude eleger
à minha amiga ofereço o meu ombro,
o meu colo e a vontade de ficar
conversando como quem não quer nada
e desconhece a hora de parar,
o sorriso que de mim toma conta
ao dizer qualquer coisa sem pensar
pois é isso que ofereço e recebo:
a beleza de sentir sem julgar
o presente que eu dou à minha amiga
não tem fita, não tem laço, nem preço
é o que o espelho me mostra agora
e aquele jovem que eu já não conheço
é a dor que só vai porque demora
e aquilo pelo que mais tenho apreço
é o que vai sem medo de existir
pois não tem a sua morada endereço
ali surgiu, sem uma explicação
o que não tem nome e nunca vai ter
dali fluiu, sem uma só razão
o que a gente nunca vai entender
eu só queria, com muita afeição
não deixar pra depois e já dizer
que o tempo só vai dar a direção
pois és minha amiga e sempre vai ser
No caminho da mudança
No caminho da mudança
há um pouco de esperança
no que se vai construir
e se busca a liberdade
de poder criar a chave
para o que se quer sentir
e de luta é feita a estrada
em silêncio a caminhada
desemboca em um lugar
em que ninguém sabe ser
mais do que se pode crer
que se era ao começar
há o medo do que vem
da semente que contém
o futuro a ser criado
mas repousa na bravura
o dever de achar a cura
para o que feriu o passado
tem o sonho o seu recanto
ao criar com o seu encanto
o que vaza o homem são
e o limite da coragem
é a própria realidade
que se serve da ilusão
quem anda carrega em si
a certeza de que ir
é melhor do que ficar
leva tudo que não sabe
todo o anseio que não cabe
no receio de parar
mas quem deita dorme e esquece
que a resposta da sua prece
já está no seu perdão
e a sombra que o olho vê
não é nada além do que
produziu a sua ação
no caminho da mudança
há um pouco de esperança
há um passo e nada mais
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